quinta-feira, 27 de agosto de 2020

OS ANALECTOS - LIVRO XVI

 

Confucionismo. www.https//rt.br. OS ANALECTOS – LIVRO XVI. 1. O chefe da família Chi estava prestes a atacar Chuan Yü. Jan Yu e Chi-lu foram falar com Confúcio e disseram: “Os Chi vão atacar Chuan Yü”. Confúcio disse: “Ch’iu, com certeza isso é culpa sua. Outrora, um ancestral real nosso deu a Chuan Yü a responsabilidade de fazer sacrifícios à montanha Tung Meng; além disso, o território deles agora localiza-se nos nossos domínios. São nossos vassalos. Que razão pode haver para atacá-los?”. Jan Yu disse: “É o que o nosso senhor deseja. Nenhum de nós é a favor disso”. Confúcio disse: “Ch’iu, há um ditado de Chou Jen que diz o seguinte: que os homens que têm força juntem-se às fileiras e que aqueles a quem falta força cedam seus lugares. Que utilidade tem para um cego um assistente que não o apoia quando ele tropeça ou que não o segura quando ele cai? Além disso, o que você disse está errado. De quem é o erro quando o tigre e o rinoceronte escapam de suas jaulas ou quando o casco de uma tartaruga e o jade são destruídos dentro de seus estojos?”. Jan Yu disse: “Mas Chuan Yü é fortemente fortificada e próxima a Pi. Se não for tomada agora, com certeza será uma fonte de problemas para os descendentes de nossos senhores no futuro”. Confúcio disse: “Ch’iu, o cavalheiro detesta aqueles que, em vez de dizerem claramente que querem alguma coisa, ficam inventando desculpas. Sempre ouvi dizer que o chefe de um reino ou de uma família nobre preocupa-se não com subpopulação, mas com a distribuição desigual; não com a pobreza, mas com a instabilidade. [174] Pois onde há distribuição igualitária não há pobreza, onde há harmonia não há subpopulação e onde há estabilidade não há golpes de estado. É por essa razão que, quando súditos de outras regiões sublevam-se, o governante deve atraí-los por meio de sua força moral e, uma vez que eles se aproximem, satisfazê-los. Mas você e Yu sequer foram capazes de ajudar o seu senhor a atrair os súditos de outras regiões quando estas se sublevam ou a preservar o reino quando este está se desintegrando. Em vez disso, você propõe que se recorra ao uso das armas contra uma província do próprio reino. Receio que os problemas de Chi-sun estejam não em Chuan Yü, mas dentro do próprio palácio”. 2. Confúcio disse: “Quando o Caminho prevalece no Império, os ritos, a música e as expedições militares são determinados pelo Imperador. Quando o Caminho não prevalece no reino, eles são determinados pelos senhores feudais. Quando são determinados pelos senhores feudais, dificilmente o poder permanecerá nas mãos do imperador por mais de dez gerações. Quando são determinados pelos ministros, dificilmente o poder permanecerá nas mãos dos senhores feudais por mais de cinco gerações. Quando a prerrogativa de comando em um reino está a cargo de oficiais dos ministros, dificilmente o poder permanecerá nas mãos dos ministros por mais de três gerações. Quando o Caminho prevalece no Império, não é aos ministros que cabe a iniciativa política. Quando o Caminho prevalece no Império, as pessoas comuns não expressam críticas”. 3. Há cinco gerações a autoridade saiu do controle da casa ducal. Há quatro gerações o governo passou para o controle dos ministros. Por essa razão os descendentes das três casas de Huan estão em declínio. [175] 4. Confúcio disse: “Beneficia-se aquele que faz amizade com três tipos de pessoa. Igualmente, prejudica-se aquele que faz amizade com outros três tipos de pessoa. Fazer amizade com os retos, com aqueles que são fiéis às próprias palavras e com os bem-informados é beneficiar-se. Fazer amizade com aqueles que são subservientes em suas ações, agradáveis na aparência e eloquentes no discurso é prejudicar-se”. 5. Confúcio disse: “Beneficia-se aquele que tem prazer em três tipos de coisas. Igualmente, prejudica-se aquele que tem prazer em outros três tipos de coisas. Ter prazer com a correta realização dos ritos e da música, em tecer loas à bondade de outros homens e ao ter um grande número de homens excelentes como amigos é beneficiar-se. Ter prazer em exibir-se, em levar uma vida dissoluta e em comer e beber é prejudicar-se”. 