Confucionismo.
www.https//rt.br. OS ANALECTOS LIVRO V. 1.
O Mestre disse de Kung-yeh Ch’ang que ele era uma boa escolha para marido,
pois, embora estivesse preso, não havia feito nada errado. E lhe deu sua filha
em casamento. 2. O Mestre disse de Nan-jung que, quando o Caminho prevaleceu no
reino, este não foi posto de lado e, quando o Caminho caiu em desgraça, ele
ficou longe da humilhação e da punição. E lhe deu a filha do seu irmão mais
velho em casamento. [58] 3. O comentário do Mestre sobre Tzu-chien foi “Que
cavalheiro! Onde ele teria adquirido as suas qualidades, se não houvesse
cavalheiros no reino de Lu?”. 4. Tzu-kung perguntou: “O que acha de mim?”. O
Mestre disse: “Você é um navio”. [59] “Que tipo de navio?” “Um navio
sacrificial”. [60] 5. Alguém disse: “Yung é benevolente mas não fala muito
bem”. O Mestre disse: “Qual a necessidade de ele falar bem? Um homem rápido nas
respostas frequentemente provocará o ódio dos outros. Não posso dizer se Yung é
benevolente ou não, mas qual a necessidade de ele falar bem?.” 6. O Mestre
aconselhou Ch’i-tiao K’ai a assumir um cargo oficial. Ch’i-tiao K’ai disse:
“Acho que ainda não estou pronto”. O Mestre ficou satisfeito. 7. O Mestre
disse: “Se o Caminho não pudesse prevalecer e eu fosse lançado ao mar em uma
jangada, aquele que me seguiria seria Yu, sem dúvida alguma”. Tzu-lu, ao ouvir
isso, transbordou de alegria. O Mestre disse: “Yu tem mais amor à coragem do
que eu, mas lhe falta juízo”. 8. Meng Wu Po perguntou se Tzu-lu era
benevolente. O Mestre disse: “Não posso dizer”. Meng Wu Po repetiu a pergunta.
O Mestre disse: “A Yu pode ser dada a responsabilidade de coordenar as tropas
de um reino de mil carruagens, mas se ele é benevolente ou não, não posso
dizer”. “E quanto a Ch’iu?” O Mestre disse: “A Ch’iu pode ser dada a
responsabilidade de administrar uma cidade de mil casas ou uma família nobre de
cem carruagens, mas se ele é benevolente ou não, não posso dizer”. “E quanto a
Ch’ih?” O Mestre disse: “Quando Ch’ih coloca a sua faixa e toma lugar na corte,
a ele pode ser dada a responsabilidade de conversar com os convidados, mas se
ele é benevolente ou não, não posso dizer”. 9. O Mestre disse a Tzu-kung: “Quem
é o melhor homem, você ou Hui?”. “Como eu ousaria me comparar a Hui? Quando lhe
é dita uma coisa, ele compreende cem coisas. Quando me é dita uma coisa, eu
entendo apenas duas.” O Mestre disse: “De fato, você não é tão bom quanto ele.
Nenhum de nós dois é tão bom quanto ele.” 10. Tsai Yü estava na cama durante o
dia. O Mestre disse: “Um pedaço de madeira podre não pode ser esculpido,
tampouco pode uma parede de esterco seco ser aplainada. Em se tratando de Yü,
de que adianta condená-lo?”. O Mestre acrescentou: “Eu costumava ouvir as
palavras de um homem e confiar que ele agiria de acordo. Agora, tendo ouvido as
palavras de um homem, parto para observar suas ações. Foi por causa de Yü que
mudei quanto a isso.” 11. O Mestre disse: “Nunca conheci alguém que fosse
verdadeiramente constante”. Alguém perguntou: “E quanto a Shen Ch’eng?”. O
Mestre disse: “Ch’eng é cheio de desejos. Como pode ser constante?”. 12.
Tzu-kung disse: “Do mesmo modo que não quero que os outros mandem em mim,
também não quero mandar nos outros”. O Mestre disse: “Ssu, isso ainda está bem
acima de você”. 13. Tzu-kung disse: “Pode-se ouvir sobre as realizações do
Mestre, mas não se pode ouvir suas opiniões sobre a natureza humana e o Caminho
para o Céu”. 14. A única coisa que Tzu-lu temia era que, antes que pudesse
colocar em prática algo que aprendera, lhe ensinassem outra coisa diferente.
