terça-feira, 2 de janeiro de 2018

O MESTRE KUTHUMI E OS ANJOS

Teosofia. Palestra proferida por Ricardo Maffia. Boa noite a todos. Eu gostaria de agradecer o convite e a oportunidade de estar aqui presente na Loja Liberdade. Ao presidente da Loja, o Carlos Eduardo, e aos membros de toda a diretoria da Loja. Nós vamos dar prosseguimento a esse ciclo de palestras relacionadas ao Mestre Kuthumi, e nesta de hoje, com o título “O Mestre Kuthumi e os Anjos”, nós vamos procurar focalizar o trabalho do Mestre com os Anjos. Teosoficamente falando, aprendemos que o Mestre Kuthumi trabalha na mesma linha do Cristo ou do Bodhisattva Maitreya. Só para lembrarmos, numa de suas reencarnações o Mestre Kuthumi foi Pitágoras. Já ouvimos falar que Deus geometriza, e quando falamos de devas ou de anjos nós percebemos uma hierarquia paralela ao da evolução humana. Essa hierarquia é a angélica. Nós temos os arcanjos, imediatamente abaixo os anjos e imediatamente abaixo, os elementais. Todos esses seres trabalham numa linha hierárquica. Pois bem, os Mahatmas ou Mestres de Sabedoria trabalham de mãos dadas com essa corrente paralela à evolução humana. Falamos de Pitágoras e da questão da geometria porque os anjos e os elementais são os que fazem o trabalho da construção dos planos do Sistema Solar. Nós lemos os livros de Teosofia, particularmente o “Fundamentos de Teosofia” [de Jinarajadasa, ed. Pensamento], participamos das aulas que a Rose dá toda às sextas-feiras a respeito de fundamentos de teosofia e nós vamos perceber que no ato da criação do Sistema Solar esses seres são praticamente os engenheiros, os arcanjos, anjos e elementais. Os elementais são, vamos dizer assim, os trabalhadores braçais da construção dos planos de manifestação de consciência, ou seja, o plano etérico, o plano astral, mental, búdico ou intuitivo, o átmico, monádico e divino. Os devas – anjos canalizam toda essa energia. Trabalham com a energia. Quais seriam essas energias? Fohat, Prana e Kundalini. Os Arcanjos trabalham com os arquétipos, ou sejam, os modelos divinos. O Logos Solar tem modelos que vão ser dinamizados, energizados, com o objetivo de possibilitar a evolução do plano ou do sistema que Ele tem sob sua responsabilidade. E o Mestre de Sabedoria trata diretamente com a evolução humana, porém essa evolução faz parte de um contexto universal em que tanto os seres humanos como os devas estão de mãos dadas. Quando falamos mais uma vez de Pitágoras, quando falamos em Deus geometriza, são os elementais que tratam de dar forma a todo o reino mineral, o trabalho de essência elemental que a vida do plano mental inferior, do plano astral, do plano etérico e, por consequência, do físico. A essência seria, vamos dizer assim, a matéria desses planos. Quando falamos que temos um corpo físico e nesse corpo tem átomos, partículas subatômicas; quando falamos que temos um corpo etérico bioenergético que tem uma vibração peculiar e uma vida vegetativa, o corpo astral também tem. Fazendo um breve parêntese: por que tantas pessoas não conseguem mudar de crenças? De padrões de pensamentos? Não conseguem quebrar o ciclo, de uma forma de viver e de se emocionar? Por que tem pessoas que repetem sempre as mesmas emoções e ficam enclausuradas num grande espaço de suas vidas, atoladas em determinadas emoções, absolutamente ilusórias, que restringem suas próprias evoluções? Por mais que elas tenham consciência elas não conseguem mudar. Claro que tem um aspecto que tem todo um aspecto clínico, que pode ser depressão ou uma série de outras coisas, porém fundamentalmente o corpo astral tem uma vida vegetativa e essa vida vegetativa se “acostuma” num padrão vibratório. Quando a pessoa não faz essa mudança [e é claro que não é diretamente a partir do corpo astral que se começa] essa vida vegetativa vai ficar vibrando numa determinada frequência e a pessoa sempre vai agir daquela forma. Portanto, recapitulando, os elementais são os responsáveis por