Religião
Afro-brasileira. UMBANDA. Capítulo Sete. Texto
de Yamunisiddha Arhapiagha. Mestre Tântrico Curador. Médium F. Rivas
Neto. A PROTO SÍNTESE CÓSMICA — Surgimento da Umbanda ou Aumbandan - A Tradição da Raça Vermelha — Conhecimento
Uno — Proto-Síntese Religioso-Científica — Os 4 Pilares do
Conhecimento Uno: a Religião, a Filosofia, a Ciência e a Arte. A superioridade
moral-espiritual da augusta Raça Vermelha foi por nós reiteradas vezes citada.
Citamo-la de forma velada, deixando nas entrelinhas (...) no entanto, agora iremos
falar sobre ela sem véus e sem (...). Para que fique bem firmado na mente
e no coração dos Filhos de Fé, continuamos a afirmar que a primeira raça humana
propriamente dita (vide capítulo VI) surgiu aqui no BARATZIL, em seu Planalto
Central. Há milhares de anos, quando a Raça Vermelha surgiu, ela recebeu, em
seu início, os Seres Espirituais ligados ao campo gravitacional do planeta
Terra. A par desses Seres Espirituais, outros mais atrasados encarnaram, mas em
outras regiões de terra firme (após aproximadamente 1.000 anos das primeiras
encarnações no Baratzil). Isso aconteceu em Terras da própria América, em
suas regiões Central e Norte. Bem, para que estamos dando essas informações? É
para que o Filho de Fé, na hora precisa de nossa exposição, possa entender como
surgiu o AUMBANDAN e como ocorreram as deturpações que acabaram culminando com
o desaparecimento dessa PROTO SÍNTESE CÓSMICA. Quando falamos sobre a
superioridade moral da pura Raça Vermelha, devemos lembrar que ficou ela ainda
mais fortalecida quando do encarne de Seres Espirituais de Pátrias Siderais
adiantadíssimas em relação ao nosso esquema evolutivo. Foram os Seres
Espirituais de Pátrias Siderais distantes que incrementaram, para a então Raça
Vermelha, os conhecimentos plenos e puros da Lei Divina. Antes do advento
desses excelsos Seres Espirituais na Raça Vermelha, a mesma já possuía uma
sólida concepção sobre as Coisas Divinas. Alguns Seres Espirituais elevados, de
grande escolha, tinham já lançado algumas sementes, tanto é que eles, os da Raça
Vermelha daquela época, conheciam os MISTÉRIOS SOLARES e o MESSIAS — o CRISTO
CÓSMICO. Toda a futura TEOGONIA, bem como a pureza de suas concepções sobre as
Coisas Divinas, era calcada num inflexível MONOTEÍSMO. Para eles, desde aquela
época, a Divindade Suprema era TUPÃ. Mas, em verdade, como surgiu a religião no
seio da Raça Vermelha ou Tronco Tupy? Logo que os primeiros missionários
começaram a encarnar em seu seio, fizeram sentir que,
para religarem-se com as verdades imutáveis, com as Coisas Divinas,
necessitariam entender que havia um SER SUPREMO e que o Mesmo possuía
Emissários. Deveriam também entender que um de seus mais iluminados e
expressivos expoentes-emissários tinha se responsabilizado pela TUTELA
ESPIRITUAL deste "novo cenário de Vida", onde deveria ser lançada a
semente da Luz Espiritual que redimiria e libertaria todos os Filhos da Raça
Vermelha e outros que futuramente encarnariam neste solo de elevação e
recuperação. Futuramente, muitos fariam a emigração para planos mais elevados
da Vida Cósmica. Assim surgiram sua Teogonia, sua Mística de rara beleza e
suas concepções sobre a Natureza física e hiperfísica. O religare, a
ligação do homem da Raça Vermelha com as Coisas Divinas, chamou-se AUMBANDAN.
