domingo, 25 de maio de 2014

A Lei da Reencarnação.

(C.017) Já pensou por que você foi  nascer no Brasil? Por que constituiu a família que você tem hoje?  Em São João 9: 1-3 lemos "E passando Jesus viu um cego de nascença. E os seus discípulos lhe perguntaram, dizendo: Rabi, quem pecou, este eu seus pais para que nascesse cego? Jesus respondeu: nem ele pecou nem seus pais, mas foi assim para que se manifestem nele as obras de Deus". Esse texto é para introduzirmos alguns pressupostos da reencarnação pois a primeira parte dele traz um indicação de que o homem nasceu cego devido a uma anterior situação que não fora resolvida em sua encarnação passada. Se pensarmos logicamente perceberemos que não há injustiça em Deus, sendo ele justo por que a cegueira do homem? não tem sentido imaginar que foi para que ele não visse o quanto o mundo é injusto e muitas pessoas são egoístas havendo mais sofrimento que conforto. É razoável que exista coerência no sofrimento pois do contrário perde-se o significado da vida e o por que estamos vivendo nesse mundo. Sem respostas racionais ficamos presos aos conceitos dogmáticos do céus e infernos eterno pouco para certezas quanto ao sentido da vida. Não vejo razão para duvidar da existência de Deus pois o mundo não existe por acaso e indubitavelmente uma inteligência superior anterior a tudo fez surgir controlando e mantendo esse processo evolutivo cósmico. Quando observamos particularmente as pessoas reconhecemos que para algumas as coisas são mais fáceis  e para outras são difíceis sendo isso uma evidencia de que há um destino (determinismo) expresso por leis de fatos e causas onde os primeiros resultam no segundo e nas mesmas condições a recíproca é verdadeira. Mas também o livre arbítrio é um ingrediente importante nesse sistema de desenvolvimento da vida e essa premissa  foi postulada  por Charles Darwin (1809-1882) "A evolução é o plano que particulariza a vida". Orígenes (182-254) de Alexandria considerado um dos Pais da Igreja defendeu em suas apologias a ideia da reencarnação. Ele se reunia com uma comunidade de cristãos primitivos tendo uma vida casta e piedosa sendo rigoroso na observância dos preceitos de santidade e pureza. Sua erudição e inteligência acima do normal o levou a escrever uma gigantesca obra que segundo fonte fidedignas incluíam mais de 3 mil volumes de próprio punho. Trocou correspondências com Clemente de Alexandria (150-215), Hipólito de Roma (199-217) e Irineu de Lyon (130-202) falando sobre o tema da transmigração das almas sendo que algumas dessas cartas estão guardadas em alguns museus da Europa. Essas cartas são um capítulo a parte que envolvem a política dos interesses pessoal e eclesiásticos da Igreja manipulados para impedir o ensino sobre a reencarnação pois segundo consta os originais que falam sobre esse assunto foram alterados por um certo padre chamado Rufino de Aquiléia (344-410) sendo esse fato determinante no Concílio de Constantinopla II como uma suposta contraprova da autenticidade dos escritos de Orígenes sobre esse tema. A doutrina da reencarnação foi adotada como dogma pela Igreja até o século VI quando no referido Concílio em 553 a questão deveria ser revisada dando-se um parecer favorável ou desfavorável terminativo. O Imperador Romano do Oriente  na época era Justiniano I (482-565) que indiretamente era o chefe oficial da Igreja Cristã Bizantina. O Papa Silvério I (480-557) por simpatizar com a doutrina da reencarnação e não queremos assinar o edito para que ela fosse retirada da ortodoxia clerical foi destituído do cargo e condenado por traição morreu no exílio (deixado sem pão e nem água) por inanição. Justiniano I para referendar o Concílio de Constantinopla II (553) nomeou o Papa Virgílio (537-555) que desobedecendo a ordem do Imperador não compareceu a sessão do Concílio que decidiria o veto contra a doutrina da reencarnação. Assim o Papa Virgílio foi também deposto acusado de perjuro foi exilado por 8 anos e de regresso à Roma morre ante de chegar a cidade. Assim O Colégio de Cardeais sem seu representante máximo decidiram a revelia excluir dos dogmas oficiais da Igreja a doutrina da reencarnação em 5 de maio de 553. Esse é mais um triste capítulo da história do cristianismo que sob ameaças, intrigas e mortes aprovaram