www.apologistascatolicos.com.br.
Catolicismo. A DOUTRINA EUCARÍSTICA DE SANTO AGOSTINHO. Agostinho foi bispo de
Hipona (litoral noroeste da África). Nasceu em Tagaste (Numídia - Argélia) em 13 de
novembro de 354 e morreu em Hipona - Argélia em 28 de agosto de 430. Ele é um dos mais
proeminentes doutores da Igreja. Em seu ministério combateu fortemente as
heresias dos Maniqueus e Pelagianos. (ENCICLOPÉDIA CATÓLICA, 1907). Neste presente texto desejamos estudar qual o
ensinamento agostiniano em relação ao sacramento da ceia do Senhor, afim de
elucidar como a fé bi-milenar da Igreja não inova, mas repete sempre o mesmo
pensamento, comparando o ensinamento agostiniano e o que ensina o catecismo
católica atual. Já temos um texto anterior que refuta
as alegações de hereges e polemistas que querem perverter o pensamento
agostiniano para o seu próprio benefício (pode ser lida aqui)
portanto não trataremos no escopo do presente texto estas controvérsias. A DOUTRINA EUCARÍSTICA AGOSTINIANA. Assim define a doutrina Eucarística de Santo
Agostinho, o historiador e renomado estudioso protestante JND Kelly: “Há certamente
passagens em seus escritos que dão uma justificativa superficial para todas
essas interpretações, mas um veredicto equilibrado deve concordar que
ele aceitou o realismo atual. Assim, na pregação sobre ‘o sacramento
da Ceia do Senhor ‘ para pessoas recém-batizadas, ele comentou [Serm 227] ‘Esse
pão que você vê no altar, santificado pela Palavra de Deus, é o corpo de
Cristo. Essa taça, ou melhor, o conteúdo dessa taça, santificado pela Palavra
de Deus, é sangue de Cristo. Por esses elementos o Senhor Jesus Cristo quis
transmitir Seu corpo e sangue, que Ele derramou por nós.’ ‘Você sabe’, ele disse em outro sermão
[Serm 09:14], 'o que você está comendo e que você está bebendo, ou melhor, a
quem você está comendo e quem você está bebendo.’ Comentando sobre licitação do
salmista que devemos adorar o escabelo de seus pés, ele apontou [Enarr no Salmo
98:9] que esta deve ser a terra. Mas uma vez que adorar a terra seria
uma blasfêmia, ele concluiu que a palavra deve misteriosamente significar a
carne que Cristo tomou da terra e que Ele nos deu para comer. Assim era o corpo
eucarístico que exigia adoração.
Mais
uma vez, ele explicou [Enarr em Salmo 33, 1, 10] a frase: ‘Ele foi levado em
suas mãos’ (LXX de 1 Sam 21:13), que no original descreve a tentativa de David
de dissipar as suspeitas de Aquis, como referindo-se o sacramento: ‘Cristo foi
realizada em suas mãos, quando ele ofereceu seu próprio corpo e disse: ‘Este é
o meu corpo’. Poderíamos multiplicar os textos como
estes que mostram Agostinho tomando por garantido a tradicional identificação
dos elementos com o sagrado corpo e sangue. Não pode haver nenhuma
dúvida de que ele compartilhou o realismo assegurado por quase todos os seus
contemporâneos e antecessores”. ( Kelly, Early
Christian Doctrines, pp. 446-47.)
