Colaboração Suzana Grossmann. Texto de Greg Martin. No "Gosho sobre a Oração", especificamente sobre a passagem que diz:
"nunca deixarão de ser respondidas as orações dos devotos do Sutra de Lótus".
Muitos
de nós temos vivido a experiência de nossas orações não serem
respondidas. Hoje eu falarei sobre a natureza da oração segundo o
Budismo, e como podemos aumentar o
poder e o benefício que recebemos de nossas orações.
Nossa prática budista jamais deve converter-se em uma luta de intermináveis
Aeons (um tempo infinito) até mesmo para as menores transformações do nosso carma. O Budismo de
Nitiren Daishonin foi concebido para produzir efeitos drásticos em nossa vida e em nosso carma. Se isto não acontece devemos nos perguntar porque
Nitiren promete que nossas orações serão respondidas.
Todas
as nossas orações são respondidas com toda certeza, porém, às vezes a
resposta é um não. Certamente se estivermos orando por algo que nos é
prejudicial, a resposta
nos é dada com um simples não. Por esta razão é que quero falar a
respeito da natureza da oração segundo o Budismo de
Nitiren Daishonin.
A oração no Budismo de
Nitiren Daishonin
é significativamente diferente da oração que a maioria de nós está
familiarizado desde criança. Se não compreendermos a diferença, teremos a
tendência a continuar orando como se estivéssemos
falando com algum poder externo a nós mesmos. Com isto, estaríamos
abordando só os aspectos superficiais de um
Budha, enquanto no nosso interior, permanecemos atados a nossa incorreta forma de pensar.
A
oração na tradição ocidental, procura a comunicação com um poder
transcendental acima e além de nós. Este poder que não existe dentro da
vida dos seres humanos, há de
ser encontrado em algum outro lugar. A oração é assim orientada para o
externo. Este tipo de visão religiosa se baseia na premissa de que os
seres humanos na profundeza de suas vidas são impuros e maus. Estas
orações estarão cheias de sentimentos de culpa.
Segundo o Budismo de
Nitiren Daishonin, a fonte e o poder estão em nosso interior. Uma oração budista é dirigida para dentro de nós mesmos. Buscamos
ajuda em nossa própria natureza, inerente, de Budha. Segundo este ensino, nós, somos por natureza valiosos e bons, por que possuímos a natureza de
Budha. As orações budistas estão cheias de um sentimento de responsabilidade e agradecimento.
As orações tradicionais de nossa cultura ocidental tendem ao pessimismo e a superficialidade. O Budismo de
Nitiren Daishonin, ao contrário, possui uma visão de vida essencialmente otimista. O
Gosho diz: "não despreze o ouro por estar
contido em uma bolsa imunda". Se o Irã fosse desprezado, o sândalo não
existiria. Se desprezar o sujo pântano do vale não poderão ser
recolhidas as flores de lótus que ali florescem. Aqui
podemos ver o enfoque fundamentalmente otimista da vida que o budismo
possui. Nossas orações devem ser para que colhamos flores de lótus no
lamacento poço de nossas vidas. A entonação do
Daimoku ao Gohonzon
está destinada a abrir nossos olhos para ver florescer flores de lótus.
Para nós é extremamente difícil perceber o que existe nas profundezas
de nossas vidas. Daishonin
revelou o Daimoku para que nós abramos os olhos e vejamos revelados os tesouros que possuímos.
Se recitar
Daimoku em frente ao Gohonzon em busca de alguém que venha e lhe traga um milagre, estará buscando no lugar errado. Nossa natureza de
Budha se encontra no profundo e obscuro
depósito de nossas vidas. Não é fácil encontrá-la, pois possuímos a
tendência de buscar a natureza de
Budha nas áreas de nossas vidas em que podemos vê-la com facilidade. Dentro de nós não só se encontra a causa de nossos sofrimentos, mas também a solução de nossos problemas. Se
dirigirmos nossas orações para fora de nós mesmos, essas orações não serão respondidas. Nada acontecerá.
O Budismo de
Nitiren Daishonin
(1222-1282) ensina que "os desejos mundanos são iluminação", isso quer
dizer que são os desejos mundanos causando nossos sofrimentos que nos
fazem buscar uma solução, e a solução que
o budismo nos dá é a própria iluminação. Todos sabemos que existem
problemas em nossas vidas. No
Gosho: A Felicidade Nesse Mundo,
Nitiren estabelece: "sofra o que tiver que sofrer e desfrute o
que tiver de desfrutar, considere os sofrimentos e alegrias como fatos
da vida. Ninguém pode evitar os problemas, nem mesmo os santos e
sábios". Até os santos e sábios possuem problemas.
