sexta-feira, 21 de agosto de 2020

I OS CORPOS FÍSICOS DOS MESTRES

 

Teosofia. Livro Os Mestres e a Senda. Texto de Charles Webster Leadbeater (1854-1934). OS MESTRES. Capitulo Dois. I OS CORPOS FÍSICOS DOS MESTRES. SUA APARÊNCIA – Tem havido entre os estudantes de Teosofia, uma grande quantidade de ideias vagas e incertezas sobre os Mestres. Portanto, talvez seja útil entender o quão natural são as suas vidas e como há um lado físico trivial a respeito deles, mencionando algumas poucas palavras sobre suas vidas diárias e sobre a aparência de alguns deles. Não há uma característica física pela qual um Adepto possa ser infalivelmente distinguido de outros homens, mas ele sempre parece impressionante, nobre, dignificado, santo e sereno; e quem quer que o tenha encontrado dificilmente poderia falhar em reconhecer que esteve na presença de um homem notável. Ele é um homem enérgico, mas silenciosos, falando apenas quando tem um objetivo definido em vista, para encorajar, ajudar ou acalentar; maravilhosamente benevolente e pleno de um senso de humor perspicaz – humor sempre de ordem gentil, nunca usado para injuriar, mas sempre para aliviar as dificuldades da vida. O Mestre Mora uma vez disse que é impossível fazer progresso na Senda oculta sem senso de humor, e certamente todos os Adeptos que tenho visto possuem essa qualificação. A maioria deles é, notoriamente, composta de homens de boa aparência; seus corpos físicos são praticamente perfeitos, pois eles vivem em completa obediência às leis da saúde e, sobretudo, eles nunca se preocupam com nada. Todo o seu carma há muito tempo se exauriu; dessa forma, seus corpos físicos são uma expressão perfeita do Augoeides (em ocultismo é a radiação luminosa divina do Ego, que, quando encarnado, não é mais do que sua sombra pura), ou corpo glorificado do Ego, tanto quanto as limitações do plano físico permitam. Assim, usualmente, não apenas o presente o corpo de um Adepto é esplendidamente formoso, como também o novo corpo que ele virá a ter em uma encarnação subsequente será provavelmente quase uma reprodução exata do anterior, permitindo diferenciações raciais e familiares, pois não há nada a modificar nele. Quando por alguma razão escolhem ter novos corpos, essa independência em relação ao karma lhes dá inteira liberdade para selecionar um nascimento em qualquer país ou raça que possa ser conveniente para o trabalho que tenham a fazer. Dessa forma, a nacionalidade do corpo específico que eles eventualmente estejam usando, a qualquer tempo, não tem uma importância primária. Para saber se um homem é um Adepto, seria necessário ver seu corpo causal, pois seu desenvolvimento seria demonstrado pela ampla dimensão e por um arranjo especial de suas cores em esferas concêntricas, tal como está indicado em certa medida na ilustração do corpo causal de um Arhat no Livro O Homem Visível e Invisível do mesmo autor. UM DESFILADEIRO NO TIBETE – Há um vale, ou melhor, um desfiladeiro, no Tibete, onde três desses Grandes Seres – o Mestre Morya, o Mestre Kuthumi e o Mestre Djwal Kul – vivem atualmente (o autor se refere ao ano de 1925, data da publicação desse livro que estudamos agora). O Mestre Djwal Kul, por solicitação de Madame Helena P. Blavatsky (1831-1891), certa vez fez para ela um quadro precipitado da entrada desse desfiladeiro. A ilustração dada aqui é uma reprodução de uma fotografia de seu quadro. O original, precipitado em seda, está preservado no santuário da sede da Sociedade Teosófica em Adyar – Índia. À esquerda do quadro, o Mestre Morya é visto montando a cavalo perto da porta de sua casa. A morada do Mestre Kuthumi não aparece no quadro, pois está mais acima no vale, em volta da curvatura à direita. Madame Blavatsky pediu ao Meste Kuthumi para colocar a si mesmo na gravura. A princípio, ele recusou, mas afinal adicionou a si mesmo como um pequeno vulto dentro d’água segurando uma estaca, mas com as costas para o espectador! Este original está fracamente colorido –as cores são azul, verde e preto. Tem a assinatura do artista, com o apelido Gai Ben-Jamin, que ele carregava nos primórdios da