orientar a vida elemental. Essa vida elemental está em nosso corpo astral. Essa vida elemental está presente em nosso corpo mental inferior. Porém, eles ordenam tudo isso. Por que eu estou fazendo um vínculo com os elementais com Pitágoras e com Deus geometriza? Justamente em função dessa ordem que a natureza, depois do caos, procura estabelecer. Da mesma forma que cada um de nós, à nossa maneira, procuramos estabelecer a ordem em nossas vidas. Ainda como uma das encarnações do Mestre Kuthumi, nós o notamos como São Francisco de Assis, que tinha uma relação direta com os animais. Sabemos que alguns animais, na sua corrente evolutiva, podem ir para a área dos devas ou anjos. São Francisco de Assis tinha um amor muito grande pelos animais, ou melhor, não só pelos animais, mas por todo o reino natural, toda a natureza. Portanto, os devas estão ligados com os animais e com toda a natureza. Por isso que estamos fazendo esse vínculo do Mestre Kuthumi com os devas. Mas para chegar lá, ainda percebemos que através de nossos estudos que o Mestre Kuthumi está na mesma linha do Bodhisattva Maitreya, o Cristo, e como sabemos que estamos na quinta raça-raiz e a próxima raça-raiz [não a sub-raça] será a sexta e vai mudar toda uma série de departamentos da Hierarquia. O Mestre Kuthumi será o próximo Bodhisattva. Portanto, como o Mestre Kuthumi é o Senhor da compaixão, é um Mestre de Sabedoria e o trabalho dele está bem polarizado no despertar de buddhi, ou seja, do discernimento de cada um, e do amor que está latente em todo ser humano, amor fraternal, consciência da presença de Deus. Ele sendo o próximo Bodhisattva, o Cristo, através de seus ensinamentos, antecipa a possibilidade de nós iniciarmos um processo redentor em nossas vidas. Redentor significa um processo de despertar da consciência. Na medida em que despertamos a consciência adquirimos a percepção do significado de nossas próprias vidas. Na medida em que adquirimos a percepção do significado de nossas próprias vidas, tomamos as rédeas de nossas vidas em nossas mãos, podendo torná-las para melhor e também inspirar o próximo a uma mudança melhor. Através dessa introdução, eu vou dar um salto com relação ao que em teosofia chamamos de corpo causal. O corpo causal é o veículo no qual ficam registradas todas as nossas encarnações. O nosso átomo causal. Por exemplo, nós tivemos uma série de atos em nossas vidas anteriores e tudo isso está registrado em nosso corpo causal. Tudo o que está acontecendo no nosso dia a dia, as nossas percepções são registradas em nosso corpo causal. Fazendo um rápido “link”: cada veículo da manifestação da consciência [corpo mental, corpo astral e corpo etérico] tem centros psíquicos ou chakras que estão intimamente relacionados com cada veículo imediatamente abaixo. Esses chakras estão relacionados com as nossas glândulas e nossos plexos. O nosso chakra cardíaco, a partir de nossa percepção do dia a dia, tudo que percebemos e sentimos, principalmente como verdade [por isso que Salomão afirmava que o homem é o que pensa em seu coração. Por mais que ele tente demonstrar outra coisa o homem é o que ele pensa em seu coração], e por isso que o karma das pessoas muda ou não muda, porque o karma da pessoa está intimamente relacionado com as suas intenções que provêm de seus corações. Não do que elas falam da boca para a fora. Portanto, cada vez que o sangue passa pelo coração, a contraparte etérica desse sangue passa pelo chakra cardíaco etérico, que tem um átomo etérico. Esse átomo etérico registrando essa percepção, essa vivência, emana essa informação para o chakra cardíaco no corpo astral e, por consequência, esse chakra cardíaco do corpo astral emana a mesma informação para o chakra cardíaco do corpo mental e por sua vez para o corpo causal. Vamos dizer que vem uma informação da percepção de uma vivência num determinado momento de nossas vidas, e essa percepção é mandada, através de uma informação para o corpo causal. Só