Religião
Afro-brasileira. UMBANDA. Texto de Yamunisiddha Arhapiagha. Mestre Tântrico
Curador. Médium F. Rivas Neto. PREFACIANDO. Sim, Caboclo pede licença aos
poderes das divindades, ou seja, aos Orishas Superiores, para expressar para a
coletividade umbandista as verdades, ou melhor, levantar um pouco do véu dos
arcanos, para reafirmar ou mesmo revelar muitas coisas que fazem o mistério da
vida deste mundo e do outro. Esses ensinamentos que o leitor vai encontrar
nesta obra foram transmitidos por intermédio dos canais mediúnicos de F. Rivas
Neto, filho do meu "Santé", ou seja, coroado em nosso Santuário de
Itacuruçá. Ele é um Mestre de Iniciação de 72 grau, no grau de mago, e com a
outorga do Astral Superior de promover a Iniciação de seus médiuns. Assim, desejamos
que o leitor se conscientize de que esse "Caboclo" (Entidade
Espiritual que usa a roupagem fluídica de índio), que pede agô (licença) para
transmitir o que vai transmitir, traz ensinamentos da doutrina esotérica da
Umbanda. Quando qualificamos de Umbanda Esotérica, queremos que fique bem claro
que ela não tem nada em comum com o "Círculo Esotérico da Comunhão do
Pensamento". É só o leitor abrir um dicionário e verificar o que
significam os termos esotérico e exotérico, que são as coisas internas e externas,
respectivamente. Assim é que, como Umbanda em seus aspectos externos,
entendemos os rituais que são produzidos pelos atabaques ou palmas, quer seja
nos terreiros, praias, cachoeiras, etc, alimentados por crenças, crendices e
superstições, sem querermos apontar diretamente para o animismo vicioso que
pode se manifestar nesses setores ditos dos cultos afro-brasileiros. Então,
"Caboclo" vem através de seu médium autenticar os ensinamentos mais
límpidos, que são eternais ou de todas as escolas esotéricas ou filosóficas de
conceito da antiguidade. Assim é que ele fala primeiro da DIVINDADE SUPREMA sem
que com isso queira defini-la, e rasga os véus de certos mistérios que
eventualmente foram ditos muito por alto em obras de outros autores
conceituados. Assim é que fala do Além, isto é, "do outro lado da
vida", das vivências grosseiras que existem e aguardam os Seres
Espirituais imprevidentes que se mancharam de vícios, egoísmos, ódios,
ambições, luxúria, e que são imediatamente atraídos para campos de teor
vibratório de energias degradantes e morbosas após o desencarne. Eles são
reconhecidos devido ao aura de seus corpos astrais, ou seja, pela cor
vibratória que modela suas características psico astrais. Esta obra é de certa
forma um pouco contundente, porque revela conceitos que podemos chamar até de
inéditos. Em Umbanda — A Proto-Síntese Cósmica o leitor vai verificar como essa
entidade fala das 7 fases da Umbanda no Brasil, como tem um ensinamento muito
preciso sobre os Exus, como aborda a questão do desencarne, etc. Caboclo 7
Espadas, que é como se identifica essa Entidade, fala com muita propriedade da
ancestralidade da Umbanda, vindo até a comprovar a sua origem no seio da Raça
Vermelha, em pleno solo brasileiro. Faz o mesmo com a origem do termo Exu, coordenação
precisa de termos que sofreram ligeiras alterações semânticas, mas que no fundo
são a mesma coisa. Inumeráveis leitores de nossas obras vão encontrar
semelhanças no que escrevemos e no que está nesta obra. Evidentemente, a
verdade não são duas, é uma só. Uns alcançam-na até certo ponto e outros ainda
vão além, dentro de sua relatividade. Finalizando este prefácio, queremos dizer
aos nossos leitores que nos sentimos até certo ponto envaidecido com o que
Umbanda — A Proto-Síntese Cósmica ensina. Portanto, leia-o leitor, atentamente,
porque vai ficar plenamente satisfeito. MESTRE YAPACANY. WOODROW WILSON DA
MATTA E SILVA. NO LIMIAR DE UMA NOVA ERA. Escrever um livro talvez não seja
tarefa das mais fáceis, mormente em se tratando de assunto tão pouco aceito
pela maioria das humanas criaturas, mesmo aquelas que se dizem umbandistas.