Sociedade Teosófica, muito antes de ele alcançar o Adeptado. A cena é evidentemente tomada de manhã cedo, já que a névoa ainda está escalando a encosta (o Mosaico omitiu a gravura no texto devido a dificuldades de imprimi-la). Os Mestres Morya e Kuthumi ocupam em lados opostos desse estreito desfiladeiro, cujas encostas estão cobertas com pinheiros. As trilhas correm desfiladeiro abaixo passando por suas casas e se encontram ao fundo, onde há uma pequena ponte. Perto da ponte, uma pequena porta, que pode ser vista à esquerda no fundo da gravura, leva a um vasto sistema de corredores subterrâneos que inclui um museu oculto, do qual o Mestre Kuthumi é o Guardião, em nome da Grande Fraternidade Branca. O conteúdo desse museu é de caráter bastante variado. A intenção parece ser ilustrar todo o processo de evolução. Por exemplo, nele há as mais vívidas imagens de cada tipo de homem que já existiu neste planeta desde o começo dos gigantes lemurianos (povo de Lemúria, um suposto continente perdido localizado no Oceano Índico ou Pacífico. A ideia teve origem no século XIX, pela hipótese geológica do catastrofismo. Desde então adotado por estudiosos do ocultismo, assim como pelo povo Tâmil da Índia) desconjuntados a minúsculos restos até mesmo de raças primitivas e menos humanas. Modelos em alto relevo mostram todas as variações da superfície da Terra – as condições de antes e depois dos grandes cataclismos que tanto a modificaram. Imensos diagramas ilustram as migrações das diferentes Raças do mundo, mostrando exatamente o quão longe elas se espalharam desde suas respectivas origens. Outros diagramas similares referem-se à influência das várias religiões do mundo, mostrando onde cada uma foi praticada em sua pureza original, e onde se misturou com  e foi distorcida pelos remanescentes de outras religiões. Admiráveis estátuas em tamanho real perpetuam a aparência física de certos grandes líderes e instrutores de Raças há muito tempo esquecidas e vários objetos de interesse, relacionados a importantes e mesmo despercebidos avanços na civilização, estão preservados para investigação na posteridade. Os manuscritos originais de incrível antiguidade e valor inestimável estão aqui para serem vistos – por exemplo, um manuscrito feito pelas mãos do próprio Senhor Budha em sua derradeira vida como o Príncipe Sidartha, e outro escrito pelo Senhor Cristo durante sua encarnação na Palestina. Aqui é mantido o maravilhoso original do Livro de Dzyan, que Madame Blavatsky descreve na introdução de A Doutrina Secreta. Nele também há estranhas escrituras de mundos diferentes do nosso. Formas animais e vegetais também são retratadas, algumas das quais conhecemos como fosseis, embora a maioria delas seja inimaginável para nossa ciência moderna. Modelos  reais de algumas das grandes cidades de antiguidade remota e esquecida estão lá para o estudo dos discípulos. Todas as estátuas e modelos são vividamente coloridos exatamente reunida no seu tempo, para preservar para a posteridade os estágios precisos pelos quais a evolução ou civilização da época estava passando. Dessa forma, ao invés de meros fragmentos incompletos, tal como nossos museus tão frequentemente nos apresentam, temos na totalidade uma série intencionalmente educativa de apresentações. Lá encontramos modelos de todos os tipos de maquinário que as diferentes civilizações desenvolveram, e também há ilustrações elaboradas e abundantes dos tipos de magia em uso nos vários períodos da história. Na antecâmara que leva a estes vastos salões, estão guardadas as imagens vivas dos discípulos dos Mestres Morya e Kuthumi em provação àquele tempo, que descreverei mais adiante. Essas imagens estão enfileiradas em volta das paredes como estátuas, e são representações perfeitas dos respectivos discípulos. Não é provável, no entanto, que sejam visíveis aos olhos físicos, pois a matéria mais baixa que entra em sua composição é etérica. Perto da ponte há também um pequeno. Templo com torres de forma birmanesa, para o qual alguns poucos camponeses vão para fazer oferendas de frutas e flores, queimar cânfora e recitar o