que o nosso corpo causal tem uma série de registros cármicos, ou registros causais, provenientes de outras vidas nossas. É importante salientar que quando o indivíduo atinge a quarta Iniciação o seu corpo causal praticamente se dissolve e ele tem consciência de todas as suas vidas, não consciência teórica, mas ele vivencia tudo o que ele foi, ele resgata toda essa informação. Portanto, quando essa informação atinge uma unidade de registro cármico no corpo causal e se porventura essa unidade do registro cármico tem um karma positivo ou tem um karma desafiador, imediatamente essa informação tocando aqui [apontando para uma figura esboçada no quadro] vai haver um “feedback”. Como o corpo causal se situa no plano mental abstrato, no plano abstrato de nosso próprio ser e do plano abstrato do próprio planeta; portanto, quando essa informação atinge essa unidade de registro, há uma reverberação dessa unidade, no plano mental abstrato; ou seja essa reação de um karma desafiador ou de um karma positivo, é liberada para a própria personalidade da pessoa, para o cérebro, bem como também é liberada para o plano mental abstrato em sua totalidade. Aí vemos surgir as configurações cármicas na vida das pessoas, tanto positivas, como desafiadoras. Quando nós falamos no Mestre Kuthumi e do trabalho como os devas, isso significa o seguinte: quando subimos de padrão e nos aproximamos do que significa buddhi, que é um aspecto superior de nosso próprio ser, o que ocorre conosco? Nós nos posicionamos acima desse corpo causal e aí iniciamos um processo de redenção. Portanto, o Mestre Kuthumi, no trabalho com os devas, o que ele faz? Ele faz esse trabalho através dos devas, porque os devas são vida e perpetuam as formas pensamento liberadas pela humanidade. Eu vou dar um outro exemplo: uma coisa é as pessoas terem formas pensamento aí no “atacado” [todo mundo tem], outra coisa é quando se faz um ritual de cura e é gerado uma forma pensamento importantíssima, liberada para o plano mental concreto; a forma pensamento sendo importantíssima e sendo trabalhada com amor, é isso que importa, vai servir de veículo, de “feedback”, de uma resposta dos seres superiores; essa forma pensamento é liberada no plano mental concreto e os devas dessa linhagem que estão trabalhando na área da cura e também na área do Mestre Kuthumi, bem como na área da sabedoria, vão dinamizar essa forma pensamento. Assim sendo, todas as pessoas no mundo, quer sejam espiritualistas ou não, que estiverem voltada ao trabalho de progresso do gênero humano, serão inspiradas por essa forma pensamento. Nós vemos um trabalho ligado aos devas, oriundo de um trabalho em grupo, que pode ser aqui na Sociedade Teosófica, pode ser em outro grupo espiritualista, bem como podem ser grupos não necessariamente espiritualistas, mas que estejam profundamente interessados no bem-estar da humanidade. Um Mahatma age voltado à humanidade como um todo. Ele fica atento não necessariamente para as imperfeições dos seres humanos, mas ele fica muito atento para as capacidades e virtudes que cada ser humano esteja expressando naquela atual reencarnação, capacidades essas que podem ser aproveitadas para uma melhora do gênero humano. O Mestre Kuthumi, como está à testa do 2o. Raio [é o Chohan do 2º. Raio], que representa uma dinamização dos processos de sabedoria e de instrução, o que ele faz? Ele e os seus discípulos, não só em termos de vibração, mas também em termos de ação, constantemente inspiram os seres humanos para o despertar da sabedoria. Essa sabedoria pode ser oriunda de um estímulo das informações escolares, do conhecimento científico, do conhecimento acadêmico, bem como de um estímulo da sabedoria perene, ou seja, da sabedoria ligada a cada ser humano, porque o que importa em nossas vidas, além das informações que nós obtemos, que nós recebemos como cultura, são as experiências e a bagagem que temos, adquiridas na atual vida e as que trazemos potencialmente, e