6. Confúcio disse: “Na presença de um cavalheiro, corre-se o risco de cometer três erros. Dirigir a palavra antes que a palavra lhe tenha sido dirigida é temerário; não dirigir a palavra quando a palavra lhe foi dirigida é ser evasivo; falar sem observar a expressão na face do cavalheiro é ser cego”. 7. Confúcio disse: “Há três coisas das quais um cavalheiro deveria se resguardar. Na juventude, quando o sangue e o ch’i [176] ainda não estão estabilizados, ele deve se resguardar da atração da beleza feminina. No princípio da vida, quando o sangue e o ch’i estiverem em pleno vigor, ele deve se resguardar da belicosidade. Na velhice, quando o sangue e o ch’i estiverem em declínio, ele deve se resguardar da vontade de ter propriedades”. 8. Confúcio disse: “O cavalheiro teme três coisas. Teme o Decreto do Céu. Teme grandes homens. Teme a palavra dos sábios. O homem vulgar, sendo ignorante do Decreto do Céu, não o teme. Trata grandes homens com insolência e as palavras dos sábios com ironia”. 9. Confúcio disse: “Aqueles que nascem com conhecimento são os mais elevados. A seguir vêm aqueles que atingem o conhecimento por meio do estudo. A seguir vêm aqueles que se voltam para o estudo depois de terem passado por dificuldades. No nível mais baixo estão as pessoas comuns, por não fazerem esforço algum para estudar mesmo depois de terem passado por dificuldades”. 10. Confúcio disse: “Há nove coisas às quais o cavalheiro deve dedicar seu pensamento: enxergar claramente ao usar os olhos, escutar acuradamente ao usar os ouvidos, ter uma atitude cordial, ter um comportamento respeitoso, ser consciencioso ao falar, ser reverente ao cumprir seus deveres, buscar conselho quando estiver em dúvida, prever as consequências ao ficar com raiva e, à vista de uma vantagem a ser obtida, saber o que é correto”. 11. Confúcio disse: “‘Ao contemplar o que é bom, ajo como se estivesse correndo o risco de ser deixado para trás; Sao contemplar que não é bom, ajo como se estivesse bebendo água fervente. ’Conheci tal homem; ouvi tal declaração. “‘Vivo retiradamente para atingir meu propósito e praticar o que é direito com o intuito de realizar o meu caminho. ’Ouvi tal declaração, mas ainda não conheci tal homem”. 12. O duque Ching de Ch’i tinha mil carruagens com quatro cavalos cada, mas, à sua morte, as pessoas comuns foram incapazes de encontrar qualquer coisa pela qual elogiá-lo, ao passo que Po Yi e Shu Ch’i morriam de fome ao pé do monte Shou Yang e até hoje as pessoas comuns os admiram. Isso provavelmente é o que significa. [177] 13. Ch’en Kang perguntou a Po-yü: “Foi-lhe ensinado algo fora do comum por seu pai?”. “Não, não foi. Uma vez meu pai estava sozinho. Enquanto eu cruzava o jardim com passos apressados, [178] ele disse: ‘Você estudou as Odes?’. Respondi: ‘Não’. ‘Amenos que estude as Odes, não será capaz de sustentar uma conversa.’Eu me retirei e estudei as Odes. “Outro dia, meu pai estava novamente sozinho. Enquanto eu atravessava o jardim com passos apressados, ele disse: ‘Você estudou os ritos?’. Eu respondi: ‘Não.’‘Amenos que estude os ritos, não será capaz de assumir teu lugar no mundo.’Eu me retirei e estudei os ritos. Foram-me ensinadas essas duas coisas.” Ch’en Kang retirou-se, encantado, e disse: “Fiz uma pergunta e recebi três respostas. Aprendi sobre a importância das Odes, aprendi sobre a importância dos ritos e aprendi que um homem mantém reserva para com seu filho”. 14. O governante de um reino usa o termo “senhora” para sua esposa. Ela usa o termo “pequena criada” para si própria. O povo do reino refere-se a ela pela expressão “a senhora do senhor”, mas, quando no estrangeiro, usa a expressão “a pequena senhora”. As pessoas de outros reinos também se referem a ela por “a senhora do senhor”. [179]. www.https//rt.br. OS ANALECTOS LIVRO XVI. Abraço. Davi.

Nenhum comentário:

Postar um comentário