quarta-feira, 29 de abril de 2020

OS ANALECTOS - LIVRO IX


Confucionismo. www.https//rt.br. OS ANALECTOS – LIVRO IX. 1. As ocasiões em que o Mestre falava sobre lucro, Destino e benevolência eram raras. 2. Um homem de um vilarejo em Ta Hsiang disse: “Grande é Confúcio (551 AC 479)! Ele acumulou muito conhecimento, mas não se sobressaiu pessoalmente em campo nenhum”. O Mestre, ao ouvir isso, disse aos seus discípulos: “Em que deveria eu tornar-me proficiente? Em dirigir? Ou no arco? Acho que preferiria dirigir”. 3. O Mestre disse: “Os ritos prescrevem um boné cerimonial de linho. Hoje, usamos seda preta no lugar. Isso é mais frugal, e eu sigo a maioria. Os ritos prescrevem que a pessoa se prostre antes de subir os degraus. Hoje faz-se isso após tê-los descido. Isso é casual, e, embora indo de encontro à maioria, sigo a prática de prostrar-me antes de subir”. 4. Havia quatro coisas com as quais o Mestre recusava ter qualquer relação: recusava-se a fazer conjecturas [99] ou a ser dogmático; recusava-se a ser inflexível ou egocêntrico. 5. Quando estava em estado de sítio em K’uang, o Mestre disse: “Com o rei Wen morto, a civilização (wen) não depende agora de mim? Se o Céu quer que a civilização seja destruída, aqueles que vierem depois de mim não terão qualquer coisa a ver com ela. Se o Céu não quer que esta civilização seja destruída, então o que os homens de K’uang podem fazer contra mim?”. 6. O t’ai tsai [100] perguntou a Tzu-kung: “Com certeza o Mestre é um sábio, não é mesmo? De outra forma, por que teria ele tantas habilidades?”. Tzu-kung disse: “É verdade, o Céu colocou-o no caminho da sabedoria. Entretanto, ele tem vários outros talentos”. O Mestre, ao ouvir isso, disse: “Como o t’ai tsai me conhece bem! Eu era de origem humilde quando jovem. É por isso que tenho várias habilidades manuais. Mas deveria um cavalheiro ter várias habilidades? Não, de modo algum”. 7. Lao [101] disse: “O Mestre disse ‘Nunca recebi um cargo oficial. É por isso que sou um faz-tudo’”. 8. O Mestre disse: “Possuo conhecimento? Não, não possuo. Um camponês me fez uma pergunta, e minha mente ficou completamente vazia. Revirei a pergunta por todos os lados até que consegui extrair tudo dela”. [102] 9. O Mestre disse: “A fênix não aparece, tampouco o rio revela um mapa. [103] É o meu fim”. 10. Quando o Mestre encontrava homens que estavam de luto ou de chapéu e trajes cerimoniais, ou que eram cegos, ele punha-se de pé, mesmo que fossem mais jovens do que ele, e, ao passar por eles, apressava o passo. [104] 11. Yen Yüan, suspirando, disse: “Quanto mais o observo, mais alto ele parece. Quanto mais o pressiono, mais duro ele se torna. Vejo-o à minha frente. De repente, está atrás de mim. “O Mestre é bom em conduzir alguém passo a passo. Ele me estimula com a literatura e me traz de volta às coisas essenciais por meio dos ritos. Eu não conseguiria desistir nem que quisesse, mas, uma vez que dei o melhor que pude, ele [105] parece levantar-se acima de mim e não consigo segui-lo, por mais que eu queira.” 12. O Mestre estava muito doente. Tzu-lu disse a seus discípulos para servirem de empregados. [106] Quando sua saúde melhorou, o Mestre disse: “Yu vem enganando há muito tempo. Ao fingir que eu tinha empregados quando não os tinha, a quem ele estaria enganando? Estaríamos enganando os céus? Além disso, não preferiria eu morrer nas mãos de vocês, meus amigos, do que nas mãos de empregados? E, mesmo que não me fossem dados funerais requintados, eu não morreria em negligência”. 13. Tzu-kung disse: “Se tivesse um belo pedaço de jade, você o guardaria com cuidado em uma caixa ou tentaria vendê-lo por um bom preço?”. O Mestre disse: “Claro que o venderia. Claro que o venderia. Estou apenas esperando pela oferta certa”. 14. O Mestre queria se estabelecer entre as nove tribos bárbaras do Leste. Alguém disse: “Mas o senhor conseguiria suportar seus modos selvagens?”