O budismo aceita o fato de que ocorrem atribulações e que nós sofremos.
Nosso sofrimento faz brotar o desejo de erradica-lo e este desejo é que
nos inspira a buscar a melhora de nossas vidas.
Pelo
fato de não possuirmos sabedoria e porque existe obscuridade em nossas
vidas, tomamos atitudes incorretas, apesar de nossa sinceridade, fazemos
uma causa negativa
ao invés de uma positiva, mesmo que estejamos fazendo o melhor, estamos
cheios de ilusões.
Por
exemplo, imaginemos uma equipe de beisebol, uma equipe de atletas
dedicados e extremamente capazes. Suponhamos que são enviados a
Korea para competir na Copa Mundial de
futebol. São informados que se vencerem receberão um milhão de dólares
por ano pelo resto de suas vidas. Ficam extremamente motivados! Porém
ninguém lhes disse as regras do futebol. Os jogadores
entram em campo com suas luvas e bolas, dispostos a ganhar a copa,
jogam dando o melhor de si, porém só podem jogar segundo as regras do
beisebol porque não conhecem as do futebol. Assim tentam acertar a bola
de futebol para dirigi-la a trave e fazer gols.
E, são penalizados. Apesar da sinceridade deles, eles utilizam as
regras erradas. Não podem jogar porque não conhecem as regras. Na vida
também é assim. Você será infeliz se sua vida estiver cheia de
falsidade, não importa quanto tem se dedicado. Você continuará
fazendo suas causas negativas devido a sua concepção incorreta,
perpetuando assim, seu mau carma. Seu desejo de erradicar seus
sofrimentos os aumenta mais. É por isso que as vezes parece que quanto
mais tentamos resolver algo, pior fica.
Sakyamuni
Budha estabeleceu que devíamos eliminar os
desejos para evitar os caminhos do sofrimento. Isto para nós não é
prático e nos leva a um beco sem saída.
Nitiren Daishonin diz que podemos transformar os desejos mundanos usando a sabedoria. Quando estamos sofrendo, podemos fazer
Daimoku em frente ao Gohonzon e orar pela sabedoria para ver corretamente a raiz do nosso sofrimento e fazer a causa adequada. A sabedoria nos permite
romper esta corrente cármica. Desenvolvemos
sabedoria, a qual nos inspira a tomar uma atitude que nos libera do
nosso sofrimento e nos leva a aprofundar a fé. Assim pegamos então, um
caminho de vida completamente diferente.
Segundo o Budismo de
Nitiren Daishonin, a intenção de nossa oração é transformar a concepção errada das coisas em sabedoria. A SABEDORIA É O MÁXIMO BENEFÍCIO DA PRÁTICA BUDISTA. Nossa
sociedade tende a promover a concepção de que o propósito da vida é
reunir tantas posses materiais quanto possíveis. O budismo diz que este
realmente não é o propósito da vida.
Recentemente,
um membro da Divisão dos Adultos (atual Sênior) me procurou e disse-me
que necessitava de ajuda com seu carma financeiro. Não tinha conseguido
mudar este carma
nos seus dez anos de prática. A primeira pergunta que lhe fiz foi: que
tipo de trabalho você faz? Ele disse que não tinha trabalho. Perguntei o
por quê, e respondeu-me que tinha se demitido de seu emprego seis meses
atrás. Perguntei o por quê. Disse-me que
tinha entrado em desacordo com seu chefe e que sentiu que tinha que se
demitir. Conversando sobre seus empregos anteriores, disse-me que sempre
se desentendia com seus superiores e acabava perdendo o emprego. Essa
pessoa, em dez anos de prática obteve vários
empregos e perdeu todos. Perguntei-lhe como esperava progredir
financeiramente se não trabalhava. Não existe mágica no budismo, não é
sensato pensar que uma pessoa possa progredir financeiramente se não
possuir um trabalho. Então me revelou que sua verdadeira
pergunta era: por que tenho o carma de ter chefes autoritários? A
maioria de nós pensa que as coisas más são culpa do nosso carma.
Pensamos que nosso carma existe fora de nós, mas isso não é correto.
ENTÃO, O QUE É CARMA?
