Editor do
Mosaico. Teosofia. A LEI DA UNIDADE DA VIDA. Há sete princípios que regem a organização evolutiva
setenária do homem e veremos dois deles que são o Princípio da Periodicidade e o
Princípio da Correspondência que estão detalhados no livro A Doutrina Secreta
volume II da senhora Helena Petrovna Blavatski (1831-1891). Ela esteve nas
montanhas do Tibete durante sete anos fazendo pesquisas e catalogando
documentos e depoimentos de mestres orientais – Lamas tibetanos – sobre variados assuntos da espiritualidade e
filosofia Budista, Hindu e Brâmane. Alguns desses fatos são mostrados no
livreto A Voz do Silêncio e no livro O País das Montanhas Azuis. A proposta
dessa lição é montar um universo hipotético onde a representação lógica dos
pressupostos que serão desenvolvidos estruturarão os princípios acima. Esses
atuarão como pano de fundo de nossa pesquisa filosófica, creditando uma
elaboração baseada nas leis físicas que determinam a evolução da vida em suas
fases específicas de densidade e fluidez. Esse desenvolvimento prossegue
vagarosamente rumo ao Uno Universal. Os princípios aludidos formam a base da
filosofia esotérica que foi chamada por diferentes nomes ao longo das épocas.
Dentre esses temos Sabedoria Antiga, Religião Sabedoria, Sabedoria Arcana,
Doutrina Secreta, Ciência Oculta, Sabedoria Divina e atualmente é usado o nome
de Teosofia. A Teosofia busca os conhecimentos das tradições, culturas,
filosofias, religiões e espiritualidades provenientes dos antigos sábios e
filósofos. Um processo que baseado na observação e abstração formam a base
científica e espiritual das culturas e filosofias dos antigos povos. dando
origem ao sistema intelectivo, racional e cosmológico do pensamento universal.
Compreende-se que o conhecimento é poder, e deve ser usado para o bem da
humanidade. Sendo esse um dos motivos pelos quais não é disponibilizado em
sua completude. Do contrário, irresponsáveis e interesseiros tomariam da
situação para intentarem objetivos nocivos e perniciosos. Os iniciados em
mistérios ocultos que tem compromissos ético, moral e da fraternidade universal
são aqueles a quem é desvelado os conhecimentos mais profundos. Para serem
usados em conexões de respeito, tolerância e compreensão dos arbítrios
desiguais unindo os polos harmoniosamente. Esse conhecimento de que estamos
falando também foram percebidos através de signos geométricos e hierogrifos
(sinais gráficos de antigas civilizações). Como exemplos temos o símbolo da
Cruz no Cristianismo. Isso por causa de Jesus Cristo ter sido crucificado,
também representa a Santíssima Trindade. A extremidade superior tipifica Deus –
o Pai – no céu; a extremidade inferior simboliza Jesus Cristo – o Filho – na
Terra; as duas extremidades horizontais representam o Espírito Santo. A Estrela
de Davi e o Candelabro no Judaísmo. A Lua Crescente e a Estrela no Islamismo. O
Mantra Om, a Swastika e a Concha no Hinduísmo. A Roda do Dharma, o vaso e a
flor de Lótus no Budismo. O conhecimento é mostrado também no olhar iluminado
dos místicos que perceberam o lado sutil da vida e captaram as imagens e
projeções além da aparência visível. Mantendo-os no corpo astral em fluidez,
conseguiram classificar esses signos para que arquétipos humanos e culturais fossem
preservados como legado histórico e social. Quando nos primórdios das raças
raízes surge a humanidade o conhecimento é passado, contudo os aspectos
profundos foram ocultados por muitos motivos. Dentre eles o ocorrido na
Civilização perdida de Atlântida em que um cataclismo dizimou esses povos e
sucumbiu com o acervo de conhecimento acumulado por milhares de gerações. O
fato é mencionado por Platão (428 AC 347) numa narrativa em seus contos. A Lei
da Unidade da Vida traz a premissa que o planeta Terra é uma única matéria e
estamos interligados em um sistema sui generis gerando causa e sofrendo os
efeitos. Família, sociedade, natureza mineral, vegetal e animal tudo está
unificado. Em essência somos iguais e o princípio onipresente, eterno, sem
limite e imutável habita em cada substância viva na Terra. O Logos Divino busca
uma experiência em cada Ser. O Espírito Eterno quer emanar suas vibrações
cósmica de infinito alcance em todo o Universo. O escritor brasileiro Guimarães
Rosa (1908-1967) em seu livro Grande Sertão Veredas traz a ideia da compreensão
argumentativa da Consciência Cósmica. Ela permeia e interage com todos os
elementos constituintes dos vários aspectos da natureza. Esse livro é místico e
bem parecido com um tratado de metafísica, pois na leitura podemos distinguir
dimensões espirituais, antropológicas, psicológicas e cosmológicas. Na
introdução Guimarães Rosa usa um neologismo chamado de nonada para introduz a
discussão das leis que regem o Universo mostrando os conflitos entre matéria e
espírito. Na ciência esotérica o Logos está relacionado ao Sistema Solar,
sendo imanente em cada átomo no aspecto da dualidade. Como exemplos temos vida
e forma, matéria e espírito, claro ou escuro, dia e noite, calor e frio, uma
polaridade de contingência e necessidade que geram o mundo. No caso da matéria
e do espírito fica evidente que há um desnivelamento entre potência e ato
dentro das categorias das consciências elementais, minerais, vegetais, animais
e humanas. Nos seres menos evoluídos a consciência é potencializada
primitivamente onde as ligações neuronais tem pouquíssimas funcionalidades. No
mundo visível como exemplo temos as rochas sedimentares, no entanto, os
