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JUDAÍSMO E OS SIGNOS DO ZODÍACO. Segundo a Torá é totalmente proibido consultar
astrólogos ou horóscopo; entretanto, o Talmud nos diz que astros e planetas
oferecem influência sobre criaturas e que o astro (mazal) pode tornar a pessoa
mais rica e mais sábia. O judaísmo acredita na influência dos astros sobre as
pessoas e as criaturas em geral? O judaísmo não duvida que há um sistema
inteiro de constelações, astros e planetas que exercem influência sobre as
criaturas. Aliás, o Talmud nos diz que "Malchuta deará ke'en malchuta
derakiá". "O reinado aqui é um reflexo do Reinado Celeste", da
mesma forma que um rei possui ministros e tem a sua corte, assim também
funciona nas alturas. Então, não há dúvida de que os habitantes da "mansão
Celeste" têm influência. O Talmud, no Tratado Shabat, ensina que o mazal,
o astro, exerce influência sobre a pessoa. Rabi Chanina disse que o mazal pode
tornar a pessoa mais rica ou mais sábia. Nossos sábios dizem que não se deve
tirar sangue de uma pessoa na terça-feira, pois este dia recebe influência do
planeta Marte (o planeta vermelho), astro ligado a assuntos de guerra, sangue,
pragas e desastres. A influência dos astros sobre o mundo mineral e vegetal é
óbvia. As marés e até o ciclo menstrual dependem dos planetas. O Talmud afirma
que não há grama que cresça sem que o seu astro a influencie. Aliás, um dos
sinais da Galut é que os fluxos e energia Divina passem por um encadeamento do
qual fazem parte as constelações, os astros e os anjos padrões que influenciam
todas as criaturas físicas. Existe, sim, uma influência celeste sobre todas as
criaturas, desde os minerais até os seres humanos. O grande mestre, Rabi Isaac
Luria, o Arizal, disse que o embrião só se torna perfeito a partir do sétimo
mês, quando já passou pela influência de sete planetas principais e
importantes. Até lá, pode faltar algo no desenvolvimento do embrião. Rabi
Avraham Ibn Ezra diz que cada povo e cada lugar físico é dependente do seu
astro. Por exemplo, o povo de Yishmael (os árabes) depende de escorpião. Já os
persas são influenciados por sagitário, os romanos por libra, e assim por diante.
Se há uma influência celeste e uma predestinação, como fica o livre-arbítrio e
a responsabilidade do indivíduo? A influência celeste é apenas uma tendência,
pois a pessoa pode ter uma inclinação para certos hábitos, certos
comportamentos, mas nada é absoluto e a pessoa pode combatê-la. O
livre-arbítrio, a livre escolha, continua sempre e a pessoa pode lutar contra a
sua inclinação tentando melhorar. Por exemplo, o Talmud ensina que aquele que
nasce na terça-feira, dia sob a influência do planeta Marte (Marte em hebraico
é maadim, que se origina da palavra dam, sangue ou o planeta vermelho), terá um
caráter sangüinário e apreciará o sangue de tal maneira que poderá chegar a ser
um assassino. Dizem os nossos sábios que, para o seu bem, ele deveria tornar-se
um mohel ou um shochet; em outras palavras, deveria canalizar essa tendência.
