Islamismo.
www.ligaislamica.org.br. Texto de
Sheikl Mohamad Al Bukai. A ORAÇÃO NOS LEVA AO EQUILÍBRIO EMOCIONAL E AO
BEM-ESTAR. Louvado seja Allah, o Senhor do Universo. Testemunho que não outra
divindade além de Allah e testemunho que o Muhammad é Seu servo e Mensageiro. Queridos
irmãos e irmãs, início este sermão com as palavras de Deus reveladas por meio
do Alcorão sagrado: “Em verdade, o homem foi criado com suscetibilidade ao medo
e desespero. Quando o mal o toca, se irrita e o acomete o desanimo. Mas quando
o bem o toca,torna-se avarento”. (Alcorão, 70:19-21). Irmãos e irmãs na fé,
esse nobre versículo contém uma verdade comprovada em relação ao ego humano. O
ser humano, quando passa por dificuldades, sente um medo que pode chegar aos
extremos e levá-lo ao desequilíbrio emocional, fazendo com que tome decisões
incoerentes e fora do real foco e contexto de valores. Essa verdade que nos é
informada no Alcorão, faz parte de nosso dia a dia. A cada raiar do sol, o ser
humano fica exposto a diversas situações, adversas ou não, num só dia. Algumas
situações o fazem momentaneamente felizes, e outras o transportam para um mundo
de tristeza profunda. A pessoa sai de casa para o seu trabalho com disposição e
ânimo até se deparar com o acúmulo de atividades que a levam à impaciência com
as outras pessoas, fazendo com que sentimentos nocivos se apoderem de seu
coração, por exemplo, a raiva, a tristeza e a desolação. Caso venha a fechar um
negócio rentável, fica radiante de alegria, mas se logo depois recebe a notícia
de que seu filho adoeceu, se entristece novamente e, havendo a cura, volta a
vibrar de alegria... e ,com esta sucessão de situações e emoções em um mesmo
dia, as pessoas se tornam reféns e vulneráveis a tudo, muitas delas durante uma
vida inteira. Vemos as pessoas, em geral, preocupadas em manter certo padrão de
vida, com muito medo de perder o que conquistaram em termos materiais; os
comerciantes e empresários preocupados com eventuais prejuízos e recessão da
economia; empregados de todas as categorias com receio de perderem seus postos
de trabalho; todos com muita preocupação referente à saúde, temendo a moléstias
que os incapacitem de cumprir suas tarefas e responsabilidades; temem em ver a
juventude do corpo se esvaindo e entrar na terceira idade, os aproximando da
morte; e, além de tudo, temem que seus bens ou fortunas caiam em mãos estranhas
após sua morte! Ao ser acometido por qualquer infortúnio, o ser humano
empalidece, entra em estado de medo ou pavor, não se aguenta sobre os
calcanhares, acumulando as preocupações, mas quando recupera os bens e a saúde
perdidos, volta a se regozijar! Para que o ser humano fique imune as
intempéries do cotidiano, preservando assim o seu estado emocional, ele deve
compreender a tênue linha que separa os conceitos referentes ao bem e ao mal e
rever os padrões de pensamentos que regem sua mente e se apoderam de seu estado
de humor. Quais os seus parâmetros para definir o que é bom e o que é ruim para
a sua existência? As vidas das pessoas são repletas de situações que são
rotuladas como boas e ruins, auspiciosas e mal agouradas; a rotulação não tem
nenhum fundamento real. A pobreza ou a vida modesta, a doença e as dores, os
infortúnios ou as privações, as provações e a morte, não podem ser vistas como
algo ruim, assim como não podemos ver a riqueza material e o conforto, o
prestigio social e o poder sem limites como algo bom. Todas essas condições
devem ser vistas como uma massa a ser modelada, são elementos e matéria-prima
que foram colocadas em nossas mãos. O que fazemos com essas situações é o
verdadeiro critério que deve ser usado para definirmos o que é bom ou ruim. A
pergunta correta não se inicia com “por que”, mas “para quê”. Se você é um
daqueles que costuma rotular as situações da forma descrita anteriormente,
preste atenção nas palavras de Deus, o Altíssimo: “Quanto ao homem, quando seu
Senhor o coloca à prova, honrando-o e agraciando-o, diz (empertigado): ‘Meu
Senhor me honrou!’. Porém, quando o coloca à prova, restringindo a sua graça,
diz: ‘Meu Senhor me humilhou!’”. (Alcorão, 89:15-15). A abundância não é
concedida por Deus para nos honrar, assim como a privação que nos alcança não
vem de Deus para nos humilhar. Ambas situações têm de ser recebidas e aceitas
como provações. A abundância e a privação são páginas em branco, uma dádiva de
Deus, para que façamos uso de nosso livre-arbítrio, uma oportunidade para
escrever a nossa história, criarmos a nossa realidade em todos os sentidos nas
quais podemos anexar mais páginas ou rasgá-las tomados de raiva e inconformismo.
