Teosofia. Livro Introdução a Teosofia. Por Charles W. Leadbeater (1854-1934). A DEIDADE. Quando declaramos a existência de Deus como o primeiro e o maior dos nossos princípios, torna-se necessário para nós definirmos o sentido no qual empregamos essa palavra desgastada e ainda assim poderosa. Nós tentamos redimi-la dos estreitos limites que são impostos pela ignorância dos homens não desenvolvidos, restaurando-a ao seu esplêndido conceito. Embora tão infinitamente aquém da realidade que lhe emprestam os fundadores das religiões. E nós distinguimos entre Deus com existência infinita, e a manifestação dessa suprema existência como um Deus revelado, evoluindo e guiando um universo. Somente a essa manifestação limitada deve o termo “Deus pessoal” ser aplicado. Em si mesmo, Deus está além dos limites da personalidade. Está em “tudo e através de tudo”. De fato, é tudo, e do infinito, do Absoluto, do Todo, podemos apenas dizer que “Ele é”. Para todos os propósitos e práticas, não precisamos ir além daquela sua manifestação maravilhosa e gloriosa. Que é um pouco mais compreensível do que o Absoluto, que está totalmente além da nossa compreensão. A grande força diretora ou Deidade de todo o nosso sistema solar a quem os filósofos têm chamado de Logos. Dele é verdadeiro tudo que já ouvimos afirmar de Deus, tudo que é bom, não as concepções blasfemas que lhe são as vezes imputadas, atribuindo-lhe vícios humanos. Mas tudo que já foi dito do amor, da sabedoria, do poder, da paciência, da compaixão, da onisciência, da onipresença. Tudo isso, e muito mais, é verdadeiro a respeito do Logos do nosso sistema. Verdadeiramente “nele vivemos, nos movemos e temos nosso ser”, Atos 17,28-29, não como uma expressão poética. Mas por mais estranho que possa parecer, como um fato científico definido. Assim, quando falamos da Deidade, nosso primeiro pensamento é naturalmente do Logos. Nós não temos uma vaga esperança de que Ele possa ser. Nem mesmo acreditamos como questão de fé que Ele seja. Nós simplesmente o sabemos, como conhecemos que o Sol brilha. Pois, para o investigador clarividente desenvolvido e treinado, essa poderosa existência é uma certeza definitiva. Não que qualquer simples desenvolvimento humano possa nos habilitar a vê-lo diretamente. Mas aquela inconfundível evidência de sua ação e de seu propósito nos envolve de todos os lados. À medida que estudamos a vida do mundo invisível, que é na realidade somente a parte mais elevada deste. Aqui encontramos a explicação de um dogma que é comum a maioria de todas as religiões, o dogma da Trindade. Por mais incompreensível que muitas das afirmações feitas sobre esse assunto em nossos credos possam parecer ao leitor. Tornam-se significativas e luminosas quando a verdade é revelada. Por exemplo, quando Ele aparece para nós em sua obra, o Logos Solar é indubitavelmente triplo. Três e ainda assim um, como as religiões nos têm dito há tanto tempo. Tanto da explanação desse aparente mistério, quanto o intelecto humano possa captar será encontrado nos livros que logo serão mencionados. Ele está dentro de nós assim como fora de nós. Em outras palavras, o homem em si mesmo é essencialmente divino. Essa é outra grande verdade que é uma certeza para o estudante do lado mais elevado da vida. Embora aqueles que estão cegos a tudo, exceto ao mundo menos elevado e mais exterior, possam ainda discutir a respeito. Da constituição da alma do homem e seus vários veículos falaremos sob a égide da segunda das verdades, basta, por enquanto, notar que a divindade inerente é um fato. Que nela reside a certeza do retorno último de todo ser humano no nível divino. O Esquema Divino. Talvez nenhum de nossos postulados apresente mais dificuldade à mente mediana que o primeiro corolário para essa primeira grande verdade. Olhando ao nosso redor, na vida do dia a dia, vemos tanto de tempestade e de estresse, de mágoa e de sofrimento, que o mal parece ter triunfado sobre o bem. É quase impossível supor que toda essa aparente confusão é, na realidade, parte de um progresso ordenado. Todavia, essa é a verdade, podendo ser vista como tal logo que escapemos da nuvem de poeira levantada peal contenda nesse mundo exterior. Olhemos para tudo isso a partir da posição vantajosa do conhecimento mais completo é da paz