sexta-feira, 7 de novembro de 2014

O Espiritismo Kardecista. Parte I.


Esse tema foi tirado da Enciclopédia Eletrônica Livre Wikepédia. Segue a íntegra da transcrição com alguns ajuste para uma melhor compreensão do texto. "Espiritismo, Doutrina Espírita ou Kardecismo, é a doutrina codificada pelo pedagogo francês Hippolyte Léon Denizard Rivail, usando o pseudônimo de Allan Kardec (1864-1869). É uma doutrina que alia ciência (não no termo científico moderno), filosofia e religião, buscando a melhor compreensão não apenas do universo tangível, mas também do universo transcendente. A doutrina é baseada em cinco obras básicas (que juntas formam o pentateuco espírita), escritas  por Kardec, através da observação de fenômenos que o mesmo atribuía a manifestação de inteligências incorpóreas ou imateriais, denominadas espíritos. A codificação espírita está presente em: O Livro dos Espíritos, O Livro dos Médiuns, O Evangelho Segundo o Espiritismo, O Céu e o Inferno e A Gênese; somam-se à codificação as chamadas obras complementares, como O Que é o Espiritismo?, Revista Espírita e Obras Póstumas. O termo Espiritismo foi cunhado por Kardec em 1857 para definir especificamente o corpo de ideias por ele reunidas e codificadas em O Livro dos Espíritos. Na publicação do livro O Que é o Espiritismo, o codificador a define como uma doutrina que trata da natureza, origem e destino dos espíritos, bem como de suas relações com o mundo corporal e as consequências morais que dela emanam, e fundamentam-se nas manifestações e nos ensinamentos dos espíritos. Também é compreendida como uma doutrina de cunho "científico", filosófico e religioso voltada para o aperfeiçoamento moral do homem, que acredita na possibilidade de comunicação com os espíritos através dos médiuns. A doutrina também é conhecida por influenciar e prover um movimento social de instituições de caridade e saúde, que envolve milhões de pessoas em dezenas de países. O termo Espiritismo do francês antigo "spiritisme", onde "spirit": espirito + "isme"; vocábulo surgido como um neologismo, mais precisamente uma palavra valise, criada pelo pedagogo conhecido como Allan Kardec para nomear especificamente o corpo de ideias por ele sistematiza em O Livro dos Espíritos (1857). Contudo, a utilização do termo, cuja raiz é comum a diversas nações ocidentais de origem latina ou anglo saxônica, fez com que ele fosse rapidamente incorporado ao uso cotidiano para designar tudo o que dizia respeito à alegada comunicação com os "espíritos". Assim, por Espiritismo, entendem-se hoje as várias doutrinas religiosas ou filosóficas que creem na sobrevivência dos "espíritos" à morte dos corpos, e, principalmente, na possibilidade de se comunicar com eles, casual ou deliberadamente, via evocações ou espontaneamente. Essa  apropriação do termo cunhado por Kardec, por parte de adeptos de outras tradições espiritualistas, é criticada pelos seguidores contemporâneos do pedagogo francês, que o reivindicam para designar a sua doutrina específica. O termo "Kardecista" é repudiado por parte dos adeptos da doutrina que reservam a palavra Espiritismo apenas à doutrina tal qual codificada por Kardec, afirmando não haver diferentes vertentes dentro do Espiritismo, (uma inverossimilhança quando percebemos o contexto atual, pois existem inúmeros movimentos divergindo dos fundamentos implantado por Kardec que se dizem ligados a linha do Espiritismo), e denominam correntes diversas de Espiritualistas. (O termo Espiritualista é erroneamente empregado pelos espíritas no meu entendimento, pois produz uma generalização temerária incluindo nesse escopo tendências ocidentais e orientais, sendo que a Ciência Esotérica não se manifesta sobre o termo "espírito" de maneira universal, mas trazendo sempre uma especificidade nesse vocábulo em circunstâncias filosóficas e religiosas. Assim penso que está justificado o equívoco da palavra mal empregada). Estes adeptos