segunda-feira, 2 de outubro de 2017

VIRGEM E PEIXES

Astrologia. Texto do astrólogo Ricardo Lindemann. Capítulo Oito. VIRGEM (23 de agosto - 22 de setembro) E PEIXES (19 de fevereiro - 20 de março). Conforme temos estudado, analogicamente, no mural de Leonardo da Vinci (1452-1519), A Última Ceia, nós podemos encontrar o signo de Virgem representado por Tomé, sendo o sexto apóstolo a contar da direita para a esquerda, que corresponde ao sexto signo. São Tomé é conhecido pela frase: "Ver para crer", ele aparece ali com o dedo indicador em riste, querendo objetar alguma coisa. Mais tarde, ele desejará tocar nas chagas de Cristo para ter certeza se é de fato o Cristo ressurreto. Por outro lado, no outro extremo da mesa, encontramos o décimo segundo apóstolo, a contar da direita para a esquerda, justamente Bartolomeu, representando o décimo segundo signo que é o signo de Peixes. Ele é o que tem os pés iluminados, pois o signo de Peixes rege os pés, uma vez que na correspondência com o Homem Celeste, que começa pela cabeça, como já vimos, Peixes é o último signo e corresponde à última parte do corpo. São Bartolomeu, portanto, se encontra com os pés cruzados, como exatamente o símbolo deste signo é constituído por dois peixes, um amarado no outro, mas nadando em direção oposta. O simbolismo clássico do signo de Peixes, assim, é comparado de certa forma ao princípio do giroscópio, que são duas agulhas imantadas. Quando elas estão afastadas, apontam para o Norte, mas quando se aproximam muito, além de um certo limite, elas começam uma a apontar para o Norte da outra e perdem a direção do Norte verdadeiro. Isso indica a capacidade do signo de Peixes de fechar-se em si mesmo, caracterizando, assim, um circuito fechado e isolando-se do resto do mundo, talvez seja essa a defesa mais clássica do signo de Peixes. Contrastando, o signo de Virgem é representado pela Mãe Natureza e caracteriza a deusa da agricultura, que é Demeter, como denominada entre os gregos, é o símbolo de Virgo correspondido pela respectiva constelação, foi também  simbolizada antes pelos egípcios por Ísis e mais tarde pelos romanos por Ceres. Em todos estes casos sempre se referiu à deusa da agricultura colhendo uma espiga de trigo porque Virgem corresponde no Hemisfério Norte ao período da colheita que é, justamente, o final do verão. Nós podemos ver isso: a primavera corresponde a Áries, Touro e Gêmeos e depois Câncer, leão e Virgem corresponde já ao período do verão, mais tarde o outono com Libra, Escorpião e Sagitário e por último o inverno com Capricórnio, Aquário e Peixes. O signo de Peixes passa então a ser o último signo do inverno, é um signo mutável que já está preparando a entrada de um outro ciclo totalmente novo. E, desta forma, Bartolomeu está no último canto da mesa, contando da direita para a esquerda, quase que se retirando, simbolizando assim o fim de um ciclo e o início do próximo. De certa maneira também podemos dizer que o signo de Virgem é aquele que representa a Mãe Terra, a Mãe Natureza e a diversificação, porque não existe nada igual na Natureza. Mesmo que nós tenhamos por exemplo um grão de trigo, dele nascerá toda uma espiga, assim a estrela alfa de Virgo é chamada Spica, mas por mais semelhantes que sejam os grãos entre si, ainda que provenientes de uma mesma espiga, eles não serão totalmente idênticos. Até os átomos de um mesmo elemento terão pelo menos os spins diferentes, como a impressão digital de dois irmãos gêmeos univitelinos também terá alguma diferença. Então, o igual não existe na Natureza, a igualdade é uma abstração da mente humana,  e o signo de Virgem representa essa diversificação e a análise dos detalhes que criam as diferenças. Por outro lado, o signo de Peixes representa a unidade e a síntese que leva assim ao perdão, a visão do todo, porque o signo de Peixes é o próprio oceano onde ele vive e, portanto, onde se reflete o céu como um espelho, aproximando-o assim da Terra. Esse reflexo do céu sobre a Terra através da superfície das águas do oceano, irã representar o retorno à Fonte. Una do céu, aproximado assim pelo aspecto devocional de Peixes, o céu à Terra, e daí o característico do perdão e da busca mística da Divindade. Também no oceano as gotas caem e se diluem, e depois nós não mais sabemos distinguir se elas chegaram cristalinas pela chuva, ou barrentas pelo rio, pois que tudo se dissolve naquele oceano. assim o signo de Peixes tende a produzir o efeito de uma homogeneização, de uma grande síntese, e pode confundir todas as coisas numa grande