Carma é nossa incapacidade de lidar com os problemas que nos acontecem. Não
sabemos como resolvê-los quando nos atingem e acabamos errando e assim
criando mais problemas. Em todo caso, eu lhe mostrei sua tendência de
irritar-se com seus chefes. Ele tinha um padrão claro, mas era muito
difícil para esta pessoa perceber que seu problema
era a ira. O Budismo diz que se você tem ira, tem veneno da arrogância.
Disse a ele que até que ele fosse capaz de controlar sua mente
arrogante e a sua ira, não poderia manter um trabalho. Em realidade ele
era uma pessoa muito talentosa, porém isto o levou
a crer que poderia fazer o que queria no seu trabalho e maltratar os
demais.
Disse
a ele que precisava encontrar o modo de deixar de perder seus
trabalhos. Ele tinha que transformar o seu carma. Disse a ele também,
que não permitisse que sua ira
o derrotasse, que orasse sinceramente para ter sabedoria de responder
às situações de um modo diferente da ira. Até hoje ele está empregado
por três anos e recentemente comprou uma casa. Qual benefício seria
maior, outro trabalho que talvez poderia perder
ou a sabedoria para ver a causa raiz de seu problema para não ter que
repeti-lo?
As pessoas pagariam, milhões de dólares pela sabedoria de poder compreender a verdadeira natureza do sofrimento.
O Budismo se refere à vida interior, ao despertar a sabedoria sobre nossa verdadeira natureza. Esta
sabedoria é mil vezes mais valiosa que todos os pequenos benefícios que
uma pessoa possa juntar. Se nos prendemos na busca de posses materiais,
algum de nós poderia pensar que só essa meta "seria uma maravilhosa
prova real". Eu não acredito que seja assim.
Quantas vezes nos ocorreu pensar ao ver um milionário: caramba, qual
será a religião que pratica essa pessoa? Talvez eu me converta a ela.
A
procura de posses materiais não é algo negativo, mas este não é o
propósito da vida. O que o ser humano busca é a maneira de transformar a
si mesmo. Esta é a natureza
da oração do budista. Nitiren Daishonin não diz que os desejos se convertem em benefícios, mas que os desejos conduzem ao conhecimento de nós mesmos.
Naturalmente
se nós mudamos, nosso meio reflete essa mudança e experimentamos
benefícios. Mas se o que procuramos é o benefício sem passar pelo
processo interno, finalmente
nada acontecerá. O Gohonzon não tem poder para transformar o nosso meio ambiente, o que o
Gohonzon tem é o poder para transformar a nós mesmos. Quando usamos o
Gohonzon para nos transformar então nosso meio se transforma. Há uma grande diferença. Deveríamos determinar diante do
Gohonzon que resolveremos nosso problema, que ultrapassaremos nosso sofrimento.
Quando você ora ao
Gohonzon com esta visão, se surpreenderá ao ver o que percebe de você mesmo e o que precisa melhorar na sua vida. O Budismo tem a ver com a reforma interior e não com a reforma exterior. Naturalmente
no ambiente também ocorrem benefícios mas em realidade esta não é a ideia central.
Temos
ouvido falar sobre os quatro poderes do Budismo. Os poderes da FÉ e da
PRÁTICA fazem brotar os poderes do BUDHA e da LEI? No
Gohonzon? Não. O poder do Budha e da Lei estão na natureza do
Budha dentro de nossa própria vida. Os poderes da Fé e da Prática nos despertam e os fazem brotar.
A força de nossa fé determina o grau em que manifestamos o poder do
Budha e o poder da Lei em nossa vida. Qual é o poder do
Budha? O poder do Budha é a sabedoria. Quer dizer, a mente do
Budha, ou seja, a mente que percebe a verdadeira natureza de todos os fenômenos. Qual é o poder da Lei? É o corpo e a ação do
Budha. Quando oramos ao Gohonzon,
contatamos a sabedoria para perceber a verdadeira natureza do que
realmente está acontecendo e encontrar a raiz do nosso problema.
O poder do
Budha e o poder da Lei surgem porque usamos nossa voz, a voz do
Budha, para orar ao Gohonzon. Oramos ao
Gohonzon para ter sabedoria e força para
ultrapassar nossos problemas. Deveríamos ter este tipo de determinação
na oração. Pode ser que não tenhamos uma chave que nos leve a descobrir o
que fazer. Porém não tem problema. É por isso
que praticamos. Se já soubéssemos o que fazer não estaríamos sofrendo,
já teríamos superado o problema.