Acreditamos que seja esta uma das raras oportunidades em que a Cúpula da
Corrente Astral da Umbanda se predispõe a informar seus prosélitos e Filhos de
Fé através de uma forma não-habitual que chamaremos dimensão-mediunidade.
Propositadamente, deixaremos aqui o linguajar tão comum nos terreiros que
atendem a grande massa de seres que, por motivos vários, se situam na faixa
kármica afim à Sagrada Corrente Astral de Umbanda. Mas urge que esclareçamos
que essa é apenas uma das formas de comunicação entre nós, "Guias" de
Umbanda, e os inumeráveis Filhos de Fé que peregrinam por esses
"terreiros". Assim, Filho de Fé, entregamos a ti, agora, um pequeno
volume que outra pretensão não tem a não ser a de mostrar que Umbanda se agita
e se expressa de mil formas e que, neste clarear de uma Nova Era, queremos
tornar mais esclarecida e espiritualizada a nossa grande família umbandista.
Claro que de inédito esta obra não terá nada. Outros já com louvor escreveram
os reais fundamentos de nossa Doutrina, que ainda infelizmente custa a ser
assimilada pelos melhores e mais entendidos Filhos de Fé. Nossa gratidão a
todos aqueles que já escreveram, pela obra benemérita, pelo compromisso e pela
missão. De nossa parte, queremos transmitir notícias-ensino de caráter bem
abrangente, que possam preencher a lacuna de todos aqueles que esbarram logo de
início nas lições mais simples desta nossa tão sagrada Umbanda. Assim, este
pequeno volume visa ser informativo, buscar novos enfoques. Como dissemos, a
Doutrina em seu bojo já foi descrita e esmiuçada por Filhos de Fé, que ainda se
demoram no plano físico em missão de esclarecimento e auxílio a essa grande
coletividade universal, que hoje é denominada adepta dos cultos afro
brasileiros. Filho de Fé, que a Suprema Luz do Senhor Jesus inunde todo o teu
ser em Paz, Amor e Harmonia, e que estas notas possam despertar-te para as
coisas maiores da vida e de nossa Doutrina. Que este pequeno volume fale por si
mesmo. Que suas letras, frases e capítulos sejam o rumo para uma vida de
umbandista mais aberta, mais consciente e mais ligada aos nossos verdadeiros
fundamentos. Nesta obra não estamos interessados, como dissemos, em grandes
revelações, mas deixamos a critério do "Caboclo" que escreve o livro
se aprofundar naquilo que achar necessário, e que o mesmo possa, como velho
participante ativo desse Movimento, estender sobre todos seu entendimento e
atenção. A esse nosso "mano" de Corrente, nosso sincero saravá e
agradecimento. Assim Urubatão da Guia agradece a atenção de todos os que lerem
esta obra. Queiram receber desse humilde Caboclo votos de assistência e paz de
Oxalá em seus caminhos. Creiam que o Caboclo guardará no coração todos que, ao
lerem este livro, fazerem-no por amor às coisas da Umbanda, ou mesmo por mera
curiosidade. Assim, que o SENHOR JESUS te cubra com Seu manto de Luz, Paz e
Amor. E vamos às palavras de Caboclo, que já pediu agô (...) Anauan (...)
Savatara (...) Samany (...). URUBATÃO DA GUIA* (ARASHAMANAN). CABOCLO APE AGÔ.
