www1.folha.uol.com.br. JUDEUS E ÁRABES SÃO FILHOS DE ABRAÃO. "Judeus
e árabes são realmente filhos de Abraão e preservaram suas raízes genéticas do
Oriente Médio por mais de 4.000 anos." A
afirmação de Harry Ostrer, diretor do Programa de Genética da Universidade de
Nova York, traz um cessar-fogo à difícil convivência entre religiosos e
cientistas. Em geral, a versão científica se choca com as teses bíblicas.
"Cientistas não acreditam em milagres.
Nesse caso, ficamos contentes de comprovar uma "verdade"
bíblica", disse Ostrer à Folha, por telefone. Abraão (pai de muitos povos, em hebraico) é uma das
figuras mais importantes do judaísmo, do cristianismo e do islamismo, religiões
monoteístas também conhecidas como abraâmicas. Descende de Noé e de seu filho Sem daí vem o termo semita, cunhado pelo
historiador alemão August Ludwig Schloezer, em 1871. A mulher de Abraão, Sara, era estéril. Assim, ele teve
um filho com sua escrava Hagar, denominado Ismael considerado por muitos o
antepassado dos árabes. Abraão
circuncidou a si e a Ismael. Por isso, homens judeus e muçulmanos até hoje se
circuncidam. Quando Ismael tinha 13 anos, Abraão foi informado de que Sara
teria um filho. Isaac nasceu de uma mãe
quase centenária e até então estéril. Segundo a tradição, uma intervenção
divina permitiu o nascimento de Isaac, que mais tarde seria pai de Jacó (também
chamado de Israel). Um dos episódios mais
conhecidos da vida de Abraão, o sacrifício de seu filho, é fruto de divergência
entre judeus e muçulmanos. Para os primeiros, Abraão ofereceu Isaac a Deus, que
o poupou após testar a submissão de Abraão. Já para os muçulmanos, o escolhido
para o sacrifício foi Ismael. Os textos
religiosos desempenharam papel fundamental na preservação do árabe e do
hebraico, ambos idiomas semíticos, com raízes predominantemente trilíteras
(três letras) e semelhanças lexicais (dia, por exemplo, diz-se
"iaum", em árabe, e "iom", em hebraico).
Editor do Mosaico. GUERRA ISRAEL E HAMAS.
Considero fundamental enfatizar esta verdade de que árabes e hebreus –
israelitas são irmãos de sangue, descendentes do mesmo pai Abraão como
comprovado acima. Então, essa guerra entre os irmãos, é de partir meu coração
como cristãos, que tem no amor ao próximo o fundamento da transcendência. As
três religiões monoteístas – islamismo, judaísmo e cristianismo – comungam do
mesmo Pai Celeste – Allah, Yahweh e Deus. Os livros sagrados – Alcorão, Torá e
Bíblia perpassam as três espiritualidades em muitos aspectos. Islamismo e
judaísmo não são religiões proselitistas como no cristianismo. Nelas o divino é
encontrado na experiencia pessoal dos fiéis. Discordo daqueles que assumem lado
nessa disputa que acontece hoje. Todavia, os fatos históricos ocorridos, podem
nortear nosso caminho. Exemplo temos o movimento sionista, final do século XIX,
onde os dois lados israelenses e palestinos reivindicavam espaço de soberania.
Até o século III, judeus e muçulmanos viviam na região da Palestina as vezes em
harmonia e outras em desarmonia. O império romano, a época, expulsou os judeus
dando início a diáspora – dispersão dos judeus pelo mundo, ano 70 d.C.
Estiveram por quase dois mil anos espalhados pelo mundo, sem uma pátria
nacional. Os movimentos nacionalistas palestinos começaram a surgir em 1936.
Yasser Arafat (1929-2004) pode ser considerado um herói na resistência,
diplomacia e coragem para instaurar um Estado Palestino na região. Yitzhak
Rabin (1922-1995), primeiro-ministro de Israel, contribui enormemente no
processo de Paz entre os dois irmãos – judeus e muçulmanos, mediando as
conversações na época. Após a Segunda Guerra (1939-1945), uma resolução da ONU,
1947, sugeriu criar dois estados na região da Palestina – um dos judeus e outro
dos árabes. O estado de Israel foi criado em 14/05/1948, já do lado árabe para
ocupar a Cisjordânia e Faixa de Gaza a situação não foi oficialmente decidida
pelo Organismo Internacional. A questão principal para a Paz permanente passa
por esta fundamental decisão. Um Estado Palestino livre com autonomia própria.