Esse vocábulo trino e Sagrado, que mais tarde se tornaria litúrgico, mágico e
vibrado, foi, é e será bandeira do Amor e Sabedoria Cósmica. Mas, repensando,
como era a crença dos Seres Espirituais da Raça Vermelha, dos Tupy? Era uma
crença calcada nos fundamentos mais puros da realidade cósmica. Até deixava de
ser crença, pois era tão transparente a ligação com os Seres Espirituais do
plano astral superior que todos na época, exceto raríssimas exceções, tinham
não apenas os cinco sentidos hoje por nós conhecidos, como também mais dois superiores, perfazendo um total de SETE SENTIDOS. Esses dois sentidos superiores
facultavam a eles a VISÃO e a INTUIÇÃO CÓSMICAS, sem necessidade de terem
adestrado ou magnetizado seus corpos astrais. Não havia essa necessidade, pois
era uma condição natural. Assim, conheciam naturalmente outras dimensões, além
das três que hoje conhecemos. Eram eles voltados às Coisas Divinas e às suas Leis,
sendo fiéis às mesmas. Enfim, foram os primeiros a cultuar em espírito, coração
e verdade a RELIGIO VERA, a PROTO REL1GIÃO — AUMBANDAN — que pronunciavam de
forma explosiva, não agressiva. OMBHANDHUM. Além de cultuar, foram os
primeiros a beber de suas águas cristalinas, tanto que, em suas futuras
reencarnações em outros locais do planeta, no meio dos povos semi bárbaros,
tinham que fazer, como fizeram, ADAPTAÇÕES, já que esses "novos"
Seres Espirituais, de outros locus siderais, não tinham o mesmo
cabedal moral e nem eram tão creditados. Ao contrário, eram muito debilitados
perante a Lei Divina. Mesmo no Baratzil, Terra do Cruzeiro Divino, embora
mantivessem o máximo possível a pureza das concepções sobre as Coisas Divinas,
os outros Seres Espirituais que vieram a posteriori não souberam manter as
Tradições. Quando se deu a quebra das Tradições Cósmicas firmadas pela Raça
Vermelha? Deu-se após o planeta estar com praticamente todas as suas regiões de
terra firme já tomadas por vários povos. Os continentes e as águas oceânicas,
como já vimos, não tinham as mesmas conformações que têm hoje. Naquela época já
tinham florescido a Raça Lemuriana e, com o término dela, a Quarta Raça
Raiz, a Atlante. Interessante notar que quando nos referimos ao Tronco Racial
Tupy, a pura Raça Vermelha, não estamos nos referindo a esses Seres Espirituais
que vieram a ser conhecidos como índios. Após milhares de anos, quase 1 milhão,
é que surgiram aqueles que poderíamos chamar de índios e que não eram, é claro,
esses últimos remanescentes que perduram até nossos dias em várias plagas do
planeta. Aqueles que surgiram há milhares de anos guardaram alguns reais e
verdadeiros conceitos de seus ancestrais, os Seres Espirituais da pura Raça
Vermelha. Os que permanecem até hoje, tidos como vermelhos, são degenerações da
Raça, degenerações no sentido astroespirítico. Não que estejamos
qualificando-os como inferiores. Ao contrário, achamo-los tão iguais quanto os
demais Seres planetários da atualidade. Esperamos ter deixado claro que os
Seres do Tronco Tupy, daqueles áureos tempos da Raça Vermelha, não tinham nem o
fenótipo e nem a condição dos que habitavam o Baratzil mais ou menos
500 anos atrás. Eram sim os PUROS TUPY, um povo evoluidíssimo, cuja Mística
Sagrada, a sua Religio Vera, como veremos em capítulo posterior, se
espraiou pelos quatro cantos do planeta. Após longos períodos, que distam milênios
daquelas épocas, surgiram as deturpações, interpolações, inversões de valores,
cisões, desaparecimento de Tradições, etc. Importante também é que sua língua,
o Abanheenga, foi modelo para praticamente todas as línguas ainda hoje
faladas em nosso planeta. Também o alfabeto que se convencionou chamar de
ADÂMICO ou DEVANAGÁRICO já é modificação do Alfabeto Sagrado dos Tupy daqueles
tempos. Trouxeram-nos esses veneráveis e abnegados Seres Espirituais da Raça
Vermelha, além da religião, a filosofia, a ciência e as artes — enfim, o
AUMBANDAN. Assim, A UMBANDA é a síntese ou reunião entrelaçada de todo
conhecimento ou gnose humana. E não é só desses 4 pilares do conhecimento
humano que o Aumbandan é Síntese. Ele, em verdade, está além dessa
Síntese. Ele é a SÍNTESE DAS SÍNTESES. Assim, vejamos:
Se Aumbandan não é apenas a Revelação das Leis Divinas e dos
Conceitos Integrais da Verdadeira Natureza Espiritual do Homem, o que é Ele
então? Ele é o próprio elo de ligação vivo entre o que é espiritual e o que é
do reino natural, ou seja, em sentido bem abrangente, é a porta, é o veículo de
retomo ao cosmo espiritual e ao encontro de nosso karma causal. Mas,
para Ele ser tudo isso, tem que ser SÍNTESE. Terá de ser mais do que SÍNTESE. E
Ele é. Ele é a Proto-Síntese Cósmica. Neste exato instante, queremos
que os Filhos de Fé entendam que nos referimos até o momento
ao Aumbandan e, é claro, que não estamos falando do Movimento
Umbandista da atualidade. Falamos sim daqueles áureos tempos, dos quais temos
apagadíssimas impressões, no final da já então decadente
Raça Lemuriana e de alguns remanescentes da Quarta Raça Raiz, a Atlante.