Ou seja, não há nada absoluto e a influência astrológica é apenas uma tendência
eventual. Prova disto é o dito dos nossos sábios: "Tudo está nas mãos de
D'us, exceto o temor a D'us." O comportamento correto está totalmente
entregue ao homem. O Zohar, livro básico da Cabalá, menciona algo muito
interessante. Diz que: "O povo de Israel ficou sob a influência dos astros
até a outorga da Torá no Monte Sinai. A partir do momento em que recebeu a
Torá, o povo deixou de depender das estrelas e constelações. Obviamente, quando
alguém se afasta dos caminhos da Torá, volta a receber esta influência natural
dos astros." Isto fica claro nas palavras dos nossos sábios: "Ein mazal
leIsrael", ou seja, o povo de Israel não depende do mazal e das
constelações. Cada um continua com o seu livre-arbítrio. Através da oração e
dos bons atos é possível modificar o mazal (influência astral) para o bem. A
melhor prova bíblica disto está no fato de o próprio Abraão, pai da nação
judia, ter visto nas estrelas que não teria filhos. D'us elevou-o acima das
estrelas e mostrou-lhe que Abraão teria filhos, como de fato nasceu já na sua
velhice o segundo patriarca, Isaac. É permitido a um judeu consultar astrólogos
ou horóscopos? Totalmente proibido. Encontramos em vários lugares na própria
Torá e no Talmud proibições sobre este procedimento. Na Torá está escrito
explicitamente: "Tamim tihiê im Hashem Elokecha." (Deuteronômio
18:13). "Seja íntegro com Hashem, seu D'us." Consultar astrólogos ou
horóscopos demonstra falta de integridade. Devemos ter fé absoluta em D'us, que
Ele dirige o mundo e sabe como e quando fazer, sempre da melhor forma para o
ser humano. O homem não deve procurar conhecer e prever o futuro ou os
desígnios Divinos. Também consta na Torá claramente (Deuteronômio 18:10) que
não haverá entre nós feiticeiros, quiromantes e assim por diante. Também o
Talmud nos diz que não podíamos consultar os caldeus, que eram astrólogos. Da
mesma forma, mencionamos de passagem que os judeus não procuram necromantes
(Deuteronômio 18:11), as pessoas que chamam os mortos através do espiritismo.
Aliás, o próprio Talmud fala que esta técnica não funciona no Shabat, nem esses
médiuns conseguem chamá-los, uma prova clara de que o Shabat é realmente o
descanso das almas. Esta proibição em consultar astrólogos não diminui em nada
os conhecimentos da astronomia e astrologia. Os judeus sempre possuíram
conhecimentos profundos nestas ciências, como os grandes rabinos Saadia Gaon,
Shmuel HaNaguid, Ibn Ezra, Gershônides, Nachmânides, Isaac Abarbanel, Isaac
Abohab e assim por diante. Isto, porém, ocorria apenas no âmbito do
conhecimento. Por exemplo, Pedro Álvares Cabral, para chegar ao Brasil,
utilizou mapas do famoso rabino Zacuto, grande erudito em astronomia e
cartografia. O conhecimento não implica em comportamento. Os judeus nunca
consultaram a astrologia para determinar se deviam ou não exercer determinada
atividade, cientes de que, afinal, o comportamento do homem era o determinante,
a cada instante, do seu destino. Judeus não consultam quiromantes e astrólogos,
nem sequer os horóscopos impressos nos jornais. Isto não faz parte dos nossos
hábitos de leitura. Muitas vezes alguém lê o horóscopo pela manhã e lá está
escrito que não terá sucesso em seu trabalho durante o dia. Este fato o deixa
deprimido, o que ocasiona, realmente, um dia fracassado... É por este motivo
que nos refreamos de qualquer leitura para deixar o nosso livre-arbítrio
intacto, para optar sempre pelo bem, mantendo a confiança e o otimismo. É
permitido aos não judeus consultar os astros? Sim. De acordo com o código da
lei judaica, não há proibição para um não-judeu consultar astrólogos,
horóscopos ou até mesmo se comportar de acordo com a influên-cia dos astros, os
desígnios celestes. Prova disto é um versículo explícito na Torá (Deuteronômio
4:19) onde D'us diz: "Você poderia levantar seus olhos para o céu e, ao
ver o sol, a lua, as estrelas e todas as hostes celestes, deixar-se induzir
(...) todavia o Eterno, teu D'us os deu e repartiu para as nações abaixo do
céu." Também encontramos um versículo parecido nos livros dos profetas,
onde Jeremias (10:2) diz: "Assim, disse o Eterno, (...) não se deixem
impressionar perante os signos celestiais porque as nações se deixam
impressionar perante eles." Então, não é proibido que as nações consultem
o horóscopo. E os símbolos do zodíaco? Têm ligação com o judaísmo? Sem dúvida.