Podemos fazer uso da determinação, porém necessitamos sabedoria. Façam
Daimoku de frente ao Gohonzon, estudem o
Gosho, leia as orientações do Presidente
Ikeda e procurem orientação com os responsáveis. Tudo isto funcionará
para ressaltar a causa raiz do seu sofrimento.
Um
exemplo é quanto você lê uma orientação do Presidente Ikeda com uma
atitude séria, não por formalidade, mas com a atitude: "Presidente
Ikeda, tenho um problema, necessito
sabedoria". Você começa a ler, de repente um parágrafo te enche os
olhos e você pensa: "ele está falando para mim"! Então para aí mesmo e
aja. Isto é sabedoria. A sabedoria vinda do seu mentor, do seu mestre.
Então você perceberá que possui uma relação pessoal
com o presidente Ikeda. Você descobrirá que ele está te ensinando as
regras. Se você não está buscando sabedoria não encontrará. Se você está
somente buscando benefícios não encontrará sabedoria. A sabedoria é
o mais valioso dos tesouros.
Nós
praticamos o Budismo para conseguir ser a pessoa que queremos ser. Em
que tipo de pessoa você está se convertendo? O que queremos é estar
iluminados, é ser
Budha. Algumas vezes isto pode parecer uma
realidade muito abstrata, porém converter-se em uma pessoa iluminada,
fazer brilhar a luz na sua vida, é algo que você pode fazer todos os
dias. Toda vez que você faz
Daimoku de frente ao Gohonzon
para ter sabedoria de compreender a raiz de seu sofrimento é a ação
fundamental que deve realizar para alcançar a felicidade, você está
buscando a iluminação. A
budhicidade não e algo inatingível nem algo que quem sabe um dia atingiremos. Toda manhã e noite você atinge a
budhicidade.
O
Gosho "A Pessoa e a Lei" estabelece o
seguinte: "Devido ao fato de que a Lei é Suprema, a pessoa é digna de
respeito". Visto que o ensinamento que abraçamos é verdadeiro, quem seja
que abrace este ensinamento se converte em uma pessoa
respeitável, se converte em Budha. O
Gosho continua dizendo: "Visto que a pessoa é digna de respeito, a terra se torna sagrada". Abraçando o
Gohonzon atingimos a budhicidade. Onde quer que estejamos, esse lugar se converte na terra do
Budha. A cozinha se torna a cozinha do
Budha, a escola se torna a escola do Budha. Quantos de vocês encontram a terra do
Budha quando vão ao trabalho? Quem supostamente pode levar o
Budha ao trabalho? É você, que tem o
Gohonzon. É você quem tem que fazer despertar a vida de
Budha e levá-la ao trabalho. Porém você a deixou em casa no seu
Butsudan (oratório).
Se você faz
Daimoku ao Gohonzon pela manhã com a determinação de: Levarei comigo a vida do
Budha e transformarei o meu local de
trabalho. Necessito sabedoria, força e vou estabelecer a diferença. Você
se surpreenderá com o poder que já possui para transformar sua vida.
Na
"Revolução Humana", o presidente Ikeda disse: "Se uma pessoa crê em
algo errado, seja o que for, esse algo o arrastará às profundezas do
sofrimento. O mesmo é válido
para um grupo de pessoas, sociedade e toda uma nação. Confundir com
verdadeiro algo que em realidade é uma ilusão e crer nisto, é a coisa
mais terrível da vida". Se as coisas nas quais você crê são equivocadas,
estas te conduzirão ao inferno em um minuto. Suas
crenças fundamentais são as coisas mais importantes no mundo para você. Se
sua vida está baseada em ilusões e fantasias, você se encontrará no
inferno e no sofrimento e não poderá sair dali. Praticamos para aprender
as regras da vida e mudar nossa visão básica da mesma. Uma vez que você
conhece as regras do jogo poderá atuar livremente para sempre.
O
presidente Ikeda concluiu dizendo: "Nada ajudará a essa pessoa por mais
que seja cheia de boas intenções e por mais esforço que faça. Se essa
pessoa crê em algo falso
e contrário à ciência, não poderá evitar de atrair para si má sorte.