Entre os remanescentes dos atlantes, poderemos citar os povos indígenas das
Américas, os egípcios, hindus, persas, mongóis e outros. Os próprios Tupy daquelas
épocas já não eram os mesmos, mas guardaram resquícios da fabulosa civilização
vermelha. Retornando, porém, queremos que fique bem claro que naqueles tempos
sagrados, na aplicação dos Conhecimentos, não havia Movimento Umbandista como
se conhece hoje. Havia sim AUMBANDAN — O CONJUNTO SAGRADO DAS LEIS OU O
CONJUNTO DAS LEIS DIVINAS. O Movimento Umbandista é coisa da atualidade. Nada,
em verdade, tem a ver com o verdadeiro Aumbandan, mas pretende restaurar o
verdadeiro Aumbandan, ou seja, a Verdadeira Proto Síntese Cósmica.
Com isso, não ficará difícil entender como os Seres Espirituais da pura Raça
Vermelha, os quais comandam todo o astral superior, já estão se interpenetrando
nesse Movimento Umbandista que, como vimos, visa restaurar o AUMBANDAN ou UMBANDA.
Portanto, Filho de Fé, em verdade você faz parte não do AUMBANDAN, mas do
Movimento Umbandista e daquilo que ele propõe, ou seja, de seus ousados planos.
Você deverá se conscientizar da responsabilidade que o aguarda, se é que você
ainda não percebeu o peso em seus ombros. Assim, esperamos que os Filhos de Fé
mais interessados, e mesmo os não Filhos de Fé, tenham percebido quão ousada e
difícil é a tarefa do Movimento Umbandista. É bom que todos percebam que é de
novo aqui no Baratzil que o Movimento Umbandista nasceu e é aqui
mesmo que, das brumas do passado, do esquecimento e do obscurecimento,
ressurgirá a SENHORA DOS SETE VÉUS. É, minha Mãe Sagrada e Velada, ajude-nos com
Tua Bendita Luz a respeitosamente Te desvelarmos; e ao Te desvelar, que Tua Luz
inunde a tudo e a todos. Dá-nos a paciência para que, ao Te desvelarmos, a
potência Divina de Tua Luz não venha nos ofuscar ou cegar. Assim, UMBANDA,
minha Mãe Sagrada, mais uma vez eu Te peço agô (...). Umbanda,
Caboclo pede agô (...). Voltemos àqueles tempos gloriosos, onde nem a
morte era temida, pois entendia-se que era ela uma transformação necessária
para se alcançar novos rumos, novos degraus em nossa escala evolutiva. Tanto
que, naqueles tempos, os processos atuais da hoje chamada MEDIUNIDADE eram
completamente desconhecidos, pois era algo natural, como natural era também o
diálogo com os Seres Espirituais de outros planos, os planos hiperfísicos.