O inabitual sempre traz espanto e quase sempre descrença! Por mais bem
intencionada que seja a maioria dos Filhos de Fé que se agrupam nos mais
variados terreiros, raros deles podem crer que Caboclo deixe o terreiro, o
charuto, a vela, e troque a pemba de giz pela pemba (pontos no chão que deve
atrair os santos, a alma, o protetor que deverá dirigir os trabalhos) de lápis
ou caneta. De fato não trocamos, apenas usamos, também, quando temos
oportunidade, o lápis, em algum recinto do terreiro ou em qualquer local em que
o "cavalo" (médium) sentir-se bem à vontade — vibratoriamente
falando. Assim, sabemos que muitos de nossos "Filhos de Terreiro" não
estão habituados a observar um Caboclo de Umbanda fazer uso do lápis. De fato,
não nos é comum expressarmo-nos nesta modalidade mediúnica, que é a
dimensão-mediunidade, que também pode ser traduzida como psicografia
dimensional e sensibilidade psico astral. A grande maioria dos Filhos de Fé,
bem como a grande massa de crentes, está acostumada a ver Caboclos
"montarem" em seus "cavalos" através da mecânica de
incorporação. Não raras vezes, falamos de maneira que nem sempre quem nos ouve
nos entende, precisando da ajuda imprescindível do cambono. Muitas vezes usamos
este artifício visando nos tornar bem próximos do consulente, bem como permitir
que o cambono aprenda e observe as mazelas humanas, e saiba como encará-las de
frente, segundo nossas próprias atitudes perante cada consulente. Outros, menos
ligados aos fenômenos da Ciência do Espírito, não conseguem entender como um
Caboclo (Entidade Espiritual que usa a vestimenta fluídica de um Ser Espiritual
da Raça Vermelha) pode escrever através de seu "cavalo" ou dizer
coisas que só o homem civilizado conhece. Como pode um Caboclo escrever? No tempo
em que ele vivia na Terra era analfabeto, nem sabia que tinha escrita, muito
menos ciência, filosofia, etc. E, muitos Filhos ainda pensam assim! Pura falta
de informação sobre as leis da reencarnação e sobre a lei dos ciclos e dos
ritmos. Caboclo acredita que realmente à primeira vista, isto pode suscitar
dúvida e descrença, tanto sobre o Caboclo como sobre o intermediário entre os
dois planos — o médium ou cavalo. A grande maioria tem em mente que o Caboclo
não fala português, é bugre da mata virgem; como, de repente, já vem ele
ditando normalmente o português, ou, o que é mais estranho, escrevendo?
Realmente muitos pensarão: Ou o cavalo é mistificador, ou essa Entidade que diz
ser um Caboclo não o é. Pode até acontecer que algum cavalo seja mistificador e
que algum Caboclo não seja Caboclo, mas palavra de Caboclo que o Caboclo que
aqui escreve é o mesmo que baixa no terreiro, e que o cavalo é o mesmo que nos
"recebe" nas sessões semanais, tanto no "desenvolvimento"
mediúnico como nas sessões de caridade, onde atendemos grande número de
consulentes, por meio da mecânica de incorporação. Os mecanismos são
diferentes, mas as finalidades não, pois ambas visam direcionar os Filhos de
Fé, dirimindo as suas dúvidas. Imaginem, como simples exemplo, se de repente,
em todas as "giras", o Caboclo se apresentasse não na incorporação,
mas completamente materializado, isto é, se todos os Filhos de Fé, sem
precisarem fazer uso da mediunidade que lhes dilatasse os poderes de alcance
visual, nos vissem em corpo astral densificado?! Provavelmente, de início,
ficaríamos com pouquíssimos ou nenhum Filho de Fé no terreiro! Uns sairiam
correndo apavorados e tresloucados. Outros ficariam extáticos, em profunda
hipnose, tal o choque psíquico. Outros mais, peto estresse, teriam fortes
descargas de adrenalina, podendo ter crises de arritmias graves e até espasmos
coronarianos, distúrbios que poderiam levá-los ao desencarne. Com isso,
afirmamos que tudo que foge do habitual traz espanto, traz dúvidas. Isso é
naturalíssimo! Mas um dia teríamos que começar a nos manifestar sob outras
formas não-habituais. E de há muito já começamos! Esta é mais uma dessas
formas. Mas, com o decorrer do tempo, tudo tornar-se-á comum. Esperemos! Os
tempos são chegados! Para muito breve, veremos que muitos dos Filhos de Fé se
acostumarão a ver seu próprio Caboclo também ditando um livro, uma mensagem.
Chegará o tempo em que as mensagens ditadas serão tão habituais como a
importantíssima mecânica de incorporação em nosso ritual. Filhos de Fé!