síntese, e pode confundir todas as coisas numa grande sopa. O resultado disso é que eventualmente ele confunde as suas emoções com as dos outros, chora abraçado e ingenuamente pensa que está ajudando os outros. Toda essa questão de uma fusão indiscriminada, ou seja, de uma confusão, é, às vezes, um problema do excesso da característica pisciana ou de seu regente, o planeta Netuno. Se nós quisermos saber qual é o defeito de um signo, basta pegar a sua qualidade e estender além do limite, assim, por exemplo, Virgem está sempre fazendo aquela colheita, separando um grão do outro, discriminando, analisando, classificando, e essa tendência ao apetite pelos detalhes pode levar ao aspecto da crítica, da insatisfação pelo perfeccionismo, que é tão característico no signo de Virgem. Assim, nós notaremos que daqui a pouco o virginiano já está classificando e separando os diferentes grãos da espiga com uma caixinha de sapato para cada tipo, então existe o grão mais redondinho que vai para uma caixinha, o mais agudo que vai para outra, o carunchado que vai para o lixo. O signo de virgem rege os intestinos, e por isso ele está associado à ideia de limpeza e de purificação e aliás em torno disso nós poderíamos até exemplificar como esse processo pode chegar a extremos incomuns. Eu lembro de estar visitando uma senhora que tinha Ascendente e Sol em Virgem, e praticamente não tinha lixeira dentro da sua casa. Eu quis jogar algo fora e procurei uma lixeira, mas não encontrei nenhuma nem no banheiro nem no escritório. Quando a questionei ela me respondeu: ponha lá na cozinha que tem uma pequena lixeira em cima da pia. Aí eu fiquei impressionado porque aquele apartamento tinha pelo menos quatro quartos e muitas pessoas viviam nele, mas só havia uma pequena lixeira na cozinha. Ela me disse que não queria juntar lixo no resto da casa. Ai está um caso característico de Sol em Virgem com Ascendente em Virgem. A tendência para a limpeza era muito forte e além da esperada, e o resultado é que a dona da casa tinha que colocar quatro ou cinco vezes por dia o lixo para fora da casa porque a pequena lixeira, não comportava praticamente nada, um verdadeiro cerimonial que caracterizava esse apetite pela limpeza. Assim, vemos que a mania de limpeza pode se tornar um problema virginiano, um perfeccionismo purista associado à Virgo, a Mãe Terra que é também um símbolo um símbolo da pureza natural. Há também em Virgem um certo sentido de sabedoria prática, enquanto que em Peixes existe uma visão mais mística da onipresença divina, e assim uma compreensão mais intuitiva do todo, uma visão de um amor universal, ligada por um misticismo que perdoa e se compadece. A percepção de Peixes é mais propriamente ligada à intuição, às vezes sem o senso prático de Virgem. Novamente, aqui temos um equilíbrio complementar na polaridade de Virgem e Peixes. O ponto de vista de Virgem é mais científico, analisa, critica os detalhes, levanta hipóteses, que tenta eventualmente falsear para investigar se sobrevivem ao teste. Assim, Virgem afirma "Ver para crer", que é o lema de São Tomé, ou seja, que a tese experimentada é a mais próxima da verdade que até então se conseguiu encontrar, e dessa forma a Ciência funciona com o seu sistema analítico chamado de método-científico. As qualidades, portanto, associadas ao signo de Virgem são esse senso prático discriminativo, analítico e meticuloso, ordeiro, que se caracteriza pela pureza, pela limpeza, pela disposição para o serviço, par sentir-se útil e pela busca da perfeição. A falta dessas qualidades costuma gerar os problemas do signo de Peixes, que poderá ser dúbio, ou negligente por ser reticente. Peixes confunde-se facilmente com os detalhes, e parece ser incapacitado para encontrar um curso prático nas coisas da vida. Pode ter uma inclinação a fugir da realidade. Esse é um problema que está associado à bebida alcoólica, e o pisciano até vir a afundar-se nas drogas, que constituem uma versão mais moderna e desastrosa desta tragédia antiga do álcool. O signo de Peixes é um signo de água, regido por Netuno, o deus dos mares, Peixes gosta dos líquidos, e, quando cai na bebida, tem grandes dificuldades de se reencontrar, por isso, às vezes, falta-lhe força de vontade, ele se mostra indeciso. O signo de Peixes precisa ancorar-se na realidade, e a falta das qualidades virginianas de senso prático são, em geral, os defeitos, vamos dizer, de uma natureza um pouco ingênua e deligada que seria a tendência sombria do signo de Peixes. Por outro lado, as virtudes do signo de