1 – A TRANSUBSTANCIAÇÃO. Uma das provas mais explicita que Santo
Agostinho cria na transubstanciação é quando ele usa o verbo do latim “fit”
(Fazer-se, transforma-se) para indicar a transformação do pão no corpo de
Cristo: “Hoc quod videtis, carissimi, in
mensa Domini, panis est et vinum; SED ISTE PANIS ET HOC VINUM ACCEDENTE
VERBO FIT CORPUS ET SANGUIS VERBI. Ille enim Dominus, qui in principio
erat Verbum, et Verbum erat apud Deum, et Deus erat Verbum 1,
propter misericordiam suam, qua non contempsit quod creavit ad imaginem suam,
Verbum caro factum est, et habitavit in nobis , sicut scitis; quia et
ipsum Verbum adsumpsit hominem, id est, animam et carnem hominis, et homo
factus est, manens Deus.” “Querido, você está
vendo isso em cima da mesa do Senhor é o pão e o vinho. MAS ESTE PÃO E
VINHO SE TORNAM O CORPO E O SANGUE DO VERBO AO CHEGAR A PALAVRA. De
fato, o Senhor, o Verbo que existia no princípio, o Verbo estava com Deus, e o
Verbo era Deus, porque a sua misericórdia, que o impediu de desprezar o que ele
criou a sua imagem, se fez carne e habitou entre nós, como sabeis. Como a
própria palavra se fez homem, isto é, a alma e a carne do homem, e se fez homem
permanecendo Deus. Por isso, uma vez que ele também sofreu por nós,
confiamos este sacramento de seu corpo e sangue, que também transformou a nós
mesmos. Na verdade, nós também nos tornamos seu corpo, por sua misericórdia,
somos o que recebemos.” (Sermão 229, 1) [http://www.augustinus.it/.../discorsi/discorso_302_testo.htm] Assim como na doutrina católica: “A comunhão de vida com
Deus e a unidade do povo de Deus, PELAS QUAIS A IGREJA É ELA MESMA, A
EUCARISTIA, as significa e as realiza. Nela está o clímax tanto da
ação pela qual, em Cristo, Deus santifica o mundo, como do culto que no
Espírito Santo os homens prestam a Cristo e, por ele, ao Pai.” (CIC - Parágrafo 1325). Em seu sermão
234 repete: “Norunt fideles quid dicam: norunt Christum in
fractione panis. Non enim omnis panis, sed accipiens benedictionem CHRISTI,
FIT CORPUS CHRISTI.” “O Senhor Jesus queria que aqueles cujos
olhos foram mantidos para reconhecê-lo, reconhecê-lo no partir do pão [Lucas
24:16,30-35]. Os fiéis sabem o que eu estou dizendo que eles conhecem a Cristo
na fração do pão. Pois nem todo pão, mas apenas aquele que recebe a bênção
de Cristo, TORNA-SE CORPO DE CRISTO.” (Sermões 234, 2) [http://www.augustinus.it/.../discorsi/discorso_329_testo.htm]. Exatamente como na doutrina católica: “Encontram-se no cerne da celebração da
Eucaristia o pão e o vinho, os quais, pelas palavras de Cristo e pela
invocação do Espírito Santo, SE TORNAM O CORPO E O SANGUE DE CRISTO.” (CIC - Parágrafo
1333). "Pela consagração do
pão e do vinho se efetua a conversão de toda a substância do pão na substância
do corpo de Cristo Nosso Senhor, e de toda a substância do vinho na substância
do seu sangue. Esta conversão foi com muito acerto e propriedade chamada pela
Igreja Católica de TRANSUBSTANCIAÇÃO [cân. 2]."
(Concílio de Trento Sessão 4)
2 – A ADORAÇÃO EUCARÍSTICA. Sustenta que devemos adorar a
Eucaristia: “Engrandeça o senhor nosso Deus (Salmo
98, 5). Engrandecei-o verdadeiramente, engrandecei-o bem. Vamos louvá-Lo, vamos
engrandecer aquele que forjou a própria justiça que temos; que operou em nós,
Ele prórpio. Pois quem, além d’Ele que nos justifica, praticou a justiça em
nós? Pois de Cristo é dito, que justifica o ímpio. (Romanos 4, 5)... E,
prostre-se diante escabelo de seus pés, porque Ele é santo. Diante do que nós
nos protramos? O Escabelo de seus pés. O que está sob os pés é
chamado de um escabelo[1],
em grego ποπόδιον ὑ, em latim Scabellum ou Suppedaneum. Mas considere, porém,
irmãos, que ele nos ordena a prostrar-nos. Em outra passagem das Escrituras é
dito, O céu é o meu trono, e a terra o escabelo dos meus pés. (Isaías 66, 1)
Ele, em seguida, manda-nos adorar a terra, já que em outra passagem isto é
dito, o que é escabelo de Deus? Como, então, devemos adorar a terra, quando a
Escritura diz abertamente, que você deve adorar o Senhor, o seu Deus?
