Hinduísmo. www.thoth3126.com.br. II. RAMAYANA - UMA
EPOPEIA HINDU. Nesse momento, Shurpanaka não entendendo a ironia dos dois
irmãos, partiu em direção à Sitadevi, disposta a matá-la, pensando em livrar-se
d’essa rival e conquistar o amor de Sri Rama. Lakshmana, porém, tomado por
súbita repugnância e em defesa da vida de Sitadevi e do respeito que Rama
merecia, usou da espada e cortou o nariz e as orelhas dessa infeliz obsessora
(importuna). Vendo seu rosto desfigurado pela espada de Lakshmana e, por esse
motivo, não conseguindo remediá-lo com seu poder mágico, ela deu um horrível
grito e desapareceu. Shurpanaka era a irmã do poderoso Ravana,
o chefe dos demônios, que reinava em Sri Lanka e queria dominar o mundo,
através da força e da degradação. Era também seu irmão Kumbhakarna, que estava
sempre a dormir e, quando acordava, matava pessoas. Os terríveis demônios Khara
e Dushana eram seus irmãos mais jovens. Vibhishana, seu terceiro irmão,
entretanto, era uma alma piedosa, cheio de virtude e nada tinha a ver com seus
outros quatro irmãos demônios rakshasas. Ravana tinha uma
forma horrível, com dez cabeças e muitos braços, Era muito poderoso, em força
física e em poderes mentais. Tão logo soube da aniquilação de milhares de rakshasas (demônios)
e da desfiguração de sua malévola irmã, Ravana (que possuía uma forma horrível
de dez cabeças, foi tomado de incrível ira, e com muito ódio prometeu vingança.
Enviou seus irmãos Khara e Dushana (juntamente com milhares de demônios) para
matarem Rama e Lakshmana. Todos foram imediatamente aniquilados pelos Príncipes
irmãos. Isso apenas aumentou a ira de Ravana. que convocou a ajuda de um demônio
chamado Marícha. Este, embora fosse muito mal, aconselhou a Ravana para não se
indispor com os dois Príncipes residentes em Dandaka. Ravana não lhe deu
ouvidos e ordenou-lhe participar do plano. Ora, Marícha dominava o poder de
assumir qualquer forma que quisesse e de emitir qualquer som. Assim, durante
uma manhã, enquanto estavam despreocupados coletando flores e frutos, um lindo
cervo dourado apareceu nas imediações das cabanas de palha onde moravam
Sitadevi com Seu esposo Rama e Lakshmana, chamando Sua atenção. Sita, devido a Sua
natural inocência, pediu a Rama que pegasse aquele lindo cervo, pois Ela o
queria como animal de estimação. Sitadevi fora criada para ser uma princesa,
como filha do Rei Janaka. Estava vivendo uma vida de provações, desprovida de
quaisquer dos confortos a que estava habitualmente acostumada. Isso, já era
demais para a pobre Sita, pensou seu esposo, que não media esforços para
aliviar os inconvenientes a que sua amada estava submetida. Lakshmana
desconfiou de que o cervo fosse Maricha disfarçado e comunicou este fato ao
Irmão. Rama, entretanto, só pensava em satisfazer sua amada Sitadevi, e não
ouviu os conselhos de Seu irmão mais novo. Enquanto Ramachandra saiu à procura
do cervo, no intuito de satisfazer o desejo de Sua amada esposa, Lakshmana,
permaneceu alerta, em defesa de Sitadevi. O cervo dourado era muito esperto, e
não permitia ser agarrado pelo poderoso Rama. Ora, o cervo não era outro senão
Marícha disfarçado, o qual levava Sri Rama para local cada vez mais
distante, para mais dentro da densa floresta. Em dado momento, Lakshmana e
Sitadevi ouviram gritos de Sri Rama, pedindo por ajuda. Sitadevi ficou muito
agitada e pediu a Lakshmana que fosse ao socorro de seu irmão mais velho.
Lakshmana, todavia, ficou desconfiado, pois sabia que não era possível que o
poderoso Rama pudesse estar correndo algum tipo de perigo e recusou sair de
perto de Sua cunhada, pois prometera a seu irmão não abandoná-la em hipótese
alguma. Sitadevi, devido ao grande medo de perder Seu amado, Rama, usando de
palavras fortes, ordenou a Lakshmana que fosse ao socorro do irmão. Admoestou
Lakshmana de que Ele estava interessado na morte de Sri Rama, para que Bharatta
assumisse o trono. Lakshmana entendia que a confusão mental de Sita era apenas
devido ao fato de que Ela não suportava a menor possibilidade de viver sem
Rama, o Seu amado consorte. Assim, Lakshmana concordou em ir procurar Sri Rama,
apenas para acalmar Sitadevi. Pois sabia que nada podia acontecer ao Seu irmão.