Entendam que o Caboclo que ora escreve é um desses mesmos Caboclos que
"baixam no terreiro" e atendem aos Filhos de Fé, nas tão costumeiras
consultas, conselhos, passes, etc. Este Caboclo é o mesmo 7 Espadas de Ogum,
que "baixa" nas sessões de nossa humilde tenda, e que agora, nestas
pequenas lições, vez por outra usará termos tão comuns em nossas "giras de
terreiro". Os Filhos de Fé de nossa humilde choupana de trabalhos já estão
acostumados com as variações da mediunidade e entendem que o ser espiritual pode
usar a vestimenta astral que melhor lhe aprouver, tudo visando ser melhor
compreendido quando se dirigir aos filhos da Terra, ainda presos a certos
conceitos arraigados sobre Caboclos, Pretos Velhos, etc. Devemos entender
também que a mediunidade é fruto do perfeito entrelaçamento vibratório entre o
cavalo (médium) e a entidade atuante, através de sutis laços
fluídico-magnéticos, e principalmente através da sintonia e dos ascendentes
morais-espirituais. Quando queremos ditar, escrever ou levar o cavalo a certos
transes mediúnicos (dimensão-mediunidade), emitimos certa ordem de fluidos que
se casam com os do cavalo, tanto em seu mental como em seu emocional (corpo
astral), fazendo com que ele sinta nossa presença, em forma de "um
quê" que o emociona até as fibras mais íntimas de seu ser, e "um
quê" que o deixa levemente ansioso, devido a vibrarmos com alguma
intensidade em certas regiões de seu sistema nervoso central e nos centros
superiores da mente, principalmente nos lobos frontais e temporais e em todo o
complexo celular neuronal moto-sensitivo. Por processos astrais técnicos que
regem o mecanismo mediúnico, e mesmo etérico físicos, que deixaremos de
explicar por fugir da singeleza destas lições, o cavalo conscientemente
sente-nos a presença e, como servidor leal, aquiesce de boa vontade à tarefa
que irá desempenhar em comunhão conosco. Não raras vezes, nos vê através da
clarividência, e a maior parte das vezes pela sensibilidade psico astral.
Pronto! Entidade e cavalo agora formam um complexo em perfeita simbiose espiritual,
todo favorável aos trabalhos que irão ser desenvolvidos. Ativamos certas zonas
em seu corpo mental e em todo o sistema nervoso periférico, para que não haja
excessos de desgaste energético em sua economia orgânica. Desde a epífise, a
glândula da vida espiritual, passando por complicada rede hipotalâmica,
chegamos a promover esta ou aquela ativação ou inibição hormonal. Tudo é
criterioso; não podemos lesar nem sobrecarregar tão abnegado cavalo que
montamos e dirigimos. Em rápidas palavras, apresentamos resumidamente os
cuidados e as técnicas para a execução deste livro. Foi dessa forma que surgiu
este pequeno volume que agora está em suas mãos. Nele, procuramos um enfoque
simplificado dos tópicos mais complicados, em que muitos Filhos de Fé desanimam
em progredir em seus estudos e conclusões. Esperamos alcançar o objetivo. Já é
alta madrugada, Caboclo falou demais (...). O dia já vai clarear e o galo vai
cantar, anunciando um novo dia de bênçãos renovadas que vai chegar. Povo
d'Aruanda, lá no Humaitá (plano do astral em que vibram as entidades de Ogum),
já está me chamando (...). Antes de Caboclo "subir", ir a
"oló", quer deixar fixado no papel as vibrações de amizade e simpatia
por todos os Filhos de Fé. Que Oxalá os abençoe sempre. — Filho de Fé — Caboclo
fala sussurrando para não te assustar. — Acorda, é novo dia. Os clarins estão
tocando e a todos chamando. Abre os olhos. Abre os ouvidos. E muito
principalmente o coração. Caminha trabalhando e aprendendo sempre. Um novo dia
está surgindo. Vamos, desperta! Testemunha com trabalho o raiar da Nova Era...