Já que o nosso calendário é lunar, e os símbolos do zodíaco correspondem ao mês
lunar, então cada um dos nossos meses corresponde a um desses símbolos. Isto
não ocorre por acaso, como é possível perceber em alguns exemplos. O primeiro
mês do ano, Nissan, o seu signo é capricórnio - carneiro - e, justamente no mês
de Nissan, sabemos que há o cordeiro pascal; o carneiro é o mês do corban de
Pessach. É o mês no qual nós também vencemos os egípcios, que adoravam e
veneravam este animal. O segundo mês do ano é touro. Observando bem, podemos
notar que os dois primeiros meses do ano são animais. Isto porque nestes dois
meses trabalhamos com a nossa alma animal a fim de melhorar a nossa má
inclinação para receber a Torá no terceiro mês, que é o mês de Sivan, gêmeos. E
gêmeos, que são dois, representam a comunicação, a outorga da Torá, o casamento
entre D'us e o povo de Israel, que muitas vezes seus amores são semelhantes a
gêmeos. Gêmeos também representa a Torá escrita e a Torá oral, pois a Torá
sempre foi dupla, e foi outorgada por uma dupla, Moshé e Aaron, parecidos como
gêmeos. O signo do sexto mês, o mês de Elul, é virgem, que representa a pureza,
o branco, a santidade. O mês de Elul é exatamente o mês da pureza, da teshuvá,
do retorno a D'us. O mês no qual fazemos os preparativos para Rosh Hashaná. O
mês seguinte é balança, Tishrei, quando D'us julga a humanidade e coloca os
nossos atos em uma balança e realmente decide como será o próximo ano. Segue-se
Cheshvan, cujo símbolo é escorpião, um inseto que vive nas águas. Cheshvan, de
fato, é o mês do dilúvio, quando começou a famosa inundação que quase destruiu
a humanidade. Sabemos que, em hebraico, escorpião é acrav, que se escreve
também acar beit, aquele que destrói a casa, destrói o mundo. O dilúvio quase
destruiu o beit, o universo. E poderíamos prosseguir com cada um dos meses para
demonstrar como eles correspondem entre si. Aliás, temos dois destes símbolos
do zodíaco que estão no plural: gêmeos, que é o mês de Sivan, e peixes, o mês
de Adar. Peixes vivem na água, um símbolo de pureza e Adar é o mês da festa de
Purim, o mês da volta, da pureza, do retorno a D'us na época de Mordechai.
Adar, entretanto, possui o símbolo no plural porque de vez em quando
subdivide-se em Adar I e Adar II. Por isto o signo de peixes, no plural, é
mantido para ambos os meses, quando ocorre um ano bissexto, com 13 meses. Os nossos
sábios nos dizem que quando Yaacov e Essav resolveram dividir a sua influência
sobre os meses, Yaacov escolheu Nissan e Iyar, carneiro e touro, enquanto Essav
ficou com Tamuz e Av, câncer e leão. Como vimos, estes são meses difíceis para
o nosso povo, são meses nos quais os descendentes de Essav - Roma - causaram
uma grande aflição para o povo de Israel. Ocorre que no mês de Sivan ambos têm
a mesma influência. Por isso, o signo é gêmeos, pois Yaacov e Essav eram irmãos
gêmeos. Existe uma correlação entre os doze signos do zodíaco e as doze tribos
de Israel? É óbvio que existe uma correlação entre ambos. Há doze meses
judaicos e doze signos do zodíaco, denominados mazalot, e há doze tribos de
Israel e o Arizal explica que há uma correlação, uma afinidade entre eles.
