segunda-feira, 23 de outubro de 2017

A PROTO SÍNTESE CÓSMICA.

Religião Afro-brasileira. UMBANDA. Capítulo Sete. Texto de Yamunisiddha Arhapiagha. Mestre Tântrico Curador. Médium F. Rivas Neto. A PROTO SÍNTESE CÓSMICA — Surgimento da Umbanda ou Aumbandan - A Tradição da Raça Vermelha — Conhecimento Uno — Proto-Síntese Religioso-Científica — Os 4 Pilares do Conhecimento Uno: a Religião, a Filosofia, a Ciência e a Arte. A superioridade moral-espiritual da augusta Raça Vermelha foi por nós reiteradas vezes citada. Citamo-la de forma velada, deixando nas entrelinhas (...) no entanto, agora iremos falar sobre ela sem véus e sem (...). Para que fique bem firmado na mente e no coração dos Filhos de Fé, continuamos a afirmar que a primeira raça humana propriamente dita (vide capítulo VI) surgiu aqui no BARATZIL, em seu Planalto Central. Há milhares de anos, quando a Raça Vermelha surgiu, ela recebeu, em seu início, os Seres Espirituais ligados ao campo gravitacional do planeta Terra. A par desses Seres Espirituais, outros mais atrasados encarnaram, mas em outras regiões de terra firme (após aproximadamente 1.000 anos das primeiras encarnações no Baratzil). Isso aconteceu em Terras da própria América, em suas regiões Central e Norte. Bem, para que estamos dando essas informações? É para que o Filho de Fé, na hora precisa de nossa exposição, possa entender como surgiu o AUMBANDAN e como ocorreram as deturpações que acabaram culminando com o desaparecimento dessa PROTO SÍNTESE CÓSMICA. Quando falamos sobre a superioridade moral da pura Raça Vermelha, devemos lembrar que ficou ela ainda mais fortalecida quando do encarne de Seres Espirituais de Pátrias Siderais adiantadíssimas em relação ao nosso esquema evolutivo. Foram os Seres Espirituais de Pátrias Siderais distantes que incrementaram, para a então Raça Vermelha, os conhecimentos plenos e puros da Lei Divina. Antes do advento desses excelsos Seres Espirituais na Raça Vermelha, a mesma já possuía uma sólida concepção sobre as Coisas Divinas. Alguns Seres Espirituais elevados, de grande escolha, tinham já lançado algumas sementes, tanto é que eles, os da Raça Vermelha daquela época, conheciam os MISTÉRIOS SOLARES e o MESSIAS — o CRISTO CÓSMICO. Toda a futura TEOGONIA, bem como a pureza de suas concepções sobre as Coisas Divinas, era calcada num inflexível MONOTEÍSMO. Para eles, desde aquela época, a Divindade Suprema era TUPÃ. Mas, em verdade, como surgiu a religião no seio da Raça Vermelha ou Tronco Tupy? Logo que os primeiros missionários começaram a encarnar em seu seio, fizeram sentir que, para religarem-se com as verdades imutáveis, com as Coisas Divinas, necessitariam entender que havia um SER SUPREMO e que o Mesmo possuía Emissários. Deveriam também entender que um de seus mais iluminados e expressivos expoentes-emissários tinha se responsabilizado pela TUTELA ESPIRITUAL deste "novo cenário de Vida", onde deveria ser lançada a semente da Luz Espiritual que redimiria e libertaria todos os Filhos da Raça Vermelha e outros que futuramente encarnariam neste solo de elevação e recuperação. Futuramente, muitos fariam a emigração para planos mais elevados da Vida Cósmica. Assim surgiram sua Teogonia, sua Mística de rara beleza e suas concepções sobre a Natureza física e hiperfísica. O religare, a ligação do homem da Raça Vermelha com as Coisas Divinas, chamou-se AUMBANDAN. Esse vocábulo trino e Sagrado, que mais tarde se tornaria litúrgico, mágico e vibrado, foi, é e será bandeira do Amor e Sabedoria Cósmica. Mas, repensando, como era a crença dos Seres Espirituais da Raça Vermelha, dos Tupy? Era uma crença calcada nos fundamentos mais puros da realidade cósmica. Até deixava de ser crença, pois era tão transparente a ligação com os Seres Espirituais do plano astral superior que todos na época, exceto raríssimas