Teosofia. Palestra proferida
por Ricardo Maffia. Boa noite a todos. Eu gostaria de agradecer o convite e a
oportunidade de estar aqui presente na Loja Liberdade. Ao presidente da Loja, o
Carlos Eduardo, e aos membros de toda a diretoria da Loja. Nós vamos dar
prosseguimento a esse ciclo de palestras relacionadas ao Mestre Kuthumi, e
nesta de hoje, com o título “O Mestre Kuthumi e os Anjos”, nós vamos procurar
focalizar o trabalho do Mestre com os Anjos. Teosoficamente falando, aprendemos
que o Mestre Kuthumi trabalha na mesma linha do Cristo ou do Bodhisattva
Maitreya. Só para lembrarmos, numa de suas reencarnações o Mestre Kuthumi foi
Pitágoras. Já ouvimos falar que Deus geometriza, e quando falamos de devas ou
de anjos nós percebemos uma hierarquia paralela ao da evolução humana. Essa
hierarquia é a angélica. Nós temos os arcanjos, imediatamente abaixo os anjos e
imediatamente abaixo, os elementais. Todos esses seres trabalham numa linha
hierárquica. Pois bem, os Mahatmas ou Mestres de Sabedoria trabalham de mãos
dadas com essa corrente paralela à evolução humana. Falamos de Pitágoras e da
questão da geometria porque os anjos e os elementais são os que fazem o
trabalho da construção dos planos do Sistema Solar. Nós lemos os livros de
Teosofia, particularmente o “Fundamentos de Teosofia” [de Jinarajadasa, ed.
Pensamento], participamos das aulas que a Rose dá toda às sextas-feiras a
respeito de fundamentos de teosofia e nós vamos perceber que no ato da criação
do Sistema Solar esses seres são praticamente os engenheiros, os arcanjos,
anjos e elementais. Os elementais são, vamos dizer assim, os trabalhadores
braçais da construção dos planos de manifestação de consciência, ou seja, o
plano etérico, o plano astral, mental, búdico ou intuitivo, o átmico, monádico
e divino. Os devas – anjos canalizam toda essa energia. Trabalham com a
energia. Quais seriam essas energias? Fohat, Prana e Kundalini. Os Arcanjos
trabalham com os arquétipos, ou sejam, os modelos divinos. O Logos Solar tem
modelos que vão ser dinamizados, energizados, com o objetivo de possibilitar a
evolução do plano ou do sistema que Ele tem sob sua responsabilidade. E o
Mestre de Sabedoria trata diretamente com a evolução humana, porém essa
evolução faz parte de um contexto universal em que tanto os seres humanos como
os devas estão de mãos dadas. Quando falamos mais uma vez de Pitágoras, quando
falamos em Deus geometriza, são os elementais que tratam de dar forma a todo o
reino mineral, o trabalho de essência elemental que a vida do plano mental
inferior, do plano astral, do plano etérico e, por consequência, do físico. A
essência seria, vamos dizer assim, a matéria desses planos. Quando falamos que
temos um corpo físico e nesse corpo tem átomos, partículas subatômicas; quando
falamos que temos um corpo etérico bioenergético que tem uma vibração peculiar
e uma vida vegetativa, o corpo astral também tem. Fazendo um breve parêntese:
por que tantas pessoas não conseguem mudar de crenças? De padrões de
pensamentos? Não conseguem quebrar o ciclo, de uma forma de viver e de se
emocionar? Por que tem pessoas que repetem sempre as mesmas emoções e ficam
enclausuradas num grande espaço de suas vidas, atoladas em determinadas
emoções, absolutamente ilusórias, que restringem suas próprias evoluções? Por
mais que elas tenham consciência elas não conseguem mudar. Claro que tem um
aspecto que tem todo um aspecto clínico, que pode ser depressão ou uma série de
outras coisas, porém fundamentalmente o corpo astral tem uma vida vegetativa e
essa vida vegetativa se “acostuma” num padrão vibratório. Quando a pessoa não
faz essa mudança [e é claro que não é diretamente a partir do corpo astral que
se começa] essa vida vegetativa vai ficar vibrando numa determinada frequência
e a pessoa sempre vai agir daquela forma. Portanto, recapitulando, os
elementais são os responsáveis por orientar a vida elemental. Essa vida
elemental está em nosso corpo astral. Essa vida elemental está presente em
nosso corpo mental inferior. Porém, eles ordenam tudo isso. Por que eu estou
fazendo um vínculo com os elementais com Pitágoras e com Deus geometriza?