cristais de quartzo são diferentes fazendo ligações atômicas e tendo capacidade
de vibração em intervalos bem definidos. Nos seres mais evoluídos a consciência
é sensivelmente capacitada para transformar a potência latente da vontade e
desejos em atitudes e práticas. Ela interage no mundo visível podendo percorrer
os corpos sensível e fluídos nos mundos invisíveis e imateriais. A doutrina
Teosófica pensa os elementos primordiais da formação da vida material e
espiritual como indissociável e inseparável. Ocorrendo até o momento em que a
personalidade ou casca passa pelo processo da desintegração – morte – dando
lugar ao nível espiritual da individualidade. Isso acontece no estado de
sutilidade, buscando se aproximar do Espírito Divino. O Princípio da
Periodicidade é manifestado pelos intervalos regulares de eventos como a hora
de dormir, tomar café, almoçar, trabalhar etc. Uma lei fundamental do ocultismo
diz que não há repouso ou cessação de movimento na natureza. Como diz Heráclito
(535 AC 475) "Tudo flui, tudo passa, tudo se move sem cessar. A vida se
transforma em morte, a morte em vida e o úmido seca, o seco umedece. (...). O
mundo é um sono, o sono cede à vigília, o jovem torna-se velho. (...). Tudo tem
o seu Ser, contudo também o Não Ser". Esse é o princípio hermético da
vibração, que postula nada está parado e tudo está em movimento. O Princípio da
Correspondência diz que o que está embaixo é como o que está em cima. Esse
princípio traz a ideia que existe uma correspondência entre as leis e os
fenômenos dos diversos planos da existência e da vida. Isso dá ao homem os
meios de explicar muitos paradoxos obscuros e segredos da natureza. Existem
planos fora dos nossos conhecimentos. Todavia quando lhes aplicamos o Princípio
da Correspondência chegamos a compreender muita coisa que de outro modo nos
seria impossível entender. Esse princípio é de aplicação e manifestação
Universal nos diversos planos do universo material, mental e espiritual sendo
uma lei universal. Esse princípio pode ser aplicado nas Sagradas Escrituras
quando dizem em Gênesis 1, 26-27 "E disse Deus: Façamos o homem à nossa
imagem, conforme a nossa semelhança, e domine sobre os peixes do mar, e sobre
as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a Terra, e sobre todo o réptil
que se move sobre a Terra. E criou Deus o homem à sua imagem, à imagem de Deus
o criou, homem e mulher os criou". Como diz Orígenes o cristão (182-254)
"a imagem nós adquirimos a semelhança devemos conquistar". Alguns
cientistas usaram esse princípio da correspondência em suas pesquisas
científicas. Como exemplo temos Galileu Galilei (1564-1642) que desenvolveu os
primeiros estudos sistemáticos do movimento uniformemente acelerado e do
movimento do pêndulo. Consequentemente a lei dos corpos e o princípio da
inércia, tudo contribuindo para a conclusão de que a Terra girava em torno do
sol (Sistema Heliocêntrico). E não o contrário (Sistema Geocêntrico) como
sustentou a Igreja por séculos. Infelizmente para não ser condenado a morte,
Galileu teve que emitir uma nota na qual dizia que o modelo apresentado devia
ser interpretado apenas como uma ferramenta matemática. Isto é, simplificava as
órbitas dos corpos celestes e nunca como uma lei descritiva da realidade. Outro
cientista que usou o princípio da correspondência foi Isaac Newton (1643-1727)
ao postular suas três leis da física como vejamos. A primeira lei diz que
todo corpo continua em seu estado de repouso ou movimento uniforme em linha
reta, a menos que seja forçado a mudar aquele estado por forças imprimidas
sobre ele. A segunda lei diz que a mudança de movimento é proporcional a força
motora imprimida, sendo produzida na direção da linha reta na qual aquela força
é imprimida. A terceira lei diz que a uma ação sempre se opõe uma reação igual,
ou seja, as ações de dois corpos um sobre o outro são sempre iguais e se
dirigem a partes contrárias. Sempre que dois corpos qualquer A e B interagem,
as forças exercidas são mútuas. Tanto A exerce força em B, como B exerce força
em A. A interação entre corpos é regida pelo princípio da ação e reação,
proposto por Newton. Os filósofos hindus, 4.000 anos antes de Cristo, já percebiam
esta Lei que está esboçada na Lei do Carma. “Ela ajusta o efeito a sua causa,
ou seja, todo o bem ou mal que tenhamos feito numa vida virá trazer-nos
consequências boas ou más para esta vida ou as próximas existentes. A Lei do
Carma é imodificável, e é conhecida em várias religiões como – justiça
celestial. Em sânscrito, Carma significa ato deliberado. Nas suas origens, a
palavra significa força ou movimento. Apesar disso, a literatura pós-védica
expressa a evolução do termo para lei ou ordem, assim definida muitas vezes
como Lei de Conservação de Força. Isto significa que cada pessoa receberá o
resultado das suas ações, manifestando causa e consequência de seus atos.
Apesar de muitas religiões e filosofias da Índia não incluírem o conceito de
culpa, castigo, remissão e redenção. O Carma funciona como um mecanismo
essencial para revelar a importância dos comportamentos individuais saudáveis e
benéficos para si e para a humanidade”. Futuramente estudaremos com detalhes os
7 princípios herméticos que são: 1. Princípio do Mentalismo. 2. Princípio da
Correspondência. 3. Princípio da Vibração. 4. Princípio da Polaridade. 5.
Princípio do Ritmo. 6. Princípio da Causa e do Efeito. 7. Princípio do Gênero.
Abraços. Davi.
Nenhum comentário:
Postar um comentário