domingo, 11 de maio de 2014

A lei do carma.

(C.016) A lei do carma é um dos pilares do pensamento teosófico. Esse assunto é complementar a reencarnação, sendo importante para entendermos o processo evolutivo humano. É entendido que as doenças psicossomáticos são manifestações físicas relacionadas diretamente com as emoções e sensações. Quando estudamos a astrologia percebemos a influência que os astros celestes exercem em nosso comportamento físico e emocional. Um planeta quase na periferia da via láctea chamado Plutão por estar distante em relação a terra e ter pouca luminosidade sem perspectiva de vida orgânica, atrai negativamente com suas vibrações de ondas eletromagnéticas nosso psiquismo. Assim devido a essa interação de movimentos cósmicos doenças como gastrite, ulcera, estomatite e muitas outras acabam por tornarem-se um câncer. Nossos maus hábitos alimentares misturado com o sedentarismo que cultivamos teimosamente tem peso decisivo nessa situação que extrapolamos para um estado quase terminal. O astro maior de nossa galáxia o sol é no estudo da astrologia o positivismo que nos energiza e vitaliza, fazendo a vida orgânica evoluir em seu sentido pleno. Não se conhece câncer no coração a não ser num estado de metástase celular e nas enciclopédias médicas especializadas. O sol é uma representação do coração humano dentro da linguagem onde nos concebemos como um microcosmo introduzidos num macrocosmo. É urgentemente necessário procurarmos cultivar hábitos alimentares saudável e praticarmos exercícios físicos, mesmo que minimamente, mas frequentemente. A lei do carma é entendida a partir do quaternário inferior em suas partes que são: o corpo físico, o corpo mental e o corpo astral ou emocional. Esses três aspectos constituem nossa personalidade, a chamada casca que um dia se desintegrará. Aqui temos a ideia de integração de mundos visíveis e invisíveis. O que somos hoje é o resultado do que estamos pensando, falando e praticando. Como mencionamos no início de nosso comentário, o corpo emocional recebe influências internas e externas. Ele é ativado por sensações e percepções dos nossos sentidos físicos e sensoriais, vejamos alguns exemplos: situações de desgosto, ansiedades, momentos agradáveis e desagradáveis, lembranças boas e ruins. As vezes uma música nos remeter a uma situação que vivemos no passado. Ao ouvir um "nome" particular alguns de nós ficamos assustados ou eufóricos. Esses estados emocionais ativam energias positivas ou negativas para o corpo mental que como resultado produzirá reações prazerosas ou perturbadoras no corpo físico. As perturbações se não tratadas adequadamente  resultarão em doenças e patologias. Dependendo do impacto psíquico os entraves emocionais podem levar tempo para se manifestarem, mas nem sempre isso é uma regra pois cada organismo reage diferentemente. A lei do carma ou da retribuição está baseada na seguinte premissa lógica: para toda causa há um efeito e para toda ação há uma reação. Gálatas 6: 7 "Pois o que o homem semear isso também colherá". Como ponderei no início o carma e a reencarnação são irmãs gêmeas, pois um é consequência do outro. Um dos pais da igreja primitiva Orígenes (185-254) de Alexandria pensava desse modo quando em suas apologias citava João 9: 2 "E os seus discípulos lhe perguntaram dizendo: Rabi quem pecou este ou seus pais para que nascesse cego? Aqui percebemos um argumento forte em relação a reencarnação, possivelmente este cego vivenciava seu carma que não fora retificado em sua vida passada. Outro texto que Orígenes usava como pertinente a reencarnação esta em Mateus 11: 13, 14 "Porque todos os profetas e a lei profetizaram até João. E se quereis dar crédito, é este o Elias que havia de vir". Ele entendia que João Batista era uma reencarnação do profeta Elias. Orígenes estudou com São Clemente (150-215) de Alexandria um místico conhecedor das tradições espirituais dos