toda essa relação com o meio em que vivemos. O que importa também é que desenvolvamos essa própria sabedoria, nos desenvolvamos também os nossos próprios parâmetros, os nossos próprios referenciais. Eu me lembro do que o Gurdjieff (1866-1949) fala [aliás, um livro de que eu sempre falo nas palestras, de título “A vida só é real quando eu sou”], ou seja, quando o indivíduo tem a percepção do “eu sou” é que ele começa a viver a senda de uma forma consciente. Nem precisa falar de senda; ele percebe que conscientemente criou a vida de uma determinada forma e quando ele tem um “insight” da percepção do “eu” e esse “insight” é oriundo da luz de buddhi, ele percebe como um ser [“eu sou”] se torna extremamente significativo para ele e ele desperta [como Cristo fala: “Desperta tu que dormes!”] – ele estava dormindo e percebe que a vida dele foi automática, independentemente do que ele fez, e que a partir daquele momento ele despertou, adquiriu a consciência de si, começa a desenvolver o que Jung fala do “self”. Com esse despertar ele percebe o significado da própria vida e começa a regê-la de forma consciente. O Mestre Kuthumi, juntamente com seus discípulos, trabalha nesse despertar, no sentido de gerar constantemente formas pensamento para a humanidade, ligadas ao próprio propósito do Logos Solar e Planetário, e ligadas com o propósito da hierarquia planetária e desta forma, o progresso humano acontece. Querendo ou não, ele acaba acontecendo pela própria onda irresistível de força do Logos Solar e Planetário, porém o trabalho do Mestre Kuthumi é para fazer as almas despertarem para suas próprias realidades, despertarem para o significado de suas próprias vidas. Uma coisa é nós nos dirigirmos em busca da espiritualidade e ficarmos lendo [isso é parte da busca e é necessário], outra coisa é nós termos “insights” verdadeiros. Todo trabalho de aprendizado, uma hora tem que chegar ao “insight”, que é quando a pessoa começa a perceber o significado de sua própria vida e começa a assumir a responsabilidade por tudo que aconteceu em sua vida e à medida que ele tem essa consciência mais profunda com ela própria ela adquire uma capacidade de resgatar seus talentos essenciais, seus talentos de alma e colocá-los em ação. Portanto, um dos trabalhos do Mestre Kuthumi é justamente esse, através de trabalhos do plano mental, constante, ajudado por seus discípulos e pelos devas, porque eles energizam as formas pensamento, estimulam o inconsciente coletivo da humanidade no sentido de despertá-la para sua realidade interior. Esse é o trabalho principal. Esse trabalho está ligado à cura, porque quando nós despertamos o princípio da sabedoria que existe dentro de nós, nós clarificamos todo um processo que ocorre conosco, nós começamos a perceber o sentido de nossas vidas e à situação em nós nos encontramos, quer no sentido positivo quer no desafiador. Nada melhor quando realmente tomamos uma consciência profunda de alguns ou importantes momentos de nossas vidas, iniciamos um processo de cura de nossa própria alma, do nosso próprio ser. Conflitos emocionais, psicológicos, existenciais, uma série de questões que restringem e que por uma ilusão Alice Bailey (1880-1949) chama de astralismo, uma auto ilusão que o indivíduo desenvolveu e não se permite avançar, não se permite seguir uma trilha de progresso e de realização pessoal. A partir do momento em que há esse “insight”, a pessoa percebe que cria a própria vida, que tem o poder, o que na teosofia é chamado de Kriyashakti, só que de uma forma ínfima, a princípio, o poder de acesso, um poder extremamente construtivo e progressista, para ele próprio e para os demais. Tem pessoas que na medida em que ganham consciência suas mentes vibram numa freqüência superior ao normal, por consequência o corpo astral acompanha a mente, o corpo etérico também, o cérebro físico também, porque não são apenas o corpo etérico, astral e mental que emanam determinadas vibrações para