entendem que o Espiritismo, como corpo doutrinário, é um só, o que tornaria redundante o uso do termo Espiritismo Kardecista. Desse modo, ao seguirem os ensinamentos codificados por Allan Kardec nas obras básicas, ainda que com um tolerância maior ou menor a conceitos que não são estritamente doutrinários, como a apometria, denominam-se simplesmente espíritas, sem o complemento Kardecista. Apometria é o conjunto de praticas religiosas com objetivo de cura, normalização corporal e conscientização do envolvimento energético, no qual os seres humanos estão imersos. Também chamada  pelos seus praticantes de exercícios terapêuticos alternativos, de natureza espiritualista, e segundo seus adeptos, consiste na projeção da consciência e na dissociação dos múltiplos corpos sutis mediante uma sequência de pulsos ou comandos energéticos mentais. Tal exercício não foi comprovado pelo método científico. Essa prática religiosa que é divergente do Espiritismo Clássico, consistiria em transportar partes do corpo sutil do paciente para o mundo astral, onde supostamente seriam tratadas por espíritos de ordem mais elevada, moral e intelectualmente. Minha fala: "entendo a apometria como muitíssimo duvidosa, isso a luz da Teosofia, pois o médium em transe não tem controle dos exercícios mentais no mundo astral; estando a mercê de espíritos desconhecidos e de procedência discutível dos mundos inferiores (provavelmente demônios e elementais que desejam dominar corpos humanos, produzindo desajuste mentais, emocionais e ferimentos físicos nos incorporados). Como esses espíritos estão em processos reencarnatórios, assumem débitos dos seus carmas nessas pobres vítimas que se expõem a mentiras e farsas espiritualistas". A própria obra desaprova o emprego de outras expressões como Kardecista, definindo que os ensinamentos codificados, em sua essência, não se ligam à figura única de um homem, como ocorre com o Cristianismo ou o Budismo, mas a uma coletividade de espíritos que eles acreditam que se manifestaram através de diverso médiuns naquele momento histórico, e que se esperava que continuassem a comunicar, fazendo com que aquele próprio corpo doutrinário se mantivesse em constante processo evolutivo, o que não se teria verificado, já que as obras básicas teriam permanecido inalteradas desde então. Outra parcela dos adeptos, no entanto, considera o uso do termo Kardecismo apropriado. As expressões nasceram da necessidade de alguns em distinguir o Espiritismo, como originalmente definido por Kardec, dos cultos Afro Brasileiros, como a Umbamda e o Camdomblé. Estes últimos, discriminados e perseguidos em vários momentos da história recente do Brasil, passaram a se auto intitular espíritas (em determinado momento com o apoio da Federação Espírita Brasileira), num anseio por legitimar e consolidar este movimento religioso, devido à proximidade existente entre certos conceitos e práticas destas doutrinas. Seguidores mais ortodoxos de Kardec, entretanto, não gostaram de ver a sua prática associada aos cultos Afro Brasileiros, surgindo assim o termo "espírita Kardecista" para distingui-los dos que passaram a ser denominados com "espíritas umbandistas". Durante o século XIX (1801-1900) houve uma grande onda de manifestações mediúnicas nos USA e na Europa. Estas manifestações consistiam principalmente de ruídos estranhos, pancadas em móveis e objetos que se moviam ou flutuavam sem nenhuma causa aparente. No final dos anos 1840 destacou-se o suposto caso das irmãs Margareth, Kath e Leah Fox (1814-1890), nos USA. Em 1885, o professor Denizard Rivail posteriormente Allan Kardec, pretendia investigar o fenômeno que muitas pessoas afirmavam ter experimentado na época, das mesas girantes ou dança das mesas, em que mesas e objetos em geral pareciam animar-se com uma estranha vitalidade. Apesar de iniciais afirmações bastante duvidosas em relação ao fenômeno. "Eu crerei quando vir e quando conseguirem