Tomou seu arco e desenhou um círculo em torno da cabana onde
moravam Sita e Rama, pedindo-lhe que por hipótese alguma, cruzasse o
círculo para fora ou o apagasse deixando alguém entrar na casa,
dizendo-lhe que Ela era protegida do semi-deus do fogo, Agnideva e que se
alguém tentasse cruzar o círculo seria imediatamente reduzido a cinzas.
Após partir, Lakshmana entrou na floresta à procura de Sri Rama. Assim que Lakshmana
partiu, aproximou-se da cabana de Sitadevi um brahmana mendicante
de aparência gentil e pacífica. Ele indagou de Sita se esta poderia dar-lhe
algo de comer. O brahmana parecia muito meigo e puro, falando
sempre de maneira humilde, com as mãos postas, fato este que induziu mãe
Sitadevi a recebê-lo, e fazer-lhe alguma caridade. Permitindo que o gentil
sacerdote entrasse em sua casa (ao apagar o círculo que a protegia).
Ela apenas agia de acordo com as injunções das Escrituras Sagradas, motivada
pela bondade e pureza de Seu coração. Tão logo entrou na cabana de palha, o brahmana de
imediato revelou sua real identidade e intenção. Ele era o terrível demônio
Ravana, que tinha diante de si a delicada e gentil Sitadevi, a origem
de todas as virtudes femininas. A personificação da inocência e da pureza.
Depois de apreciar a beleza de mãe Sita, Ravana demonstrando desejo e luxúria
em se tornar Seu esposo, raptou-a, levando-a em sua aeronave vimana. No
caminho, foram interceptados por Jatayu, um poderoso e fiel amigo de Rama, que,
para proteger Sitadevi, travou uma heroica e mortal luta com Ravana. Jatayu,
lutou bravamente, infligindo golpes certeiros no adversário. Com muita força e
destreza, Jatayu cortava os muitos braços do rakshasa, mas logo em
seguida outros braços surgiam, como se fossem serpentes venenosas que, feroz e
desesperadamente, emergiam de um formigueiro prontas para atacar o que
estivesse pela frente, movidas por dor e loucura. Jatayu, contudo, sentindo o
peso da idade, finalmente caiu, mortalmente ferido pelo cruel Ravana.
Após ferir gravemente o bravo e fiel Jatayu, Ravana, o líder dos demônios,
agarrou Sitadevi violentamente pelos braços e levou-a consigo. Todos os seres
na floresta de Dandaka sentiram imensa e súbita angústia. Os sábios nos mosteiros
ficaram aflitos, as aves e animais ficaram todos nervosos, a brisa parou por
completo e o Sol escondeu seu brilho. Maus presságios, caíram sobre Dandaka,
quebrando sua paz e harmonia. Toda a Natureza se entristeceu, pois tudo e todos
mergulharam na mais densa escuridão. Sri Rama, exausto pelos truques do cervo
dourado, parou por um instante. Sem pensar por alguns segundos em Sita, Ele
pôde verificar a verdade sobre o cervo. Descobriu de imediato que este era não
outro senão o próprio Maricha disfarçado. Isto foi suficiente para que mudasse
de ideia sobre pegar o cervo vivo, sem machucá-lo. Então sacou de Seu arco e
flecha e disparou uma flechada certeira, matando Maricha imediatamente, o qual,
pouco antes de morrer, revelou sua forma como um horrível demônio e deu um
grito muito alto pedindo ajuda, numa voz parecida com a de Sri Rama. Foi
este o pedido de ajuda ouvido por Sitadevi e Lakshmana. Rama pensava em
Sitadevi, e do perigo que ela estava exposta. Pensou no grito dado pelo
demônio, imitando sua voz e de como isso poderia afetar Sua esposa e Seu irmão.
No caminho de volta à sua cabana, Ele encontrou o Seu amigo Jatayu, mortalmente
ferido, que contou-lhe sobre o rapto de Sitadevi pelo rakshasa Ravana.
Após narrar o incidente, Jatayu deu um suspiro, seus olhos fixos em Sri Rama e
seu semblante feliz, pois tinha diante de si, o objeto de sua eterna meditação.