exceções, tinham não apenas os cinco sentidos hoje por nós conhecidos, como também mais dois superiores, perfazendo um total de SETE SENTIDOS. Esses dois sentidos superiores facultavam a eles a VISÃO e a INTUIÇÃO CÓSMICAS, sem necessidade de terem adestrado ou magnetizado seus corpos astrais. Não havia essa necessidade, pois era uma condição natural. Assim, conheciam naturalmente outras dimensões, além das três que hoje conhecemos. Eram eles voltados às Coisas Divinas e às suas Leis, sendo fiéis às mesmas. Enfim, foram os primeiros a cultuar em espírito, coração e verdade a RELIGIO VERA, a PROTO REL1GIÃO — AUMBANDAN — que pronunciavam de forma explosiva, não agressiva. OMBHANDHUM. Além de cultuar, foram os primeiros a beber de suas águas cristalinas, tanto que, em suas futuras reencarnações em outros locais do planeta, no meio dos povos semi bárbaros, tinham que fazer, como fizeram, ADAPTAÇÕES, já que esses "novos" Seres Espirituais, de outros locus siderais, não tinham o mesmo cabedal moral e nem eram tão creditados. Ao contrário, eram muito debilitados perante a Lei Divina. Mesmo no Baratzil, Terra do Cruzeiro Divino, embora mantivessem o máximo possível a pureza das concepções sobre as Coisas Divinas, os outros Seres Espirituais que vieram a posteriori não souberam manter as Tradições. Quando se deu a quebra das Tradições Cósmicas firmadas pela Raça Vermelha? Deu-se após o planeta estar com praticamente todas as suas regiões de terra firme já tomadas por vários povos. Os continentes e as águas oceânicas, como já vimos, não tinham as mesmas conformações que têm hoje. Naquela época já tinham florescido a Raça Lemuriana e, com o término dela, a Quarta  Raça Raiz, a Atlante. Interessante notar que quando nos referimos ao Tronco Racial Tupy, a pura Raça Vermelha, não estamos nos referindo a esses Seres Espirituais que vieram a ser conhecidos como índios. Após milhares de anos, quase 1 milhão, é que surgiram aqueles que poderíamos chamar de índios e que não eram, é claro, esses últimos remanescentes que perduram até nossos dias em várias plagas do planeta. Aqueles que surgiram há milhares de anos guardaram alguns reais e verdadeiros conceitos de seus ancestrais, os Seres Espirituais da pura Raça Vermelha. Os que permanecem até hoje, tidos como vermelhos, são degenerações da Raça, degenerações no sentido astroespirítico. Não que estejamos qualificando-os como inferiores. Ao contrário, achamo-los tão iguais quanto os demais Seres planetários da atualidade. Esperamos ter deixado claro que os Seres do Tronco Tupy, daqueles áureos tempos da Raça Vermelha, não tinham nem o fenótipo e nem a condição dos que habitavam o Baratzil mais ou menos 500 anos atrás. Eram sim os PUROS TUPY, um povo evoluidíssimo, cuja Mística Sagrada, a sua Religio Vera, como veremos em capítulo posterior, se espraiou pelos quatro cantos do planeta. Após longos períodos, que distam milênios daquelas épocas, surgiram as deturpações, interpolações, inversões de valores, cisões, desaparecimento de Tradições, etc. Importante também é que sua língua, o Abanheenga, foi modelo para praticamente todas as línguas ainda hoje faladas em nosso planeta. Também o alfabeto que se convencionou chamar de ADÂMICO ou DEVANAGÁRICO já é modificação do Alfabeto Sagrado dos Tupy daqueles tempos. Trouxeram-nos esses veneráveis e abnegados Seres Espirituais da Raça Vermelha, além da religião, a filosofia, a ciência e as artes — enfim, o AUMBANDAN. Assim, A UMBANDA é a síntese ou reunião entrelaçada de todo conhecimento ou gnose humana. E não é só desses 4 pilares do conhecimento humano que o Aumbandan é Síntese. Ele, em verdade, está além dessa Síntese. Ele é a SÍNTESE DAS SÍNTESES. Assim, vejamos: Se Aumbandan não é apenas a Revelação das Leis Divinas e dos Conceitos Integrais da Verdadeira Natureza Espiritual do Homem, o que é