Isto é inevitável. Uma pessoa pode depositar sua confiança em uma
doutrina específica, numa ciência, na religião, em seu país, em seus
negócios, em seus familiares, em seus amigos, sem suas
convicções, na medicina ou na tecnologia. Os seres humanos não podem
atuar a menos que acreditem em algo inconscientemente, até aquele que
ostenta o seu ateísmo atua sobre a base de alguma crença. Todos os
assuntos mundanos não são mais que a soma total de
suas ações enraizadas na fé. Crer não é algo separado da vida, tão
pouco é algo que se encontra confinado a um grupo selecionado de
pessoas. O importante é até que ponto uma pessoa é consciente daquilo
que crê. A maioria das pessoas jamais chegou a perguntar-se,
se a base de suas crenças é absolutamente correta. Sendo correta ou
incorreta sua crença, sendo justa ou malvada, seguem seus caminhos
alegremente. E é ali, justo ali, onde está a raiz de sua infelicidade".
Quantas
vezes temos nos perguntado se nossas crenças fundamentais são corretas?
Muitas, muitíssimas vezes vi pessoas com 15 ou 20 anos de prática que
se encontram presas,
incapazes de avançar. A prática deles se transformou em uma
dificuldade. Quando examinamos a causa disto, percebemos que, apesar de
conhecerem toda a teoria do Budismo, em seus corações ainda creem que é
responsabilidade dos outros. Estão em Dotai
Shin ou "um corpo, muitas mentes" (Não se encontram em harmonia), ou seja, o oposto de
Itai Doshin,
"muitos corpos e uma mente" (Harmonia entre as pessoas). Falam como
budistas, porém dentro de si mesmo, não possuem as crenças fundamentais e
por fim sua prática budista deixou de produzir
benefícios, pois não estão tentando transformar suas crenças errôneas
em corretas.
O
Gosho "Rissho
Ankoku Ron" (A Pacificação da Terra através do Verdadeiro
Budismo) estabelece: "Portanto, você rapidamente deve transformar as
crenças que você mantém em seu coração e abraçar o meio único, a única
doutrina correta do Sutra de Lótus".
O
Gohonzon é Kanjin no
Gohonzon, ou seja, o verdadeiro objeto de adoração de sua própria vida. Quando se faz
Daimoku buscando a verdade, você também possui a natureza de
Budha. A menos que você tenha coragem de ver a verdadeira natureza de sua vida, não poderá encontrar a natureza de
Budha. Tem que ter a coragem para ver.
A pergunta é: funcionará igual às velhas orações? Na "Revolução Humana", volume 10, o presidente Ikeda pergunta se o
Daimoku é suficiente. Sua conclusão é não. O
Daimoku é a base de tudo, mas por si mesmo não é suficiente. O
Daimoku deve se conjugar com outros aspectos da prática. O
Gosho "Sobre a Oração", diz: "Jamais aconteceria das orações de um devoto do Sutra de Lótus ficarem sem ser respondidas". Porém, o
Gosho "A Estratégia do Sutra de Lótus", diz:
"Um covarde não conseguirá que suas orações sejam respondidas". Em
outras palavras, é possível que suas orações não obtenham respostas.
O vice-presidente Tsuji disse uma vez: "Todos temos o mesmo
Gohonzon e praticamos da mesma maneira,
porém vemos que umas pessoas recebem tremendos benefícios, e outras não
obtêm quase nada e outras encontram tremendas perdas". Qual é a relação
correta com o
Gohonzon? Como podemos praticar para receber benefícios? O
Gohonzon que está fora de nós nos produz alegria interior e quando estabelecemos uma relação com o
Gohonzon ao recitar NAM MYOHORENGUE KYO, o NAM MYOHO RENGUE KYO que está em nosso interior brotará. Se olharmos o
Gohonzon e pensarmos que por fazer isto "vou
obter algo", que for fazer a prática vamos obter algo, seremos como um
mendigo pedindo. Pode ser que nestas circunstâncias possamos receber
benefícios, mas o tipo de benefício que recebemos
deste modo será tão pequeno como a gorjeta que recebe um garçom em
comparação ao valor total da conta a ser paga.
Devemos fazer
Daimoku com atitude de que através de nossas orações ao
Gohonzon, seja por uma casa nova ou por negócios, ou seja, saúde, podemos contribuir para o
Kossen-Rufu (Paz Mundial). Determinem ao
Gohonzon: "Pelo Kossen-Rufu, permita-me, por favor, ultrapassar essas dificuldades". Os Deuses Budistas nos darão proteção baseados em nossas orações pelo
Kossen-Rufu. Sem pensar no Kossen-Rufu
e simplesmente recitando NAM MYOHO RENGUE KYO, obteremos poucos
benefícios. Os benefícios derivados das nossas orações baseadas no
Kossen-Rufu são tão dinâmicos como
voar em um avião, enquanto orar só pelo nosso próprio benefício é tão
lento quanto caminhar.