Justamente em função dessa ordem que a natureza, depois do caos, procura
estabelecer. Da mesma forma que cada um de nós, à nossa maneira, procuramos
estabelecer a ordem em nossas vidas. Ainda como uma das encarnações do Mestre
Kuthumi, nós o notamos como São Francisco de Assis, que tinha uma relação
direta com os animais. Sabemos que alguns animais, na sua corrente evolutiva,
podem ir para a área dos devas ou anjos. São Francisco de Assis tinha um amor
muito grande pelos animais, ou melhor, não só pelos animais, mas por todo o
reino natural, toda a natureza. Portanto, os devas estão ligados com os animais
e com toda a natureza. Por isso que estamos fazendo esse vínculo do Mestre
Kuthumi com os devas. Mas para chegar lá, ainda percebemos que através de
nossos estudos que o Mestre Kuthumi está na mesma linha do Bodhisattva
Maitreya, o Cristo, e como sabemos que estamos na quinta raça-raiz e a próxima
raça-raiz [não a sub-raça] será a sexta e vai mudar toda uma série de
departamentos da Hierarquia. O Mestre Kuthumi será o próximo Bodhisattva.
Portanto, como o Mestre Kuthumi é o Senhor da compaixão, é um Mestre de
Sabedoria e o trabalho dele está bem polarizado no despertar de buddhi, ou
seja, do discernimento de cada um, e do amor que está latente em todo ser
humano, amor fraternal, consciência da presença de Deus. Ele sendo o próximo
Bodhisattva, o Cristo, através de seus ensinamentos, antecipa a possibilidade
de nós iniciarmos um processo redentor em nossas vidas. Redentor significa um
processo de despertar da consciência. Na medida em que despertamos a
consciência adquirimos a percepção do significado de nossas próprias vidas. Na
medida em que adquirimos a percepção do significado de nossas próprias vidas,
tomamos as rédeas de nossas vidas em nossas mãos, podendo torná-las para melhor
e também inspirar o próximo a uma mudança melhor. Através dessa introdução, eu
vou dar um salto com relação ao que em teosofia chamamos de corpo causal. O
corpo causal é o veículo no qual ficam registradas todas as nossas encarnações.
O nosso átomo causal. Por exemplo, nós tivemos uma série de atos em nossas
vidas anteriores e tudo isso está registrado em nosso corpo causal. Tudo o que
está acontecendo no nosso dia a dia, as nossas percepções são registradas em
nosso corpo causal. Fazendo um rápido “link”: cada veículo da manifestação da
consciência [corpo mental, corpo astral e corpo etérico] tem centros psíquicos
ou chakras que estão intimamente relacionados com cada veículo imediatamente
abaixo. Esses chakras estão relacionados com as nossas glândulas e nossos
plexos. O nosso chakra cardíaco, a partir de nossa percepção do dia a dia, tudo
que percebemos e sentimos, principalmente como verdade [por isso que Salomão
afirmava que o homem é o que pensa em seu coração. Por mais que ele tente
demonstrar outra coisa o homem é o que ele pensa em seu coração], e por isso
que o karma das pessoas muda ou não muda, porque o karma da pessoa está
intimamente relacionado com as suas intenções que provêm de seus corações. Não
do que elas falam da boca para a fora. Portanto, cada vez que o sangue passa
pelo coração, a contraparte etérica desse sangue passa pelo chakra cardíaco
etérico, que tem um átomo etérico. Esse átomo etérico registrando essa
percepção, essa vivência, emana essa informação para o chakra cardíaco no corpo
astral e, por consequência, esse chakra cardíaco do corpo astral emana a mesma
informação para o chakra cardíaco do corpo mental e por sua vez para o corpo
causal. Vamos dizer que vem uma informação da percepção de uma vivência num
determinado momento de nossas vidas, e essa percepção é mandada, através de uma
informação para o corpo causal. Só que o nosso corpo causal tem uma série de
registros cármicos, ou registros causais, provenientes de outras vidas nossas.