Ele então? Ele é o próprio elo de ligação vivo entre o que é espiritual e o que é do reino natural, ou seja, em sentido bem abrangente, é a porta, é o veículo de retomo ao cosmo espiritual e ao encontro de nosso karma causal. Mas, para Ele ser tudo isso, tem que ser SÍNTESE. Terá de ser mais do que SÍNTESE. E Ele é. Ele é a Proto-Síntese Cósmica. Neste exato instante, queremos que os Filhos de Fé entendam que nos referimos até o momento ao Aumbandan e, é claro, que não estamos falando do Movimento Umbandista da atualidade. Falamos sim daqueles áureos tempos, dos quais temos apagadíssimas impressões, no final da já então decadente Raça Lemuriana e de alguns remanescentes da Quarta Raça Raiz, a Atlante. Entre os remanescentes dos atlantes, poderemos citar os povos indígenas das Américas, os egípcios, hindus, persas, mongóis e outros. Os próprios Tupy daquelas épocas já não eram os mesmos, mas guardaram resquícios da fabulosa civilização vermelha. Retornando, porém, queremos que fique bem claro que naqueles tempos sagrados, na aplicação dos Conhecimentos, não havia Movimento Umbandista como se conhece hoje. Havia sim AUMBANDAN — O CONJUNTO SAGRADO DAS LEIS OU O CONJUNTO DAS LEIS DIVINAS. O Movimento Umbandista é coisa da atualidade. Nada, em verdade, tem a ver com o verdadeiro Aumbandan, mas pretende restaurar o verdadeiro Aumbandan, ou seja, a Verdadeira Proto Síntese Cósmica. Com isso, não ficará difícil entender como os Seres Espirituais da pura Raça Vermelha, os quais comandam todo o astral superior, já estão se interpenetrando nesse Movimento Umbandista que, como vimos, visa restaurar o AUMBANDAN ou UMBANDA. Portanto, Filho de Fé, em verdade você faz parte não do AUMBANDAN, mas do Movimento Umbandista e daquilo que ele propõe, ou seja, de seus ousados planos. Você deverá se conscientizar da responsabilidade que o aguarda, se é que você ainda não percebeu o peso em seus ombros. Assim, esperamos que os Filhos de Fé mais interessados, e mesmo os não Filhos de Fé, tenham percebido quão ousada e difícil é a tarefa do Movimento Umbandista. É bom que todos percebam que é de novo aqui no Baratzil que o Movimento Umbandista nasceu e é aqui mesmo que, das brumas do passado, do esquecimento e do obscurecimento, ressurgirá a SENHORA DOS SETE VÉUS. É, minha Mãe Sagrada e Velada, ajude-nos com Tua Bendita Luz a respeitosamente Te desvelarmos; e ao Te desvelar, que Tua Luz inunde a tudo e a todos. Dá-nos a paciência para que, ao Te desvelarmos, a potência Divina de Tua Luz não venha nos ofuscar ou cegar. Assim, UMBANDA, minha Mãe Sagrada, mais uma vez eu Te peço agô (...). Umbanda, Caboclo pede agô (...). Voltemos àqueles tempos gloriosos, onde nem a morte era temida, pois entendia-se que era ela uma transformação necessária para se alcançar novos rumos, novos degraus em nossa escala evolutiva. Tanto que, naqueles tempos, os processos atuais da hoje chamada MEDIUNIDADE eram completamente desconhecidos, pois era algo natural, como natural era também o diálogo com os Seres Espirituais de outros planos, os planos hiperfísicos. No seio da civilização vermelha, havia Seres Espirituais que tinham uma maior abertura consciencial, que os fazia enxergar com maior facilidade as coisas mais além (...). De qualquer forma, todos enxergavam, e muito bem, os fenômenos extraterrestres. E por isso que, para eles, o nascimento e a morte eram fenômenos naturalíssimos e necessários à própria evolução do Ser Espiritual encarnado. Eram portas que os faziam alcançar novos planos do universo. Se estivessem em planos do astral e necessitassem evoluir, sabiam que a porta do nascimento preencheria essa condição. Assim, o nascimento e a morte para eles eram sagrados e, como tal, revestidos dos mais belos e puros rituais, ao contrário de hoje em dia, em que principalmente o fenômeno da morte, salvo