O
Gosho "Sobre atingir o Estado de Buda" diz: "Mesmo que você faça
Daimoku e acredite em NAM MYOHO RENGUE KYO,
se pensa que a Lei está fora de você não estará abraçando a Lei
Mística". O que significa isto? Se você pensa que a causa de seus
problemas está fora de você e que a solução destes problemas
também está fora de você, então não estará abraçando a Lei Mística, e
sim um ensinamento inferior. Mesmo que façamos
Daimoku diante do Gohonzon, se acreditando que "a resposta está fora de mim", em realidade você não está praticando o Budismo, mesmo recitando
Daimoku.
O
Gosho segue dizendo: "Ensinamento inferior
significa aqueles ensinamentos diferentes a este Sutra, os quais são
todos provisórios e transitórios. Nenhum ensinamento provisório conduz
diretamente à iluminação, você não pode atingir
a budicidade mesmo que pratique existência após existência por incontáveis
aeons".
Imagine fazer
Gongyo, Daimoku e
Chakubuku, participar de reuniões, promover as publicações e participar do
Kofu existência após existência durante incontáveis
aeons, sem jamais mudar o seu carma, sem jamais atingir a
budhicidade. Esta é uma idéia deprimente.
Daishonin aqui está mostrando a importância que existe
em não ver fora de si mesmo. Não
tente obter o poder de fora de você. Busque a solução de seus problemas
no seu interior, você é o problema e também é a solução.
Se você faz
Daimoku em frente ao Gohonzon
com a oração: "Me dê sabedoria para compreender o que devo fazer. Me dê
sabedoria para saber que ação tomar", você se surpreenderá com o seu
avanço. As orações dirigidas para
fora não ajudam em nada, por mais que as repitam pelo resto da vida.
Daishonin mostra aqui, estritamente que se você vai fazer
Daimoku, não perca o seu tempo tentando ajustar as coisas fora de você. O
Gohonzon quase não possui nenhum poder para o mundo exterior,
porém possui um universo ilimitado de poder para transformar você e a
reformar sua vida. Abra sua vida e veja sua verdadeira natureza.
Confronte-se com esta verdadeira natureza e a maneje.
Ela está caracterizada por um dos três venenos: avidez ou avareza, ira e
estupidez. Para descobrir qual é a sua pergunte-se: sou Ávido?
Colérico? Estúpido? Será um dos três?
Daishonin segue dizendo: "Você não pode atingir a
budicidade, ainda que pratique existência após existência por incontáveis
aeons. Atingir a budicidade
nesta existência é então impossível. Por exemplo, um homem pobre não
ganha um centavo só por contar a riqueza de seu vizinho, nem que o faça
noite e dia". Este
Gosho segue dizendo que se você não
compreende que isto está acontecendo dentro de você e não em outro
lugar, você não poderá mudar o seu carma. Sua prática se converterá
assim, em uma austeridade interminável e dolorosa.
Vejamos de outro modo. Observe sua vida. Existe uma área de sua vida na qual quando você faz
Daimoku parece uma austeridade dolorosa e
interminável? Pode ser o trabalho, suas relações, seus filhos ou
qualquer outra coisa. Pode ser que esteja muito bem nas demais áreas,
mas quando se trata das relações, por exemplo, pode
ser totalmente não budista e não obter benefícios. Isto pode continuar
por anos. Você pode dar-se por vencido de tanta dor. O problema não é o
Budismo, o problema é o seu carma que é muito pesado. O problema é que
você está buscando no lugar errado. Você é
o problema e não está buscando dentro de você mesmo. É mais fácil ver
fora.
Digamos que você tem um grande problema e quer resolver e começa um milhão de
Daimoku. Quando chega a 950.000
Daimoku, de repente você percebe que talvez o problema seja eu.
Sabendo disto, podemos encurtar um pouquinho este processo. Comece
sabendo que "o problema sou eu". Assim poderá progredir ao fazer só
50.000 de
Daimoku ao invés de um milhão. A qualidade de sua oração é tão importante quanto a quantidade. Porém
a qualidade da oração é extremamente
importante. Quando vemos nossa prática, a vemos em uma só direção, ou
seja, voltados sós para nós mesmos. A maioria das vezes pensamos que
estamos muito bem, mas alguém de fora pode ver claramente se a conduta
da nossa prática desviou-se. Isto é especialmente
válido quando se tem encarregado com maior experiência na prática.