Peixes são associadas à sua natureza humilde, compassiva e simpática, emotiva, com tendência ao desprendimento das coisas materiais. Peixes é sensível e adaptável, impressionável e gentil, prefere se isolar no fundo do oceano, mas tem também uma natureza receptiva, intuitiva e compassiva. Então, de uma maneira geral, esse lado doce do signo de Peixes vai ser sua capacidade de aceitar e tolerar todas as diferenças e, praticamente, não percebê-las, de modo a ver só aquela substância onipresente da Divindade em todas as coisas. Assim, ele perdoa com mais facilidade, mas também muitas vezes sonha demais e foge ou se desliga das responsabilidades práticas do dia a dia. Se diz às vezes que ele dá o prefixo e sai do ar, quando lembra de dar o prefixo. Eu me lembro de um caso, de uma aluna minha que era virginiana e tinha um pai pisciano. Ela nos contou em sala de aula, que o seu pai tinha conseguido fechar o carro e deixar a chave lá dentro, inclusive com o carro ligado. Eu achei aquilo extraordinário. Então, em outra oportunidade numa festa, fui apresentado a ele e num momento oportuno perguntei-lhe sobre o ocorrido. Ele respondeu: De fato, eu estava sentado uma vez na varanda da minha casa e ai de repente a minha esposa me disse: Parece que está saindo fumaça lá da garagem. Então foram ver, abriram a porta e, de fato, o carro tinha sido guardado ligado, com as portas fechadas e as chaves lá dentro, o que inclusive era muito perigoso, porque o gás contido no ambiente da garagem poderia ser fatal. E quando, eu assim manifestei minha surpresa, ele disse: Ah, não se preocupe, já aconteceu várias vezes, constatei então que era algo comum para ele. Essa característica do signo de Peixes de desligar-se completamente e perder o aspecto prático dos detalhes eventualmente chamará a nossa atenção. Vale lembrar da característica básica de como se deve tocar a questão da complementariedade entre os signos astrológicos, a partir do Princípio da Polaridade no Caibalion: "Tudo é duplo, tudo tem polos, tudo tem o seu oposto", então quando a Natureza cria o lado da síntese ela tem que criar também o da análise para que a soma seja zero ou neutra. Essa imparcialidade é simbolizada no mural da última Ceia aqui no Cristo. O ponto de convergência de todas as linhas de fuga da perspectiva vem a ser a cabeça do Cristo, enquanto que o coração é o baricentro da sua figura triangular e vem a ser exatamente aquela característica básica de um elemento de equilíbrio imparcial entre os extremos. Nós já temos dito que com a mão esquerda ele doa e com a mão direita ele recolhe, como se na primavera e no verão a Luz do Sol se doasse mais livremente, e de alguma forma se recolhesse proporcional ou relativamente no outono e no inverno. Assim, o fim do verão é simbolizado por Virgem que é o momento da colheita, mas é também o de discriminar o que é útil e o que é inútil, como o intestino o faz também, separando o nutriente do excedente. Então, neste aspecto, o signo de Virgem que rege os intestinos, está a caracterizar um elemento de análise discriminativa para assimilar o que realmente o corpo precisa para a sua nutrição e purgar ou eliminar todos os elementos impuros ou tóxico. Já no Peixes, simbolizado pelos pés, temos o polo oposto, aquilo que se sacrifica, e às vezes fica mais sujo ou impuro, para que o resto permaneça limpo. Os pés frequentemente são sacrificados, principalmente em condições menos civilizadas, quando não se tem calçados, mas com toda a certeza o signo de Peixes representa esse elemento de sacrifício para que o todo se estabeleça em pureza e harmonia. Há uma complementariedade entre os opostos no princípio da polaridade: "O igual e o desigual são a mesma coisa", diz esse Princípio da tradição Hermética, porque "os opostos são idênticos em natureza, mas diferentes em grau". Nós podemos converter o cubo de gelo em vapor d'água e vice-versa, sendo que, esse é basicamente o princípio da alquimia mental, que nos permitirá pela meditação, desenvolver as qualidades do signo oposto. O signo de Virgem frequentemente está preocupado com detalhes e nem sempre consegue dormir muito tranquilamente, às vezes se o Ascendente for Virgem, se for o signo da hora de nascimento, a pessoa não consegue dormir se não colocar o cobertor e os lençóis de um jeito específico, com aquelas preocupações de perfeccionismo, com a dobra disso e o travesseiro daquilo. A preocupação é um problema clássico do signo de Virgem podendo levar, em casos extremos, à insônia ou à úlcera duodenal, enquanto que o signo