raríssimas e honrosas exceções, é encarado como extermínio, aniquilação total, sendo revestido de paixões, de choques e de profunda dramaticidade. Claro que respeitamos a dor daquele que perde um ente querido, mas gostaríamos que após o choque, após o impacto, se entendesse que não se perdeu nada. Quando muito, perdemos temporariamente o convívio físico, e só. Assim, quanto mais nos distanciamos da Proto Síntese Cósmica, mais o desencarne é chocante e constrangedor, atingindo os últimos limites da resistência emocional do Ser, que se sente privado ou subtraído. Em verdade, na atualidade, a morte choca quem morre, pois o mesmo chega ao astral que lhe seja afim completamente em desequilíbrio. A morte choca profundamente quem fica, se não houver o devido preparo para essas situações inevitáveis. Importante que mantenhamos a paz, tanto para nós como para quem deixou sua indumentária física. Acreditamos que, para o futuro, fará parte dos bons costumes ou da educação ser bem comportado para com o fenômeno da chamada morte. A preparação fará com que cada filho deixe de ver a morte como sendo constrangedora, não trazendo então para si próprio sentimentos de angústia e aflição, os quais afloram à mente e ao coração quando vem a lembrança de que fatalmente, um dia, será sua vez. E por esses e outros motivos que o mediunismo teve de surgir, mas não em todos, pois os contatos que antes eram diretos já o tinham deixado de ser há milênios. Não houve outra alternativa, tiveram que surgir os médiuns, como porta-vozes e veículos de Seres Espirituais. Em geral são os médiuns aqueles que naquelas épocas remotas colaboraram para que o contato natural deixasse de existir. Assim, estão eles, hoje, como porta aberta entre o plano astral e o plano físico. Como dissemos, não são todos os médiuns que têm essa história, mas uma grande maioria a tem. Surgiram os médiuns como veículos de Espíritos, os quais procuram gradativamente e sem ostentação dizer a todos que a vida continua, que a morte não existe, que o que existe mesmo é só a vida. E se assim o fazem, é porque sabem que não está muito distante o dia em que o próprio Ser terreno descobrirá que a morte não existe. A própria Ciência oficial chegará a essa conclusão. Já pensaram se não houver nenhuma preparação nesse sentido? Aí está um dos motivos pelos quais nós, do plano astral, não temos até agora dado provas contundentes e finais sobre a imortalidade da Alma. Os Seres terrenos não teriam a tranquilidade necessária. Após essa nota, voltemos onde havíamos parado. Não era assim naqueles tempos gloriosos em que a portentosa Raça Vermelha, com todos seu Conhecimento, era pura e tranquila. Já dissemos que, em meio a todos, havia os que eram possuidores dos maiores poderes, e os mesmos não eram invejados como aqueles que hoje possuem uma faculdade superior às dos demais. Ao contrário, naqueles tempos, eram eles respeitadíssimos e, sem afetação, também respeitavam seus iguais. Eram sempre aclamados por todos como CONDUTORES, como SACERDOTES, os quais naqueles tempos eram chamados TUBABARASHA ou BABARASHA. Eles e só eles tinham condições, devido à sua própria natureza, de entrar em contato, de forma mais natural possível, com seus Mestres Espirituais do astral superior. Esses Mestres do astral superior recebiam a denominação ARASHA. Assustado, Filho de Fé? Você está pensando que Caboclo trocou ORISHA por ARASHA. Não, Filho de Fé, preste atenção que você entenderá perfeitamente nosso raciocínio. Como dissemos antes, os primeiros vocábulos do planeta são de origem Abanheenga ou de sua primeira ramificação, o Nheengatu. Ora, nada mais justo pois que busquemos nos fonemas, nas sílabas eufônicas e onomatopáicas desses idiomas, o vocábulo desejado em sua mais pura raiz. É claro que o vocábulo sagrado Arasha foi anterior a Orisha. O termo Orisha é