quinta-feira, 7 de julho de 2016

AS ERAS MAIS PRIMITIVAS DA TERRA. PARTE I.

As Eras Mais Primitivas da Terra. Parte I

Teosofia. Ao longo de alguns textos refletirei sobre um famoso livro considerado um clássico da literatura cristã chamado As Eras Mais Primitivas da Terra, Tomo II. Essa obra é do teólogo e erudito inglês G. H. Pember (1836-1910) e nosso objeto de ponderação se restringirá ao capítulo 13 que tem por título: Teosofia.  Antes de começar a discutir esse assunto é necessário trazer a luz alguns importantes esclarecimento. Primeiro não será questionado a pessoa do autor, pois sabe-se que em vida teve um reputação louvável, um caráter apreciável e contribui para a evolução do pensamento cristão moderno. Segundo não tenho interesse algum em menosprezar ou diminuir as teses e doutrinas que ele levanta quanto ao tema abordado. Terceiro reconheço que ele não é a única autoridade com voz ativa a falar sobre o assunto, pois os argumentos que ele defende são pessoais e em nenhum momento reivindica a cobertura de alguma instituição religiosa ou espiritual quando faz sua explanação. Quarto sua linha de raciocínio um século depois de sua morte pode não representar unanimemente as postulações dos teóricos e hermeneutas cristãos relacionados a esse assunto, principalmente quando percebemos a realidade do cristianismo atual multifacetado entre conservadores, progressistas, ortodoxos, pentecostais e neo pentecostais além das milhares de denominações e facções modernas. Quinto Pember usa quatro livros da Sociedade Teosófica para apresentar seus argumentos: Ísis sem Véu. O Caminho Perfeito. O Budismo Esotérico. O Mundo Oculto.  Diante dessa introdução começo as ponderações sobre o tema. Para facilitar a compreensão enumerarei os tópico desse capítulo e usarei algumas frases  para emitir minha opinião dentro daquilo que entendo sobre os argumentos defendidos por G. H. Pember. (1). Um Renascimento da Filosofia Comunicada Pelos Nefilin. Nesse tópico não tive interesse em abordar nenhum assunto. (2). A Sociedade dos Irmãos e Seus Objetivos. Aqui dou iniciou aos meus comentários. Na página 396 é dito "Posteriormente, um quinto objetivo foi revelado a destruição do cristianismo". Segundo Pember um dos objetivos da Sociedade Teosofica fundada por Helena P. Blavatsky (1831-1891) era destruir o cristianismo. Isso é inverossímil, falacioso, infelizmente Pember não leu o livro As Revelações Secretas da Religião Cristã de Anne Besant (1847-1933) onde ela postula o revigorar dos ensinamentos exotéricos comprometido com os mistérios da sabedoria divina dada aos cristãos primitivos e um engajamento esóterico para a evolução dos membros iniciados nas comunidades locais. "Mais tarde determinou-se espalhar entre os pobres pagãos incultos tantas evidências quantos fossem necessárias (...) dentre as quais os missionários trabalhavam". Aqui insinua-se que as lojas teosóficas nos países da Ásia oriental semeavam contenda e confusão contra os missionários. Um comentário duvidoso e calunioso, mas naquela época já eram conhecida as atividades ilegais e colonialistas que os missionários (Companhia das Índias Ocidentais) cometeram contra negros e índios no século XV escravizando-os e convertendo-os forçosamente ao cristianismo. Nessa época ainda não era reconhecido formalmente a alma humana entre os negros e índios. "Em um livro intitulado Budismo Esotérico  ainda mais notável (...) O Perfeito Caminho reivindicava inspiração (...) embora, no caso das Escrituras em hebraico e grego". Pember sarcasticamente compara esses livros da teosofia com as Sagradas Escrituras Cristãs sugerindo que a Sociedade Teosofica não as tem com relevância. (3). A Doutrina da Evolução da Alma. Na página 398 fala-se: "Agora, a teoria fundamental presente em todos esses livros, apesar de diferirem em si (...) doutrina