quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Encontro Pessoal com O Pai Celestial.

Ontem pela manhã em nossa casa tivemos uma comunhão (Yod, Gama e Zain) apesar de rápida muito gostosa. Lendo o Salmo 1º conhecidíssimo por sinal no meio cristão e quando o leio lembro de minha mãe que desfruta recitá-lo de memória. Nos detemos principalmente no versículo 2 "Antes tem o seu prazer na Lei do Senhor e na sua Lei Medita de dia e de noite". Embora esse texto seja muito falado no meio cristão raramente se enfatiza a palavra Meditar. Em nossa intimidade com Deus recorremos as orações, preces, intercessões e ações de graça para elevar nosso espírito dentro de uma comunhão que traga a energia do Espírito Santo para saturar nossas emoções e pensamentos. Acabamos ficando numa esfera também de pedidos e respostas onde priorizamos nossos interesses e de nossos familiares "desconsiderando" o lado de Deus que deseja uma irmandade "desinteressada" conosco, comprometida com nosso desapego terreno e um olhar mais concentrado num panorama subjetivo (ego humano) focado em nossa interioridade.  Nesse âmbito, desvinculado das transitoriedades mundanas tendo o desejo de servir ao próximo (fraternidade) que é a prática do evangelho pregado pelo Mestre Jesus. Mateus 6: 9 "Portanto orareis assim: Pai nosso que estás no céu santificado seja o Teu Nome. ( ... ). Não nos induzas à tentação, mas livra-nos do mal". Essa oração ensinada pelo Mestre é um exemplo de como precisamos aprender a prece que toca o coração de Deus, pois em sua grande parte não há pedidos apenas um que é "o pão nosso de cada dia dar-nos hoje". Nos demais quesitos é mostrado implicitamente a suficiência do Eterno em suprir cada uma de nossas necessidades sem ao menos mencionarmos uma única delas. Como o Cristianismo em grande parte de seus movimentos denominacionais e católicos perdeu de vista a simplicidade e pureza da oração. Em todas as tradições espiritualistas monoteístas antigas antes da reforma protestante ocorrida em 1517 quando Martin Lutero (1483-1546) afixou na Catedral de Wittenberg - Alemanha suas famosas 95 tese. Também a contra reforma católica tendo início efetivamente com a instituição do Tribunal do Santo Ofício em 1545 (Judaísmo, Islamismo e Cristianismo) vivenciavam uma expectativa de contemplação e meditação no relacionamento íntimo numinoso com o Criador. Essa numinosidade segundo o filósofo Rudolf Otto (1869-1937) aplica-se ao ânimo religioso da alma do crente inspirado pelas qualidades transcendentes da Divindade. Nesse período  as orações e preces eram entendidas como o amalgama do discípulo com seu Mestre (sua consciência) para um aprimoramento espiritual. Onde mente e corpo deveriam se ligar pela ponte da evocação trazendo a recordação a presença espiritual do Ser Superior, para através da alma manter uma comunicação mística com Ele e pelo processo do invocar chamando o Espírito Divino para um mesclar interior recebendo pela via mística o insuflar Dele. O argumento da Oração do Pai Nosso mostra em sua essência primitiva que era um momento de contemplação e recolhimento da alma humana com a Alma Divina. Nada e nenhum Ser dos mundos inferiores ou dos superior de hierarquia subordinadas poderia impedir essa união transcendente do perecível com o Eterno.   Essa tradicional oração cristã é fabulosa pois podemos perfeitamente compará-la com uma Meditação. Sendo feita com um procedimento adequado de equilíbrio entre o corpo, pensamento e a emoção (alma) alcançaremos seu propósito transcendente para a elevação da nossa espiritualidade vivenciando uma experiência de harmonia e autocontrole com nosso mundo e o mundo espiritual. Penso que foi esse o objetivo do Mestre Jesus quando a recitou para seus discípulos, despertar neles o interesse pelo encontro pessoal com seu Pai Celestial, mas para isso todo um comportamento deveria ser apreendido desde a sintonia com o eu (ego) interior até a conciliação exterior com os seres da natureza e as manifestações ocultas nos mundos visíveis e invisíveis. As Sagradas Escrituras não relatam esses importantes pormenores mas fazem sentido esses argumentos quando percebemos o Senhor Jesus indo ao Jardim do Getsêmani junto com os discípulos e dizendo: "Minha alma está cheia de tristeza até a morte, ficai aqui e velai comigo". Ele sabia que sua ora estava se aproximando e como homem sentiu medo e temor. Como enfrentar uma situação tão extrema onde seria ridicularizado, envergonhado, vituperado, desconsiderado e tratado como um forasteiro e inimigo do Estado e de seu povo. Uma profunda angústia e expectativa negativa se abateu sobre Ele. Os seres dos mundos inferiores observavam atentamente e nada entendiam sobre aquele momento pois viam o homem Deus numa condição de extrema fraqueza humana totalmente a mercê da misericórdia de seu Pai. Esses seres conversavam entre si a respeito daquela agonia e profunda tristeza do filho de Deus e diziam: quem é Ele afinal será um Deus ou um homem, ou um Deus homem, ou um homem ou Deus. A perplexidade tomou conta desses seres e retirando-se equivocadamente não conseguiram desvendar o mistério.   