Com a abundância, poderemos nos afastar do caminho e acumular más ações,
empobrecendo assim a nossa bagagem carregada conosco na passagem para a outra
vida; mas também poderemos organizá-las ou mesmo fazê-las transbordar de boas
ações que levam a prosperidade a muitos lares, por exemplo. A pobreza também
pode nos levar para fora do caminho, ao nos entregarmos à ilusão de que na
abundância material mora a felicidade, podemos chegar a cogitar em ter atitudes
que nos levam, por exemplo, a cometer delitos e destruir lares. O chefe e o
subordinado, o dono do poder e o oprimido, o belo e o destituído de beleza, o
esperto e o humilde, o famoso e o anônimo, todos têm as condições necessárias
para transformar as condições e circunstâncias em que se encontram, em
ferramentas que os ajudarão a trilhar seus próprios caminhos rumo ao bem ou ao
mal. Tudo na vida depende da forma e da perspectiva de nossa visão. O ideal é
procurarmos a trilha que nos leva a ter uma visão de 360º, mas isso só é
possível se aceitarmos as palavras de Deus, que nos garante que o tempo em que
vivemos na Terra e ínfimo se comparado à eternidade, se basearmos nossas vidas
na certeza de que sim, existe o Paraíso e o inferno, de que sim, o Juízo Final
já existe e está a nossa espera; os conceitos mundanos de bom e ruim se diluem,
pois assim entramos na esfera do conhecimento dessas verdades. Ao analisarmos o
versículo que dá sequência ao nobre versículo mencionado no início deste
sermão, constatamos que a pessoa que é crente fica imune às suscetibilidade e
não se desespera. Deus definiu, por meio do Alcorão Sagrado, oito
características que diferenciam o crente. Voltemos ao início para meditarmos
sobre o seu conteúdo de forma profunda e com razoamento. O Altíssimo diz: “Em
verdade, o homem foi criado com suscetibilidade ao medo e desespero. Quando o
mal o toca, se irrita e o acomete o desanimo, mas quando o bem o toca, torna-se
avarento. Exceto os que oram e perseveram nas orações e parte de seus bens
destinam, como por direito, para o mendigo e o desafortunado. São aqueles que
creem no Dia do Juízo e são reverentes, por temor ao castigo do Senhor, pois,
desse castigo, ninguém está seguro. São aqueles que protegem a castidade, salvo
com as suas esposas ou aquelas que estiverem cativas ou escravas - e, nisso não
são censuráveis. Mas os que cobiçam mais mulheres, serão culpados de
transgressão. Os que respeitam as suas obrigações e os seus compromissos, que
são sinceros em seus testemunhos, e os que preservam as suas orações, estes
serão honrados com jardins”. (Alcorão, 70:19-35 ). Percebemos que as
características se iniciam com a menção dos que fazem as orações e se encerra
novamente com eles, englobando as orações prescritas e voluntárias. A oração é
o cordão que nos liga a Deus, o Louvado, o Altíssimo e, por meio dela,
alcançamos o bem-estar espiritual, o equilíbrio emocional e a pacificação do
coração. GRAÇAS A DEUS, O SENHOR DOS MUNDOS. Sheikh Mohamad Al Bukai.
www.ligaislamica.org.br.
14/10/2011
Nenhum comentário:
Postar um comentário