Jatayu morreu nos braços do seu amado Rama, e assim foi elevado ao Reino
Espiritual, de onde jamais retornaria. Logo após executar as cerimônias de
cremação do corpo de Seu fiel e devotado amigo Jatayu, Rama, no caminho de
casa, encontrou-se com seu irmão. Conversaram sobre os acontecimentos e
retornaram para o local de suas choupanas, na expectativa de encontrarem
Sitadevi. Durante o percurso, os dois irmãos observavam os sinais não
auspiciosos (de desordem e tristeza) que encontravam na floresta. A apreensão
deles apenas aumentava. Finalmente ao chegarem, o local estava vazio. O círculo
feito por Lakshmana estava rompido e Sitadevi lá não estava. Sri Rama em grande
lamentação perguntava a seu irmão “Onde está Sitadevi, a rainha do território
Videha ? Onde está a bela Sita, a origem de todas as virtudes, que segue-me por
todos os lugares, que é Meu próprio pensamento e mais
importante que minha própria vida? Oh Lakshmana”. Após ser consolado por seu
irmão mais jovem, os dois Príncipes, filhos de Dasharatha, adentraram na
floresta, em busca de Sitadevi. As árvores, os animais, as montanhas e até os
insetos davam dicas, sobre a provável direção que Ravana, o líder dos espíritos
malévolos, tinha levado a Princesa de Mithila. Em suas buscas, os dois valentes
e virtuosos Príncipes encontravam todo tipo de demônios, ocupados em
barrar-lhes o caminho. À medida que caminhavam, Rama e Lakshmana destruíam esses rakshasas aos
milhares. Encontraram, então, um ogro de forma
monstruosa, chamado Kabandha que, após ser mortalmente ferido, narrou sua
história aos dois irmãos. Kabandha, numa vida passada, tinha uma forma bela,
devido à sua bondade, penitências e caridade aos demais. Era, todavia,
brincalhão e irreverente e gostava de assumir uma forma monstruosa para
assustar e fazer gozação com as pessoas. Um dia, aproximou-se de um Rishi (com
o propósito de assustá-lo), chamado Sthulashira, que era austero e rígido em
seus princípios. O Rishi não ficou assustado com a forma monstruosa de Kabandha,
entretanto, não gostou nem um pouco de sua irreverência e castigou-o com a
seguinte maldição: “Você vai permanecer por muitos anos nessa forma
monstruosa”. Kabandha desculpou-se do Rishi dizendo que era apenas uma
brincadeira. O Rishi acedeu, dizendo. “Tudo bem, eu aceito suas desculpas.
Então eu o abençoo a que, após muitos anos nessa forma monstruosa, um dia, numa
floresta distante, após ser cremado pelo Divino Rama, você assumirá sua forma original,
e, mais que isso, retornará ao mundo espiritual”. Após contar sobre sua vida,
Kabandha disse reconhecer em Sri Rama, aquele mesmo Rama que o Rishi havia
prometido, em sua bênção. Ao dar seu último suspiro e depois de ter seu
monstruoso corpo cremado pelos dois irmãos, Kabandha, surgindo das labaredas do
fogo, apareceu em sua forma originalmente bela e refulgente, e aconselhou ao
Senhor Ramachandra para procurar Sugríva e ensinou o caminho à chegar até o
mesmo, pois ele seria de grande valia, na busca por Sitadevi. Depois disso,
Kabandha alcançou a liberação desse mundo. Sugríva era um valoroso e justo Rei, chefe
dos hominídeos, gorilas e macacos que viviam próximos ao Lago
Pampa, aos pés das Montanhas Rishyamuka. Após raptar a bela e casta
Sitadevi, Princesa de Mithila e esposa de Rama, Ravana, o poderoso rakshasa,
levou-a até seu reino, situado no Sri Lanka (antigo Ceilão). Ao chegar, ele foi
recebido por toda a cidade que em festividades comemorava a chegada de seu
líder. Todas as ruas e avenidas estavam repletas de demônios rakshasas,
exultantes e embriagados por vários tipos de bebidas e substâncias
inebriantes. Depois de ser saudado por seus seguidores nas avenidas de sua
capital, Ravana, orgulhoso de ter Sitadevi como seu troféu, dirigiu-se a seu
palácio, onde foi recebido pela corte de demônios de toda espécie. Lá, ele
tentou conquistar a simpatia de Sitadevi, primeiro oferecendo-Lhe muitos
presentes valiosos, como joias e palácios. Depois falou de si mesmo, se auto
elogiando, tentando convencê-la de que ele poderia ser um esposo
adequado. Sitadevi, que em nenhum momento sequer parava de pensar em seu
amado Rama, recusou todas as propostas do repugnante Ravana, dizendo-lhe que
Ela tinha apenas Seu esposo em pensamentos e dentro de Seu coração. Rama era
Sua mente, Sua alegria e Sua vida. Ela era Sua companhia constante e os votos
de fidelidade que tinha para com Seu amado esposo, eram o motivo maior de Sua
vida. Ravana ficou muito irado, e disse-lhe: “Você, é muito bela, mas também
muito tola. Jamais verá novamente Esse Seu Rama. Eu pessoalmente O matarei.