De outra vez no deserto é dito: "tendo jejuado quarenta dias e quarenta noite, depois teve fome". Em todas as tradições religiosas os Iluminados, Profetas, Hierofantes, Messias passam pela provação antes de iniciarem seu ministério propriamente dito. Foi assim no caso de Buda (583 AC 463), Moisés (1200 AC), Zoroastro (630 AC 553), Confúcio (551 AC 479), Maomé (570-632), Lao Tse (1400 AC) e outros que seriam condutores dos buscadores da verdade. Falo assim para mostra a similaridade entre todos os que desejam ascender a elevação espiritual e desenvolver sua subjetividade divina pelo caminho da evolução e desapego das coisas passageiras e transitórias. Causa estranheza para alguns incluir o Mestre Jesus numa relação de nomes como essa, mas o argumento é consistente quando ele fala: "se você quer ser o maior torne-se o menor" e quando Ele diz: "eu não vim para ser servido mas para servir e dar a vida em favor de muitos". Acho que honramos o Mestre Jesus comparado-o com aqueles que lutaram pela causa da humanidade para o bem e a fraternidade universal pois estando na terra Ele quis ser muito mais homem que Deus.   No monte das Oliveiras ele "orava mais intensamente. E o seu suor tornou-se como grandes gotas de sangue que caiam até ao chão". É notório nessas passagens que em nenhum momento o Mestre está preocupado com seus interesses particulares mas lutava interiormente para que a vontade do Pai permanecesse viva e fosse cumprida Nele. Podemos perceber sua resignação e altruísmo qualidades inerente aos que desejam alcançar pela pureza e santidade a elevação espiritual. Nada o demovia de sua missão divina pois era consciente de seu dahma mesmo em situações de dúvidas e incertezas como vimos acima. Como diz o escritor bíblico: "Ele aprendeu a obediência pelas coisas que sofreu". E hoje nosso Cristianismo rasteiro e superficial (pregado por alguns) proclama em alta e forte voz: Pare de sofrer. Um discurso ante evangelista coisa que o Mestre Jesus nunca ensinou pelo contrário foi dito por Ele: "No mundo tereis aflição mas tendes bom ânimo, eu venci o mundo". Infelizmente apenas tocamos no ensinamento exotérico dos evangelhos não entrando em seus mistérios que parecem foram selados, como os sete selos do Apocalipse. Precisamos urgentemente da chave adequada para abrir os selos dos evangelhos e conhecer seus segredos que são para todos aqueles que tiverem um coração de busca e comprometimento com a causa da fraternidade humana.  O jardim simboliza a vida vegetal (plantas, flores, relva e arbustos) que estavam conectados a sua vida humana. O jardim também representa nossa vida espiritual que deve ser cultivada e lavrada pois há perigos de que ervas daninhas nasçam e sufoquem as plantas rasteiras. Pragas e insetos peçonhentos devem ser controlados do contrário podem destruir o ecossistema onde habitamos. A poda nas árvores com galhos secos e encruados deve ser realizada. Somos uma árvore pois é dito nos evangelhos "Vejo os homens como árvores". Como precisamos ser adubados com material orgânico e não herbicidas que acabam matando nossa ligação com a Consciência Divina. O material orgânico tipificado é tudo aquilo que vem de nossa interioridade revelado no desejo de contemplar o incontemplado e amar a quem não vemos e nem tocamos. Como diz Walter benjamim (1892-1940) "Só conhece realmente uma pessoa quem a ama sem esperança".  