Filho de Fé, saravá... Estarei sempre contigo. Fica sempre comigo. Que TUPÃ nos
abençoe a tarefa que temos de cumprir. Iremos cumpri-la. Vamos às lições de
Caboclo, que espero serão bem assimiladas por todos, umbandistas ou não. Assim,
Umbanda — Caboclo Pede Agô... Saravá Oxalá — Senhor do planeta Terra Saravá
Ogum Yama Uttara (...) Ogum (...) E (...) Ê (...) E (...) OGUM (...). Caboclo 7
ESPADAS (ORISHIVARA). São Paulo 28 de setembro de 1987. Capítulo Um. DIVINDADE SUPREMA – POSTULADO SOBRE A
DIVINDADE – CONCEITO SOBRE CONSCIÊNCIA UNA – NOÇÃO SOBRE HIERARQUIA DIVINA –
ATRIBUTOS DA DIVINDADE – A COROA DIVINA. Há uma realidade que é universalmente
aceita em todos os planos do Espírito: a eterna existência do SUPREMO ESPÍRITO
— DEUS. Na Umbanda, cremo-Lo como de Perfeição Absoluta, a SUPREMA CONSCIÊNCIA
UNA. Também afirmamos que o Supremo Espírito domina e dirige TUDO. Como TUDO
entendemos todos os Seres Espirituais, a substância etérica (matéria, energia),
o Espaço Cósmico e a Eternidade. Também ensinamos que o Supremo Espírito é o
Único Conhecedor em Causas do Arcano Divino, sendo pois o Único que pode saber
do "ser ou não ser", da origem causa de tudo que temos como
Realidades incriadas e criadas. Entendemos que o Supremo Espírito estende Seu
Poder sobre as várias Consciências Espirituais, criando Hierarquias Galácticas,
Solares e Planetárias. Ensinamos também que o Supremo Espírito é o Divino
Manipulador da Substância Etérica, "criando", com seus Arquitetos
Divinos, todo o Universo. Que fique claro ao filho de Fé que como criar
entendemos transformar. A Cúpula da Corrente Astral de Umbanda tem como ponto
fechado da Doutrina, principalmente ensinada aos Filhos de Fé mais adiantados,
que existem 3 Realidades extrínsecas, coeternas e coexistentes, aquém do Poder
Divino; essas 3 Realidades são os Seres Espirituais, o Espaço Cósmico e a
Substância Etérica. Ao afirmarmos que são realidades eternas, somente a
Divindade, como o "Único Senhor das Realidades", é quem sabe das
origens delas. O que podemos dizer é que essas 3 Realidades são extrínsecas
entre si, isto é, nenhuma foi "gerada" da outra. Tampouco são partes
da Divindade, como se a Divindade Suprema pudesse ser dividida. Muitos afirmam
que Deus criou os Espíritos. No próprio Gênesis de Moisés é citado: "E
Deus criou o homem à sua imagem e semelhança" (...). A Umbanda entende
que, através de Sua Suprema Vontade e de Seu Supremo Poder Operante
Idealizador, Deus plasmou o protótipo das formas para todos os Seres
Espirituais que desceram ao outro lado da Casa do Pai, isto é, desceram de seus
planos virginais onde habitavam sem nenhum veículo que expressasse suas
afinidades individuais virginais. Frisemos que desceram do Cosmo Espiritual,
onde "habitavam", e só eles "habitavam" (não há
interpenetração da Substância Etérica), para as regiões onde tem domínio a
Substância Etérica. Como dissemos, foi através do Poder Idealizador Operante do
Supremo Espírito que se deu a formação dos mundos, bem como dos veículos de expressão
dos Seres Espirituais neste Universo Astral, para os mesmos que desceram às
regiões onde já havia a interpenetração da Substância Etérica, ou seja, o outro
lado da Casa do Pai. Desceram, pois, provenientes do Cosmo Espiritual,
penetraram no Universo Astral. No mais, foram as Hierarquias Cósmicas da
Deidade que transformaram essa Substância Etérica em seus átomos primeiros, na
energia ou energia-massa, em seus diversos níveis de densidade, gerando todos
os sistema galácticos, solares com seus planetas, etc (...). Assim, entendemos
o porquê do Universo Astral: a Infinita Misericórdia ajustou a substância
Etérica, dando formação aos vários sítios vibratórios universais, para dar
condições aos Seres Espirituais, que fazendo uso de seu livre-arbítrio, descessem
às regiões do então formado Universo Astral (onde esses Seres desconheciam as
propriedades e qualidades da Substância Etérica, transformada em