Depois disso, para demonstrar minha compreensão e tolerância, darei um período
de doze meses, para que Você, observe Sua viuvez e tire de Sua mente a imagem
d’Esse herói, que já estará morto. Sitadevi, que também era a
personificação da castidade feminina, ocupava-se apenas em permanecer, dia e
noite, sentada no bosque de ashokas, sem nada comer, apenas
mantendo Sua devoção e amor, dedicados a Sri Rama, em profunda meditação. Mas eu advirto:
caso Você não me aceite como esposo, prometo que entregarei Você a meus
queridos amigos, eles cortarão Seu corpo em pedacinhos, e eu terei o maior
prazer em comê-los num suntuoso banquete!”. Ravana, então, ordenou a seus
subordinados que levassem Sitadevi para o bosque de árvores ashokas que
circundava o palácio, pois Sitadevi recusava em aceitar a hospitalidade, o
teto, os alimentos, objetos ou qualquer facilidade, proveniente de uma criatura
tão baixa e vulgar, como esse demônio Ravana. Sitadevi sequer levantava Seus
belos olhos de lótus, para olhar a figura de um ser tão repugnante. Dirigindo-se para o Lago Pampa, Rama e Lakshmana
cruzaram florestas muito densas, sempre seguindo a direção indicada por
Kabandha, que tinha finalmente obtido sua forma original e a liberação desse
mundo material de provações e aprendizado. Cruzaram florestas de árvores
suntuosas em flores e frutos até chegarem, após vários dias de caminhada, às
margens do Lago Pampa. Lá, encontraram o mosteiro (ashram) de uma
poderosa, sábia e santa senhora, chamada Sháberi. O mosteiro era
completamente inacessível. Ninguém nele poderia penetrar, sem consentimento
interno. Sri Rama e Lakshmana foram recepcionados pela bondosa Sháberi, que os
recebeu com devoção e humildade, lavando seus pés, as mãos, e oferecendo-lhes
todo o tipo de flores e frutos. Após esse encontro, Sháberi atingiu o mais alto
grau de perfeição espiritual e os dois irmãos seguiram viagem, rumo à margem
oeste do Lago Pampa. Chegaram finalmente à base da Montanha Rishyamuka, território
do reino de Sugriva. Sugriva tinha um irmão chamado Váli, o qual tinha tomado
seu reino, e o condenado ao exílio. Vali era de mentalidade demoníaca e tinha
acordos com os ogros. Rama e Lakshmana ajudaram Sugriva a derrotar Váli que
pereceu na batalha e entronaram Sugriva em seu direito genuíno ao trono,
trazendo finalmente a paz aos habitantes de Rishyamuka. Sugriva e seu amigo
Hanuman tornaram-se os mais fiéis e devotados amigos de Rama e Lakshmana. Após
ouvirem as desventuras dos Príncipes de Ayodhya, desde o exílio até o rapto de
Sitadevi, decidiram ajudar na recuperação da Princesa de Videha, a amada
consorte do Senhor Rama. Sugriva sentiu simpatia pelos Príncipes irmãos, pois
Eles tinham uma história em muitos aspectos semelhante a sua. Gradativamente,
a amizade entre Sugriva e Hanuman para com Sri Rama e Lakshmana, cresceu até se
transformar em pura devoção. Hanuman era mais que um amigo, era um devoto fiel,
tendo Sri Rama como seu amado Senhor. Constantemente meditava em Sita-Rama e os
tinha sempre em sua mente e em seu coração. Hanuman, o maravilhoso e sábio
homem macaco, depois de alguma procura, descobriu o paradeiro de Sitadevi