corruptela de 3a ou 4a geração do termo Arasha. Foram também anteriores ao termo Orisha a maioria de todos os termos litúrgicos e sagrados usados para denominar as Potências Superiores. Assim, à guisa de exemplo, o mesmo aconteceu com os vocábulos YAMANYA (YEMANJÁ), XINGU (XANGÔ) e AXALÁ ou OSHILA (OXALÁ). Resumidamente, sem entrarmos em complexas discussões fonossemânticas ou filológicas, vejamos as traduções de: ARASHA ARA — LUZ SHA — SENHOR ORISHA ORI — CABEÇA, LUZ SHA — SENHOR Vimos, pois, que o vocábulo sagrado ARASHA tem a mesma significação que Orisha — Senhor da Luz. Como o Abanheenga foi a primeira língua raiz, é justo que se diga que arasha é milhares de anos anterior ao vocábulo Orisha. Vejamos também os seguintes vocábulos sagrados: YAMANYA MÃE DAS MÃES DO MAR — MÃE DAS ÁGUAS — MÃE NATUREZA, etc. YE OMO EJA MÃE DOS FILHOS PEIXES — MÃE DOS FILHOS DA ÁGUA, etc. Assim, entendemos as similitudes do vocábulo. Ainda nos reportando ao vocábulo YEMANJÁ, temos: No Abanheenga — YAMANYA YA — Mãe ou Natureza MAN — Mar, Água YA — Mãe ou Natureza Hieraticamente: Mãe das Águas ou Senhora da Natureza. No Yoruba (Nagô) — YE OMO EJÁ YE — Forma antiga de Mãe OMO — Filho EJÁ — Peixe Hieraticamente: Mãe das Águas ou Senhora da Natureza. O mesmo acontece com o vocábulo sagrado XINGU: XINGU ou XINGÓ (Abanheenga) SENHOR DAS ALMAS — SENHOR DO FOGO ETÉRICO XANGÔ (Yoruba) SENHOR DAS ALMAS — SENHOR DO FOGO ETÉRICO Para robustecer o que falamos, queremos citar que, no idioma Quiché ou Quíchua, a Divindade que representava o SENHOR DA LUZ era denominada AH RAXA. Esse termo é encontrado nos livros da comunidade, o chamado POPOL VUH. Como vimos, a SEMELHANÇA é incrível!!! Tentemos agora, de forma bem simplista e com total transparência, explicar como surgiu o termo TUBA entre os índios atuais e BABA entre os africanos e hindus. Em verdade, no Abanheenga ou Nheengatu, o vocábulo era TUBABA, cuja significação era Meu Pai Sagrado e, posteriormente, Meu Pai. Com o passar dos tempos, houve uma apócope da sílaba repetida (simplificação do vocábulo), ficando somente TUBA, que continua significando Pai. Em terras africanas aconteceu algo muito similar ao ocorrido aqui em terras brasileiras. Por processos de facilidade de adaptação fonética, suprimiram o TU do vocábulo TUBABA. Assim, ficaram com o termo BABA, que continua significando PAI. Em Tupy, MÃE é YA ou CY. Em Yoruba, MÃE também é YA. Interessante, não é, Filho de Fé? Será apenas coincidência? Claro que não, isso é o que tentamos provar nas linhas anteriores. Na África, o termo baba é de origem Yoruba, mas em Angola e Congo, ou seja, no idiomaKibundo, TATA também significa PAI. Esse, por sua vez, é corruptela de BABA dos Yorubas. Ainda completando, também na Índia, quando querem se referir ao PAI, usam o vocábulo BABA. O diminutivo para eles é BABAJI (Paizinho). Dentre muitos vocábulos que ainda vamos mostrar, queremos salientar o termo BABARASHA — SACERDOTE DOS SENHORES DA LUZ. Em verdade, os Babarashas eram verossímeis Sacerdotes da Luz, pois comunicavam-se, como vimos, diretamente com Eles, seus Arashas (no seio da Raça Vermelha Pura). Ao contrário, BABALORISHA — BABA ORISHA — é o Sacerdote que é possuído pelo orisha, isto já em Yoruba (africano). Vejamos o vocábulo ASHALÁ ou OSHALÁ: No Abanheenga — ASHALÁ ou OSHILÁ — houve uma apócope no termo ARASHALA, que significa A LUZ DO SENHOR DEUS. No Yoruba — OXALÁ — O SENHOR DO ALÁ, ou do PANO BRANCO, que hieraticamente tem a significação de: A Luz do Senhor Deus. Poderíamos citar centenas de termos equivalentes e analisar sua sonância, e veríamos que no fundo significariam a mesma coisa. Quisemos dar o vocábulo original pois é o mesmo fonocronometricamente ideal, até no movimento de certas vibrações, naquilo que os Filhos da Terra chamam de MANTRA. De forma alguma há intenção de menosprezar