(Deuteronômio 6, 13). No entanto, aqui ele diz, prostravam-se diante escabelo
de seus pés, e, explicando-nos o escabelo de seus pés é, ele diz: A terra é o meu
escabelo. Estou em dúvida, eu temo adorar a terra, pois aquele que fez o céu e
a terra pode me condenar; novamente, tenho medo de não adorar o escabelo do meu
Senhor, pois o Salmo me manda, prostravam-se diante escabelo de seus pés. Eu
pergunto, o que é escabelo de seus pés? E a Escritura diz-me, a
terra é o meu escabelo. Hesitando, eu me viro a Cristo, uma vez que eu
estou aqui procurando Ele próprio: e descubro como a Terra pode ser adorada sem
impiedade, e como o escabelo de seus pés pode ser adorado sem
impiedade. Pois Ele tomou sobre Si terra da terra; porque a carne é
da terra, e Ele recebeu a carne da carne de Maria. E PORQUE ELE ANDOU AQUI NA
PRÓPRIA CARNE, E QUE DEU A PRÓPRIA CARNE, PARA NOS COMERMOS PARA NOSSA
SALVAÇÃO, E NINGUÉM COME ESSA CARNE, A MENOS QUE TENHA ADORADO PRIMEIRO:
descobrimos em que sentido tal um escabelo de nosso senhor pode ser adorado, E
NÃO SÓ ISSO, NÃO PECAMOS EM ADORAR, MAS QUE PECAMOS EM NÃO ADORAR..” (Sobre o Salmo 98,
8) [http://www.newadvent.org/fathers/1801099.htm]. Agostinho explica que quando a bíblia fala sobre
"adorar o escabelo (estrado)" de Deus, está dizendo que se deve
adorar a Terra, por que a Terra é o Escabelo de Deus conforme diz o Salmo, e
Agostinho diz que tem medo de adorar a Terra por que é idolatria e Deus poderia
puni-lo, mas descobre que a "Terra" é a Carne de Cristo, por que ele
recebeu esta carne da terra, então ele entende em que sentido se pode adorar o
escabelo de Deus. Isto é o que também ensina a doutrina
católica: “VISTO QUE CRISTO MESMO ESTÁ PRESENTE NO
SACRAMENTO DO ALTAR, É PRECISO HONRÁ-LO COM UM CULTO DE ADORAÇÃO. ‘A visita ao
Santíssimo Sacramento é uma prova de gratidão, um sinal de amor E UM
DEVER DE ADORAÇÃO PARA COM CRISTO, nosso Senhor.’” (CIC –
Parágrafo 1418). Outra vez em seu comentário ao Salmo 21
explica: “COMERAM E ADORARAM-NO TODOS OS
RICOS DA TERRA, MESMO OS RICOS DA TERRA COMERAM O CORPO HUMILDE DE SEU SENHOR, mas não se
portaram como os pobres até chegar a imitação; contudo o adoraram. Diante dele,
tudo o que se prostraram todos os que vem a terra...” (Salmo 21,
explicação I, 30). [http://www.augustinus.it/spagnolo/esposizioni_salmi/esposizione_salmo_022_testo.htm]. 3 – A CELEBRAÇÃO SACRIFICIAL
EUCARÍSTICA EM BENEFÍCIO DOS MORTOS. Santo Agostinho sustenta que a ceia que
é sacrifício do Senhor é benéfica às almas dos mortos:
“Também
não se pode negar que as almas dos mortos encontram alívio com a piedade de
seus amigos e parentes que ainda estão vivos, quando O SACRIFÍCIO
MEDIADOR É OFERECIDO POR ELES, ou quando a esmola é dada na igreja.” (Manual de Fé,
esperança e amor 110) [http://www.newadvent.org/fathers/1302.htm]. “Mas, pelas orações da Santa
Igreja, E PELO SACRIFÍCIO SALVÍFICO, E PELAS ESMOLAS QUE SÃO DADAS PARA
SEUS ESPÍRITOS, NÃO HÁ DÚVIDA DE QUE OS MORTOS SÃO AJUDADOS, PARA QUE O SENHOR
POSSA LIDAR MAIS MISERICORDIOSAMENTE COM ELES DO QUE SEUS PECADOS MERECERIAM.