em Sri Lanka (antigo Ceilão). Chegou à cidade, e matou muitos ogros. Ao
encontrar Sitadevi no bosque ashoka, deu-lhe um anel, dado por Sri
Rama para ser identificado por ela como um amigo e aliado confiável. Hanuman contou-lhe
sobre a chegada iminente de seu amado esposo, dizendo-lhe que ficasse
confiante, pois sua liberdade estava próxima. Hanuman foi então surpreendido por
alguns demônios e teve que lutar com eles. Depois de matar algumas dezenas de
ogros, Hanuman fugiu do palácio de Ravana e retornou para Rishyamuka. Ao
chegar, prestou suas reverências ao Senhor Ramachandra e contou-lhe onde tinha
encontrado Sitadevi, que estava bem, apesar de muitos dias sem se
alimentar. Planos foram urgentemente feitos para a invasão ao Sri Lanka,
terra do impiedoso Ravana. Ao chegarem às margens do oceano, ao sul do
subcontinente indiano, Sri Rama, ordenou ao Oceano que drenasse suas águas ao
nível mais baixo possível. Feito isso, milhares de macacos e hominídeos
(família de animais primatas que compreende o homem e seus ancestrais),
começaram a construir uma fabulosa ponte, colocando imensos blocos de pedra
sobre o leito do estreito marítimo que separa os dois reinos. Com a maior
brevidade possível, Sri Rama, Lakshmana, Sugríva e Hanuman (ajoelhado),
juntamente com os outros macacos, estavam diligentemente empenhados
na construção da ponte que os levaria a Sri Lanka. Em seguida o exército
de hominídeos e macacos, liderados por Sugriva e Hanuman, em companhia de Sri
Rama e Lakshmana, cruzou o estreito que separa Sri Lanka da Índia, invadindo de
surpresa a cidade governada pelo maligno Ravana. A batalha foi um evento épico,
de proporções inimagináveis. Os macacos liderados por Sugríva e Hanuman,
atacaram os ogros aos milhares. Muitos macacos pereceram, mas todos os
ogros foram exterminados. Após a grande batalha, Sri Rama abençoou os
macacos e heróis que combateram de seu lado e haviam perecido em combate. Como que
despertando do sono, todos eles retornaram à vida e não houve lamentação de
perdas. Também não havia feridos entre aqueles que combateram ao lado de Sri
Rama. Os ogros mortos em combate, ascenderam à planetas celestiais (onde teriam
uma chance de regeneração), pois embora houvessem lutado contra Sri Rama,
pereceram em sua presença, e isto, por si só, era um grande merecimento. Ravana e outros que
pereceram diretamente pelas mãos do Divino Rama, foram imediatamente
transferidos à esfera espiritual. Pois, garantem os Vedas, sendo o Senhor
transcendental às dualidades materiais, não há qualquer diferença entre Sua
Ira, Seu Amor, Compaixão etc. Seu toque imediato é suficiente para aniquilar
todas as reações advindas do karma ou maus hábitos. Dessa
forma, mesmo sendo um terrível demônio, se alguém for tocado diretamente pelas
mãos de Sri Rama, ou morto por ele, alcança a mesma destinação das almas mais
perfeitas. O Senhor Rama sentiu grande alívio ao resgatar Sua amada Sitadevi.
Todos os sábios e rishis, os cidadãos do globo, semideuses e todas as
criaturas estavam igualmente aliviados. A Paz e Harmonia estavam restabelecida.
Vibhishana, o piedoso irmão de Ravana foi entronado como Rei do Sri Lanka.