Pancha Sila (são as cinco virtudes, moralidades ou preceitos universais do Budismo). Uma trilha acidentada e irregular leva ao vale pelo lado do riacho. De ambas as casas dos Mestres, acima da ponte, pode-se ver o Templo; porém, a partir dele, nenhuma das duas pode ser vista, já que o desfiladeiro faz uma curva. Se seguirmos o caminho acima do vale, passando pela casa do Mestre Kuthumi, chegaremos a um grande pilar de pedra, para além do qual, o desfiladeiro dando outra volta, fica esse caminho fora de vista. Alguma distância depois o desfiladeiro se abre em um planalto onde há um lago, no qual, a tradição nos conta. Madame Blavatsky  costumava tomar banho. Dizem que ela o achou muito frio. O vale é protegido e aponta para o sul: embora a região em volta fique coberta de neve durante o inverno, não me lembro de tê-la visto perto das casas dos Mestres. Estas casas são de pedra, de construção forte e pesada. A CASA DO MESTRE KUTHUMI – A casa do Mestre Kuthumi é dividida em duas partes por um corredor que passa ininterrupto por dentro dela. Como visto em nosso diagrama I (o Mosaico não imprimiu o diagrama citado), que mostra a planta baixa da parte sul da casa, ao entrar no corredor; a primeira porta à direita leva à sala principal da casa, na qual nosso Mestre usualmente se assenta. Ela é larga e alta (cerca de 16 por 9 metros), mais parecendo um saguão do que uma sala, e ocupando toda a frente da casa desse lado do corredor. Atrás dessa grande sala  há dois outros aposentos quase quadrados, um dos quais ele usa como biblioteca e o outro como quarto. Isso completa esse lado ou divisão da casa, que aparentemente é reservada para uso pessoal do Mestre e é cercada por uma grande varanda. O outro lado da casa, no lado esquerdo do corredor, quando se entra, parece estar dividido em quartos menores e escritórios de vários tipos. Nós não tivemos oportunidade de examiná-lo de perto, mas notamos que do lado oposto ao quarto há um banheiro bem equipado. O aposento maior é bem suprido de janelas, tanto na frente quanto atrás, de forma que ao entrar tem-se a impressão de uma vista quase contínua; abaixo das janelas há grandes assentos. Também há algo um tanto quanto não usual para aquele país: uma grande lareira aberta no meio da parede oposta às janelas da frente. Ela está posicionada de tal forma a possibilitar o aquecimento de todos os três cômodos, e tinha uma curiosa tampa forjada em ferro, que, segundo me disseram, é única no Tibete. Acima da abertura da lareira há uma prateleira, e perto dela a poltrona do Mestre, esculpida em madeira muito antiga, escavada para caber aquele que que se senta, de maneira a não precisar de almofadas. Espalhados pela sala, há mesas e cadeiras ou sofás, a maioria sem encosto; e em um dos cantos fica o teclado do órgão. O teto tem aproximadamente 6 metros de altura e é muito bonito, com feixes bem esculpidos, que descem em pontos ornamentais onde se encontram e o dividem em seções retangulares. Uma abertura arqueada com um pilar ao centro, em estilo gótico, mas sem vidros, se abre na viga, e uma janela similar se abre no quarto. Este último quarto é mobiliado de forma muito simples. Há uma cama comum e uma rede de balanço entre dois suportes de madeira esculpidos e fixados na parede (um deles imitando a cabeça de um leão e o outro a de um elefante). A cama, quando não está em uso, dobra-se contra a parede. A biblioteca é uma elegante sala, contendo milhares de volumes. Correndo nas paredes, há altas prateleiras, repletas de livros em muitas línguas, alguns deles trabalhos europeus modernos; no topo, há prateleiras abertas para manuscritos. O Mestre é um grande linguista, e além de ser um excelente erudito da língua inglesa tem também um completo conhecimento do francês e do alemão. A biblioteca dispõe ainda de uma máquina de escrever, que foi presenteada ao Mestre por um de seus discípulos. Sobre a família do Mestre, sei muito pouco. Há uma senhora, evidentemente uma aspirante, que ele chama de “irmã”. Se ela é realmente sua irmã, não sei; possivelmente ela é uma prima ou uma sobrinha. Ela parece ser muito mais