É importante salientar que quando o indivíduo atinge a quarta Iniciação o seu
corpo causal praticamente se dissolve e ele tem consciência de todas as suas
vidas, não consciência teórica, mas ele vivencia tudo o que ele foi, ele
resgata toda essa informação. Portanto, quando essa informação atinge uma
unidade de registro cármico no corpo causal e se porventura essa unidade do
registro cármico tem um karma positivo ou tem um karma desafiador,
imediatamente essa informação tocando aqui [apontando para uma figura esboçada
no quadro] vai haver um “feedback”. Como o corpo causal se situa no plano
mental abstrato, no plano abstrato de nosso próprio ser e do plano abstrato do
próprio planeta; portanto, quando essa informação atinge essa unidade de
registro, há uma reverberação dessa unidade, no plano mental abstrato; ou seja
essa reação de um karma desafiador ou de um karma positivo, é liberada para a
própria personalidade da pessoa, para o cérebro, bem como também é liberada
para o plano mental abstrato em sua totalidade. Aí vemos surgir as
configurações cármicas na vida das pessoas, tanto positivas, como desafiadoras.
Quando nós falamos no Mestre Kuthumi e do trabalho como os devas, isso
significa o seguinte: quando subimos de padrão e nos aproximamos do que
significa buddhi, que é um aspecto superior de nosso próprio ser, o que ocorre
conosco? Nós nos posicionamos acima desse corpo causal e aí iniciamos um
processo de redenção. Portanto, o Mestre Kuthumi, no trabalho com os devas, o
que ele faz? Ele faz esse trabalho através dos devas, porque os devas são vida
e perpetuam as formas pensamento liberadas pela humanidade. Eu vou dar um outro
exemplo: uma coisa é as pessoas terem formas pensamento aí no “atacado” [todo
mundo tem], outra coisa é quando se faz um ritual de cura e é gerado uma forma
pensamento importantíssima, liberada para o plano mental concreto; a forma
pensamento sendo importantíssima e sendo trabalhada com amor, é isso que
importa, vai servir de veículo, de “feedback”, de uma resposta dos seres
superiores; essa forma pensamento é liberada no plano mental concreto e os
devas dessa linhagem que estão trabalhando na área da cura e também na área do
Mestre Kuthumi, bem como na área da sabedoria, vão dinamizar essa forma
pensamento. Assim sendo, todas as pessoas no mundo, quer sejam espiritualistas
ou não, que estiverem voltada ao trabalho de progresso do gênero humano, serão
inspiradas por essa forma pensamento. Nós vemos um trabalho ligado aos devas,
oriundo de um trabalho em grupo, que pode ser aqui na Sociedade Teosófica, pode
ser em outro grupo espiritualista, bem como podem ser grupos não
necessariamente espiritualistas, mas que estejam profundamente interessados no
bem-estar da humanidade. Um Mahatma age voltado à humanidade como um todo. Ele
fica atento não necessariamente para as imperfeições dos seres humanos, mas ele
fica muito atento para as capacidades e virtudes que cada ser humano esteja
expressando naquela atual reencarnação, capacidades essas que podem ser
aproveitadas para uma melhora do gênero humano. O Mestre Kuthumi, como está à
testa do 2o. Raio [é o Chohan do 2º. Raio], que representa uma dinamização dos
processos de sabedoria e de instrução, o que ele faz? Ele e os seus discípulos,
não só em termos de vibração, mas também em termos de ação, constantemente
inspiram os seres humanos para o despertar da sabedoria. Essa sabedoria pode
ser oriunda de um estímulo das informações escolares, do conhecimento
científico, do conhecimento acadêmico, bem como de um estímulo da sabedoria
perene, ou seja, da sabedoria ligada a cada ser humano, porque o que importa em
nossas vidas, além das informações que nós obtemos, que nós recebemos como
cultura, são as experiências e a bagagem que temos, adquiridas na atual vida e
as que trazemos potencialmente, e toda essa relação com o meio em que vivemos.