interior. Dessa forma, o real movimento da complexa maquinaria torna-se aparente. Então se vê que o que parecia ser a contracorrente do mal prevalecendo contra a corrente do progresso é meramente uma minúscula onde para a qual, pode-se desviar um pouco d’água. Ou um pequeno redemoinho na superfície, no qual parte da água parece momentaneamente estar retrocedendo. Mas o tempo todo o rio poderoso está fluindo firmemente em seu curso determinado, levando com ele os remoinhos superficiais. De modo semelhante, a grande corrente da evolução está se movendo uniformemente em seu curso, e o que nos parece uma terrível tempestade é o mero encrespar de sua superfície. Em verdade, como nos diz a nossa terceira grande verdade, a justiça absoluta é oferecida a todos. Assim, qualquer que seja a circunstância em que um homem se encontre, ele sabe que somente ele e nenhum outro a criou Mas também pode saber muito mais que isso. Ele pode ter a certeza de que, sob a ação da lei de evolução, as coisas são arranjadas de tal modo a propiciar-lhe a melhor oportunidade possível para o desenvolvimento. Em seu interior, daquelas qualidades de que mais necessita. As suas circunstâncias não são de modo algum necessariamente aquelas que ele teria escolhido para si mesmo. Porém são exatamente as que ele merece. Sujeitando apenas a essa consideração quanto às coisas que merece, que frequentemente impõem sérias limitações, são elas as que melhor se adaptam ao seu progresso. Elas podem trazer toda sorte de dificuldades, mas estas são oferecidas apenas para que ele possa aprender a superá-las e desenvolver dentro de si mesmo coragem, determinação, paciência, perseverança. Ou qualquer outra qualidade que possa não possuir. Os homens sempre falam como se as forças da natureza estivessem conspirando contra eles. Mas seria muito bom se pudessem compreender que, na realidade, tudo a respeito deles está cuidadosamente calculado para assisti-los no seu caminho ascendente. Já que existe um esquema divino, sendo dever do homem tentar compreendê-lo, é uma proposição que certamente não precisa de argumento. Mesmo que fosse apenas por motivos de interesse próprio, aqueles que têm de viver sob um certo conjunto de condições fariam bem em familiarizar-se com elas. Quando o objetivo do homem na vida é tornar-se altruísta. Faz-se ainda mais necessário para ele compreender, para poder ajudar mais efetivamente. Sem sombra de dúvida, faz parte desse plano de evolução que ele próprio deva cooperar diligentemente com o plano, logo que tenha desenvolvido inteligência suficiente para assimilá-lo e bons sentimentos suficientes para desejar ajudar. Todavia, de fato, esse esquema divino é maravilhoso e tão bel que, quando um homem o vê, anda mais lhe é possível senão lançar toda sua energia no esforço de tornar-se um trabalhador do esquema. Não importa quão humilde possa ser a parte que tenha de sustentar. Para informações mais completas sobre os assuntos deste capítulo, sugiro a leitura dos seguintes livros: Cristianismo Esotérico e A Sabedoria Antiga, ambos de Annie Besant (1847-1933). O Credo Cristão e a Gnose Cristã, de minha autoria. Muita luz é ainda lançada sobre esses conceitos a partir do ponto de vista grego em Orpheus, de G. R. S. Mead (1863-1933). Do ponto de vista gnóstico-cristão no seu Fragments of a Faith Forgottem. “Eu sei, à medida que minha vida envelhece. E que meus olhos adquirem uma visão mais clara. Que sob cada posição errada em algum lugar. Jaz a raiz da justiça. Que cada infortúnio tem o seu propósito. Pelo arrependimento do que não pode ser adivinhado. Que, tão certo quanto o Sol traz o amanhã. O que quer que seja, é melhor. Eu sei que cada ação pecaminosa. Tão certo quanto a noite traz a sombra. É em algum lugar, algum tempo, punida. Embora a hora possa muito demorar. Eu sei que a alma é auxiliada. Às vezes pelo desassossego do coração. E crescer significa muitas vezes sofrer. Mas o que quer que seja, é o melhor. Eu sei que não há erros. No grande plano eterno. E que todas as coisas se combinam. Para o bem final do homem. Eu sei que quando minha alma acelerar para adiante. Em sua grande e eterna ventura. Eu direi, enquanto olho de volta para a Terra. O que quer que seja é o melhor. Anon. Abraço. Davi
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