velha que ele, mas isso não tornaria improvável a relação, já que ele tem aparentado a mesma idade por um extenso prazo. Ela se parece com ele em alguma medida, e vez ou outra, quando houve assembleias, ela se juntou à reunião, embora seu principal trabalho pareça ser cuidar dos serviços domésticos e administrar os empregados. Dentre esses, há um velho home e sua esposa, que tem estado a serviço do Mestre por um longo tempo. Eles nada sabe sobre a real dignidade de seu empregador, mas o tem como um patrão muito indulgente e amável e, naturalmente, eles muito se beneficiam por estar a seu serviço. AS ATIVIDADES DO MESTRE – O Mestre tem um grande jardim pessoal. Possui também uma extenso de terras  e emprega trabalhadores para cultivá-la. Próximo à casa há arbustos floridos e arranjos de flores crescendo livremente, com samambaias entre eles. Pelo jardim flui um riacho, que forma uma pequena cachoeira e, sobre ela, uma pequena ponte foi construída. Ele frequentemente se senta lá quando está enviando correntes de pensamento e bênçãos para seu povo. Sem dúvida, ao observador casual, iria parecer que ele está parado olhando a Natureza, ouvindo de forma descuidada o som dos pássaros e as quedas d’água. Às vezes, também, ele descansa em sua grande poltrona; e quando seu povo o vê assim, eles sabem que não devem perturbá-lo. Eles não entendem exatamente o que ele está fazendo, mas supõem que ele esteja em samadhi (concentração, tranquilidade, calma, quietude; a prática de aquietar a mente). O fato de as pessoas do Oriente compreenderem e respeitarem este tipo de meditação pode ser uma das razões pelas quais os Adeptos preferem viver por lá, e não no Ocidente. Dessa forma, nós recebemos as consequências do sereno repouso do Mestre por uma parte considerável de seu dia e, como se diria, de sua meditação. Porém, enquanto ele parece estar descansando calmamente, ele está, na realidade, engajado todo o tempo no mais vigoroso  trabalho em planos superiores, manipulando várias forças naturais de almas simultaneamente, pois os Adeptos são as pessoas mais ocupadas do mundo. O Mestre, no entanto, também faz muitos trabalhos no plano físico. Ele compôs algumas músicas e tem escrito notas para vários propósitos. Ele também está muito interessado no crescimento da ciência física, embora isso seja competência especial de outro grande Mestre de Sabedoria. De tempos em tempos o Mestre Kuthumi cavalga um grande cavalo baio, e ocasionalmente, quando têm trabalho conjunto, ele é acompanhado pelo Mestre Mora, que sempre cavalga um magnífico cavalo branco. Nosso Mestre visita regularmente alguns monastérios, e às vezes sobe por um grande desfiladeiro até um monastério isolado nas colinas. Cavalgar no curso de suas tarefas parece ser seu principal exercício, mas ocasionalmente ele caminha com o Mestre Kjwual Kul, que mora em uma pequena cabana que ele próprio construiu com suas mãos, bem próximo ao grande penhasco no caminho para o planalto. De quando em quando, nosso Mestre toca o órgão que está no grande cômodo de sua casa. Ele o encomendou no Tibete, sob suas orientações; na verdade é uma combinação de piano com órgãos, com um teclado como aquele que temos no Ocidente, no qual ele pode tocar todas as nossas músicas ocidentais. Não se parece com nenhum outro instrumento a que sou familiarizado, pois ele possui dupla face, podendo ser tocado tanto da sala quanto da biblioteca. O teclado principal do órgão (ou melhor, os três teclados, grande órgão, expressivo e positivo) está na sala de estar, enquanto o teclado do piano está na biblioteca. Esses teclados podem ser usados tanto conjuntamente quanto separados. O órgão completo, com seus pedais, pode ser tocado de forma usual a partir da sala de estar, mas ao mover uma manivela tal qual um registro, o mecanismo do piano pode ser ligado ao órgão, de maneira que ambos possam ser tocados de forma simultânea. Desse ponto de vista, de fato, o piano é considerado como um terminal adicional ao órgão. Do teclado da biblioteca, no entanto, o piano pode ser tocado isoladamente, como um instrumento separado, completamente