ou desvalorizar os Filhos da Terra ligados aos Cultos de Nações Africanas, nem muito menos nossos irmãos da Raça Negra que se encontram no astral; a eles MOJUBÁ, pois eles, como nós, sabem dos arquivos existentes no astral superior, em que consta que os primeiros vocábulos místicos sagrados de todos os povos derivaram ou foram revelados na pura Raça Vermelha, a qual, sem prepotência, é "Senhora dos Céus (Planos) Brasileiros e do Planeta". Se alguns vocábulos se encontram de posse exclusiva da Raça Negra, é porque: lº) Houve sérias inversões fonométricas, alterando ou não o verdadeiro sentido; 2º) Foram perdidos pelas raças indígenas atuais, mas é claro que devem se encontrar nos arquivos do astral da Raça Vermelha. Bem, estávamos falando dos Tubabaraxá ou Babaraxá, que como dissemos eram Sacerdotes. Hierarquicamente eram subordinados, pois eles assim queriam, aos Tubaguaçus, os quais eram profundos conhecedores das Leis Cósmicas. Também buscavam formas e meios para conduzir a Raça Vermelha a melhores dias. A ordem sociopolítica era perfeita, não havia despeitos, nem orgulho, nem vaidade, muito menos a inveja ou o egoísmo. Havia sim perfeito cooperativismo entre todos sem exceção. Cada um cumpria sua função, segundo seu grau de habilidade naquilo necessário à tribo. As funções realmente eram ocupadas pelos melhores, pois visava-se à tribo como um todo. Se um queria a função, mas o outro era melhor, esse fraternalmente abraçava o primeiro, desejando-lhe sucesso, e pedia-lhe para ajudá-lo, no que o outro aquiescia de pronto. Não bastasse isso, tudo fazia para que seu auxiliar se tornasse igual ou melhor que ele mesmo. Vimos pois que não existiam melindres, tão comuns nos Filhos de Fé infelizmente atrasados para consigo mesmos. Pois, se há os melhores, que esses cumpram suas funções. Não permitir isso é egoísmo, é tola vaidade. Paciência, amanhã a vida lhes ensinará segura e serenamente... Retornando ao que falávamos, Aumbandan, naqueles tempos, era a Proto-Síntese Cósmica, ou seja, continha em seu bojo a Religião, a Filosofia, a Ciência e a Arte. Naquela época, o conhecimento ainda não havia sido fragmentado. Quem era conhecedor da Religião entendia a Filosofia, aplicava a Ciência e executava a Arte. Era, enfim, um polignóstico, isto é, tinha vários conhecimentos que se entrelaçavam. Usamos o termo polignóstico, o qual nada tem em comum com determinada Ordem espiritualista, a qual deve ser por todos respeitada em seu trabalho, assim como outra Ordem qualquer. Usamo-lo devido à teoria do conhecimento, que estuda a natureza do conhecimento em geral, ser chamada gnosiologia (ramo da Filosofia). Assim, no seio da portentosa Raça Vermelha, a religião realmente foi revelada. Tinham sido revelados ao homem conceitos integrais de sua realidade espiritual. Se a Religião, primeiro pilar do conhecimento humano, foi revelada, o segundo pilar nasceu da observação e dedução. Assim, a Filosofia nasceu da observação constante das coisas, fenômenos naturais, anseios, desejos, expectativa de vida, ou mesmo no sentido de tentar explicar certas realidades. Naquela época, o Ser Espiritual encarnado buscava um conhecimento especulativo ou analítico sobre a REALIDADE. Uma dessas REALIDADES poderia ser: a) Autoconhecimento — conhecer profundamente a si mesmo; b) Conhecimento relativo à sua própria espécie — conhecer os outros; c) Conhecimento da Natureza Universal e suas Leis. Falando tecnicamente, a Filosofia é a disciplina que estuda o entendimento, bem como as relações entre o Ser, o conhecimento e o objeto. Na Filosofia, o Ser Espiritual raciocinou, analisou-se, analisou o meio, deu explicações especulativas e analíticas sobre a Realidade, mas claro que na visão dele. Quando o Ser Espiritual tentou explicar a Realidade em Princípios e Causas, fê-lo através de modelos; assim