da evolução da alma (...) repetidas reencarnações". Não entrarei no mérito desses dois sub tópicos (evolução e reencarnação), pois precisaria de muito tempo e nosso propósito de pensar o capítulo como um todo ficaria prejudicado, mas esta página mostra o uso de uma linguagem dogmática e excludente baseada em argumentos fechados e intolerantes. Se lerem o livro neste ponto perceberão também a inveja (espiritual) de G. H. Pember por reconhecer já em seu tempo a superficialidade e baixeza da teologia cristã tradicional. Um ensinamento religioso exotérico imediatista e contaminado por um secularismo idealista, materialista e consumista. Na página 400 é falado "O sistema todo é condenado pela resposta: o casamento é proibido ao neófito, que deve abster da carne e do álcool". Não existe nenhuma recomendação de proibição de casamento como é insinuado por Pember na doutrina exotérica teosófica. Chamar de apostasia o abster-se de carne e álcool é uma absurda insensatez. O vegetarianismo é reconhecidamente saudável e menos agressivo ao nosso organismo sendo um hábito alimentar  praticado hoje por muitas pessoas pelo mundo. "Declarando, então, que sua informação foi obtida por meio da memória intuitiva". Pember critica a memória intuitiva como armazenadora de informações, mas é infundada sua observação pois a neurociência constatou que ela funciona como uma das camadas do consciente intelectivo. A memória intuitiva tem entre suas funções armazenar as recordações passadas fazendo o indivíduo se reconhecer no mundo da realidade e no da aparência. A crítica nesse caso é improcedente, pois a ciência testemunha a favor do pensamento teosófico. "O éter interplanetário, conhecido na terminologia ocultista como fluido astral". O filósofo grego Aristóteles (384 AC 322) na Grécia Antiga falava de quatro elementos primordiais na natureza a terra, a água, o fogo e o ar, mas já nessa época falava-se no éter o quinto elemento que em sua composição fluida transmitia eletromagnetismo e luz sendo um dos constituintes das estrelas. Pember desacreditava da existência desse elemento e novamente erra no prognóstico, pois confirmando as observações dos filósofos gregos a física quântica tem provado experimentalmente em laboratório através da abstração e cálculos matemáticos que o éter realmente existe e que suas nano partículas transmigram substâncias atômicas de prótons e elétrons. Na página 400 fala-se "A forma na qual a Substância se manifesta é a evolução de sua Trindade". Nesse trecho do livro e em alguns parágrafos mais adiante há uma forte desconfiança quanto ao legado das tradições filosóficas e espiritualista dos povos orientais. Faz-me lembrar de sábios como Giordano Bruno (1548-1600), Nicolau Copérnico (1473-1543) e Galileu Galilei (1564-1642) que por pensarem diferentemente  da doutrina eclesiástica da igreja foram ameaçados, presos e alguns queimados como bruxos na fogueira da inquisição. O caso de Giordano Bruno (1548-1600) é interessante pois pesavam sobre ele as seguintes acusações: sustentar opiniões contrárias a fé católica e falar dela a seus ministros, discordar da doutrina da trindade bem como da divindade de Cristo e sua encarnação, divergir sobre a virgindade de Maria mãe de Jesus, não concordar com a transubstanciação dos sacramentos na missa, reivindicava uma pluralidade de mundos pela eternidade, acreditar em metempsicose e na transmigração da alma humana. Sua execução ocorreu no dia 17 de fevereiro de 1600, primeiro silenciado com um instrumento cortante depois queimado na fogueira "No plano intelectual, encontram-se a Vida, a Substância e o Fenômeno". A ciência tem evoluído na direção de que há um único princípio ativo nos minerais, vegetais, animais e humanos. Continuamos na parte II. Abraço. Davi.      

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