O deserto simboliza (areia, terra, pedras, rochas, vento, frio, calor) o reino mineral que também se inseriu no plano de redenção aceitando a oferta vicária para liberta das forças opressoras a vida nesse aspecto da biosfera. A biosfera mineral é vastíssima e como já sabemos desde os primórdios das raça vem evoluindo em seus vários estágios de consciência primitiva. Alguns elementos tendem a fazer esse processo com mais facilidade que outros como é o caso dos quatro elementos químicos básico: carbono, oxigênio, nitrogênio e hidrogênio. Pois eles tem uma camada de valência (o último eletron do nível spin) mais condensadas e flexíveis à interação para completarem seu (preenchimento do nível energético) ciclo materializado. Assim suas neuroeletroatividade vão formando circuitos nervosos que dimensionam sistemas complexos de esferas e halteres atômicos onde a consciência incipiente transforma-se em poderoso instrumento de ligação com o reino vegetal. As pedras preciosas como diamantes, quartzo, topázio, ametista, ouro, jaspe, ágata além dos cristais com suas mais variadas formas geométricas são portas de entrada de mistérios que serão em futuras geração revelados pela ciência tradicional  e espero que esse conhecimento fique restrito a poucos homens que tenham compromisso específico com a fraternidade humana. No monte que nesse contexto é uma elevação de terra acessível a animais (cabras, bodes, lobos, serpentes, ovelhas) e as pessoas que cuidavam sendo em alguns casos predadores dessas espécies, representam os reinos animal e humano que davam as boas vindas ao Mestre desejosos e seguros de que seu projeto salvífico seria realizado dentro do plano que o Pai havia estabelecido para esse objetivo. Assim fica claro que o Mestre Meditava associando-se a todos os reinos e mundos visíveis e invisíveis. No deserto as hierarquias de Seres Inferiores estavam junto a Ele "Então o diabo o deixou, e eis que chegaram os anjos, e os serviram". Em seu batismo no rio Jordão as hierarquias de Seres Superior estiveram presentes "Saiu logo da água e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus descendo como pomba e vindo sobre Ele. E eis que uma voz do céu dizia: este é meu Filho amado em quem me comprazo". Essas hierarquia de Seres Inferiores e Superiores também participaram do "Drama" Cósmico cada um tendo que desempenhar seu papel pré estabelecido no roteiro universal. É plausível essa ideia do "Drama" pois para os gregos era uma forma de representação teatral específica. O teatro na Grécia não era um simples divertimento como hoje mas essas representações eram dadas em datas fixas, três vezes por ano, nas festas de Dionísio sendo religiosas e cívicas. As mais importantes eram as Dionísias urbanas em março, numa época onde depois do inverno a navegação podia recomeçar. Vinham embaixadores das cidades aliadas, viajantes estrangeiros. A hegemonia de Atenas davam a essas festas um caráter pan helênico. Eram 6 dias de festas sendo 5 de representações teatrais. Era uma espécie de festival dramático. No primeiro dia havia uma procissão para instalar no teatro a estátua de Dionísio, tirada de seu templo e se fazia uma hecatombe, um sacrifício de 100 touros no altar situado no centro do teatro. No segundo e terceiros dias haviam apresentações de ditirambos dramas líricos espécie de oratório cantado e dançado por 50 executantes sem atores. Os quarto, quinto e sexto dias eram de espetáculo dramáticos. Em cada um desses dias um dos poetas escolhidos deviam apresentar 3 tragédias (uma trilogia) e um drama satírico com meia hora de intervalos entre cada um deles. À tarde se apresentava uma comédia. No sétimo dia havia prêmios. Aparece bem o contexto religioso, ritual ligado a Dionísio ou Bacco, deus da vinha ou da inspiração, acompanhado de um cortejo de sátiros e de mênades ou bacantes o que teria resultado mais tarde nas representações teatrais. Mas essas representações eram também uma instituição cívica bem regulamentada. Foi Psístrato (600-528) que instaurou os concursos trágicos. o que mostra o quanto a tragédia é liga a democracia. É interessante uma investigação e pesquisa das representações Gregas dramáticas tomando como ponto de partida a escatologia bíblia. No fundo perceberemos que existe semelhanças e idiossincrasias verossímeis quanto a tragédia, drama, teatro, cantos, atores, cenários, sacrifícios gregos com os fatos narrados nos textos do Apocalipse e outros correlacionados como Daniel, Ezequiel e epístolas Paulinas. (Aqui não é o âmbito para discutirmos esse assunto).  Nós humanos não somos diferentes pois temos que cumprir nossa parte nesse "teatro" universal, desse modo, como atores protagonistas, dentre muitas coisas que nos cabe, depois de ativado o processo redentor (desenvolvimento de nossa alma) precisamos amar todos os seres, de todos os reinos, no céu, na terra e debaixo da terra. Tudo isso é para enfatizar que quando nos dispomos a Meditação como o Mestre Jesus ensinou entramos em contato com o macro e micro cosmo assimilando seus poderes somos conectados com a Consciência Infinita de Deus. Depois nós três oramos palavras de agradecimento em retribuição a misericórdia divina da qual somos alvos diariamente. Abraço. Davi.

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