O que importa também é que desenvolvamos essa própria sabedoria, nos
desenvolvamos também os nossos próprios parâmetros, os nossos próprios
referenciais. Eu me lembro do que o Gurdjieff (1866-1949) fala [aliás, um livro
de que eu sempre falo nas palestras, de título “A vida só é real quando eu
sou”], ou seja, quando o indivíduo tem a percepção do “eu sou” é que ele começa
a viver a senda de uma forma consciente. Nem precisa falar de senda; ele
percebe que conscientemente criou a vida de uma determinada forma e quando ele
tem um “insight” da percepção do “eu” e esse “insight” é oriundo da luz de
buddhi, ele percebe como um ser [“eu sou”] se torna extremamente significativo
para ele e ele desperta [como Cristo fala: “Desperta tu que dormes!”] – ele
estava dormindo e percebe que a vida dele foi automática, independentemente do
que ele fez, e que a partir daquele momento ele despertou, adquiriu a
consciência de si, começa a desenvolver o que Jung fala do “self”. Com esse
despertar ele percebe o significado da própria vida e começa a regê-la de forma
consciente. O Mestre Kuthumi, juntamente com seus discípulos, trabalha nesse
despertar, no sentido de gerar constantemente formas pensamento para a
humanidade, ligadas ao próprio propósito do Logos Solar e Planetário, e ligadas
com o propósito da hierarquia planetária e desta forma, o progresso humano
acontece. Querendo
ou não, ele acaba acontecendo pela própria onda irresistível de força do Logos
Solar e Planetário, porém o trabalho do Mestre Kuthumi é para fazer as almas
despertarem para suas próprias realidades, despertarem para o significado de
suas próprias vidas. Uma coisa é nós nos dirigirmos em busca da espiritualidade
e ficarmos lendo [isso é parte da busca e é necessário], outra coisa é nós
termos “insights” verdadeiros. Todo trabalho de aprendizado, uma hora tem que
chegar ao “insight”, que é quando a pessoa começa a perceber o significado de
sua própria vida e começa a assumir a responsabilidade por tudo que aconteceu
em sua vida e à medida que ele tem essa consciência mais profunda com ela
própria ela adquire uma capacidade de resgatar seus talentos essenciais, seus
talentos de alma e colocá-los em ação. Portanto, um dos trabalhos do Mestre
Kuthumi é justamente esse, através de trabalhos do plano mental, constante,
ajudado por seus discípulos e pelos devas, porque eles energizam as formas
pensamento, estimulam o inconsciente coletivo da humanidade no sentido de
despertá-la para sua realidade interior. Esse é o trabalho principal. Esse
trabalho está ligado à cura, porque quando nós despertamos o princípio da
sabedoria que existe dentro de nós, nós clarificamos todo um processo que
ocorre conosco, nós começamos a perceber o sentido de nossas vidas e à situação
em nós nos encontramos, quer no sentido positivo quer no desafiador. Nada
melhor quando realmente tomamos uma consciência profunda de alguns ou
importantes momentos de nossas vidas, iniciamos um processo de cura de nossa
própria alma, do nosso próprio ser. Conflitos emocionais, psicológicos,
existenciais, uma série de questões que restringem e que por uma ilusão Alice
Bailey (1880-1949) chama de astralismo, uma auto ilusão que o indivíduo
desenvolveu e não se permite avançar, não se permite seguir uma trilha de
progresso e de realização pessoal. A partir do momento em que há esse
“insight”, a pessoa percebe que cria a própria vida, que tem o poder, o que na
teosofia é chamado de Kriyashakti, só que de uma forma ínfima, a princípio, o
poder de acesso, um poder extremamente construtivo e progressista, para ele
próprio e para os demais. Tem pessoas que na medida em que ganham consciência
suas mentes vibram numa freqüência superior ao normal, por consequência o corpo
astral acompanha a mente, o corpo etérico também, o cérebro físico também,
porque não são apenas o corpo etérico, astral e mental que emanam determinadas
vibrações para os meios em que eles vivem, o nosso corpo físico emanam
partículas subatômicas que contém informações com relação a nós mesmos [nós
emanamos leptons, por exemplo, que são partículas subatômicas]. O ser humano é
realmente holístico. Na medida em que o padrão de pensamento da pessoa aumenta,
por consequência, a vibração também aumenta, o corpo astral se expande, o corpo
etérico também. Isso significa que kundalini, que é uma energia que na maioria
dos seres humanos está ativa de forma ínfima, porém extremamente poderosa, pois
é ela que empurra os seres humanos à evolução, quando há um aumento no padrão
vibratório mental, energético e bioenergético, significa que essa energia
começa a atuar de uma forma ainda mais intensa, levando a pessoa a ter
“insights” sucessivos com relação a ela própria. E uma relação segura disso
acontecer é cultivar os princípios superiores que se recebe através dos
ensinamentos teosóficos ou através de qualquer linha espiritualista fidedigna.