No seio da civilização vermelha, havia Seres Espirituais que tinham uma maior
abertura consciencial, que os fazia enxergar com maior facilidade as
coisas mais além (...). De qualquer forma, todos enxergavam, e muito bem, os
fenômenos extraterrestres. E por isso que, para eles, o nascimento e a morte
eram fenômenos naturalíssimos e necessários à própria evolução do Ser
Espiritual encarnado. Eram portas que os faziam alcançar novos planos do
universo. Se estivessem em planos do astral e necessitassem evoluir, sabiam que
a porta do nascimento preencheria essa condição. Assim, o nascimento e a morte
para eles eram sagrados e, como tal, revestidos dos mais belos e puros rituais,
ao contrário de hoje em dia, em que principalmente o fenômeno da morte, salvo
raríssimas e honrosas exceções, é encarado como extermínio, aniquilação total,
sendo revestido de paixões, de choques e de profunda dramaticidade. Claro que
respeitamos a dor daquele que perde um ente querido, mas gostaríamos que após o
choque, após o impacto, se entendesse que não se perdeu nada. Quando muito,
perdemos temporariamente o convívio físico, e só. Assim, quanto mais nos
distanciamos da Proto Síntese Cósmica, mais o desencarne é chocante e
constrangedor, atingindo os últimos limites da resistência emocional do Ser,
que se sente privado ou subtraído. Em verdade, na atualidade, a morte choca
quem morre, pois o mesmo chega ao astral que lhe seja afim completamente em
desequilíbrio. A morte choca profundamente quem fica, se não houver o devido
preparo para essas situações inevitáveis. Importante que mantenhamos a paz,
tanto para nós como para quem deixou sua indumentária física. Acreditamos que,
para o futuro, fará parte dos bons costumes ou da educação ser bem comportado
para com o fenômeno da chamada morte. A preparação fará com que cada filho
deixe de ver a morte como sendo constrangedora, não trazendo então para si
próprio sentimentos de angústia e aflição, os quais afloram à mente e ao
coração quando vem a lembrança de que fatalmente, um dia, será sua
vez. E por esses e outros motivos que o mediunismo teve de surgir,
mas não em todos, pois os contatos que antes eram diretos já o tinham deixado
de ser há milênios. Não houve outra alternativa, tiveram que surgir os médiuns,
como porta-vozes e veículos de Seres Espirituais. Em geral são os médiuns
aqueles que naquelas épocas remotas colaboraram para que o contato natural
deixasse de existir. Assim, estão eles, hoje, como porta aberta entre o plano
astral e o plano físico. Como dissemos, não são todos os médiuns que têm essa
história, mas uma grande maioria a tem. Surgiram os médiuns como veículos de
Espíritos, os quais procuram gradativamente e sem ostentação dizer a todos que
a vida continua, que a morte não existe, que o que existe mesmo é só a vida. E
se assim o fazem, é porque sabem que não está muito distante o dia em que o
próprio Ser terreno descobrirá que a morte não existe. A própria Ciência
oficial chegará a essa conclusão. Já pensaram se não houver nenhuma preparação
nesse sentido? Aí está um dos motivos pelos quais nós, do plano astral, não
temos até agora dado provas contundentes e finais sobre a imortalidade da Alma.
Os Seres terrenos não teriam a tranquilidade necessária. Após essa nota,
voltemos onde havíamos parado. Não era assim naqueles tempos gloriosos em que a
portentosa Raça Vermelha, com todos seu Conhecimento, era pura
e tranquila. Já dissemos que, em meio a todos, havia os que eram
possuidores dos maiores poderes, e os mesmos não eram invejados como aqueles
que hoje possuem uma faculdade superior às dos demais. Ao contrário, naqueles
tempos, eram eles respeitadíssimos e, sem afetação, também respeitavam seus
iguais. Eram sempre aclamados por todos como CONDUTORES, como SACERDOTES, os
quais naqueles tempos eram chamados TUBABARASHA ou BABARASHA. Eles e só eles
tinham condições, devido à sua própria natureza, de entrar em contato, de forma
mais natural possível, com seus Mestres Espirituais do astral superior. Esses
Mestres do astral superior recebiam a denominação ARASHA. Assustado, Filho de
Fé? Você está pensando que Caboclo trocou ORISHA por ARASHA. Não, Filho de Fé,
preste atenção que você entenderá perfeitamente nosso raciocínio. Como dissemos
antes, os primeiros vocábulos do planeta são de origem Abanheenga ou
de sua primeira ramificação, o Nheengatu. Ora, nada mais justo pois que
busquemos nos fonemas, nas sílabas eufônicas e onomatopáicas desses
idiomas, o vocábulo desejado em sua mais pura raiz. É claro que o vocábulo
sagrado Arasha foi anterior a Orisha. O termo Orisha é
corruptela de 3a ou 4a geração do termo Arasha. Foram também anteriores ao
termo Orisha a maioria de todos os termos litúrgicos e sagrados
usados para denominar as Potências Superiores. Assim, à guisa de exemplo, o
mesmo aconteceu com os vocábulos YAMANYA (YEMANJÁ), XINGU (XANGÔ) e AXALÁ ou
OSHILA (OXALÁ). Resumidamente, sem entrarmos em complexas
discussões fonossemânticas ou filológicas, vejamos as traduções de:
ARASHA ARA — LUZ SHA — SENHOR ORISHA ORI — CABEÇA, LUZ SHA — SENHOR Vimos,
pois, que o vocábulo sagrado ARASHA tem a mesma significação
que Orisha — Senhor da Luz. Como o Abanheenga foi a primeira
língua raiz, é justo que se diga que arasha é milhares de anos
anterior ao vocábulo Orisha. Vejamos também os seguintes vocábulos
sagrados: YAMANYA MÃE DAS MÃES DO MAR — MÃE DAS ÁGUAS — MÃE NATUREZA, etc. YE
OMO EJA MÃE DOS FILHOS PEIXES — MÃE DOS FILHOS DA ÁGUA, etc. Assim, entendemos
as similitudes do vocábulo. Ainda nos reportando ao vocábulo YEMANJÁ, temos:
No Abanheenga — YAMANYA YA — Mãe ou Natureza MAN — Mar, Água YA — Mãe
ou Natureza Hieraticamente: Mãe das Águas ou Senhora da Natureza.