iniciou-se o processo das Ciências — o terceiro pilar. A epistemologia ou o método científico, sem dúvida, surgiu para o Ser Espiritual encarnado nesse tempo auspicioso. No mais foram apenas induções, deduções, observações, etc. Após a Ciência, surgiria o quarto pilar: o pilar da Arte, que como diz outro, dizemos nós: "Só a Arte conhece a Eternidade; tudo passou no Egito, salvo a grandeza dos seus colossos erguidos da areia; tudo passou na Grécia, salvo o conhecimento; embora tudo tenha passado, parece-nos que a Arte ficou..." Para nós também. E a Arte é a disciplina que estuda o valor dos símbolos. São esses símbolos expressões do sentimento. E também a Arte o sentimento ou o "Espírito Vivo" expressando um ato, um momento, uma emoção, uma época. Enfim, é o sentimento expresso. Assim, caro Filho de Fé, observe que aqueles Seres Espirituais da pura Raça Vermelha não ficaram a dever nada aos mais gabaritados cientistas, artistas ou filósofos da época atual. Ao contrário, esses conhecimentos atuais eles haviam superado de há muito, ou seja, ainda estamos muito distantes daqueles conhecimentos. Esses eram trazidos de LOCAIS CÓSMICOS muito mais adiantados que o nosso atual. Gradativamente, os Seres provenientes desses locais foram instruindo seus irmãos menos experientes, e sem dúvida lhes ensinaram, pois poucos deles não subiram a planos de evolução completamente inimagináveis ao atual estado de evolução em que se encontra o planeta Terra. Um dia, sem dúvida, chegaremos lá, mas como sempre muitíssimo trabalho nos aguarda. Em verdade, trouxeram uma enorme bagagem de conhecimentos, incríveis para a época. Conheciam profundamente os meios do RELIGARE, na sua mais pura e real expressão religiosa. Tinham fortes conquistas filosóficas sobre todas as coisas, sem nenhuma dúvida ainda hoje não alcançadas no planeta. Do poderio de suas Ciências temos resquícios através das pirâmides e processos de mumificação ensinados aos egípcios e aos povos das 3 Américas. As ARTES MÉDICAS eram inclusas em conjunto com a Filosofia, Religião, Ciência e Arte, pois para curar através da administração de medicamentos, o médico-mago ou payé devia ter sólidos conhecimentos de Física, Química, Botânica, Zoologia, Fisiologia, Anatomia oculta, Filosofia e Artes. É óbvio que essas disciplinas deviam ter outras denominações, e realmente tinham, pois o conhecimento deles era de SÍNTESE. O importante é que eles eram conhecedores de todos esses ARCANOS CULTURAIS, os quais eram a base de todo o CONHECIMENTO. Ao Filho de Fé e mesmo ao livre-pensador, pedimos especial atenção. Falamos até o momento dos QUATRO PILARES DO CONHECIMENTO HUMANO, estando eles dispersos, rompidos em suas interligações. Assim, em verdade, nós não podemos citar Proto-Síntese Relígio-Científica. Só poderemos citar Proto-Síntese Relígio-Científica quando houver uma inter relação entre esses quatro pilares, ou seja, quando tivermos um CONHECIMENTO UNO. Talvez, através da forma geométrica, consigamos esse intento. Vejamos: Parece-nos que essa figura geométrica une os pilares, embora essa união seja de forma completamente estática, pois não há dinamismo, não há ponto em comum entre os quatro pilares do conhecimento. Tentando colocar os quatro pilares do conhecimento humano em um ponto único, podemos obter uma PIRÂMIDE de base quadrilátero. Parece-nos que essa pirâmide de base quadrada atende nossas necessidades. Senão, vejamos: Os quatro pilares, sejam eles quais forem, ao dirigirem-se ao vértice para formar a pirâmide, estão formando a SÍNTESE, ou seja, os quatro conhecimentos reunidos em único ponto. A intersecção dos quatro pilares convergiu em um único ponto, o qual foi chamado de SÍNTESE. Agora, já temos a Síntese dos quatro pilares — a Religião, a Filosofia, a Arte e a Ciência. Se observarmos bem, chegamos a cinco pontos. Acreditamos