os meios em que eles vivem, o nosso corpo físico emanam partículas subatômicas que contém informações com relação a nós mesmos [nós emanamos leptons, por exemplo, que são partículas subatômicas]. O ser humano é realmente holístico. Na medida em que o padrão de pensamento da pessoa aumenta, por consequência, a vibração também aumenta, o corpo astral se expande, o corpo etérico também. Isso significa que kundalini, que é uma energia que na maioria dos seres humanos está ativa de forma ínfima, porém extremamente poderosa, pois é ela que empurra os seres humanos à evolução, quando há um aumento no padrão vibratório mental, energético e bioenergético, significa que essa energia começa a atuar de uma forma ainda mais intensa, levando a pessoa a ter “insights” sucessivos com relação a ela própria. E uma relação segura disso acontecer é cultivar os princípios superiores que se recebe através dos ensinamentos teosóficos ou através de qualquer linha espiritualista fidedigna. E se percebe mais do que nunca o seguinte: por mais que ela tenha uma expansão de consciência, mais ela tem a necessidade de se ter os pés no chão. Muitos espiritualistas “decolam”, vão para a “estratosfera” e perdem o sentido de realidade, sendo que suas necessidades mais básicas não são resolvidas. Quando falamos de cura, cura é justamente disso, cura da alma. Quando expressamos o verdadeiro discernimento que é a voz do silêncio, a sabedoria da alma que fala para nós mesmos começarmos a ser curados. A cura que nós falamos representa a saída do sono e representa a pessoa assumir justamente o que ela é, se amando, se valorizando, levantando a cabeça e colocando em ação, aos poucos, esses princípios superiores e talentos que ela tem. Rupert Sheldrake (1942-  ), um grande cientista inglês, que desenvolveu a teoria dos campos morfogenéticos [aliás, ele escreveu um livro interessante com o título “Quando os cães sabem quando os donos estão chegando”], mostra toda uma ligação através desses campos morfogenéticos, que na realidade para nós é o plano etérico que os Mestres já haviam falado disso. Então, os Mestres, por reverberação, atuam da seguinte forma: O Mestre Kuthumi, com seus discípulos, fazem um trabalho importante de formas pensamento poderosas em todo plano mental da humanidade e os devas vão sempre energizando e reenergizando e cada deva que está ligado a um ritual, a um trabalho de meditação, trás essa força emanada do grupo e a leva à humanidade e eles que são os agentes da sincronicidade, fazem a configuração dos acontecimentos significativos em nossas vidas. Portanto, se nós meditarmos no Mestre Kuthumi, meditarmos nos devas de uma forma clara, construtiva e objetiva, nós estamos progredindo, não apenas no sentido abstrato, mas também no sentido pessoal. Por exemplo, numa missa, quando é feita a eucaristia o padre associa através daquele ritual mágico e da egrégora da própria missa estabelece um contato com a egrégora do Cristo, o Bodhisattva. O Bodhisattva faz um trabalho voltado para a humanidade e essa egrégora está presente há milênios, oriundas de outros Bodhisattvas. Na hora da missa, quando é feita aquela consagração, o ato da eucaristia, existe um deva que está presente naquela ritual, que leva toda aquela força daquela egrégora, daquela forma pensamento que está na igreja, que está sendo gerada pelo ato de eucaristia, à egrégora do Cristo. Portanto, o retorno que se dá ali, é em função dessa ligação entre o sacerdote e a egrégora do Cristo, sempre através dos devas. Por que as pessoas têm dificuldade de entrar em contato com o Eu Superior? Por que as pessoas têm dificuldade de entrar em conta com os Mestres de Sabedoria e serem inspirados por eles? Porque existe uma questão básica que as pessoas acabam passando por cima. Nós temos um Eu Superior; nós temos o nosso eu consciente, nós temos o eu inferior, que não tem nada de mal. Esse eu inferior é o nosso corpo físico, nosso corpo astral, nosso corpo etérico