No Yoruba (Nagô) — YE OMO EJÁ YE — Forma antiga de Mãe OMO — Filho
EJÁ — Peixe Hieraticamente: Mãe das Águas ou Senhora da Natureza. O mesmo
acontece com o vocábulo sagrado XINGU: XINGU ou XINGÓ (Abanheenga) SENHOR DAS
ALMAS — SENHOR DO FOGO ETÉRICO XANGÔ (Yoruba) SENHOR DAS ALMAS — SENHOR DO FOGO
ETÉRICO Para robustecer o que falamos, queremos citar que, no
idioma Quiché ou Quíchua, a Divindade que representava o SENHOR DA
LUZ era denominada AH RAXA. Esse termo é encontrado nos livros da comunidade, o
chamado POPOL VUH. Como vimos, a SEMELHANÇA é incrível!!! Tentemos agora, de
forma bem simplista e com total transparência, explicar como surgiu o termo
TUBA entre os índios atuais e BABA entre os africanos e hindus. Em verdade,
no Abanheenga ou Nheengatu, o vocábulo era TUBABA, cuja significação
era Meu Pai Sagrado e, posteriormente, Meu Pai. Com o passar dos tempos, houve
uma apócope da sílaba repetida (simplificação do vocábulo), ficando somente
TUBA, que continua significando Pai. Em terras africanas aconteceu algo muito
similar ao ocorrido aqui em terras brasileiras. Por processos de facilidade de
adaptação fonética, suprimiram o TU do vocábulo TUBABA. Assim, ficaram com o
termo BABA, que continua significando PAI. Em Tupy, MÃE é YA ou CY.
Em Yoruba, MÃE também é YA. Interessante, não é, Filho de Fé? Será apenas
coincidência? Claro que não, isso é o que tentamos provar nas linhas
anteriores. Na África, o termo baba é de origem Yoruba, mas em Angola e
Congo, ou seja, no idiomaKibundo, TATA também significa PAI. Esse, por sua vez,
é corruptela de BABA dos Yorubas. Ainda completando, também na Índia,
quando querem se referir ao PAI, usam o vocábulo BABA. O diminutivo para eles é
BABAJI (Paizinho). Dentre muitos vocábulos que ainda vamos mostrar, queremos
salientar o termo BABARASHA — SACERDOTE DOS SENHORES DA LUZ. Em verdade,
os Babarashas eram verossímeis Sacerdotes da Luz, pois
comunicavam-se, como vimos, diretamente com Eles, seus Arashas (no
seio da Raça Vermelha Pura). Ao contrário, BABALORISHA — BABA ORISHA — é o Sacerdote
que é possuído pelo orisha, isto já em Yoruba (africano).
Vejamos o vocábulo ASHALÁ ou OSHALÁ: No Abanheenga — ASHALÁ ou OSHILÁ
— houve uma apócope no termo ARASHALA, que significa A LUZ DO SENHOR DEUS.
No Yoruba — OXALÁ — O SENHOR DO ALÁ, ou do PANO BRANCO,
que hieraticamente tem a significação de: A Luz do Senhor Deus.