que até poderíamos iniciar, agora, uma pequena analogia iniciática com todos os Filhos de Fé. Tentaremos aqui chegar nos 7 pontos. Relacionaremos os ORISHAS SUPERIORES com esses conhecimentos. A Proto-Síntese Cósmica encerra, em seu Círculo Uno, a hei, e essa, por sua vez, exterioriza-se através da sabedoria e do amor, que movimentam a síntese inferior ou a Proto Síntese Relígio-Científica, a qual equilibra, de forma harmoniosa, a Religião, a Ciência, a Filosofia e a Arte. Busquemos na PIRÂMIDE a explicação, pois a mesma ainda nos permite algumas alusões. Os povos que foram herdeiros dessa tradição guardaram os mistérios a sete chaves, e, como veremos em outros capítulos, em 78 (57 +21) placas de ouro, que se encontravam no topo de uma pirâmide egípcia. Há também pirâmides no solo brasileiro, algumas perdidas, outras achadas e não declaradas e outras mais completamente destruídas, como há também em outros locais das Américas. Basta lembrarmo-nos das pirâmides mexicanas e peruanas, como a Pirâmide do Povo do Sol, etc. Preste bem atenção, Filho de Fé! Todas essas pirâmides tinham uma característica especial: suas faces estavam voltadas para os quatro pontos cardeais. Nos importantes Centros Iniciáticos na América e da África, como os egípcios, nas quatro faces havia portas. Cada porta representava uma disciplina. Entrava-se pela porta que correspondia à disciplina mais afim ao discípulo. Cada entrada dava numa espécie de saguão, o qual tinha um lance de escadas, e após esse, outro saguão, e assim sucessivamente até o topo da pirâmide. Como dissemos, dependendo do aprendizado, ia-se gradativamente subindo seus degraus internos. Vimos que cada porta, em cada cardeal, representava uma disciplina. Podia-se entrar por qualquer porta e permanecer naquela face por sete dias. Caso não quisesse prosseguir, poderia sair e entrar por outra porta. Mas após ter completado os sete dias, não poderia mais sair. Se o Iniciado não se desesperasse, conseguiria encontrar "portas" que o levariam ao local que desejasse. Mas, no fim de tudo, ficava sabendo que o que desejava era TUDO, e então subia, até que chegava no topo da pirâmide. Era então considerado INICIADO NOS PEQUENOS MISTÉRIOS, era conhecedor da Proto-Síntese Relígio-Científica. Em outros capítulos, veremos melhor esses aspectos importantes da INICIAÇÃO CÓSMICA. Ao terminarmos, é bom que entendamos que tudo isso iniciou-se aqui no Baratzil. Foi aqui que a portentosa Raça Vermelha surgiu e alcançou seu apogeu, bem como foi aqui que a Proto Síntese Cósmica foi revelada. Assim, o Movimento Umbandista da atualidade visa restaurar todos esses processos do Aumbandan. Deve o Filho de Fé ou o leitor atento estar se perguntando: Não é por tudo isso que se processa nos céus ou astral brasileiro, sob o Cruzeiro Divino, esse portentoso movimento vibratório? Todos os movimentos espirituais sérios parecem apontar para o Brasil! A resposta é: Sem dúvida que sim! Assim, não fica difícil entender como será o Brasil no 3º milênio. É por tudo isso que a CORRENTE ASTRAL DE UMBANDA trabalha, pois nestas terras iluminadas pelo Cruzeiro do Sul ressurgirá o AUMBANDAN — a verdadeira PROTO SÍNTESE CÓSMICA. Com tudo isso, esperamos que tenha ficado claro que a PROTO-SÍNTESE RELÍGIÃO CIENTÍFICA se expressa como um TODO, como um conhecimento integrado e não desassociado, como infelizmente observamos em nossos tempos. É dessa associação que cogita, embora de forma velada, o Movimento Umbandista da atualidade. Pecamos a TUPÃ que nos dê forças para trabalhar. O tempo rápido há de passar, para colocarmos no lugar certo o que ontem colocamos em lugares completamente errados. E vamos, sem perda de tempo, ao outro capítulo. Continua no capítulo Oito. Livro UNBAMDA – A Proto Síntese Cósmica. Abraço. Davi.

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