(REVEJA ISTO).
É por isto recebemos orientações.
Quando você vai receber orientação, o que você imagina que te dirão? Faça
Daimoku! Não é assim? Aconteceu alguma vez que o orientação foi: "Penso que você está fazendo muito
Daimoku." Infelizmente não.
Você
já sabe a princípio quando vai receber uma orientação, qual será a
conclusão. A pessoa que dá orientação também sabe qual será a conclusão,
então, para que se recebe
orientação? A razão se deve ao fato de que seu Daimoku não está alcançando o
Gohonzon. Nada acontece e você se sente
frustrado. Precisa de alguém que lhe diga algo: "Ah! Sua concepção se
tornou uma concepção não budista, você perdeu o espírito correto e está
fazendo
Daimoku por uma motivação errada". O poder da orientação é redirecionar nossa oração ao
Gohonzon para obter o benefício de começar a fluir novamente.
Quando
perdemos a perspectiva budista e começamos a ver fora de nós, seja
culpando os outros ou pensando que o problema está fora de nós, não
existe uma voz que nos diga:
"Êpa, você está voltando a olhar fora de você". Você continua agindo como no passado e sem perceber que seu
Daimoku está perdendo a força. A felicidade já não está presente.
Pode
ser que você comece a pensar: Talvez eu nunca tenha alcançado
benefícios! Talvez esta prática nunca tenha funcionado para mim. Começam
a aparecer as dúvidas e é assim
que se enfraquece a fé, e é por isso que precisamos de orientações e
incentivos de como fortalecer nossas orações. Desfazermos de toda
concepção não budista e dirigir a oração para nossa Revolução Humana.
Após uma orientação a gente começa a perceber os benefícios,
porém não pela orientação em si, mas pela nossa oração. A orientação ajuda a pessoa a ver como orar corretamente.
Segundo o Budismo de
Nitiren Daishonin,
a forma como oramos faz toda a diferença no mundo. O que Significa orar
como Devoto do Sutra de Lótus? Um aspecto é que o devoto praticante do
Sutra de Lótus toma como base principal
três coisas: suas orações não podem ser respondidas se não está
praticando para a felicidade dos outros, se não está estudando e se não
está fazendo
Daimoku. Você
sabe se está ou não dando o máximo de si nessas áreas. Se sua prática
perdeu o poder de produzir benefícios, eu no seu lugar começava a
analisar estas três etapas da prática e perguntava: estou esforçando ao
máximo de minhas capacidades no estudo, na prática
para mim e para os outros, se você quer mudar sua vida com maior
rapidez, fortaleça estes três aspectos.
Algumas
pessoas pensarão ao que o presidente Ikeda disse-nos em fevereiro de
1996, que "demonstrar a prova real em sua vida quotidiana é o mesmo que
praticar para os outros".
Mas não é assim uma coisa é tão importante quanto a outra, isto é
certo. Devemos demonstrar a prova real na nossa vida quotidiana e
praticar para os outros, visto que são duas coisas diferentes.
Praticamos
em dois âmbitos diferentes, e o que o presidente Ikeda estava dizendo
era que não levaremos a sério a prática para os outros descuidando da
nossa vida quotidiana.
Também estava dizendo que não pratiquemos para obter benefícios as
custas dos demais. Lute para satisfazer ambas. O estudo é a coluna
vertebral para poder fazer isto.
A
oração do Devoto do Sutra de Lótus é respondida porque ele leva a sério
estas três práticas fortemente. O Devoto do Sutra de Lótus não está
buscando benefícios pessoais,
mas esclarecimento e sabedoria para converter-se em um Buda, você obtém
benefícios.
O presidente Ikeda deu a seguinte orientação: "Segundo o budismo as orações nunca terminam no próprio ato de orar, mas incluem
as ações que uma pessoa investe para realizar seus objetivos". É
assim como no caso da flecha que primeiro puxamos a corda do arco ao
máximo para trás, tencionando o arco para que a flecha seja disparada
carregada
de energia ao seu objetivo. A oração é fútil. Uma oração é resultado de um grande senso de responsabilidade.
Outro aspecto do carma que é mal interpretado com
freqüência é o seguinte: às vezes pensamos que nosso carma é algo que está fora de nós. No entanto a conduta de outra pessoa não é o seu carma. Seu carma é que você não sabe como responder
ao comportamento do outro. Você não pode manipular a conduta do outro e então responde de forma equivocada. Este é o seu problema. O seu comportamento é o seu carma. Às
vezes pensamos que somos uma pessoa terrível. Não é certo, pois ela é uma pessoa terrível por si mesmo.