e a vida vegetativa de nosso ser. Esse eu inferior seria o nosso próprio subconsciente, que é o nosso corpo astral. É nesse eu inferior que está presente a nossa vida atávica, instintiva. Quando o “programamos” com coisas positivas ele vai agir reagir dessa forma positiva. Quando colocamos também as coisas desafiadoras ele vai também responder àquilo. Para nós estabelecermos um contato com o Eu Superior nós temos que “convencer” o nosso eu inferior a gerar a energia vital para esse contato. Em teosofia nós falamos que a união entre o Eu Superior e o eu consciente é chamada de Antahkarana. Para esse Antahkarana acontecer tem que ocorrer uma energia de baixo para cima, não de cima para baixo. Embora os Mestres estejam conscientes, eles só podem atuar mais diretamente nos seres, a partir do momento que esses seres emanam uma energia propícia para que possam dar retorno. Se não houver essa energia emanada para cima não há como vir a resposta. Não adianta a pessoa só orar mecanicamente. Ela tem que sentir aquilo que ela fala, isso é fundamental; ela tem que “convencer” o seu subconsciente, ou eu inferior, a fazer uma ligação com o seu Eu Superior e com os Mestres e só através desse “convencimento” é que é gerada a energia vital. Essa energia é oriunda do nosso eu inferior. A nossa energia física vem do nosso corpo físico. A energia vital vem do corpo etérico. Em cabala nós chamamos de Tipheret que é justamente o eu superior. A parte instintiva, o Nefresh, é justamente o corpo etérico, que gera a energia vital que nós chamamos de sub-consciente. Se nós não mobilizamos, se não acreditamos naquilo que estamos pedindo ou no que estamos nos propondo, nada vai acontecer. É o que ocorre com a maioria dos seres humanos. Tem muito espiritualista que acredita e outros espiritualistas que sabem. É diferente. Acreditar é uma coisa, vivenciar com fé é outra coisa. É claro que tendo a razão como guia obviamente. Portanto, para sermos inspirados por esses seres é necessária uma firme determinação de estímulo, de despertar de nossa própria sabedoria, do nosso próprio discernimento. E na medida em que nós nos aproximamos de nós mesmos, estimulando a necessidade, descobrirmos o significado de nossas próprias vidas, nos voltarmos para o Mestre Kuthumi, solicitarmos sabedoria e discernimento, voltarmos para um deva e fazermos a mesma solicitação, nós vamos ter a resposta incontestavelmente. Ninguém fica sem resposta. Só vai ficar se não fizer uma pergunta bem formulada. Pergunta bem formulada não significa necessariamente uma pergunta clara, significa uma pergunta com querer, e para querer é difícil, pois a maioria das pessoas apenas quer teimosamente, mas o querer “para valer” é aquele querer quando a pessoa chega e fala: “a partir desse momento eu vou mudar toda a minha vida”. Aí sim, quando a pessoa toma uma decisão dessa, ela começa a ser ela própria.

O Mestre Kuthumi em seu trabalho com os devas, leva aos seres humanos o estímulo do discernimento e de que só através de nós pode haver a cura de nossas almas e de nossa própria psique, por consequência. É feito um intervalo para a formulação de perguntas. Pergunta – O que comanda as glândulas? Orador – Nós temos o chakra coronário, que está ligado com a pituitária; nós temos o frontal com a pineal; nós temos o chakra laríngeo com a tireóide; nós temos o chakra cardíaco que está relacionado com o timo; nós temos o chakra do plexo solar que está relacionado com o próprio plexo solar, que é um feixe de nervos que se encontra entre a coluna vertebral e o nosso estômago; nós temos o chakra esplênico relacionado com o nosso baço, que é uma chakra que está só no corpo etérico e não no corpo astral [os chakras do corpo astral estão justapostos na mesma posição da coluna vertebral, o chakra do corpo etérico existe apenas o esplênico, que tem um trabalho mais direcionado ao baço]; nós temos o chakra básico, que está relacionado com a base de nossa coluna