A guerra entre Israel e o Hamas teve início em 7 de outubro de 2023 onde o
grupo terrorista lançou, dá Faixa de Gaza, mais de dois mil foguetes no
território israelense. Morreram mais de mil e quatrocentas pessoas neste
ataque, além de que seus combatentes sequestrarem cerca de duzentos e quarenta
cidadãos israelenses, dentre esses, estrangeiros. Nos solidarizamos com as
vidas e familiares desses que ainda estão no poder dos terroristas, e esperando
que sejam libertos o mais breve possível. As negociações entre ambos já
libertarem muitos, porém mais de cem cidadãos e de outras nacionalidades ainda
permanecem reféns do grupo. Israel contra-atacou bombardeando por várias vezes
a região onde estava os terroristas. A cidade de Gaza está hoje completamente
em ruinas, prédios, casas, lojas, supermercados e até hospitais, alguns, foram
destruídos. Como os bombardeios são intensos mais de vinte e cinco mil civis
palestinos já morreram. E desses, 60% são
mulheres e crianças, que não tendo o que comer padecem de fome. Um horror e
aberração extremas. A população civil não pode ser alvo da guerra. Apenas e
unicamente os terroristas do Hamas. O Catar, país árabe, além do Egito e
representantes do ONU, tenta intermediar a libertação dos reféns palestinos e
israelense e um cessar fogo junto aos dois lados. Como não há tréguas, a ajuda
humanitária indispensável nesta hora é impedida de chegar aos palestinos. Algo
inexplicável e incompreensível. Fala-se que o Hamas tinha trinta mil combatentes e
segundo Israel quinze mil foram mortos até agora. Todavia, o sofrimento do povo
palestino, civis que não tem nada a ver com esta guerra, é inigualável. Dos
dois milhões da população que havia antes da guerra, um milhão e quinhentos mil
foram forçados a sair da região, indo para o sul de Gaza, em Hafah, fronteira
com o Egito. Lá estão vivendo em acampamento de refugidos na extrema pobreza e
precariedade. Milhares de crianças desnutridas e famintas confinadas a beira da
morte. O Comite Internacional da Cruz Vermelha faz o indispensável trabalho de
transferência de prisioneiros mascarados do Hamas e Israel. A ONU tem atuado na
conciliação, mas sem resultado prático até o momento. O atual primeiro-ministro
israelense Benjamin Netanyahu dirige com mão de ferro esta guerra. Sua posição
com tendencias extremista, supremacista e ultraconservadoras dificulta o
diálogo com o grupo terrorista. Antes da guerra enfrentou movimentos em prol da
liberdade de expressão em seu país. Já que queria diminuir o poder da Suprema
Corte de Justiça israelense. A guerra chegou e ele continua implacável em suas
atitudes no comando da nação. Os terroristas do Hamas infiltrados em tuneis
pela cidade de Gaza, a maioria mortos pelo exército de Israel. Todavia os
excessos têm ocorrido como ataques a hospitais, população civil vulneráveis
incluindo crianças, velhos, doentes. Dificuldade em ajuda humanitária. O
exagero na guerra recebe crítica até dos Estados Unidos, principal aliado de
Israel. Incidente onde pessoas morreram após correrem atrás de caminhões com
alimentos horrorizaram o mundo. Disparos dados por soldados israelenses na
multidão foram confirmados. Confinamento de civil em situação de extrema
pobreza. Situações aterradoras e vergonhosa para o governo Netanyahu que recebe
críticas de organismos internacionais e inúmeros países tais a dureza, excesso
de força – comparados a crimes de guerra – na qual conduz o conflito contra o
Hamas. Concluo com palavras de esperança ao povo palestino. Lembro que Israel passou
horrores na Segunda Guerra Mundial (1939-1945) como é historicamente comprovado
e dois anos depois tornou-se uma nação prospera com território definido. Esse
sofrimento e aflição que os palestinos enfrentam nesse momento. Tem por
objetivo, num curto espaço de tempo transformar-se em grande alegria. Gozo, paz
e prosperidade que se efetivará. A certeza de que, como seus irmãos hebreus, os
palestinos receberão sua porção de terra. Legitimamente referendada pela ONU em
resolução votada na Assembleia Geral, tendo maioria absoluta de votos dos
países representados. Regulamentado e definido seus limites de extensão nessa
mesma região onde seus ancestrais há mais de dois milênios continuam vivendo.
Chegou o momento dos principais grupos muçulmanos Xiitas, Sunitas e Persas se
unirem para reconstruir a Nova Palestina. Ricos e pobres e todo mundo árabes
com um mesmo propósito e determinação. Fazer da Nova Palestina um elo de união
entre os povos muçulmanos para o bem da humanidade. Que Allah abençoe o povo
Palestino e Yahwe o povo de Israel. Abraços. Davi
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