Poderíamos citar centenas de termos equivalentes e analisar sua sonância, e
veríamos que no fundo significariam a mesma coisa. Quisemos dar o vocábulo
original pois é o mesmo fonocronometricamente ideal, até no movimento
de certas vibrações, naquilo que os Filhos da Terra chamam de MANTRA. De forma
alguma há intenção de menosprezar ou desvalorizar os Filhos da Terra ligados
aos Cultos de Nações Africanas, nem muito menos nossos irmãos da Raça Negra que
se encontram no astral; a eles MOJUBÁ, pois eles, como nós, sabem dos arquivos
existentes no astral superior, em que consta que os primeiros vocábulos
místicos sagrados de todos os povos derivaram ou foram revelados na pura Raça
Vermelha, a qual, sem prepotência, é "Senhora dos Céus (Planos)
Brasileiros e do Planeta". Se alguns vocábulos se encontram de posse
exclusiva da Raça Negra, é porque: lº) Houve sérias inversões fonométricas,
alterando ou não o verdadeiro sentido; 2º) Foram perdidos pelas raças indígenas
atuais, mas é claro que devem se encontrar nos arquivos do astral da Raça
Vermelha. Bem, estávamos falando dos Tubabaraxá ou Babaraxá, que
como dissemos eram Sacerdotes. Hierarquicamente eram subordinados, pois eles
assim queriam, aos Tubaguaçus, os quais eram profundos conhecedores das
Leis Cósmicas. Também buscavam formas e meios para conduzir a Raça Vermelha a
melhores dias. A ordem sociopolítica era perfeita, não havia despeitos, nem
orgulho, nem vaidade, muito menos a inveja ou o egoísmo. Havia sim perfeito
cooperativismo entre todos sem exceção. Cada um cumpria sua função, segundo seu
grau de habilidade naquilo necessário à tribo. As funções realmente eram
ocupadas pelos melhores, pois visava-se à tribo como um todo. Se um queria a
função, mas o outro era melhor, esse fraternalmente abraçava o primeiro,
desejando-lhe sucesso, e pedia-lhe para ajudá-lo, no que o outro aquiescia de
pronto. Não bastasse isso, tudo fazia para que seu auxiliar se tornasse igual
ou melhor que ele mesmo. Vimos pois que não existiam melindres, tão comuns nos
Filhos de Fé infelizmente atrasados para consigo mesmos. Pois, se há os
melhores, que esses cumpram suas funções. Não permitir isso é egoísmo, é tola
vaidade. Paciência, amanhã a vida lhes ensinará segura e serenamente...
Retornando ao que falávamos, Aumbandan, naqueles tempos, era
a Proto-Síntese Cósmica, ou seja, continha em seu bojo a Religião, a
Filosofia, a Ciência e a Arte. Naquela época, o conhecimento ainda não havia
sido fragmentado. Quem era conhecedor da Religião entendia a Filosofia,
aplicava a Ciência e executava a Arte. Era, enfim, um polignóstico, isto
é, tinha vários conhecimentos que se entrelaçavam. Usamos o
termo polignóstico, o qual nada tem em comum com determinada Ordem
espiritualista, a qual deve ser por todos respeitada em seu trabalho, assim
como outra Ordem qualquer. Usamo-lo devido à teoria do conhecimento, que estuda
a natureza do conhecimento em geral, ser chamada gnosiologia (ramo da
Filosofia). Assim, no seio da portentosa Raça Vermelha, a religião realmente
foi revelada. Tinham sido revelados ao homem conceitos integrais de sua
realidade espiritual. Se a Religião, primeiro pilar do conhecimento humano, foi
revelada, o segundo pilar nasceu da observação e dedução. Assim, a Filosofia
nasceu da observação constante das coisas, fenômenos naturais, anseios,
desejos, expectativa de vida, ou mesmo no sentido de tentar explicar certas
realidades. Naquela época, o Ser Espiritual encarnado buscava um conhecimento
especulativo ou analítico sobre a REALIDADE. Uma dessas REALIDADES poderia ser:
a) Autoconhecimento — conhecer profundamente a si mesmo; b) Conhecimento
relativo à sua própria espécie — conhecer os outros; c) Conhecimento da
Natureza Universal e suas Leis. Falando tecnicamente, a Filosofia é a disciplina
que estuda o entendimento, bem como as relações entre o Ser, o conhecimento e o
objeto. Na Filosofia, o Ser Espiritual raciocinou, analisou-se, analisou o
meio, deu explicações especulativas e analíticas sobre a Realidade, mas claro