E se percebe mais do que nunca o seguinte: por mais que ela tenha uma expansão
de consciência, mais ela tem a necessidade de se ter os pés no chão. Muitos
espiritualistas “decolam”, vão para a “estratosfera” e perdem o sentido de
realidade, sendo que suas necessidades mais básicas não são resolvidas. Quando
falamos de cura, cura é justamente disso, cura da alma. Quando expressamos o
verdadeiro discernimento que é a voz do silêncio, a sabedoria da alma que fala
para nós mesmos começarmos a ser curados. A cura que nós falamos representa a
saída do sono e representa a pessoa assumir justamente o que ela é, se amando,
se valorizando, levantando a cabeça e colocando em ação, aos poucos, esses
princípios superiores e talentos que ela tem. Rupert Sheldrake (1942- ),
um grande cientista inglês, que desenvolveu a teoria dos campos morfogenéticos
[aliás, ele escreveu um livro interessante com o título “Quando os cães sabem
quando os donos estão chegando”], mostra toda uma ligação através desses campos
morfogenéticos, que na realidade para nós é o plano etérico que os Mestres já
haviam falado disso. Então, os Mestres, por reverberação, atuam da seguinte
forma: O Mestre Kuthumi, com seus discípulos, fazem um trabalho importante de
formas pensamento poderosas em todo plano mental da humanidade e os devas vão
sempre energizando e reenergizando e cada deva que está ligado a um ritual, a
um trabalho de meditação, trás essa força emanada do grupo e a leva à
humanidade e eles que são os agentes da sincronicidade, fazem a configuração
dos acontecimentos significativos em nossas vidas. Portanto, se nós meditarmos
no Mestre Kuthumi, meditarmos nos devas de uma forma clara, construtiva e
objetiva, nós estamos progredindo, não apenas no sentido abstrato, mas também
no sentido pessoal. Por exemplo, numa missa, quando é feita a eucaristia o
padre associa através daquele ritual mágico e da egrégora da própria missa
estabelece um contato com a egrégora do Cristo, o Bodhisattva. O Bodhisattva
faz um trabalho voltado para a humanidade e essa egrégora está presente há
milênios, oriundas de outros Bodhisattvas. Na hora da missa, quando é feita
aquela consagração, o ato da eucaristia, existe um deva que está presente
naquela ritual, que leva toda aquela força daquela egrégora, daquela forma
pensamento que está na igreja, que está sendo gerada pelo ato de eucaristia, à
egrégora do Cristo. Portanto, o retorno que se dá ali, é em função dessa
ligação entre o sacerdote e a egrégora do Cristo, sempre através dos devas. Por
que as pessoas têm dificuldade de entrar em contato com o Eu Superior? Por que
as pessoas têm dificuldade de entrar em conta com os Mestres de Sabedoria e
serem inspirados por eles? Porque existe uma questão básica que as pessoas
acabam passando por cima. Nós temos um Eu Superior; nós temos o nosso eu
consciente, nós temos o eu inferior, que não tem nada de mal. Esse eu inferior
é o nosso corpo físico, nosso corpo astral, nosso corpo etérico e a vida
vegetativa de nosso ser. Esse eu inferior seria o nosso próprio subconsciente,
que é o nosso corpo astral. É nesse eu inferior que está presente a nossa vida
atávica, instintiva. Quando o “programamos” com coisas positivas ele vai agir
reagir dessa forma positiva. Quando colocamos também as coisas desafiadoras ele
vai também responder àquilo. Para nós estabelecermos um contato com o Eu
Superior nós temos que “convencer” o nosso eu inferior a gerar a energia vital
para esse contato. Em teosofia nós falamos que a união entre o Eu Superior e o
eu consciente é chamada de Antahkarana. Para esse Antahkarana acontecer tem que
ocorrer uma energia de baixo para cima, não de cima para baixo. Embora os
Mestres estejam conscientes, eles só podem atuar mais diretamente nos seres, a
partir do momento que esses seres emanam uma energia propícia para que possam
dar retorno. Se não houver essa energia emanada para cima não há como vir a
resposta. Não adianta a pessoa só orar mecanicamente. Ela tem que sentir aquilo
que ela fala, isso é fundamental; ela tem que “convencer” o seu subconsciente,
ou eu inferior, a fazer uma ligação com o seu Eu Superior e com os Mestres e só
através desse “convencimento” é que é gerada a energia vital. Essa energia é
oriunda do nosso eu inferior. A nossa energia física vem do nosso corpo físico.