dissociado do órgão, mas por algum complexo mecanismo, os teclados do órgão também estão ligados àquele teclado, de forma que se pode tocar o piano em separado, precisamente como se fosse um piano comum, ou pode-se tocar o piano acompanhado pelo órgão, em qualquer proporção, a partir de determinado registro desse órgão. Também é possível, como mencionei, separá-los completamente e, dessa forma, com um artista em cada teclado, tocar um dueto piano órgão. Os mecanismos e tubos desse estranho instrumento ocupam quase tudo aquilo que pode ser chamado de andar de cima dessa parte da casa do Mestre. Por magnetização, ele o colocou em comunicação com os Gandhrarvas, ou Devas da música, de forma que sempre que tocado eles operam conjuntamente, e assim o Mestre obtém combinações de som jamais ouvidas no plano físico. Há ainda um efeito produzido pelo próprio órgão, como se houvesse um acompanhamento por instrumentos de corda e sopro. A música dos Devas (anjos) está sempre sendo entoada no mundo, sempre soando aos ouvidos dos homens, mas eles não ouvem sua beleza. Há o intenso baixo do mar, o suspiro do vento nas árvores, o rugido da torrente da montanha, a música das correntes, rios e cascatas, que juntos com muitos outros sons formam o poderoso canto da Natureza vivente. Esse é apenas o eco no mundo físico de um som muito mais grandioso, o som da Existência dos Devas. Como dito em Luz no Caminho, livro escrito por Mabel Collins “Só fragmentos da grande canção te chegarão aos ouvidos enquanto fores apenas um homem. Se, porém, a escutares, recorda-te fielmente, de modo que nada do que chegue dela a ti seja perdido, e empenha-te emaprender assim o significado do Mistério que te rodeia. Com o tempo não necessitarás de instrutor. Pois assim como o indivíduo tem voz, aquilo em que ele existe também tem voz. A própria vida tem uma fala e nunca está silenciosa. E o que ela emite não é um grito, como tu, que és surdo, poderias supor: é uma canção. Aprende da vida que és parte da harmonia; aprende dela a obedecer às leis da harmonia. Todas as manhãs, m certo número de pessoas – não exatamente discípulos, mas seguidores – vêm à casa do Mestre e se sentam na varanda e do lado de fora. Algumas eles ele lhes dirige uma pequena conferência, uma curta preleção, mas frequentemente ele segue adiante com seu trabalho e não dá atenção a eles, afora um amistoso sorriso, com o qual eles parecem ficar igualmente contentes. Eles evidentemente se aproximam para se harmonizarem em sua aura e venerá-lo. Algumas vezes o Mestre faz suas refeições em presença deles, sentado na varanda, com esse aglomerado de tibetanos (moradores da região do Tibete no Himalaia) e outros no chão à sua volta, mas normalmente ele come sozinho em uma mesa em seu quarto. É possível que ele mantenha as regras dos monges budistas e não se alimente depois do meio-dia, pois eu não me lembro de tê-lo visto comer à tarde. É até possível que ele nem necessite de alimento todo dia; é mais provável que ele, quando se sinta disposto, peça a comida que gostaria, e não que tome suas refeições em horários estabelecidos. Eu o tenho visto comer pequenos bolos redondos, marrons e adocicados, são preparados com trigo, açúcar e manteiga, do tipo comum, por sua irmã. Ele também se alimenta de molho curry e arroz, sendo o molho em forma de sopa, como dhal (iguaria da culinária indiana, feita de lentilha, grão de bico ou legumes batidos). Ele usa uma singular e bela colher de ouro, com uma imagem requintada de um elefante ao final do cabo, cujo bojo fica em um ângulo não usual da haste. ´uma herança de família, muito antiga e provavelmente de grande valor. Ele geralmente veste roupas brancas, mas eu não me lembro de tê-lo visto usando nenhum tipo de chapéu, exceto nas raras ocasiões em que ele usa a túnica amarela da escola ou clã Gelugpa (turbante amarelo, a mais importante e mais ortodoxa das linhagens do Budismo), que inclui um capuz de forma parecida ao elmo romano. O Mestre Mora, entretanto, geralmente usa um turbante. Livro Os Mestres e a Senda. Abraço. Davi.

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