que na visão dele. Quando o Ser Espiritual tentou explicar a Realidade em
Princípios e Causas, fê-lo através de modelos; assim iniciou-se o processo das
Ciências — o terceiro pilar. A epistemologia ou o método científico, sem
dúvida, surgiu para o Ser Espiritual encarnado nesse tempo auspicioso. No mais
foram apenas induções, deduções, observações, etc. Após a Ciência, surgiria o
quarto pilar: o pilar da Arte, que como diz outro, dizemos nós: "Só a Arte
conhece a Eternidade; tudo passou no Egito, salvo a grandeza dos seus colossos
erguidos da areia; tudo passou na Grécia, salvo o conhecimento; embora tudo
tenha passado, parece-nos que a Arte ficou..." Para nós também. E a Arte é
a disciplina que estuda o valor dos símbolos. São esses símbolos expressões do
sentimento. E também a Arte o sentimento ou o "Espírito Vivo"
expressando um ato, um momento, uma emoção, uma época. Enfim, é o sentimento
expresso. Assim, caro Filho de Fé, observe que aqueles Seres Espirituais da
pura Raça Vermelha não ficaram a dever nada aos mais gabaritados cientistas,
artistas ou filósofos da época atual. Ao contrário, esses conhecimentos atuais
eles haviam superado de há muito, ou seja, ainda estamos muito distantes
daqueles conhecimentos. Esses eram trazidos de LOCAIS CÓSMICOS muito mais adiantados
que o nosso atual. Gradativamente, os Seres provenientes desses locais foram
instruindo seus irmãos menos experientes, e sem dúvida lhes ensinaram, pois
poucos deles não subiram a planos de evolução completamente inimagináveis ao
atual estado de evolução em que se encontra o planeta Terra. Um dia, sem
dúvida, chegaremos lá, mas como sempre muitíssimo trabalho nos aguarda. Em
verdade, trouxeram uma enorme bagagem de conhecimentos, incríveis para a época.
Conheciam profundamente os meios do RELIGARE, na sua mais pura e real expressão
religiosa. Tinham fortes conquistas filosóficas sobre todas as coisas, sem
nenhuma dúvida ainda hoje não alcançadas no planeta. Do poderio de suas
Ciências temos resquícios através das pirâmides e processos de mumificação ensinados
aos egípcios e aos povos das 3 Américas. As ARTES MÉDICAS eram inclusas em
conjunto com a Filosofia, Religião, Ciência e Arte, pois para curar através da
administração de medicamentos, o médico-mago ou payé devia ter
sólidos conhecimentos de Física, Química, Botânica, Zoologia, Fisiologia,
Anatomia oculta, Filosofia e Artes. É óbvio que essas disciplinas deviam ter
outras denominações, e realmente tinham, pois o conhecimento deles era de
SÍNTESE. O importante é que eles eram conhecedores de todos esses ARCANOS
CULTURAIS, os quais eram a base de todo o CONHECIMENTO. Ao Filho de Fé e mesmo
ao livre-pensador, pedimos especial atenção. Falamos até o momento dos QUATRO PILARES DO CONHECIMENTO HUMANO, estando eles dispersos, rompidos em suas
interligações. Assim, em verdade, nós não podemos
citar Proto-Síntese Relígio-Científica. Só poderemos
citar Proto-Síntese Relígio-Científica quando houver
uma inter relação entre esses quatro pilares, ou seja, quando tivermos um
CONHECIMENTO UNO. Talvez, através da forma geométrica, consigamos esse intento.
Vejamos: Parece-nos que essa figura geométrica une os pilares, embora essa
união seja de forma completamente estática, pois não há dinamismo, não há ponto
em comum entre os quatro pilares do conhecimento. Tentando colocar os quatro pilares do
conhecimento humano em um ponto único, podemos obter uma PIRÂMIDE de base
quadrilátero. Parece-nos que essa pirâmide de base quadrada atende nossas
necessidades. Senão, vejamos: Os quatro pilares, sejam eles quais forem, ao
dirigirem-se ao vértice para formar a pirâmide, estão formando a SÍNTESE, ou
seja, os quatro conhecimentos reunidos em único ponto. A intersecção dos quatro pilares
convergiu em um único ponto, o qual foi chamado de SÍNTESE. Agora, já temos a
Síntese dos quatro pilares — a Religião, a Filosofia, a Arte e a Ciência. Se
observarmos bem, chegamos a cinco pontos. Acreditamos que até poderíamos iniciar,
agora, uma pequena analogia iniciática com todos os Filhos de Fé.