A energia vital vem do corpo etérico. Em cabala nós chamamos de Tipheret que é
justamente o eu superior. A parte instintiva, o Nefresh, é justamente o corpo
etérico, que gera a energia vital que nós chamamos de sub-consciente. Se nós
não mobilizamos, se não acreditamos naquilo que estamos pedindo ou no que
estamos nos propondo, nada vai acontecer. É o que ocorre com a maioria dos
seres humanos. Tem muito espiritualista que acredita e outros espiritualistas
que sabem. É diferente. Acreditar é uma coisa, vivenciar com fé é outra coisa.
É claro que tendo a razão como guia obviamente. Portanto, para sermos
inspirados por esses seres é necessária uma firme determinação de estímulo, de
despertar de nossa própria sabedoria, do nosso próprio discernimento. E na
medida em que nós nos aproximamos de nós mesmos, estimulando a necessidade,
descobrirmos o significado de nossas próprias vidas, nos voltarmos para o
Mestre Kuthumi, solicitarmos sabedoria e discernimento, voltarmos para um deva
e fazermos a mesma solicitação, nós vamos ter a resposta incontestavelmente.
Ninguém fica sem resposta. Só vai ficar se não fizer uma pergunta bem
formulada. Pergunta bem formulada não significa necessariamente uma pergunta
clara, significa uma pergunta com querer, e para querer é difícil, pois a
maioria das pessoas apenas quer teimosamente, mas o querer “para valer” é
aquele querer quando a pessoa chega e fala: “a partir desse momento eu vou
mudar toda a minha vida”. Aí sim, quando a pessoa toma uma decisão dessa, ela
começa a ser ela própria.
O Mestre Kuthumi em seu
trabalho com os devas, leva aos seres humanos o estímulo do discernimento e de
que só através de nós pode haver a cura de nossas almas e de nossa própria
psique, por consequência. É
feito um intervalo para a formulação de perguntas. Pergunta – O que
comanda as glândulas? Orador – Nós temos o chakra coronário, que está ligado
com a pituitária; nós temos o frontal com a pineal; nós temos o chakra laríngeo
com a tireóide; nós temos o chakra cardíaco que está relacionado com o timo;
nós temos o chakra do plexo solar que está relacionado com o próprio plexo
solar, que é um feixe de nervos que se encontra entre a coluna vertebral e o
nosso estômago; nós temos o chakra esplênico relacionado com o nosso baço, que
é uma chakra que está só no corpo etérico e não no corpo astral [os chakras do
corpo astral estão justapostos na mesma posição da coluna vertebral, o chakra
do corpo etérico existe apenas o esplênico, que tem um trabalho mais
direcionado ao baço]; nós temos o chakra básico, que está relacionado com a
base de nossa coluna vertebral, está associado com kundalini. Continuando a
palestra. Quando nós fazemos esse trabalho, o corpo causal emana uma informação
e é criado um destino na vida das pessoas. Um Mestre de Sabedoria, embora ele
pode ter um Ashrama [o Ashrama do Mestre Kuthumi, por exemplo é sobre a
Caxemira] e na realidade a consciência de um Mahatma está no plano búdico,
portanto, eles são causadores de novos karmas, porém eles podem, pela
humanidade, serem agentes coletivos de transformação do próprio karma. Nós
temos arcanjos extremamente importantes. Os arcanjos que são da hierarquia
solar e estão ligados ao trabalho da hierarquia planetária são [escrevendo do
quadro]: METRATON – RATZIEL – ZAPHKEL – ZADKIEL – KAMAEL – RAPHAEL –
MIKHAEL – HANNIEL – GABRIEL – HARIEL – SANDALFON. O trabalho do Mestre Kuthumi
está ligado com um arcanjo Raphael, que está relacionado à cura. Se nós
