domingo, 30 de novembro de 2014

Versos do Bhagavad Gita.

"Conhece a Paz quem esqueceu o desejo de sentir prazer. Eu ofereço minhas respeitosas reverencias ao Senhor Krishna, o Mestre Universal, que é filho de Vasudeva; o removedor de todos os obstáculos; a Suprema Bem aventurança de sua mãe Devaki, e cuja graça faz o mudo falar, e o aleijado cruzar as montanhas.

O rei inquiriu: Sanjaya, por favor, agora diga-me, em detalhes, o que fizeram os meus (os Kauravas) e os Pandavas no campo de batalha antes da guerra começar?

Sanjaya disse: O Senhor Krishna falou as seguintes palavras para o abatido Arjuna, cujos olhos estavam lacrimosos, e que estava sob a compaixão e o desespero.

O Senhor Krishna disse: dizendo sábias palavras, Seu lamento por aqueles não merece o seu pesar. O sábio nunca se lamenta nem pelos vivos e nem pelos mortos.

Da mesma forma que a alma adquire um corpo na infância, um corpo na juventude, e um corpo na velhice, durante a sua vida, similarmente, a alma adquire outro corpo após a morte. Isso não deveria iludir um sábio.

O verdadeiro Ser vive sempre. Assim como a alma incorporada experimenta infância, maturidade e velhice dentro do mesmo corpo, assim passa também de corpo a corpo, sabem os iluminados e não se entristecem.

Quando os sentidos estão identificados com objetos sensórios, experimentam sensações de calor e de frio, de prazer e de sofrimento, estas coisas vêm e vão; são temporárias por sua própria natureza. Suporta-as com paciência!

Mas quem permanece sereno e imperturbável no meio de prazer e sofrimento, somente esse é que atinge imortalidade.

Compreende como certo, que indestrutível é aquilo que permeia o Universo todo; ninguém pode destruir o que é imperecível, a Realidade.

Perecíveis são os corpos, esses templos do espírito, eterna, indestrutível, infinita é a alma que neles habita. Quem pensa que é a alma, o Eu, que mata, ou o Eu que morre, não conhece a Verdade. O Eu não pode matar nem morrer.

O Eu nunca nasceu nem jamais morrerá. E uma vez que existe, nunca deixará de existir. Sem nascimento, sem morte, imutável, eterno, sempre ele mesmo é o Eu, a alma. Não é destruído com a destruição do corpo (material).

Quem sabe que a alma de tudo é indestrutível e eterna, sem nascimento nem morte, sabe que a essência não pode morrer, ainda que as formas pereçam. Assim como uma pessoa coloca uma nova roupa após desfazer-se das velhas, similarmente, a entidade viva, ou a alma individual, adquire um novo corpo após jogar fora o velho corpo.

Armas não ferem o Eu, fogo não queima, águas não molham, ventos não o ressecam. O Eu não pode ser ferido nem queimado; não pode ser molhado nem ressecado, ele é imortal; não se move nem é movido, e permeia todas as coisas, o Eu é eterno.

Inevitável é a morte para os que nascem; todo o morrer é um nascer, pelo que, não deves entristecer-te por causa do inevitável. Engaje-se da mesma forma, no manejo da luta, no prazer ou na dor, ganho ou perda, vitória e derrota, no seu dever. Por fazer sua obrigação deste jeito você não irá incorrer em pecado.

Você tem o controle sobre os feitos apenas da sua responsabilidade, mas não controle ou reclamação sobre os resultados. Os frutos do trabalho não devem ser seu motivo, e você nunca deverá ser inativo.

Um Karmayogi, ou uma pessoa desapegada, torna-se livre tanto da virtude como do vício em sua vida. Portanto, esforce-se por serviço desapegado. Trabalhar o melhor das suas habilidades, sem apegar-se egoisticamente pelos frutos do trabalho, chama-se Karmayoga ou Seva.

A mente, quando controlada pelo vaguear dos sentidos, rouba o intelecto, do mesmo modo que uma tempestade desvia um barco no mar do seu destino, a praia espiritual da paz e da felicidade. As forças da natureza fazem todo o trabalho, mas devido a ilusão uma pessoa ignorante supõem-se a si mesma como executora.

Assim, conhecendo o Ser como o mais alto, e controlando a mente pela inteligência, que é purificada pela prática espiritual, deve-se matar este poderoso inimigo, luxúria, Ó Arjuna, com a espada do conhecimento verdadeiro do Ser.

Toda a vez que há um declínio do Dharma (reto agir; Justiça) e a predominância de Adharma (injustiça), Ó Arjuna, Eu Me manifesto. Eu apareço de tempos em tempos para proteger os bons, para mudar os malvados, e restabelecer a ordem no mundo (Dharma).

Eu criei as quatro divisões da sociedade humana baseado na aptidão e na vocação. De qualquer forma, Eu sou o autor deste sistema de divisão do trabalho; deve-se saber que Eu não faço nada diretamente, e que Eu sou eterno.

Aquele que vê a inação na ação e a ação na inação, é uma pessoa sábia. Tal pessoa é um yogue e possui tudo por completo. O divino espírito é a causa transformadora de tudo. A Divindade (Brahman, o Ser, o Espírito) será realizada por aqueles que consideram tudo como uma manifestação (ou um ato) do Divino.

Verdadeiramente, não há nada mais puro neste mundo do que o conhecimento do Ser Supremo. Aquele que descobre este conhecimento interiormente, de forma natural, no curso do tempo, quando suas mentes estão limpas e livres do egoísmo pelo Karma Yoga.