de Peixes às vezes dorme até no sofá de qualquer jeito, assistindo TV ou simplesmente dorme, ou seja, caracteriza exatamente o extremo oposto do desligamento, da despreocupação, e ambos teriam o seu lugar se nós tivéssemos apenas o controle dessas funções. É dito também no princípio hermético de polaridade do Caibalion que "os extremos se tocam" e eu costumo lembrar que o fogo pode queimar como o gelo em temperaturas extremas, "Todas as verdades são meias verdades e todos os paradoxos podem assim ser reconciliados". Portanto, nós estamos tentando dizer que uma pessoa de Virgem que se baseia só em si mesma, critica e duvida da existência de uma Divindade, e quer resolver todos os problemas à perfeição, cria para se algumas dificuldades que o signo de Peixes jamais terá, e vice-versa. O problema do signo de Peixes é frequentemente o de confiar demais apenas no apoio da graça divina, esquecendo-se de fazer sua parte para merecer aquela graça, sendo que, às vezes, se desliga de tal forma da realidade que não tem capacidade de enfrentar o curso prático da vida. Existe, evidentemente, um equilíbrio a ser encontrado entre esses dois extremos. Nós precisamos também compreender que o signo de Virgem é o final do primeiro ciclo entre dois equinócios e, portanto, de colheita das consequências ou purgação do eu pessoal a partir de Áries, enquanto que o signo de Peixes é o final do segundo ciclo a partir de Libra, e de todo o ano, portanto, relacionado à purgação do karma coletivo, que está simbolizado até na Era de Peixes. Tal Era, foi caracterizada pela vinda do Cristo, que justamente estaria associado a essa religião simbolizada pelo peixe. Na Era de Peixes, nos últimos dois mil anos, aproximadamente, do ano zero ao ano 2000, e principalmente do Peixes e, portanto, um sombreamento do oposto que é o signo de Virgem, a representar as Ciências Naturais. Naquele núcleo da Era de Peixes até se proibiu a análise ou investigação mais detida da Natureza, houve até proibições para a dissecação de cadáveres visando o estudo da Anatomia. Vale lembrar que Leonardo da Vinci foi um dos primeiros anatomistas que pesquisaram esse aspecto da Natureza no homem. Então, o signo de Virgem tem essa característica de necessitar da análise, da investigação pelo fato, pela prova de uma evidência concreta, e isso está relacionado à Ciência, que de alguma forma  na Era de Peixes foi colocada em segundo plano, sendo até perseguida. Cientistas chegaram muito perto da fogueira e houve o caso trágico de Giordano Bruno (1548-1600), que morreu em 17 de fevereiro de 1600, apenas por se posicionar de uma forma mais corajosa contra as posições arbitrárias dos dogmas da Igreja que era inquestionável na época. A Santa Inquisição assim chamada o queimou vivo na fogueira até a morte. Esses são simbolismos do que a Era de Peixes chegou a produzir, ultrapassando todos os limites numa devoção cega. Por outro lado, a Ciência assim se desenvolveu de alguma forma com traumatismo de infância, quando ela surge a partir do método científico em torno dos séculos XVI e XVII, nós temos as contribuições de René Descartes (1561-1650), e de vários outros pensadores, como Francis Bacon (1531-1626). Assim foi se criando o método científico, que vem a caracterizar o ressurgimento coletivo da Ciência com um impulso de Virgem, pela sétima casa (Signo Descendente), no final da Era de Peixes. Na Era de Aquários nós temos a Era do Saber porque esses dois polos da Religião e da Ciência vão se reintegrar. Dessa forma, é dito no Princípio da Polaridade que "Todas as verdades são meias verdades e todos os paradoxos podem ser reconciliados", e também é dito na tradição hindu, nos Yoga Sutras de Patanjali, que é a base da meditação no Yoga: "Quando a mente é perturbada por pensamentos impróprios, a constante ponderação sobre os opostos é o remédio". Portanto, se um virginiano por um esforço da sua meditação, nem que seja a concentração nos arquétipos do signo de Peixes, num certo momento tiver pelo menos um vislumbre daquela visão pisciana do Todo, mais desprendida das preocupações, ele verá que sob o ponto de vista de Peixes os seus problemas não existem. A partir desse ponto de vista a vida é cíclica e repetitiva e na verdade nada importa muito, e a maioria das coisas não importa absolutamente nada, como dizia o Bispo Charles Leadbeater (1854-1934). Essa é, talvez, a visão pisciana da Natureza. Por outro lado, se um pisciano não consegue resolver seus problemas práticos, não consegue pagar suas contas e a sua vida está enredada