Texto de Greg Martin (1984- ).
Muitas vezes eu me encontro conversando com pessoas lutando com profundos
problemas existenciais. Qual é minha missão? E por que me aborrecer a respeito
de ter ou não uma missão ou um propósito na vida? Por que não simplesmente
aproveitar a vida? Será que isto não é um propósito mais que suficiente? A gente acaba
descobrindo que não é. Nossa felicidade depende das respostas à importantes
questões a respeito do propósito de nossas vidas. Às vezes parece que
outros são fortes e que nós somos fracos. No entanto todos nós temos ambas,
força e fraqueza dentro de nós, por causa da posse mútua dos dez mundos. No
entanto a questão não é quem é mais forte ou mais fraco. Em vez disto o que
realmente importa é QUANDO alguém é forte e QUANDO alguém é fraco. Uma coisa
ficou clara para mim: Nós somos fortes quando temos algo importante para fazer.
E somos fracos quando nada mais nos importa. Muitas vezes eu ouço que as
pessoas têm dificuldade em levantar para ir ao trabalho ou à escola em tempo,
mas não têm as mesmas dificuldades em pular da cama para algo de que eles
gostam como esquiar, surfar, lazer ou algo assim (...). Quando eu era criança,
diariamente era uma batalha para arrastar-me para fora da cama e ficar
pronto para chegar na escola a tempo, mas para ir pescar com o meu pai, Oba! Eu
ia da cama para o barco em milésimos de segundo. Se algo importa a você, este
algo movê-lo-á. Sem o senso de propósito nós seremos regidos pelas
nossas fraquezas, nossas obsessões, nossos vícios, nossas emoções, e a
violência estará no controle. A pessoa com coisas importantes
para fazer, encontrará força de vontade e vigor surgidos do fundo do ser e não
encontrará problemas em resistir onde outros fracassam e sucumbem. Propósito,
determinação, é uma força irresistível. Quando eu vejo as doenças sociais da
adição, raiva e violência, me parece claro que estamos enfrentando uma praga
epidêmica de falta de propósitos. É por isso que um dos grandes
benefícios da nossa prática budista, benefício a respeito do qual nós não
falamos o suficiente, é acordar para o senso do significado e do propósito em
nossas vidas. Uma vez que nos sentimos insignificantes e sem forças, comecemos
a sentir que somos importantes e que fazemos a diferença nas vidas de outras
pessoas, na verdade do mundo, nós vivemos com maior vigor e alegria.
Entrelaçados com a questão da nossa missão, vemos que ela é inseparável
da nossa luta pela felicidade. Mas então, o que é a missão de cada um?
Esta preocupação comum está no alto da lista das grandes questões da
vida. Quando indagado a respeito disto com uma pessoa jovem, o senhor Ikeda, da
SGI, respondeu em “O Rumo da Juventude”, que não precisa ser algo glamoroso ou
extraordinário. Pessoas regulares, vivendo vidas regulares, também são
importantes. Ele simplesmente disse, sua missão é escalar a montanha que está a
sua frente. Qualquer que seja a montanha, isto é, problema ou
dificuldade, que estivermos enfrentando, vamos sobrepujá-lo, vamos resolvê-lo,
escalemos a montanha. E então, quando chegarmos ao topo, olharemos ao redor e
descobriremos novos picos, novas montanhas para escalar. E outras novas, após
outra (...). Nós nunca alcançaremos um platô (planalto) livre de
problemas, mas continuemos a escalar, do começo ao fim de nossas vidas. Também
não devemos nos angustiar em escolher a montanha certa para escalar, como se
nossa missão fosse pré destinada ou pré ordenada. Pegue a melhor que puder e
escale-a. Na análise final, o ponto mais importante não é tanto o tamanho ou
quão comovente é o resumo das montanhas importantes que alguém tenha escalado.
Mais importante, é que neste processo de sobrepujar um problema após outro,
escalando uma montanha após outra, nós nos tornamos exímios alpinistas. O
objetivo da prática budista é o caminho para a felicidade absoluta e duradoura.
Tem muito mais a ver com tornar-se uma pessoa melhor, do que escalar uma
montanha importante. Nosso propósito, portanto, é revelar o maravilhoso
e verdadeiro ser humano, de caráter lentamente desenvolvido. Este
potencial, somente poderá ser revelado lentamente, triunfando sobre uma
infindável ordem de verdadeiros e excelentes obstáculos. Escalando
montanhas, produz-se excelentes alpinistas. Vencendo obstáculos, modela-se
excelentes pessoas. Missão, portanto, é transformar os obstáculos, associados
com o nosso carma em matéria prima, com a qual desenvolvemos e
manifestamos nossa excelência, como seres humanos, nossa felicidade
duradoura. Nosso carma torna-se nossa missão. http://maisbelashistoriasbudistas.com.br.
Abraço. Davi.
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