vertebral, está associado com kundalini. Continuando a palestra. Quando nós fazemos esse trabalho, o corpo causal emana uma informação e é criado um destino na vida das pessoas. Um Mestre de Sabedoria, embora ele pode ter um Ashrama [o Ashrama do Mestre Kuthumi, por exemplo é sobre a Caxemira] e na realidade a consciência de um Mahatma está no plano búdico, portanto, eles são causadores de novos karmas, porém eles podem, pela humanidade, serem agentes coletivos de transformação do próprio karma. Nós temos arcanjos extremamente importantes. Os arcanjos que são da hierarquia solar e estão ligados ao trabalho da hierarquia planetária são [escrevendo do quadro]: METRATON – RATZIEL – ZAPHKEL – ZADKIEL – KAMAEL – RAPHAEL –  MIKHAEL – HANNIEL – GABRIEL – HARIEL – SANDALFON. O trabalho do Mestre Kuthumi está ligado com um arcanjo Raphael, que está relacionado à cura. Se nós pegarmos a cabala, nós vamos ver que ele é o regente de Tipheret, que é justamente o processo de unificação da consciência, ou seja, quando o indivíduo começa a se perceber como ser, quando entra para o processo de individuação, a verdadeira iniciação. As fraternidades iniciáticas sérias outorgam a iniciação, no sentido de estimular a pessoa a ficar receptiva, mas o trabalho é todo da pessoa. Aí quando a pessoa começa a se aproximar desses princípios superiores é lhe outorgada a verdadeira iniciação na Grande Fraternidade Universal. Então, se de um lado está o Mahatma Kuthumi e de outro lado o arcanjo Raphael, de outro lado está a mãe Maria, a mãe do mundo. Portanto, o arcanjo Raphael está intimamente relacionado, juntamente com o Mestre Kuthumi, no sentido de estimular as pessoas ao crescimento interior. O arcanjo Raphael, por sua vez, está ligado com os devas da cura e da sabedoria. Esses seres geram uma força extraordinária e essa força de esclarecimento permeia e atua em todos os seres. Mas, vamos ver o arcanjo Mikael, ou Miguel, que está em num trabalho intimamente relacionado com o Mestre Morya, que é o Choan que está voltado ao poder e à ação. Porém, Miguel está ligado também à defesa e à proteção. Então, nós temos o Mestre Morya, o arcanjo Miguel e os devas da ação e da cura, porque na medida em que se faz um trabalho de despertar do discernimento, que é o trabalho básico do Mestre Kuthumi, faz-se despertar a sabedoria. Na medida em que a pessoa ganha a percepção da sabedoria ela ganha o significado da vida. E quando nós começamos a perceber o significado de nossas próprias vidas, nós somos armados de uma tal vontade de convicção que nada a partir daquele momento pode nos deter. Assim sendo, é estimulado um outro trabalho do arcanjo Miguel, que é para ser abordado em uma outra palestra, que é o trabalho de proteção. Em cabala, Mikael está relacionado com uma sephira chamada de Hod, é a sephira da nossa mente. Ou seja, na medida em que nós somos inspirados pelo trabalho do Mestre Kuthumi, nós nos desenvolvemos o discernimento, a sabedoria, que na teosofia nós chamamos de “luz de buddhi”, a nossa mente começa a ficar harmonizada, ficamos mais positivos e temos a ajuda, se pedirmos, dos devas da cura e dos devas da sabedoria. O trabalho do Mestre Kuthumi, juntamente com o Arcanjo Rafael, é um trabalho de esclarecimento e, por consequência, através do trabalho dos dois, uma legião de devas trabalha para levar essa força para a humanidade unida aos elementais, até atingir os elementais de nosso próprio ser, porque nós temos também os quatro elementos dentro de cada um de nós. E assim, num patamar abaixo, eles fazem parte de uma engrenagem do próprio trabalho do Bodhisattva, o Cristo. Portanto, eu devo muito ao Mestre Kuthumi o que eu sei, porque foi graças à Sociedade Teosófica que eu adquiri uma dose para mim significativa de conhecimento. Então, eu tenho que agradecer e respeitar esse Mahatma por todo o trabalho que ele faz para a humanidade e me beneficiou; não só ele como também o Mestre Morya que são os dois patronos da