provar-me que uma mesa dispõe de cérebro e nervos, e que pode se tornar sonâmbula; até que isso se dê, deem-me a permissão de não enxergar nisso mais que um conto para dormir em pé", assegura-se que após dois anos de pesquisas, não tinha constatado um motivo para englobar todos os acontecimentos dessa ordem no âmbito das falácias ou charlatanices. Pessoalmente convencido não só da realidade dos fenômenos, que eles eram realmente causados por mistificações  existentes, mas também acreditando que eles eram realmente causados por influência de espíritos, o professor Denizard Rivail, passou a promover novos métodos de estudo para a identificação destes e outros fenômenos do tipo, mas devotou-se principalmente a propagar suas concepções sobre consequências ético morais a eles relacionadas. Como chegou a afirmar, "O verdadeiro espírita não é aquele que crê nas manifestações, mas aquele que aproveita o ensinamento dado pelos espíritos. De nada serve crer, se a crença não o faz dar um passo a frente no caminho do progresso, e não o torna melhor para o seu próximo". Quanto à sua formação, Allan Kardec foi discípulo de Johann Heinrich Pestalozzi (1746-1827) que por sua vez foi discípulo de Jean Jacques Rousseau (1712-1778) e membro de diversas sociedades acadêmicas. O seu principal intuito como espírita era dar algum suporte à espiritualidade humana numa época em que a ciência avançava a passos largos e as religiões perdiam cada vez mais adeptos. Allan Kardec julgava ter encontrado um novo modo de pensar o real, que uniria, de forma ponderada, a ascendente ciência e a decadente religião. Assim, Kardec defendia que supostamente fazia uso do empirismo científico para investigar os fenômenos da racionalidade filosófica para dialogar com o que presumiu serem espíritos e analisar suas proposições, e buscou extrair desses diálogos consequências ético morais úteis para o ser humano. Surgia ai, mais precisamente em 18 de abril de 1857, a doutrina espírita, sistematizada na primeira edição de O Livro dos Espíritos. Nos USA (EUA), desde os primórdios de seu aparecimento, o Espiritismo tem sido mais comumente denominado "Moderno Espiritismo", em face da introdução de hipotético caráter científico, filosófico e religioso novo nas ideias já existentes do espiritualismo. Nos países de língua inglesa, assim como boa parte da Europa, o espiritismo ainda é considerado teoricamente, uma "ciência" de observação dos fenômenos espiritualistas (um fictício espiritualismo científico ou "experimental" e, muito menos, como uma religião. O Espiritualismo norte americano e inglês evoluíram de forma bem diferente do que é conhecido como Espiritismo ou Doutrina Espírita, conforme codificado por Allan Kardec. Segundo os seguidores da doutrina espírita, os fenômenos mediúnicos seriam supostamente universais e teriam sempre existido, inclusive com fartos relatos nas Sagradas Escrituras Cristã. Entre outros, os espíritas citam como exemplos mediúnicos bíblicos a proibição de Moisés à prática da "consulta aos mortos", que seria uma evidência da crença judaica nessa possibilidade (aqui o argumento é temerariamente estranho, pois as tradições da Torah Oculta, Talmud Oculto e os livros Cabalísticos em nenhum deles é referendado ordenanças ou leis relacionadas a necromancia. Pelo contrário a consulta a esses duvidosos espíritos demoníacos era terminantemente proibidas e severamente punida nas tradições místicas do Judaísmo), que seria uma evidência da crença judaica nessa possibilidade. Já que não se interdita algo irrealizável; a consulta de Saul, primeiro rei do antigo reino de Israel, à médium de En Dor, em I Samuel 28. Esse texto é considerado clássico pelos espíritas para justificar a credibilidade da doutrina, mas já vimos os equívocos e generalizações erroneamente aplicados a ele. Leia para conferir no Mosaico a Palestra Espiritismo Segundo o Evangelho. Caio Fábio. Parte I. A médium vê e ouve o