pegarmos a cabala, nós vamos ver que ele é o regente de Tipheret, que é justamente
o processo de unificação da consciência, ou seja, quando o indivíduo começa a
se perceber como ser, quando entra para o processo de individuação, a
verdadeira iniciação. As fraternidades iniciáticas sérias outorgam a iniciação,
no sentido de estimular a pessoa a ficar receptiva, mas o trabalho é todo da
pessoa. Aí quando a pessoa começa a se aproximar desses princípios superiores é
lhe outorgada a verdadeira iniciação na Grande Fraternidade Universal. Então,
se de um lado está o Mahatma Kuthumi e de outro lado o arcanjo Raphael, de
outro lado está a mãe Maria, a mãe do mundo. Portanto, o arcanjo Raphael está
intimamente relacionado, juntamente com o Mestre Kuthumi, no sentido de
estimular as pessoas ao crescimento interior. O arcanjo Raphael, por sua vez,
está ligado com os devas da cura e da sabedoria. Esses seres geram uma força
extraordinária e essa força de esclarecimento permeia e atua em todos os seres.
Mas, vamos ver o arcanjo Mikael, ou Miguel, que está em num trabalho
intimamente relacionado com o Mestre Morya, que é o Choan que está voltado ao
poder e à ação. Porém, Miguel está ligado também à defesa e à proteção. Então,
nós temos o Mestre Morya, o arcanjo Miguel e os devas da ação e da cura, porque
na medida em que se faz um trabalho de despertar do discernimento, que é o
trabalho básico do Mestre Kuthumi, faz-se despertar a sabedoria. Na medida em
que a pessoa ganha a percepção da sabedoria ela ganha o significado da vida. E
quando nós começamos a perceber o significado de nossas próprias vidas, nós
somos armados de uma tal vontade de convicção que nada a partir daquele momento
pode nos deter. Assim sendo, é estimulado um outro trabalho do arcanjo Miguel,
que é para ser abordado em uma outra palestra, que é o trabalho de proteção. Em
cabala, Mikael está relacionado com uma sephira chamada de Hod, é a sephira da
nossa mente. Ou seja, na medida em que nós somos inspirados pelo trabalho do
Mestre Kuthumi, nós nos desenvolvemos o discernimento, a sabedoria, que na
teosofia nós chamamos de “luz de buddhi”, a nossa mente começa a ficar
harmonizada, ficamos mais positivos e temos a ajuda, se pedirmos, dos devas da
cura e dos devas da sabedoria. O trabalho do Mestre Kuthumi, juntamente com o
Arcanjo Rafael, é um trabalho de esclarecimento e, por consequência, através do
trabalho dos dois, uma legião de devas trabalha para levar essa força para a
humanidade unida aos elementais, até atingir os elementais de nosso próprio
ser, porque nós temos também os quatro elementos dentro de cada um de nós. E
assim, num patamar abaixo, eles fazem parte de uma engrenagem do próprio
trabalho do Bodhisattva, o Cristo. Portanto, eu devo muito ao Mestre Kuthumi o
que eu sei, porque foi graças à Sociedade Teosófica que eu adquiri uma dose
para mim significativa de conhecimento. Então, eu tenho que agradecer e
respeitar esse Mahatma por todo o trabalho que ele faz para a humanidade e me
beneficiou; não só ele como também o Mestre Morya que são os dois patronos da
Sociedade Teosófica. Portanto, eu queria encerrar agora e abrir para colocações
e questionamentos. Pergunta – Você poderia falar alguma coisa sobre
Melquisedeque? Orador – Melquisedeque, no antigo testamento, o Rei de Salem [da
paz]. Ele outorga a Abraão a Ordem de Melquisedeque. Teosoficamente, nós
associamos Melquisedeque com o Rei do Mundo, ou Sanat Kumara, que é o regente
da Hierarquia Planetária. A Hierarquia Planetária foi fundada há 18 milhões de