Egípcios, Caldeus, Babilônios e Hindus e ambos  praticavam um cristianismo esotérico, onde os irmãos iniciados investigavam os mistérios menores e conheciam muito dos mistérios maiores do cristianismo primitivo. O ensino do carma e da reencarnação postulam que o corpo é um instrumento de transição para a expiação da alma humana. A matéria física conhecido como o corpo é onde o carma se solidifica, havendo no plano físico um aumento da dimensão temporal. Assim o mental e o emocional vão diminuindo e podemos considerar que tudo o que existe no plano físico tem seu correspondente (guardando-se as devidas proporções) nos outros planos. A doutrina mística do islã Suffi fala do "desenrolar o tapete". Uma alusão ao carma em movimento onde nosso destino  vai aparecendo. Os orientalista compreendem  a lei do carma como sendo a base da justiça divina onde a existência de Deus pressupõe sua justiça. Isso é o que os antigos gregos conheciam como Teodiceia, os atributos e a justiça divina eram inquestionáveis. Se Deus é amor como alguns indivíduos morrem na miséria e outros na fartura? O processo carmico pode ser acelerado ou retardado. Nessa situação um elemento é acrescentado para agir nesse processo que é o livre arbítrio, sendo o agente condutor da passividade ou dinamismo carmico. Na tradição mística da cabala (zohar) há um outro elemento  que é a possibilidade da retificação ou reparação carmica. Pagaríamos a divida antecipadamente e assim não haveria aquela cobrança ou correção. Tudo o que fazemos um dia iremos prestar contas. Romanos 2: 5, 6 "Manifestação do juízo de Deus. O qual recompensará a cada um segundo as suas obras". Novamente a tradição esotérica do Islã Suffi diz "o mundo é perfeito para atingir os seus fins e, a unidade de Deus se fragmentou". João 14: 20 "Naquele dia conhecereis que eu estou em meu Pai, e vós em mim, e eu em vós". A união do espírito com a matéria faz surgir a evolução. Outra premissa lógica é: reencarnação mais carma mais evolução é igual ao Mahatma ou Mestre. Este se tornará o homem perfeito. Aquilo que o Mestre disse em Mateus 5: 48 "Sede vós pois perfeitos, como é perfeito o vosso Pai que está nos céus". Cada um é seu próprio legislador. Somos donos de (carma) nosso destinos. Nossos pensamentos e intenções podem influenciar (livre arbítrio) até mudar nosso destino. Há quatro tipos de carmas: maduro, acumulado, em formação e o coletivo. O carma coletivo ou familiar tem o poder te nos atrair para suas consequências, mas nosso carma individual nos protege  dos danos e cobranças do carma passado. Existe também o carma nacional e um bom exemplo é a escravidão negra no Brasil Colônia e Império. Muitas das maldades que praticamos contra os negros e as antigas populações indígenas ainda nos rendem pesados impostos (pobreza, fome, miséria, desigualdade, imoralidade e injustiça social) e só Deus sabe o montante dessa dívida e quando ela será quitada. Leiam o poema de Castro Alves (1848-1871) chamado O Navio Negreiro e vejam a crueldade e a perversidade praticada contra os negros trazidos da África por navios Portugueses e Espanhóis, levados para serem vendidos como escravos (eram considerados como mercadorias) em suas respectivas colônias. Graças a Deus temos a Providencia Divina que nos protege das consequências desses carmas coletivos, pois nossos pouco méritos, beatitudes e fraternidade para com o próximo funcionam como anteparo contra essas descargas cósmicas negativas. Orígenes disse: "A imagem nos foi dada a semelhança deve ser conquistada". Aristóteles fala "a potencia deve tornar-se em ato". A lei do carma é como um pedra jogada em um lago que produz  perturbações de ondas concêntricas. Outro exemplo dessa lei é quando arremessamos um bumerangue a uma certa distância, fatalmente ele retorna para a nossa direção. Falaremos desse assunto posteriormente. Com amizade. Davi.     

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