Sociedade Teosófica. Portanto, eu queria encerrar agora e abrir para colocações e questionamentos. Pergunta – Você poderia falar alguma coisa sobre Melquisedeque? Orador – Melquisedeque, no antigo testamento, o Rei de Salem [da paz]. Ele outorga a Abraão a Ordem de Melquisedeque. Teosoficamente, nós associamos Melquisedeque com o Rei do Mundo, ou Sanat Kumara, que é o regente da Hierarquia Planetária. A Hierarquia Planetária foi fundada há 18 milhões de anos, na terceira sub-raça da terceira raça-raiz, ou seja, a raça lemuriana e ela foi organizada no mar interno a Ásia Central, que seria o Mar de Gobi, na Ilha Branca, que hoje é o deserto de Gobi, na Mongólia. Foi Sanat Kumara quem organizou toda a Hierarquia Planetária, sendo o Chefe da Hierarquia, o Rei do Mundo, ou Melquisedeque. Cada ponto do planeta Ele é chamado de um nome diferente. Finalizando a palestra: O que eu queria dizer é o seguinte. Quando nós falamos que o homem é aquilo que ele pensa em seu coração, significa que o que vem de nosso coração é o que é real. Isso é uma verdade. A gente pode pensar em muitas coisas, mas as nossas intenções mais sagradas estão em nosso coração. Nós temos que desprezar a razão? De forma alguma. Não dá para concebermos uma evolução com o coração de um lado e a razão do outro. Os dois têm que estar de mãos dadas. É a mesma coisa que falarmos, que é um paradoxo, fé tem que ter a razão? Não concebemos fé sem razão. É um pouco paradoxal, mas dá para meditarmos a respeito. Portanto, a razão nos mostra, por exemplo, todo o resultado de uma experiência que nós recebemos e da nossa própria experiência. O coração é o que nos dá o sentido para adquirirmos outras tantas experiências de crescermos. Qualquer trabalho de visualização, qualquer ato de nossa vida que seja vital, se não tiver a força do coração não vai para frente, não tem resultado algum. Através do coração nós conquistamos o poder real e não é mera filosofia. Poder para servir, porque a partir do momento que nós geramos toda essa conexão, esse poder que existe dentro de nós, nós queremos compartilhar. Tudo que nós fizermos que queiramos que fique, pode parecer poético, é fundamental que sem coração nada vai dar certo. Quando Cristo afirmou Fé, Esperança e Caridade, essas três colunas, Sabedoria, Força e Beleza e perguntaram para Ele qual das três é a maior, é a caridade, e se formos definir o que é caridade vamos incorrer em erro. É algo tão espontâneo que mesmo que contraria toda a nossa razão vai nos fazermos felizes. Caridade está ligada com fraternidade, está ligada com coração e a caridade por nós mesmos é essencial, porque significa nós nos amarmos, nos valorizarmos – isso não é uma questão de ego psicológico – é questão de uma necessidade existencial, auto respeito mais do que nunca. Ao percebermos a imensidão que existe dentro de nós, nós percebemos o significado da nossa vida e, por consequência, os nossos atos e as metas serão energizadas pelos ideais oriundos de nossos corações. Então, o ser humano é o que ele pensa em seu coração! Nós pegamos uma pedra bruta para esculpirmos uma estátua com o maço e o cinzel. O maço representa a vontade e o cinzel representa a inteligência. A pedra bruta é a obra em que nós vamos trabalhar, ou seja, ele representa cada um de nós. Se o artífice pega o maço e começa a bater para valer a pedra irá se quebrar. Se ele bate muito fraco não ocorre nada. Se nós pegarmos o espiritualismo e sairmos radicalmente em cima da gente, nós vamos rachar essa pedra. Mas também se não tomarmos uma decisão e trabalharmos com maestria com nós mesmos e para com o próximo, iremos ter problemas. Espiritualidade, antes de tudo, é uma arte real no sentido de nós construirmos, nos moldarmos, desbastarmos a nossa pedra bruta, para que um dia essa pedra se torne uma pedra polida, que é a própria manifestação do Eu Superior. www.teosofia-liberdade.org.br. Abraço. Davi.

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