Vejamos alguns exemplos: O mês de Nissan, cujo símbolo é carneiro, representa a
tribo de Yehudá, que é a dinastia que gerou o rei David. Os reis, os monarcas,
os líderes, são sempre descendentes da tribo de Yehudá. Nissan é o primeiro
mês, a Torá (Êxodo 12:2) diz: "Hachodesh haze lachem rosh chodashim",
este mês será para vocês o líder dos meses. Lachem tem as mesmas letras que
melech, rei, e aqui percebemos a conexão com Yehudá, que sempre foi o primeiro
a viajar no deserto e cujos descendentes são os reis de Israel. O segundo mês é
touro, o mês de Iyar, que de acordo com os nossos sábios representa a tribo de
Yissachar. Iyar representa o preparo para receber a Torá; é o mês no qual as
pessoas se imergem no estudo da Torá ao máximo. Esta é a tribo de Yissachar,
pois os nossos sábios ensinam que Yissachar era composta por grandes eruditos,
já que todos eram muito diligentes no estudo da Torá. (Pelo fato de eles serem
financiados por Zevulun, que eram os armadores e os comer-ciantes. Aliás, disto
surge o assunto de gêmeos. Zevulun e Yissachar são como gêmeos, o símbolo do
próximo mês.) Yissachar são os grandes sábios que exceleram no conhecimento da
astronomia, sendo representados pelo mês de Iyar, o mês de preparo para o
recebimento da Torá, o mês do Ômer. Então temos o próximo mês, Sivan, gêmeos, o
mês de Zevulun. Zevulun vem da palavra zevul, firmamento, uma das conotações de
céu. E justamente neste terceiro mês se juntaram céu e terra e houve
comunicação entre a parte espiritual e material na revelação do Sinai. O quarto
mês é Tamuz, cuja tribo é Reuven. Temos aqui, novamente, uma alusão
interessante, porque os próximos meses, Reuven e Shimon, câncer e leão, são
dois meses que demonstram ser negativos e sob a influência de Essav. Dois
episódios aconteceram com a tribo de Reuven e de Shimon, que corresponde a
Tamuz e Av. Infelizmente, parte da tribo de Reuven rebelou-se contra Moshe na
época da revolta de Corach, fato que resultou, obviamente, em coisas negativas
para o povo de Israel. Também no mês de Av nós temos uma relação com Shimon.
Sabemos que a tribo de Shimon também enfrentou um episódio negativo quando um
de seus líderes se juntou abertamente com uma midianita, filha de um príncipe
de Midian, a famosa Cozbi, um episódio assimilatório que resultou em muitos
mortos. Estes dois eventos com Reuven e Shimon corres-pondem ao que ocorreu com
o povo de Israel em Tamuz e Av, os dois meses de câncer e leão. Da mesma
maneira podería-mos prosseguir com todos os meses do calendário, demonstrando
que há, sem dúvida alguma, uma correlação entre os doze signos e as doze
tribos. Ao nos aprofundar-mos no zodíaco, veremos que também cada um dos 12
meses sofre uma influência de um planeta específico. O mês de Nissan, por
exemplo, é o planeta Marte, Iyar é Vênus, Sivan é Mercúrio e assim por diante.
Cada mês judaico, que já possui o seu símbolo e já tem a sua tribo, também
corresponde a uma parte do corpo humano. Por exemplo, o mês de Nissan é a
cabeça, Tamuz (Reuven) corresponde à visão, e Av (Shimon) é o sentido da
audição. O coração é o mês de Tishrei, o famoso mês das festas que está se
aproximando. Que D'us ajude o nosso coração a se voltar para o Todo-Poderoso
neste mês de Tishrei, o mês do balanço, no qual D'us julga a humanidade. Que
todos tenham um ano feliz, um shaná tová umetuká, amém! www.morasha.com.br. Abraço. Davi
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