espírito desencarnado de Samuel, o último dos juízes de Israel e o primeiro dos profetas registrados na história do seu povo; a comunicação de Jesus como Moisés e Elias no Monte Tabor, citada no Evangelho de Mateus 17; 1-9, entre outros. Na filosofia antiga também há exemplos: nos Diálogos de Platão (428-347), este fala sobre o daimon ou gênio que acompanharia Sócrates (469-399). Muitos espíritas adotam a data de 31 de março de 1848 (início dos acontecimentos mediúnicos na residência das irmãs Fox em Hydesville, EUA, como o marco inicial das modernas manifestações mediúnicas), alegadamente mais ostensivas e frequentes do que jamais ocorrera, o que levou muitos pesquisadores a se debruçarem sobre tais fenômenos. No entanto, para Sir Arthur Conan Doyle (1859-1930) e vários outros espíritas, o marco inicial das modernas manifestações mediúnicas foi na verdade Emanuel Swedenborg (1688-1772), polímata  (qualidade daquele que tem conhecimento profundo sobre várias ciências ou domínios do conhecimento humano) sueco do século XVII. Segundo Conan Doyle, a espiritualidade de Swedenborg marcou o início da era em que fenômenos mediúnico deixou de ter caráter esporádico, para transformar-se numa espécie de "invasão espiritual organizada" na terra. Segundo os biógrafos, Allan Kardec foi convidado por Fortier, um amigo estudioso das teorias de Franz Anton Mesmer (1734-1815), a verificar o fenômeno das mesas girantes com a disposição de observar e analisar os fenômenos que despertavam curiosidades no século XIX (1801-1900). As primeiras manifestações tidas como mediúnicas aconteceram por meio de mesas se levantando e batendo, com um dos pés, um número determinado de pancadas e respondendo, desse modo, sim ou não, segundo fora convencionado, a uma questão proposta. Kardec, analisando esses fenômenos, concluiu que não havia nada de convincente neste método para os céticos, porque se podia acreditar num efeito da eletricidade, cujas propriedades eram pouco conhecidas pela ciência de então. Assim foram utilizados métodos para se obter respostas mais desenvolvidas por meio das letras do alfabeto; o objeto móvel, batendo um número de vezes corresponderia ao número de ordem de cada letra, chegando, assim, a formular palavras e frases respondendo às perguntas propostas. Kardec concluiu que a precisão das respostas e sua correlação com a pergunta não poderiam ser atribuídas ao acaso. O ser misterioso que assim respondia, quando interrogado sobre sua natureza, declarou que era um espírito ou gênio, deu o seu nome e forneceu diversas informações a seu respeito. São continuadores da doutrina e de fundamental importância para sua expansão; Arthur Conan Doyle, Albert de Rochas (1837-1914), Alexandre Aksakof (1832-1893), Amália Domingo Soler (1835-1909), Adolfo Bezerra de Menezes, Camille Flammarion, (1842-1925) Chico Xavier (1910-2002) dentre inúmeras outras personalidades que se destacaram para que o Espiritismo alcançasse essa projeção mundial que tem atualmente. Nascido no século XIX, no dia 18 de abril de 1857, com a publicação de O Livro dos Espíritos, o Espiritismo se estruturou a partir de pretensos diálogos estabelecidos com espíritos desencarnados (as antigas e modernas Escolas de Mistérios vêm com desconfiança, perigosa e duvidosa verossimilhança) que, se manifestando por meio de médiuns, discorreram sobre temas científicos, religiosos e filosóficos sob a ótica da moral cristã, ou seja, tendo por princípios o amor ao próximo, trazendo à luz novas perspectivas sobre diversos temas de grande relevância filosófica e teológica. Desta forma foi estabelecido um dos preceitos básicos do Espiritismo que é a importância da caridade que tem por lema: Fora da caridade não há salvação, entendida como sendo a benevolência para com todos, indulgência para as imperfeições dos outros e perdão das ofensas. Continuamos na parte II. Beijo. Davi.

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