energia-matéria), o qual possibilitaria às mais variadas Consciências
Espirituais tornarem concretas suas afinidades virginais, isto é, a percepção,
consciência, desejos, inteligência, etc. A par desse Universo Astral, criou
formas, veículos ou corpos por meio dos quais esses Seres Espirituais se
expressariam no Universo Astral. Nessa descida do Cosmo Espiritual para o
Universo Astral, cada coletividade de Seres Espirituais foi direcionada a uma
determinada galáxia e, dentro dessa, a um determinado sistema solar. Dentro do
sistema solar, foram também direcionadas, obedecendo a uma Lei, para os
planetas afins. Essa afinidade era de caráter espiritual, ou seja, relativa aos
Ascendentes Espirituais de cada coletividade. Cada uma dessas coletividades
planetárias ficou sob o beneplácito da Misericórdia da Divindade Solar. Assim,
os Seres Espirituais, segundo suas qualidades evolutivas virginais, desceram,
como dissemos, às várias galáxias e dentro dessas a vários sistemas solares
obedientes às Leis predeterminadas pelo Poder Operante do Supremo Espírito e
das Hierarquias Virginais. Afirmamos com isso que o Supremo Espírito também foi
quem criou todo o sistema de Leis que regem os Espíritos no Cosmo Espiritual ou
Reino Virginal. Chamemos essa Lei de karma causal, que, como seu próprio nome
afirma, implica as Origens, as Causas, e é de conhecimento único da Deidade. Também
as Leis que regem a Segunda Via Evolutiva, o Reino Natural ou Universo Astral
foram criadas pela Divindade. É o que denominamos de karma constituído, o qual
é supervisionado pelos Senhores do Universo Astral, com suas Hierarquias
Constituídas. Assim, vimos que, com o rompimento do karma causal, no Cosmo
Espiritual, e com a consequente queda do Espírito às regiões do Universo
Astral, foi criado o karma constituído, como Primeira Via Evolutiva de Leis
Regulativas aos Seres Espirituais. A Umbanda e seus emissários têm com ponto
fechado de nossa singela Doutrina que o Supremo Espírito, tendo Seu Primeiro
Nome Sagrado em TUPÃ, é Eterno, Indivisível, nunca tendo recebido sobre Si
qualquer agregação ou sopro-vibração de nenhum outro Ser ou Realidade.
Entendemo-Lo como Onisciente, Onipotente e Onipresente. Ressalvamos que, como
Onipresente, entendemos não como se Ele, em Espírito, estivesse presente em
tudo e em todos, mas sim por meio das Hierarquias por Ele constituídas.
Entendemos também que o Supremo Espírito FOI, É e SERÁ no sempre ATEMPORAL —
ETERNO. Como dizem outros: É o Divino Ferreiro que malha incessantemente na
Bigorna Cósmica, plasmando através da Sua Vontade tudo aquilo que existe, o que
é, e tudo aquilo que não existe, mas é. É O SENHOR DE TUDO. É O SENHOR DO NADA.
É O SENHOR DE TODAS AS REALIDADES. Não podemos progredir em nossos humildes
estudos sem citarmos as diversas Hierarquias que nos regem os destinos.
Queremos que os Filhos de Fé entendam o que é a SUPREMA CONSCIÊNCIA UNA. Preste
bem atenção, Filho de Fé, para que sua mente não perca o fio da meada que a
liga ao verdadeiro entendimento. Vamos lá! Já explicamos que é no Cosmo
Espiritual que há a 1a Via de Evolução para todos os Seres Espirituais. Se o
Ser Espiritual pode evoluir nesse Cosmo Espiritual, é óbvio que há
posicionamento hierárquico, há hierarquia. É como se o PAI, o Supremo espírito,
estivesse por fora desse Cosmo Espiritual, mas atuante através de sua
Onisciência, irradiada em forma de Onipresença, naquilo que denominamos de
Hierarquia Constituída Virginal. Esses Seres de Máximo Poder Evolutivo nesse
Cosmo Espiritual vibram em Consciência, como um colegiado, com o Supremo
Espírito, como seus Emissários Primeiros. E como se fossem perdoem-nos a
analogia pálida "médiuns divinos" ou Emissários diretos do Supremo
Espírito, Primeiro Elo entre Ele e as Hierarquias subsequentes. São os
constituintes daquilo que chamamos de COROA DIVINA. É bom que entendamos que
essa Coroa Divina vibra de forma UNA com a CONSCIÊNCIA DIVINA. No Universo Astral,