Todos os cidadãos justos de Sri Lanka, que tinham fugido para as florestas
durante o reinado de Ravana, retornaram para suas cidades, felizes por um
recomeço promissor. Sri Rama, matou Ravana num único combate, sem qualquer possibilidade
para uma vitória do Demônio. Todos os espíritos malignos foram aniquilados do
globo inteiro. Sri Rama recebeu de presente dos semideuses um
vimana chamado Pushpaka. Juntamente com Srimati Sitadevi, Lakshmana, Hánuman,
Sugríva, Vibhishana e outros, Ele voou de volta para Ayodhya, parando antes no
mosteiro de Bharadwaja, de onde enviou Hanuman para avisar Seu irmão Bháratta
de Sua iminente chegada. Bháratta e todos os cidadãos de Ayodhya finalmente ficaram felizes com a
chegada de seu Rei, Ramachandra. Kaushálya, sua mãe, e outros membros da
família real estavam igualmente felizes. Bháratta pessoalmente fez todos os
arranjos para a coroação de Seu irmão como o devido Rei de Ayodhya. No momento da
coroação, diante da assembleia de sábios, rishis, semideuses,
membros da família, príncipes, reis e convidados, alguns críticos super zelosos
(membros da classe sacerdotal, como sempre) recriminavam Sri Rama
por ter aceitado Sitadevi, depois dela ter ficado algum tempo distante, sozinha
à mercê de um demônio. Havia certa dúvida sobre a castidade e intocabilidade de
Srimati Sitadevi. Esta, diante de todos, sentindo-se ofendida e ultrajada em sua honra,
resolveu entrar nas chamas do fogo de sacrifício (agni-hotra) disposta a
abandonar sua vida, pois não suportaria ver seu amado Rama ser criticado,
diante de seu próprio infortúnio. Ao entrar no fogo do sacrifício que
estava prestes a iniciar, todos ficaram chocados com a determinação de
Sita, estavam em desespero, o horror estampado em suas faces. Então de súbito,
o próprio semideus do fogo, Agnideva, saiu das chamas, carregando em seus
braços, intocada pelo fogo, a bela e casta Srimati Sitadevi, a Rainha de
Mithila e origem de todas as virtudes. Todos ficaram maravilhados de que
Sitadevi não tivesse sofrido nada, mesmo estando no meio das chamas de onde o
próprio Agnideva, estava emergindo. Certamente que este era um sinal
auspicioso, que demonstrava a pureza de Sita. Sri Rama abraçou Seu devotado amigo
Hanuman, ao enviá-lo para Ayodhya, onde este levaria as boas notícias do
resgate de Sitadevi e avisaria a todos da iminente chegada de seu
Senhor. Agnideva pessoalmente testemunhou sobre o caráter impoluto de
Sita, sua indubitável castidade e fidelidade a Seu amado Rama, assegurando a
todos que ela, jamais fora realmente tocada por Ravana e contou o seguinte episódio.
Quando Lakshmana fez o círculo protetor, em volta da cabana de palha e foi a
procura do seu irmão, Rama, Ele invocou Agnideva (com mantras) para
supervisionar aquele círculo e queimar qualquer um que o cruzasse. Agnideva,
confessou, que fez mais que isso: Ele retirou Sitadevi daquela cabana e
em Seu lugar colocou uma cópia perfeita (shaya), levando Sita para uma
esfera superior em companhia de algumas senhoras celestiais. Embora a forma de
Sita tenha sido raptada pelo demônio Ravana, e não a Sita verdadeira, esta
forma, não obstante, também permaneceu casta e pura, não tendo tido qualquer
contato íntimo com o demônio. No momento que Sri Rama, em Sri Lanka, se
aproximou de Sitadevi, a qual estava sentada no jardim de árvores ashokas,
Agnideva resgatou a cópia (shaya), devolvendo a verdadeira Sita ao
Senhor Ramachandra frações de segundos antes deste chegar, concluiu o Semideus.
Todos ficaram extremamente felizes (inclusive os críticos sacerdotes), pois no
futuro, ninguém poderia lançar a mais tênue dúvida sobre o caráter e pureza da
gloriosa Senhora do Território dos Videhas, a filha do Rei Janaka e consorte do
inigualável e divino Sri Rama. Ayodhya permaneceu por muito tempo sob o Reinado
do Senhor Rama. Toda a harmonia espiritual própria desta era auspiciosa (o Treta-Yuga)
foi completamente experimentada, após um hiato de desarmonia, causado pela
tentativa de se estabelecer o caos, nesse período caracterizado por plena ordem
material e espiritual. Prevendo essa tentativa de trazer degeneração precoce à
Treta-Yuga, uma era de absoluta harmonia, o Senhor Rama apareceu, para proteger
as pessoas virtuosas e restabelecer os princípios da religiosidade Após
terminar Suas atividades manifestas neste mundo, o Senhor Sri Ramachandra,
tornou-se invisível e retornou para a esfera espiritual eterna, com toda a Sua
corte, parafernálias, amigos e amados (energias shaktis) empregadas
em Sua gloriosa manifestação na Terra. A encarnação de Rama se deu antes do
final do continente de Atlântida, que afundou em meados de 10.986 AC. https://www.thoth3126.com.br.
Abraço. Davi.
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