anos, na terceira sub-raça da terceira raça-raiz, ou seja, a raça lemuriana e
ela foi organizada no mar interno a Ásia Central, que seria o Mar de Gobi, na
Ilha Branca, que hoje é o deserto de Gobi, na Mongólia. Foi Sanat Kumara quem
organizou toda a Hierarquia Planetária, sendo o Chefe da Hierarquia, o Rei do
Mundo, ou Melquisedeque. Cada ponto do planeta Ele é chamado de um nome
diferente. Finalizando a
palestra: O que eu queria dizer é o seguinte. Quando nós falamos
que o homem é aquilo que ele pensa em seu coração, significa que o que vem de
nosso coração é o que é real. Isso é uma verdade. A gente pode pensar em muitas
coisas, mas as nossas intenções mais sagradas estão em nosso coração. Nós temos
que desprezar a razão? De forma alguma. Não dá para concebermos uma evolução
com o coração de um lado e a razão do outro. Os dois têm que estar de mãos
dadas. É a mesma coisa que falarmos, que é um paradoxo, fé tem que ter a razão?
Não concebemos fé sem razão. É um pouco paradoxal, mas dá para meditarmos a
respeito. Portanto, a razão nos mostra, por exemplo, todo o resultado de uma
experiência que nós recebemos e da nossa própria experiência. O coração é o que
nos dá o sentido para adquirirmos outras tantas experiências de crescermos.
Qualquer trabalho de visualização, qualquer ato de nossa vida que seja vital,
se não tiver a força do coração não vai para frente, não tem resultado algum.
Através do coração nós conquistamos o poder real e não é mera filosofia. Poder
para servir, porque a partir do momento que nós geramos toda essa conexão, esse
poder que existe dentro de nós, nós queremos compartilhar. Tudo que nós
fizermos que queiramos que fique, pode parecer poético, é fundamental que sem
coração nada vai dar certo. Quando Cristo afirmou Fé, Esperança e Caridade,
essas três colunas, Sabedoria, Força e Beleza e perguntaram para Ele qual das
três é a maior, é a caridade, e se formos definir o que é caridade vamos
incorrer em erro. É algo tão espontâneo que mesmo que contraria toda a nossa
razão vai nos fazermos felizes. Caridade está ligada com fraternidade, está
ligada com coração e a caridade por nós mesmos é essencial, porque significa
nós nos amarmos, nos valorizarmos – isso não é uma questão de ego psicológico –
é questão de uma necessidade existencial, auto respeito mais do que nunca. Ao
percebermos a imensidão que existe dentro de nós, nós percebemos o significado
da nossa vida e, por consequência, os nossos atos e as metas serão energizadas
pelos ideais oriundos de nossos corações. Então, o ser humano é o que ele pensa
em seu coração! Nós pegamos uma pedra bruta para esculpirmos uma estátua com o
maço e o cinzel. O maço representa a vontade e o cinzel representa a
inteligência. A pedra bruta é a obra em que nós vamos trabalhar, ou seja, ele
representa cada um de nós. Se o artífice pega o maço e começa a bater para
valer a pedra irá se quebrar. Se ele bate muito fraco não ocorre nada. Se nós
pegarmos o espiritualismo e sairmos radicalmente em cima da gente, nós vamos
rachar essa pedra. Mas também se não tomarmos uma decisão e trabalharmos com
maestria com nós mesmos e para com o próximo, iremos ter problemas.
Espiritualidade, antes de tudo, é uma arte real no sentido de nós construirmos,
nos moldarmos, desbastarmos a nossa pedra bruta, para que um dia essa pedra se
torne uma pedra polida, que é a própria manifestação do Eu Superior. www.teosofia-liberdade.org.br. Abraço. Davi.
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