a Segunda Via de Evolução, já que os Seres Espirituais usando do
livre-arbítrio, desceram às "regiões da energia". Terão eles, por
meio da experimentação, dores e sofrimentos vários, inclusive o das sucessivas
reencarnações, regidos pelo karma constituído desde o Instante-Eternidade em
que desceram ao Universo Astral, que ascender até alcançarem o Cosmo Espiritual
e evoluir segundo o karma causal. Nesse instante, terão anulado todo o karma
constituído. Mas de volta onde nos posicionamos hoje, no Universo Astral,
enquanto aqui estivermos teremos a supervisão da Hierarquia Galáctica — ou
Divindade Galáctica —, a qual está em Sintonia Espiritual Pura com a
Consciência do Supremo Espírito, através da Coroa Divina. Essa Divindade
Galáctica ou Colegiado Galáctico estende Suas poderosas vibrações a outros
Seres Espirituais de Altíssima relevância, os quais dão formação à Hierarquia
Constituída Galáctica. Filho de Fé, mais atenção, vamos continuar nos planos e
sub planos de toda Hierarquia Divina! Voltando ao assunto central, dizíamos que
as galáxias têm uma Divindade Galáctica, e essa Divindade estende Suas
Vibrações a vários Seres Espirituais, os quais formam a Hierarquia Constituída
Galáctica. Essa dita Hierarquia Constituída Galáctica, por sua vez, supervisiona
as Hierarquias Solares ou dos sistemas planetários como um TODO. No sistema
solar, tomado isoladamente, temos a DIVINDADE SOLAR ou o Verbo Divino, o qual
promove Hierarquias afins nos sistemas solares de uma galáxia. Dentro do
sistema solar, temos os planetas, nos quais encontraremos o "DEUS
PLANETÁRIO", o qual já promove a Hierarquia Planetária Superior e
Inferior. A Hierarquia Planetária Superior é compostas de todos os Seres
Espirituais ligados diretamente, em vibrações, com a DIVINDADE PLANETÁRIA. São
Seres Espirituais distintos da coletividade planetária. São esses Seres
Espirituais que "mediunizaram" no espaço-tempo, os Grandes Condutores
de Raça, os Profetas ou Grandes Iniciados. Raros deles já desceram até a crosta
planetária. São Seres Espirituais de outros planetas mais elevados que, por
Amor e Misericórdia, se dignaram a vir ajudar seus irmãos menos evoluídos, que
se demoram no turbilhão do erro e da consciência culpada. Enfim, são grandes
Seres Espirituais, que entendem que grande é a FAMÍLIA CÓSMICA UNIVERSAL. A
Hierarquia Planetária Inferior é formada por Seres Espirituais que se encontram
em planos superiores do planeta, mas fizeram parte desta coletividade
planetária. E o que podemos chamar de Confraria dos Espíritos Ancestrais, os
quais foram grandes Tubaguaçus, como se expressa no NHEENGATU, os Grandes
Condutores de Raça em todas as épocas ou eras do planeta. Assim, esperamos que,
de forma bem simples como tentamos expor, possam os Filhos de Fé ter noções
básicas sobre as Hierarquias que compõem ou fazem parte dos vários
compartimentos da "Casa do Pai". Outrossim, nossos Filhos de Fé devem
ter percebido que, desde a Hierarquia do Cosmo Espiritual até a Planetária, já
no Universo Astral, todas essas Hierarquias, através de seus Dirigentes Maiores,
se encontram em sintonia vibratória com a Hierarquia imediatamente superior,
até alcançarem a Hierarquia Divina. É o que entendemos por Consciência Una,
isto é, as várias Potências Espirituais que em seus planos afins vibram em
sintonia com o Divino Espírito. Ao citarmos HIERARQUIA PLANETÁRIA, entraremos
aqui diretamente nos conceitos relativos ao nosso planeta Terra. Essa
Hierarquia Planetária, relativa ao nosso planeta, 3º de nosso sistema solar,
que caminha no espaço entre as órbitas de Vênus e Marte, tem também promovido
de há muito sua função em conjunto com a Divindade Planetária. A Divindade
Máxima de nosso planeta é o CRISTO JESUS, o OXALÁ de nossa Umbanda. De fato,
Ele é, por misericórdia, o Tutor, o responsável kármico pelo nosso planeta,
quer seja da Primeira à Sétima Esfera do Astral Superior como da 1a à 7a esfera
do Astral Inferior, dirigindo-se às regiões sub crostais. O CRISTO JESUS é o