A
pergunta é: Porque você está sofrendo? Você tem o carma de estar com
esta pessoa, porém de qualquer maneira essa pessoa ia ser assim. Você
não fez nada para que Lea fosse
assim. Pergunte a si mesmo. Porque você é incapaz de manejar esta
pessoa? Porque esta pessoa te faz enfurecer? Porque você permite que
essa pessoa te faça infeliz? Neste caso, você tem o carma de não ser
capaz de manipular estas coisas ao seu redor. Este é
o seu problema. Quando você faz Daimoku
para ser capaz de lidar com esta pessoa, de crescer mais e de ser mais
forte que ela para não continuar sendo afetado por ela, então, já daí,
ela não te afetará mais. Você transformou o seu
ambiente. O
presidente Ikeda continua dizendo nesta mesma orientação: "Nunca
surgirá uma verdadeira oração de uma
atitude irresponsável, superficial e se levamos as coisas levianamente
seja no trabalho, na vida quotidiana e com relação à própria existência.
Quem assume a responsabilidade de tudo está envolvido ou comprometido e
trabalha seriamente para melhorar, esta
pessoa desenvolve fortes orações. A
vida por si só é uma batalha. Você ganha ou perde. Nem sempre o
resultado é determinado pela experiência ou habilidade que possuímos. O
mais importante é a decisão de vencer.
Então ore sinceramente com todo o seu poder, fazendo surgir uma grande
sabedoria toda vez que fizer o esforço necessário, realizará o seu
objetivo".
Tenha uma determinação de: Ultrapassarei meu sofrimento, infalivelmente vencerei! Você pode não ter a menor
idéia de como fará, portanto, necessita sabedoria e força, e é nesse tipo de oração
autopotencializadora que produz resultados.
Na
Nova Revolução Humana consta o seguinte trecho: "O Budismo é um
ensinamento de razão sem comparação. Porém a força da nossa fé deve se
manifestar na forma de estudar,
de exercer nossa criatividade e de fazer o dobro de esforços do que
qualquer outra pessoa. O
Daimoku sincero faz nascer a energia para desafiar tudo isto. Seu
Daimoku também deve ser um compromisso. Por
isso existem várias formar de orar: Algumas pessoas poder orar para que
tudo lhes aconteça sem grandes esforços, porém a religião que estimula
esse tipo de oração conduz as pessoas a ruína.
Orar segundo o budismo de Nitiren
Daishonin, significa fazer Daimoku baseado em um compromisso ou promessa. Esta promessa na sua verdadeira essência, é de realizar o
Kossen-Rufu. Significa fazer Daimoku com determinação. Por exemplo: "Realizarei o
Kossen-Rufu do Brasil, portanto demonstrarei
uma magnífica prova real no meu trabalho. Por favor faça-me capaz de
manifestar de alguma maneira meu máximo potencial". É assim que devem
ser nossas orações.
É
importante também que estabeleçamos objetivos claros e concretos do que
desejamos realizar cada dia e então orar e desafiar para a
concretização de cada um deles. Essa
determinação sincera fará surgir sabedoria e abundância de recursos que
conduzem a realização. Em resumo, para vencer na vida precisamos de
determinação e de oração, de esforço e criatividade. É errado sonhar em
enriquecer rápido com a expectativa de ter sorte
de ganhar esse dinheiro de forma fácil ou desonesta. Isto não é fé,
isto é fantasia.
No Budismo a oração funciona absolutamente, porém tem de ser uma oração correta. A forma com que fazemos
Daimoku é o que faz toda a diferença do mundo. O que estamos fazendo ou pensando enquanto fazemos
Daimoku em frente ao Gohonzon é que faz a diferença entre a ganância ou um benefício absolutamente incrível.
Então,
vamos refletir sobre o fato de estarmos ou não tenho uma atitude
budista ou se o que estão procurando encontrar é que outra pessoa o
ajude. Qual é nossa atitude em
frente ao Gohonzon? Estamos nos fazendo de
vítima ou estamos cheios de determinação de que superaremos nossos
sofrimentos? "Preciso de sabedoria e força, porém infalivelmente
vencerei!" Com esse tipo de oração não existirá nada
que não possamos vencer ou atingir.
http://www.maisbelashistoriasbudistas.com.br. Abraço. Davi.
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