Mas a verdadeira renúncia (a renúncia da possessão e do fazer com vistas aos resultados), Ó Arjuna, é difícil de alcançar sem o Karmayoga. Um sábio equipado com o karmayoga, rapidamente alcança o Nirvana.

Aquele que faz todo o trabalho como uma oferenda para Deus, abandonando o apego egoísta aos resultados, fica intocado pelas reações kármicas, ou pecados, exatamente como uma flor de lótus jamais é molhada pela água.

Aquele que Me vê em Tudo, e vê tudo em Mim, não se desliga de Mim, e Eu não me desligo dele. Quatro tipo de pessoas virtuosas adoram-Me ou Me procuram, Ó Arjuna; são elas: o aflito; o que busca por auto conhecimento; o que procura riqueza, e o iluminado que experimentou o Ser Supremo.

Após muitos nascimentos o devoto esclarecido recorre a Mim, entendendo que todas as coisas são, na realidade, Minha manifestação. Semelhante alma é muito rara.

O ignorante, incapaz de entender Minha forma imutável, incomparável, incompreensível e transcendental, supõe que Eu, o Ser Supremo, Sou sem forma, e pego uma forma ou encarnação. Portanto, sempre lembre-se de Mim, e faça a suas obrigações. Com certeza, você irá alcançar-Me, se a sua mente, e o seu intelecto, estiverem sempre focados em Mim.

O que é noite para todos os seres é dia para o iogue disciplinado, pois ele é aquele que possui a visão da alma (apavarga); quando todos os seres estão ativamente envolvidos nos prazeres mundanos (bhoga), o iogue considera como noite e se mantém longe dos pensamentos mundanos.

Assim como a água flui para o oceano, e ainda assim o nível do oceano não muda e nem oscila, da mesma forma, aquele que tem a inteligência firme, não é ameaçado pelos prazeres, e atinge a liberação.

Aquele que renuncia aos desejos e se mantém distante do apego, atinge a liberdade e a beatitude (kaivalya). Aquele que é livre de ilusões e se mantém em contato com a consciência divina, até no momento de sua morte, alcança kaivalya e o Senhor Supremo.

Eu sou facilmente alcançado, Ó Arjuna, por aquele que é sempre leal, devotado, e que sempre pensa em Mim, e cuja mente não vai para outro lugar. Eu, pessoalmente, tomo conta tanto do bem estar material como do espiritual dos devotos sempre leais, que sempre se lembram e Me adoram com contemplação sincera.

Ofereça-Me uma folha, uma flor, um fruto ou água com devoção, Eu aceitarei e provarei a oferenda da devoção pelo coração puro.

Pense sempre em Mim; seja devotado a Mim; adore-Me, e faça reverências para Mim. Assim, unindo o seu ser Comigo, colocando-Me como meta suprema e único refúgio, você certamente chegará até a Mim. Eu sou a origem de tudo. Tudo emana de Mim. O sábio que entende isto, Me adora com amor e devoção.

Aquele que dedica todos seus trabalhos para Mim, e para quem Eu sou a meta suprema; que é meu devoto; que não possui apegos ou desejos egoístas; que está livre da maldade para com todas as criaturas, alcança-me, Ó Arjuna.

Portanto, focalize a sua mente em Mim e deixe a sua inteligência residir apenas em Mim, através da meditação e da contemplação. Desde então, você certamente Me alcançará. Aquele que vê o mesmo e eterno Senhor Supremo, residindo como Espírito, igualmente em todos os seres mortais, de fato vê.

Aquele que serve a Mim com amor, e com devoção inabaláveis, transcende os três modos da natureza material e adequa-se ao Nirvana.  Eu estou sentado na psique interior de todos os seres. Memória, auto conhecimento, remoção das dúvidas, e das falsas noções sobre Deus, vêm de Mim. Eu sou, na verdade, o que é para ser conhecido pelo estudo de todos os Vedas. Eu sou, realmente, o autor bem como o estudante dos Vedas.

Luxúria, ira e avareza são os três portões do inferno, que conduzem o indivíduo para a queda (ou cativeiro). Então, aprenda como abandoná-los. O discurso que não é ofensivo, verdadeiro, agradável, benéfico, e é usado para a leitura regular em voz alta das escrituras é chamado de austeridade da palavra.

Pela devoção uma pessoa entende, verdadeiramente, o que, e quem, Eu sou em essência. Tendo Me conhecido em essência, imediatamente, a pessoa liga-se a Mim. O Senhor Supremo, como o controlador habitante na psique interior de todos os seres, motiva-os para trabalhar nos seus Karmas, como um fantoche (do karma criado pelo livre arbítrio), montados numa máquina.

Ponha de lado todas os feitos meritórios e rituais religiosos, e simplesmente renda-se por completo a Mim, com fé firme, amor e devoção. Eu irei libertar você de todos os pecados, as amarrados do Karma. Não sofra.

Aquele que propagar esta filosofia secreta, o transcendental conhecimento do Gita, entre Meus devotos, realizará o mais elevado serviço devocional para Mim, e certamente virá até a Mim, e não haverá ninguém sobre a Terra que seja mais querido por Mim.

Em todo o lugar que estejam, tanto Krishna, o Senhor do Yoga (ou Dharma na forma das Escrituras), e Arjuna, com o arco da obrigação, e proteção, ali haverá prosperidade, vitória, felicidade e moralidade. Esta é a Minha convicção". Que o Senhor abençoe a todos com Bondade, Prosperidade e Paz. Cortesia de www.deldebbio.com.br. Abraço. Davi.

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