em uma série de confusões emocionais porque ele não consegue dizer não para ninguém e estabelecer critérios e limites, seria útil que se concentrasse e meditasse no signo oposto, no signo de Virgem, para conseguir talvez vislumbrar toda aquela natureza discriminativa, ele perceberia que sob o ponto de vista de Virgem os problemas piscianos não existem. Virgem tem critérios para tudo, não deixa as coisas simplesmente se embrulharem de uma maneira confusa, consegue classificá-las no seu devido lugar e estabelece limites nas suas relações, pois tem a virtude do discernimento. Discernir é justamente separar a casca do cerne, é não se preocupar talvez só pela aparência, mas ir ao âmago da questão, enquanto que o signo de Peixes já tem mais uma garantia de amor, de compaixão, ele está preocupado não em estabelecer critérios separadores ou discriminativos, mas sim em compreender e perdoar, porque isso lhe auxiliará em suas relações e em sua vida. Então, existe na vida essa dupla polaridade no eixo Virgem e Peixes que é complementar. Num sentido, a encarnação tem um certo valor, e nós temos que dar a ela o devido trato, porque afinal de contas a morte virá. Esses signos são signos de fim de ciclo e justamente estão a nos levantar questões sobre o sentido da vida. O signo de Virgem representa o final do trato intestinal, a separação do que é nutriente e do que é excedente, aquilo que  é útil, no que os antigos chamavam de céu; e lançar fora aquilo que não lhe trouxe crescimento, no que os antigos chamavam de purgatório. E esse resíduo é o que alguns chamam de karma, levando o signo de Peixes, que é o último signo do Zodíaco, a prender a pessoa para um novo ciclo, que os antigos chamavam eventualmente de reencarnação. O entendimento do sentido de Peixes de verificar-se como se recomeça em novo ciclo depende de nos termos compreendido a visão integrada de como aquele ciclo de fato terminou. É como um fechamento para balanço, e nesse sentido estamos a sugerir que existe também esse karma coletivo, como também elemento de um sacrifício pessoal por uma transcendência ou compreensão de que as coisas desse mundo são passageiras, mas as coisas relacionadas ao amor da alma, além da aparência, essas é que são, realmente, duradouras. Assim dizia Jesus: "Naquele dia sabereis que Eu estou em meu Pai, e vós em Mim e Eu em vós". Quando chegamos nos últimos extremos, em Virgem e Tomé e em Peixes e Bartolomeu, vemos no mural que Virgem tão preocupado com os detalhes, como podemos ver no olhar de São Tomé para o seu próprio dedo, que mal enxerga o Cristo porque ele só vê seu próprio dedo. Ele está tão preocupado com o detalhe que já não vê mais a grandeza da Divindade em sua presença. Porém, se nós formos perguntar a Bartolomeu para onde ele está olhando, ele vai responder han?, hem?, olhando o quê? ou seja, aquela sensação de que ele está tão perdido na contemplação do todo e isolando-se num mundo criado por sua própria personalidade, que o mural sugere que ele já está pronto para retirar-se, para sair correndo, já está no canto da mesa meio de pé, e ao mesmo tempo ele parece não estar se comunicando com o resto do mural, apenas numa contemplação à distância do todo. Portanto, nós costumamos dizer que Virgem sofre de um certo tipo de miopia espiritual enquanto que Peixes sofre de uma hipermetropia espiritual e não percebe mais a distinção entre os detalhes. Dessa forma, os problemas do signo de Peixes vêm por uma certa promiscuidade emocional porque ele se envolve com as pessoas, não sabe estabelecer limites, não sabe onde começar e terminar as coisas, e nisso ele se enreda em confusão. Ao contrário, o signo de Virgem estabelece limites muito rígidos, ele é muito perfeccionista e não sabe transigir, tolerar, não sabe contornar as dificuldades, excedendo as vezes na crítica. Dona Emy costumava enfatizar na sua obra Luz e Sombra, quando comentava que nós não deveríamos criticar ou julgar outro irmão antes de caminhar sete dias nas suas sandálias. Então, como Peixes rege os pés, tem exatamente a característica do perdão porque sabe ali, exatamente, caminhando no lugar que o outro caminhou, colocar-se no lugar em que o outro se encontra, sabe perdoar. Essa é a grande mensagem do signo de Peixes, enquanto que Virgem dá o contraponto equilibrando os limites das nossas relações e dando o sentido de uma busca evolutiva para a perfeição que é o objetivo final da vida. Livro A Ciência da Astrologia e as Escolas de Mistérios. Abraço. Davi.

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