15. Tzu-kung perguntou: “Por que K’ung Wen Tzu foi chamado de wen?”. O Mestre
disse: “Ele era rápido e ávido por aprender: não teve vergonha de buscar o
conselho daqueles que lhe eram inferiores em posição. É por isso que ele é
chamado wen”. [61] 16. O Mestre disse sobre Tzu-ch’an que sob quatro aspectos
ele tinha as maneiras de um cavalheiro: era respeitoso no modo como se
comportava; era reverente no serviço ao seu senhor; ao tratar com as pessoas
comuns, ele era generoso e, ao empregar os serviços destas, era justo. 17. O
Mestre disse: “Yen P’ing-chung era um excelente amigo: mesmo quando conhecia
seus amigos há muito tempo, ele os tratava com reverência”. 18. O Mestre disse:
“Ao fazer uma casa para sua grande tartaruga, Wen-chung mandou esculpir os
capitéis dos pilares na forma de montanhas e pintar os caibros do telhado com
desenhos de plantas aquáticas. O que se deve pensar sobre a inteligência
dele?”. 19. Tzu-chang perguntou: “Ling Yin [62] Tzu-wen não demonstrou júbilo algum
quando por três vezes foi feito primeiro-ministro. Tampouco demonstrou desgosto
quando por três vezes foi removido do cargo. Ele sempre dizia ao seu sucessor o
que havia feito durante seu mandato. O que acha disso?” O Mestre disse: “Ele
pode, de fato, ser considerado um homem que dá o melhor de si”. “E pode ele ser
chamado de benevolente?” “Sequer pode ser chamado de sábio. Como poderia ser
chamado de benevolente?” “Quando o senhor de Ch’i foi assassinado por Ts’ui
Tzu, Ch’en Wen Tzu, que possuía dez grupos de quatro cavalos cada, abandonou-os
e deixou o reino. Ao chegar em outro reino, ele disse: ‘Os oficiais aqui não
são melhores do que o nosso ministro Ts’ui Tzu’e partiu de novo. O que acha
disso?” O Mestre disse: “Ele pode, de fato, ser considerado um homem puro”.
“Pode ele ser chamado de benevolente?” “Sequer pode ser chamado de sábio. Como
poderia ser chamado de benevolente?” 20. Chi Wen Tzu sempre pensava três vezes
antes de agir. Quando o Mestre ficou sabendo disso, comentou: “Duas vezes é
suficiente”. 21. O Mestre disse: “Ning Wu Tzu era inteligente enquanto o
Caminho prevalecia no reino, mas foi estúpido quando não prevaleceu. Outros
podem igualar sua inteligência, mas não podem igualar sua estupidez”. 22.
Quando estava em Ch’en, o Mestre disse: “Vamos para casa. Vamos para casa. Em
casa, nossos jovens rapazes são furiosamente ambiciosos e têm grandes talentos,
mas não sabem usá-los”. 23. O Mestre disse: “Po Yi e Shu Ch’i nunca lembravam
de velhas rixas. Por essa razão, muito raramente provocavam ressentimentos”.
24. O Mestre disse: “Quem disse que Wei-sheng era correto? Uma vez, quando um
pedinte lhe mendigou vinagre, ele foi e pediu-o para um vizinho”. 25. O Mestre
disse: “Palavras ardilosas, rosto adulador e absoluta subserviência: essas
coisas Tso-ch’iu considerava vergonhosas. Eu também as considero vergonhosas.
Ser amigável com alguém enquanto escondemos nossa hostilidade: também isso
Tso-ch’iu considerava vergonhoso. Eu também considero vergonhoso”. 26. Yen Yüan
e Chi-lu estavam presentes. O Mestre disse: “Sugiro que cada um de vocês me
conte os seus desejos mais fortes”. Tzu-lu disse: “Eu desejaria partilhar minha
carruagem e cavalos, roupas e peles com meus amigos sem me arrepender, mesmo
que eles ficassem gastos”. Yen Yüan disse: “Eu desejaria nunca me vangloriar da
minha própria bondade e nunca impor tarefas pesadas aos outros”. Tzu-lu disse:
“Eu gostaria de ouvir quais os seus desejos secretos, Mestre”. O Mestre disse:
“Trazer paz aos velhos, ter confiança nos meus amigos e dar afeto aos jovens”.
27. O Mestre disse: “Acho que devo abandonar as esperanças. Ainda estou para
conhecer o homem que, ao ver os próprios erros, seja capaz de se criticar
internamente”. 28. O Mestre disse: “Em um vilarejo de dez casas, sempre haverá
aqueles que são meus iguais quanto a fazer o melhor que podem pelos outros e
quanto a ser fiéis às próprias palavras, mas dificilmente terão tanta vontade
de aprender quanto eu tenho”. www.https//rt.br.
Abraço. Davi
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