POIS TODA A IGREJA OBSERVA ESTA PRÁTICA QUE FOI TRANSMITIDO PELOS PAIS que
reza por aqueles que morreram na comunhão do Corpo e Sangue de Cristo, quando
são comemorados em seu próprio lugar no próprio sacrifício; e o Sacrifício é
oferecido também na memória deles, em seu nome. Se, as obras de misericórdia
são celebradas para o bem daqueles que estão sendo lembrados, quem hesitaria em
recomendar-lhes, em cujo nome orações a Deus não são oferecidos em vão? Não tem
nada para se duvidar de que essas orações são de lucro para os mortos; mas para,
dentre eles, os que viveram antes de sua morte, de uma forma que torna possível
para essas coisas para serem úteis para eles depois da morte.”(Sermões 172, 2) [http://www.augustinus.it/.../discorsi/discorso_223_testo.htm]. Novamente, isto é exatamente o que ensina o
catecismo da Igreja católica, que ainda cita Agostinho como referência a esta
doutrina: “O SACRIFÍCIO EUCARÍSTICO É TAMBÉM
OFERECIDO PELOS FIÉIS DEFUNTOS “que morreram em Cristo e não
estão ainda plenamente purificados”, para que possam entrar na luz e na paz de
Cristo: Enterrai este corpo onde quer que seja! Não tenhais nenhuma preocupação
por ele! Tudo o que vos peço é que vos lembreis de mim no altar do Senhor onde
quer que estejais. Em seguida, oramos [na anáfora] pelos santos padres e Bispos
que faleceram, e em geral por todos os que adormeceram antes de nós acreditando
que haverá muito grande benefício para as almas, em favor das quais a súplica é
oferecida, enquanto se encontra presente a santa e tão temível vítima. (...) Ao
apresentarmos a Deus nossas súplicas pelos que adormeceram, ainda que fossem
pecadores, nós (...) apresentamos o Cristo imolado por nossos pecados, tomando
propício, para eles e para nós, o Deus amigo dos homens. SANTO AGOSTINHO RESUMIU ADMIRAVELMENTE
ESTA DOUTRINA QUE NOS INCITA A UMA PARTICIPAÇÃO CADA VEZ MAIS COMPLETA NO
SACRIFÍCIO DE NOSSO REDENTOR, QUE CELEBRAMOS NA EUCARISTIA: Esta cidade remida
toda inteira, isto é, a assembleia e a sociedade dos santos, é oferecida a Deus
como um sacrifício universal pelo Sumo Sacerdote que, sob a forma de escravo,
chegou a ponto de oferecer-se por nós em sua paixão, para fazer de nós o corpo
de uma Cabeça tão grande. (...) Este é o sacrifício dos cristãos: “Em muitos,
ser um só corpo em Cristo” (Rm 12,5). E este sacrifício, a Igreja não cessa de
reproduzi-lo no sacramento do altar bem conhecido pelos fiéis, onde se vê que
naquilo que oferece, se oferece a si mesma.” (CIC – Parágrafo 1371 à 1372). 4 – A VIDA RECEBIDA ATRAVÉS DA
EUCARISTIA: Para Agostinho na Eucaristia temos
vida: “Por esses sacrifícios da Antiga Lei,
este sacrifício é representado, no qual há uma verdadeira remissão dos pecados;
MAS NINGUÉM É SOMENTE PROIBIDO DE LEVAR COMO COMIDA O SANGUE DESTE SACRIFÍCIO,
PELO CONTRÁRIO, TODOS OS QUE DESEJAM POSSUIR VIDA SÃO EXORTADOS A BEBER DO
MESMO.” (Perguntas
sobre o Heptateuco 3, 57). 5 – PARA SE TORNAR O CORPO DE CRISTO É
NECESSÁRIO A CONSAGRAÇÃO. Em sua obra contra
fausto que acreditava que Cristo estava presente desde a uva, ele evidencia que
tem que haver consagração do pão para se tornar corpo do Senhor, ou seja,
apenas após a consagração temos o Corpo de Cristo, nestas palavras se torna
evidente que ocorre uma mudança do que era pão para o que é o corpo de Cristo: “Fausto pensa que temos prática
religiosa idêntica a eles sobre o pão e o vinho, seja para o maniqueísta tomar
o vinho não é uma prática religiosa, mas um sacrilégio. Eles que reconhecem na