Tentaremos aqui chegar nos 7 pontos. Relacionaremos os ORISHAS SUPERIORES com
esses conhecimentos. A Proto-Síntese Cósmica encerra, em seu Círculo
Uno, a hei, e essa, por sua vez, exterioriza-se através da sabedoria e
do amor, que movimentam a síntese inferior ou
a Proto Síntese Relígio-Científica, a qual equilibra, de forma
harmoniosa, a Religião, a Ciência, a Filosofia e a Arte. Busquemos na PIRÂMIDE
a explicação, pois a mesma ainda nos permite algumas alusões. Os povos que
foram herdeiros dessa tradição guardaram os mistérios a sete chaves, e, como
veremos em outros capítulos, em 78 (57 +21) placas de ouro, que se encontravam
no topo de uma pirâmide egípcia. Há também pirâmides no solo brasileiro,
algumas perdidas, outras achadas e não declaradas e outras mais completamente
destruídas, como há também em outros locais das Américas. Basta lembrarmo-nos das
pirâmides mexicanas e peruanas, como a Pirâmide do Povo do Sol, etc. Preste bem
atenção, Filho de Fé! Todas essas pirâmides tinham uma característica especial:
suas faces estavam voltadas para os quatro pontos cardeais. Nos importantes
Centros Iniciáticos na América e da África, como os egípcios, nas quatro faces havia portas. Cada porta representava uma disciplina. Entrava-se pela
porta que correspondia à disciplina mais afim ao discípulo. Cada entrada dava
numa espécie de saguão, o qual tinha um lance de escadas, e após esse, outro
saguão, e assim sucessivamente até o topo da pirâmide. Como dissemos,
dependendo do aprendizado, ia-se gradativamente subindo seus degraus internos.
Vimos que cada porta, em cada cardeal, representava uma disciplina. Podia-se
entrar por qualquer porta e permanecer naquela face por sete dias. Caso não
quisesse prosseguir, poderia sair e entrar por outra porta. Mas após ter
completado os sete dias, não poderia mais sair. Se o Iniciado não se desesperasse,
conseguiria encontrar "portas" que o levariam ao local que desejasse.
Mas, no fim de tudo, ficava sabendo que o que desejava era TUDO, e então subia,
até que chegava no topo da pirâmide. Era então considerado INICIADO NOS
PEQUENOS MISTÉRIOS, era conhecedor da Proto-Síntese Relígio-Científica.
Em outros capítulos, veremos melhor esses aspectos importantes da INICIAÇÃO
CÓSMICA. Ao terminarmos, é bom que entendamos que tudo isso iniciou-se aqui
no Baratzil. Foi aqui que a portentosa Raça Vermelha surgiu e alcançou seu
apogeu, bem como foi aqui que a Proto Síntese Cósmica foi revelada.
Assim, o Movimento Umbandista da atualidade visa restaurar todos esses
processos do Aumbandan. Deve o Filho de Fé ou o leitor atento estar se
perguntando: Não é por tudo isso que se processa nos céus ou astral brasileiro,
sob o Cruzeiro Divino, esse portentoso movimento vibratório? Todos os
movimentos espirituais sérios parecem apontar para o Brasil! A resposta é: Sem
dúvida que sim! Assim, não fica difícil entender como será o Brasil no 3º
milênio. É por tudo isso que a CORRENTE ASTRAL DE UMBANDA trabalha, pois nestas
terras iluminadas pelo Cruzeiro do Sul ressurgirá o AUMBANDAN — a verdadeira
PROTO SÍNTESE CÓSMICA. Com tudo isso, esperamos que tenha ficado claro que a
PROTO-SÍNTESE RELÍGIÃO CIENTÍFICA se expressa como um TODO, como um conhecimento
integrado e não desassociado, como infelizmente observamos em nossos tempos. É
dessa associação que cogita, embora de forma velada, o Movimento Umbandista da
atualidade. Pecamos a TUPÃ que nos dê forças para trabalhar. O tempo rápido há
de passar, para colocarmos no lugar certo o que ontem colocamos em lugares
completamente errados. E vamos, sem perda de tempo, ao outro capítulo. Continua
no capítulo Oito. Livro UNBAMDA – A Proto Síntese Cósmica. Abraço.
Davi.
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