. O Mestre disse: “Uma vez que um cavalheiro se estabelecesse entre eles, que selvageria ainda existiria?”. 15. O Mestre disse: “Foi depois da minha volta de Wei para Lu que a música voltou à ordem, com o ya e o sung [107] sendo designados para os devidos lugares”. 16. O Mestre disse: “Servir a altos oficiais quando no exterior e àqueles mais velhos que eu quando em casa; ao preparar funerais, não poupar a mim mesmo e beber pouco – essas são as coisas comuns que não me causam problema algum”. 17. Certa vez de pé, junto a um rio, o Mestre disse: “Tudo o que passa é, talvez, como este rio. Dia e noite, ele nunca desacelera”. 18. O Mestre disse: “Ainda estou para conhecer o homem que tenha tanta afeição pela virtude quanto pela beleza feminina”. [108] 19. O Mestre disse: “É como fazer um monte: se paro antes de encher a última cesta de terra, então não chegarei ao fim. É como aterrar o chão: se sigo adiante apesar de ter nivelado apenas o conteúdo de uma cesta de terra, então farei progressos”. 20. O Mestre disse: “Se há alguém que consegue me ouvir com atenção incansável, trata-se de Hui, suponho”. 21. O Mestre disse sobre Yen Yüan: “Vi-o progredir, mas não o vi dar completa vazão ao seu potencial. Que pena!”. 22. O Mestre disse: “Há, não é verdade?, plantas jovens que não conseguem produzir botões, e botões que não conseguem produzir frutas?”. 23. O Mestre disse: “Deve-se admirar os jovens. Como podemos ter certeza de que as gerações futuras não serão iguais à presente? Creio que apenas quando um homem atinge a idade de quarenta ou cinquenta anos sem se destacar de nenhuma maneira pode-se dizer que ele não merece ser admirado”. 24. O Mestre disse: “Não se pode senão concordar com palavras exemplares, mas o importante é retificar a si mesmo. Não se pode senão ficar satisfeito com palavras elogiosas, mas o importante é reformar a si próprio. Nada posso fazer com o homem que concorda com esses preceitos mas que não retifica a si próprio, ou com o homem que fica lisonjeado mas que não reforma a si próprio”. 25. O Mestre disse: “Fazer o melhor pelos outros e ser coerente com o que diz: faça disso o seu princípio norteador. Não aceite como amigo ninguém que não seja tão bom quanto você. Quando cometer um erro, não tenha medo de corrigilo”. [109] 26. O Mestre disse: “Pode-se privar os Três Exércitos do seu comandante, mas nem mesmo um homem comum pode ser privado do seu livre-arbítrio”. 27. O Mestre disse: “Se há alguém que pode usar um gorro surrado e remendado com velhos fios de seda e ainda assim conseguir permanecer junto a um homem que veste pele de raposa ou de texugo sem se sentir envergonhado, este é, creio, Yu. Nem invejoso nem ambicioso, Que pode ser ele, senão Bom?”. [110] Portanto, Tzu-lu constantemente recitava esses versos. O Mestre comentava: “O caminho resumido nesses versos dificilmente tornará alguém bom”. 28. O Mestre disse: “Apenas quando chega o frio percebe-se que o pinheiro e o cipreste são os últimos a perder as folhas”. 29. O Mestre disse: “O homem sábio nunca fica indeciso; [111] o homem benevolente nunca fica aflito; [112] o homem corajoso nunca tem medo”. [113] 30. O Mestre disse: “Um homem apropriado para ser o parceiro de alguém nos estudos não é, necessariamente, apropriado como o parceiro na busca pelo Caminho; um homem apropriado para ser um parceiro na busca pelo Caminho não é, necessariamente, apropriado como alguém com quem compartilhar um compromisso; um homem apropriado como alguém com quem compartilhar um compromisso não necessariamente é apropriado como parceiro para o exercício da excelência moral”. 31. As flores da cerejeira, Como ondulam no ar! Não é que eu não pense em você, Mas sua casa fica longe demais. [114] O Mestre comentou: “Ele não a amava de verdade. Se amasse, não existiria algo como ‘longe demais’”. www.https//rt.br. Abraço. Davi

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