"SENHOR DO PLANETA TERRA", promovendo HIERARQUIAS, SUB HIERARQUIAS,
COMANDOS, SUBCOMANDOS, etc. Lembrando o que já explicamos em relação à
Hierarquia Planetária, queremos ressaltar que a Hierarquia Planetária Superior
do planeta Terra é o que chamamos de "Hierarquia Crística", a qual é
responsável, em nível muitíssimo elevado, pela supervisão do planeta. Em capítulos
futuros, relacionaremos essas Hierarquias com os ditos ORISHAS ou Senhores
Refletores da Luz Divina. Após nossa exposição, queremos deixar patenteado que
de forma alguma o pensamento interno da Corrente Astral de Umbanda é
politeísta, ou seja, fragmenta a Divindade em Divindades menores. Somos
totalmente monoteístas, mas no sentido que aqui empregamos, no sentido de
Suprema Consciência Una. Já nos fica difícil entender as Hierarquias relativas
ao nosso planeta, que diremos então das Hierarquias de outros planetas em nosso
próprio sistema solar, ou mesmo de outro sistema solar, e daí até as várias
galáxias? Começa a ficar impossível para nosso mental tornar inteligível ou
acessível. Por isso cremos em um Deus Planetário, que em nosso caso é o CRISTO JESUS,
e em toda sua Hierarquia, a qual, de forma simples, vai dando ao homem comum,
herdeiro da Coroa Divina, o direito de ir, de forma bem lenta, se imbuindo de
um Poder Supremo, proveniente de um Ser Supremo, o qual denominamos DEUS, TUPÃ,
ZAMBY, etc. Mais uma vez queremos afirmar que cremos num só Deus Indivisível, o
qual chamamos SUPREMA CONSCIÊNCIA UNA, que estende, através do seu Poder
Volitivo, Suas Vibrações Divinas às diversas Hierarquias nos vários locus do
Universo, formando a organização do Governo Cósmico. Num pequeno e
despretensioso livrinho que pretende ser elucidativo, não devemos nos
aprofundar em considerações sobre o Governo Cósmico Sideral. Deixaremos esses
arcanos para um futuro livro. Esperemos a assimilação dessas pequenas lições pelos
vários Filhos de Fé, pois muitos desses nossos Filhos de Fé ainda não têm um
conceito bem-formado sobre a Divindade, o que é até natural nas condições
atuais do planeta. Mas, visando incrementar a evolução de vários Filhos
terrenos, ressurgiu no Brasil (há mais de 100 anos) a Umbanda. Visamos, nessa
1a fase de reimplantação de nossa LEI DIVINA, aplicada às várias consciências a
nós ligadas através dos laços de afinidade milenar, abarcar a todos, através de
um culto simples e que gradativamente vá lançando as sementes da real
espiritualidade superior. Assim, nessa 1a fase, que chamamos de OGUM, visamos
atrair o maior número de pessoas dentro do menor espaço de tempo possível, pois
os Novos Tempos são chegados e não desejamos que muitos Filhos sejam relegados
a um planeta inferior, pois é certo que neste 32 milênio teremos várias
transformações em nosso planeta, e aqueles que não se enquadrarem a esta Nova
Era, de 1.000 anos, terão que deixar o orbe kármico do planeta Terra, indo
cumprir pena coletiva em zonas subcrostais do próprio planeta Terra ou em
planetas inferiores, para depois poderem voltar, não perturbando assim a
evolução à qual a Terra é destinada. Com isto, afirmamos que a Umbanda vem, com
os clarins de OGUM, despertar algumas consciências que dormem em sono profundo,
para que no amanhã não distante não venham a permanecer em hodiendos pesadelos.
Acordemos, pois! O galo já cantou, anunciando o clarear de Novos Tempos (...).
E se muitos estão sendo chamados, queremos que todos os chamados sejam escolhidos.
Trabalhemos em nosso auto aperfeiçoamento. Acendamos a Luz Interior, centelha
dos planos mais elevados do Universo, que dormita em cada um de nós. Procuremos
a senda da recuperação. Deixemos de lado os perniciosos processos da ilusão.
Caminhemos com OXALÁ. Umbanda com OXALÁ é o caminho seguro para uma Nova
Realidade de Amor, Sabedoria e Progresso. Vamos com OXALÁ. Livro Umbanda – A
Proto Síntese Cósmica. Abraço. Davi.
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