uva o seu Deus e não querem reconhecê-lo na cuba, como se lhes incomodasse o
que algo foi pisado e se algo foi introduzido nela. EM VEZ
DISSO, O NOSSO PÃO E O NOSSO CÁLICE, NÃO QUALQUER UM, como, segundo seus
delírios, pensavam que Cristo é um prisioneiro nas espigas e nos ramos, MAS
APENAS AQUELE QUE POR UMA CERTA FÓRMULA DE CONSAGRAÇÃO SE TORNA MÍSTICO PARA
NÓS, NÃO NASCE. Portanto, QUANDO A CONSAGRAÇÃO NÃO É DADA, embora haja pão
e o cálice são apenas alimento para reflexão, NÃO É SACRAMENTO
RELIGIOSO, pondo de lado o que abençoamos e agradecemos ao Senhor
pelo seu dom, não apenas espiritual, mas também corporal.” (Contra
Fausto XX, 13)
[http://www.augustinus.it/spagnolo/contro_fausto/libro_20_testo.htm]. Não basta dizer que esta é apenas uma mudança
moral, como a que ocorre nos outros Sacramentos. Pois, no De Trinitate, ele
representa a consagração misteriosa da Eucaristia como um milagre
transcendente, ao lado da qual os outros milagres de Deus, não tem nada
surpreendente. O homem pode fazer o pão e vinho, mas para transformá-las em tão
grande Sacramento, o Espírito Santo deve operar:
“Eu
chamo o corpo e o sangue de Cristo, não a linguagem do Apóstolo, ou o
pergaminho e tinta utilizada, ou o som expresso, ou alfabetos impressos nas
membranas, mas o fruto da terra formado pela semente, consagrado pela
oração mística, recebemos segundo o rito para a saúde da alma em memória da
Paixão do Senhor. SACRAMENTO FEITO VISÍVEL PELA INTERVENÇÃO
DOS HOMENS, MAS SANTIFICADO PELA AÇÃO INVISÍVEL DO ESPÍRITO SANTO; ao Deus agir
através de todos aqueles movimentos temporários que acontecem neste mistério,
movendo antes as formas visíveis dos ministros, seja atuando sobre a vontade
dos homens, ora sobre as virtudes de espíritos invisíveis sujeitos a Ele.” (Sobre a
Trindade III, 4, 10)
[http://www.augustinus.it/spagnolo/trinita/trinita_03_libro.htm]. Assim o Espírito Santo Atua invisivelmente no pão e
no vinho, isso é exatamente o que diz a doutrina católica. Embora as partes
visíveis mantenham suas aparências, sua substancia ou parte invisível é feita
corpo de Cristo pela ação do Espírito Santo. Confirma isto novamente em
seu sermão 272: “Sendo pequeno, tomou o peito, se
alimentou, cresceu, atingiu a idade adulta, os judeus o perseguiram,
penduraram-o no madeiro, ele morreu, o removeram, foi sepultado e ressuscitou
ao terceiro dia, quando quis, subiu ao céu, levando o seu corpo; dali virá para
julgar os vivos e os mortos, e agora lá está sentado à direita de Deus, “como
pode este pão ser o seu corpo e o cálice, ou melhor, o que ele contém, ser o
seu sangue? As realidades indicadas, meus irmãos, são chamadas “sacramentos”,
porque uma coisa é o que vemos e outra o que entendemos. O QUE VEMOS TEM
ASPECTO CORPORAL; O QUE ENTENDEMOS FRUTO ESPIRITUAL.”. (Sermão 272) [http://www.augustinus.it/spagnolo/discorsi/discorso_383_testo.htm]. Esta é a mesma doutrina católica conforme o
catecismo: “NA EPICLESE ELA PEDE AO PAI QUE ENVIE
SEU ESPÍRITO SANTO (OU O PODER DE SUA BÊNÇÃO SOBRE O PÃO E O VINHO, PARA QUE SE
TORNEM, POR SEU PODER, O CORPO E O SANGUE DE JESUS CRISTO, e para que
aqueles que tomam parte na Eucaristia sejam um só corpo e um só espírito
(certas tradições litúrgicas colocam a epiclese depois da anamnese). No
relato da instituição, a força das palavras e da ação de Cristo e o poder do
Espírito Santo tornam sacramentalmente presentes, sob as espécies do pão e do
vinho, o Corpo e o Sangue de Cristo, SEU SACRIFÍCIO OFERECIDO NA CRUZ UMA VEZ
POR TODAS.” (CIC – Parágrafo 1353).