uma lei que convinha aos interesses pessoais de alguns Cardeais e do soberano que representava o Império Romano naqueles dias. São Mateus 5: 18 "Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, nem um jota ou um til jamais passará da lei, sem que tudo seja cumprido". O ensino da reencarnação que tem pressupostos bíblicos foi desde então (553) retirado da ortodoxia oficial da Igreja Cristã. Da gigantesca obra de Orígenes infelizmente apenas 3 volumes resistiram as chamas que destruíram a famosa Biblioteca de Alexandria em (415) pulverizando o acervo inestimável de milhares de pergaminhos e papiros que compreendiam a sabedoria humana e divina disponível  para todos os interessados e iniciados nos mistérios menores e nos mistérios maiores da ciência oculta. Os 3 volumes escritos por Orígenes disponível em português são: Sobre os Princípios, Exacta e Contra Celsius onde ele sustentava a doutrina da reencarnação, da pré existência da alma, da transmigração da alma e da apocatástase (a redenção e salvação de todos os seres inclusive os que estavam no inferno). Orígenes pensava  não haver um inferno eterno, mas sim um lugar de disciplina temporária e após esse estágio todos continuariam evoluindo para encontrarem o Logos Eterno. São Lucas 15: 20-22 "E levantando-se foi para seu pai, e quando ainda estava longe viu o pai, e se moveu de íntima compaixão e correndo, lançou-se-lhe ao pescoço e o beijou. E o filho lhe disse: pai pequei contra o céu e perante ti, e já não sou digno de ser chamado seu filho". Em uma vida não temos como pagar todo o nosso carma é necessário outras vidas para que o ajuste e reparação possam acontecer e continuemos nosso processo evolutivo dentro das fases que distinguem nossos corpos sutis. O inferno eterno era relativizado por Orígenes em seus escrito quando ele usa a referência de Isaías 50: 11 "Eis que todos vós que acendeis fogo e vos cingis com faíscas, andai entre as labaredas dos vossos fogos, e entre as faíscas que acendestes. Isso vos ocorrerá pela minha mão e em tormentos morareis". Orígenes era flexível quanto a interpretações de textos bíblicos onde se percebiam um juízo sumário e executório preferindo uma alegoria representativa para fugir do dogmatismo. A interpretação neo platônica da reencarnação foi ensinada pelos Pais da Igrejas. São Mateus 11: 11 "Em verdade em verdade vos digo que dentre os que de mulher têm nascidos, não apareceu alguém maior do que João Batista, mas aquele que é o menor no reino dos céus é maior do que ele". A reencarnação tem a premissa de voltar à vida para reparar o carma continuando  o processo evolutivo sendo um aspecto de aprendizado para não incorrer nos mesmos erros em renascimentos posteriores. Esses estágios não estão restritos aos humanos, mas alcançam todos os reinos orgânicos evidenciados nos minerais, vegetais e animais.dentro de suas restritas constituições de matérias e formas conscientemente primitivas e mais adiantadas. Podemos inferir um silogismo: A reencarnação e a lei da ação é reação produzem a evolução que tem como resultado o homem perfeito para ascender no Logos Eterno. São Mateus 5: 48 "Sede vós perfeitos, como é perfeito o vosso pai que está nos céus". Orígenes foi discípulo de Amônio Saccas (175-242) um mestre místico que viveu em Alexandria na primeira  metade do século III e na época era corrente dizer-se que "Amônio o que aprendeu com Deus". Outro mestre que influenciou Orígenes  foi Plotino (204-270) que dizia: "O Único (O Deus Supremo) é exaltado acima do Nous e das ideias. Ele está absolutamente acima da existência escapando a razão. Permanecendo sempre em repouso. Ele faz jorrar de Sua própria plenitude como um raio uma imagem de Si mesmo, chamada Nous e que forma o conjunto das ideias do mundo inteligível". Orígenes teve um fim como de todos os mártires por suas ideias iluminadas que se opunham ao dogmatismo vigente da Igreja cristã foi torturado e morto no ano de 254. O conceito de Teosofia ou Sabedoria Arcana foi pensado inicialmente  em Alexandria no século III pelos dois mestres de Orígenes que citamos acima. Romanos 8: 28 "E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem aqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito". Beijo. Davi.

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