6 – O CARÁTER SACRIFICIAL DA EUCARISTIA. Para Agostinho Cristo
é sacerdote e vítima e se oferece na ceia: “Cristo é tanto do Sacerdote, oferecendo a se
mesmo, quanto a própria vítima Ele quis que o SINAL SACRAMENTAL
disto devesse ser a oferta diária da Igreja, que, desde que a Igreja é seu
corpo e Ele a cabeça, ela aprende a oferecer -se por meio dele.” (Cidade de Deus 10,
20). Para Agostinho Cristo ao celebrar a ceia carregava seu
próprio corpo em suas mãos:
“Cristo
foi carregado na sua própria mão a seguinte descrição, quando REFERINDO-SE AO
SEU PRÓPRIO CORPO, ELE DISSE: ‘ESTE É O MEU CORPO’ (MATEUS. 26, 26). POIS ELE
CARREGAVA AQUELE CORPO EM SUAS MÃOS.” (Explicação dos Salmos 33, I : 11). [http://www.augustinus.it/.../esposizione_salmo_044_testo.htm]. A EUCARISTIA COMO A RENOVAÇÃO DO
SACRIFÍCIO DA CRUZ. Santo Agostinho cria totalmente no
caráter Sacrificial da Eucaristia, como já foi demonstrado em várias passagens,
porém deixa isso ainda mais claro em sua obra sobre 83 questões diversas: “Cristo, Sacerdote. Ele também é o nosso
sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedec, que se ofereceu como
sacrifício pelos nossos pecados, E NOS INSTRUIU PARA CELEBRAR A
RENOVAÇÃO DE SEU SACRIFÍCIO EM MEMÓRIA DE SUA PAIXÃO, de modo que, O
QUE MELQUISEDEQUE OFERECEU A DEUS VAMOS VER AGORA OFERECIDO NA IGREJA DE CRISTO
POR TODA A TERRA.” (Sobre 83 Questões Diversas – LXI, 2)
[http://www.augustinus.it/spagnolo/ottantatre_questioni/ottantatre_questioni_libro.htm]. Agostinho aqui deixa claro que o Sacrifício do
Culto Cristo é a renovação do Sacrifício da Cruz, tal qual a
doutrina católica ensina: “A Eucaristia é o memorial da Páscoa de
Cristo. ATUALIZAÇÃO e a oferta sacramental de seu único sacrifício
na liturgia da Igreja, que é o corpo dele.” (CIC – Parágrafo 1362). “A Eucaristia é,
portanto, um sacrifício PORQUE REPRESENTA (TOMA PRESENTE) o Sacrifício da Cruz, porque dele é
memorial e porque aplica seus frutos: [Cristo] nosso Deus e Senhor ofereceu-se
a si mesmo a Deus Pai uma única vez, morrendo como intercessor sobre o altar da
cruz, a fim de realizar por eles (os homens) uma redenção eterna.” (CIC -
Parágrafo1366). “A apresentação das oferendas ao
altar assume o gesto de Melquisedec e entrega os dons do Criador nas mãos de
Cristo. E ele que, em seu sacrifício, leva à perfeição todos os intentos
humanos de oferecer sacrifícios.” (CIC – parágrafo 1350). E compara isto ao sacrifício que Melquisedeque
oferecia, ora, o que Melquisedeque oferecia, não era algo “simbólico”, não era
algo “representativo”, não era algo “com certa presença”, era um sacrifício
real. CONCLUSÃO: Como visto, a doutrina católica é a mesma
agostiniana, tudo o que vimos nos escritos de Agostinho pudemos também
encontrar no catecismo da Igreja Católica, são os mesmos ensinamentos em grau,
número e gênero. Por fim, conforme as obras de Santo Agostinho citadas
tiramos as seguintes conclusões:
(1) O pão santificado "é o corpo de Cristo" (2) O vinho santificado "é o sangue de
Cristo". (3) Sabemos que Cristo, no partir do pão, e não todo o pão, mas
apenas aquele que recebe a bênção de Cristo "SE TORNA CORPO DE
CRISTO." (4) Quando Cristo disse: "Este é
meu corpo". Ele carregou "seu próprio corpo" em "suas
próprias mãos". (5) Cristo é "imolado". (6) Cristo é Sacerdote e Vítima e oferecendo-se no
cotidiano sacrificar o seu Corpo, a Igreja oferece-se através de/com Ele. (7) Todos os que desejarem ter a vida eterna deve
tomar como alimento e beber o sangue do sacrifício de Cristo na Santa Comunhão. (8) As almas dos mortos em Cristo encontrar alívio
por meio do sacrifício do Mediador oferecido por eles e através das orações do
Corpo vivo de Cristo na terra. (9) Toda a Igreja
observa essa prática transmitida dos pais - as orações da Santa Igreja, o
sacrifício salvífico, esmolas, obras de piedade e misericórdia são oferecidos
por aqueles que já morreram "na comunhão do Corpo e Sangue de
Cristo", para que o Senhor possa lidar mais misericordiosamente com os
seus pecados. (10) Cristo nos deu a Sua própria carne
"para ser comido para a salvação" e ninguém come essa carne, a menos
que adore. www.apologistascatolicos.com.br . Abraço. Davi
Nenhum comentário:
Postar um comentário