Religião Afro-brasileira.
Umbanda. Por Rubens Saraceni (1951-2015). UMA PALAVRA DE AMOR. Todos ficam
curiosos a respeito da Umbanda, e muitos se lançam em pesquisas cuja finalidade
é alcançar suas origens. Entendemos que a Umbanda, enquanto religião, é nova e
é brasileira. Está fundamentada nos Orixás africanos trazidos pelos nossos
irmãos negros, assim como nos rituais aqui praticados pelos pajés indígenas. É
certo que a comunicação com o mundo espiritual não surgiu com a Umbanda, pois
em civilizações antiquíssimas já acontecia. Mas da forma como acontece nos
centros de umbanda, onde linhas hierarquizadas desde o alto até o embaixo se
manifestam, bem, si só mesmo a Umbanda faculta tais manifestações. Se as
práticas de Umbanda não são novas, no entanto, nova é a forma como elas
acontecem dentro dos centros. Mas, se assim acontecem, isso se deve à forma
como a Umbanda foi idealizada para auxiliar a evolução espiritual de milhões de
seres humanos. O astral superior idealizou toda uma religião de massa que pudesse
acolher os milhões de espíritos, os quais reencarnariam em solo brasileiro já
no início do século XX, e que antes haviam encarnado neste mesmo solo como
indígenas, adoradores das forças da natureza, ou em solo africano, onde
adoravam os Orixás. Tentar dar a Umbanda uma origem muito diferente desta é
faltar com o bom senso, pois ela surgiu timidamente como a linha das Umbandas
que baixava em barracões de Candomblé, desde meados do século XIX. E que no
início do século XX já era tão poderosa que se havia espalhado por muitos
rincões do Brasil. Mas tudo foi coordenado pelo astral superior Ordenado pelos
Orixás e fundamentado em experiências religiosas anteriores, todas tidas como
muito positivas para acelerar a evolução dos espíritos humanos. A palavra “Umbanda”
deriva de “m”banda”, que em kibundo significa sacerdote ou curador. Isso é
Umbanda, onde manifestam, assim como todos os nossos amados guias espirituais.
Umbanda é a religião, m’banda é o sacerdote. Umbanda é caridade, m’banda é o
curador. Umbanda é o meio, m’banda é o médium. Umbanda é evolução, m’banda é o
ser evoluindo. Por isso, quando nos perguntam qual é a origem da Umbanda,
simplesmente respondemos isto: a origem da Umbanda está nos Sagrados Orixás
que, por amor a humanidade, manifestam-se em locais humildes, desprovidos da
pompa e do luxo, pois assim falam mais intimamente com seus amados filhos de
Umbanda. Muitos já escreveram a respeito do Ritual de Umbanda Sagrada e muito
ainda está para ser escrito. Afinal, a Umbanda é uma religião nova e até agora
não foi feita sua codificação maior. O máximo que se tem até o momento é uma
tentativa de explicá-la a partir da herança religiosa africana, que nos legaram
os nossos irmãos negros trazidos de além-mar durante o período escravagista.
Povos com culturas diferentes e divindades semelhantes se amalgamaram e daí
surgiram panteões confusos ou mal explicados, então os mesmos Orixás atendiam
por nomes diferentes devido as diferentes línguas faladas pelos escravos. Com o
tempo, alguns desses nomes foram caindo no esquecimento e dando lugar a outros,
porém com as mesmas qualidades, atributos e atribuições. Tudo isso contribuiu
para que surgisse uma infinidade de Orixás, formando grupos mais ou menos afins
entre si. Vários são regidos pelo fogo, outros pela terra, pela água, pelo ar,
pelo vegetal, pelo mineral, pelo cristal e pelo tempo. Com o tempo, os próprios
Orixás ancestrais estimularam o surgimento de uma linha aberta de trabalhos
espirituais na qual espíritos, que se identificavam como caboclos, pretos-velhos,
crianças e exus, deram início a linha de Umbanda. Essa linha começou a se
destacar nos barracões de Candomblé e foi adquirindo feições próprias,
sobrepondo-se junto aos frequentadores, que encontravam nas consultas com os
“guias” espirituais as respostas às suas dificuldades imediatas. Apesar de toda
perseguição sofrida, a Umbanda cresceu de forma espantosa e foi se desligando
do Candomblé e aproximando-se, em alguns polos, do Espiritismo. Aconteceu de
tudo nessa explosão de manifestações espirituais que abrangeu todo o Brasil.
Afinal, se a Umbanda uniu o negro, o índio e o europeu, e isso atendendo a uma
vontade dos Senhores Orixás, sua tendência natural seria a de abranger todas as
manifestações de espíritos que incorporavam em médiuns e identificavam-se como
caboclos, pretos-velhos, crianças e exus. Hoje, um século depois, a Umbanda
começa a ultrapassar as fronteiras do Brasil e já está se instalando em vários
países. Se isso acontece é porque a Umbanda é de fato uma religião e é regida
pelos Sagrados Orixás. Mas isso foi conseguido, no entanto, um enigma ficou a
atormentar o meio umbandista, desde o surgimento da Umbanda: as suas sete
linhas. Sim, em muitos lugares surgiram comentários acerca das Sete Linhas de
Umbanda. Uns as descreviam de uma forma e outros de outra, criando-as partir de
nomes dos Orixás que mais se destacavam. As pessoas que tentavam ordenar as tão
cantadas Sete Linhas de Umbanda faziam suas ordenações a partir do que viam ou
acreditavam ser. Enfim, temos na literatura umbandista várias tentativas de
codificação, mas todas foram feitas de baixo para cima, sendo fundamentadas nos
muitos nomes que nos legaram os nossos irmãos africanos, e nenhuma se impôs ou
se destacou entre tantas tentativas de codificá-la. Nós não temos a pretensão
de lançar uma codificação do Ritual de Umbanda Sagrada. Apenas somos
intérpretes de uma corrente espiritual formada, toda ela, por mestres da Luz ou
instrutores espirituais que participaram da fundamentação do Ritual de Umbanda
Sagrada no astral. E posteriormente, auxiliaram na sua concretização no plano
material, quando atuaram, e ainda atuam, como guias ou mentores espirituais
Psicografia, bem sabemos é um processo coordenado pelo Alto, que visa a
transmissão integral e irretocável do que a espiritualidade deseja ver fixado
no plano material, atendendo as necessidades de todos os praticantes do mesmo
ritual religioso. Então, como médium psicógrafo, tenho fixado no papel o que
desejam realmente os regentes do Ritual de Umbanda Sagrada, e um dos conhecimentos
a mim transmitidos aborda exatamente as tão cantadas “Sete Linhas de Umbanda”.
Os mestres instrutores têm alertado para o fato de que se muitos são os nomes
dos Orixás já conhecidos no plano material e no meio umbandista, entretanto, só
recorrerão a eles porque o próprio tempo se encarrega de colocar. Pois se só
sete linhas existem, no entanto, em cada uma delas todos os Orixás já
conhecidos são facilmente encontráveis e identificáveis. Usaremos nomes de
Orixás que mais se identifiquem com as Sete Linhas, para que assim,
pontuando-as, comecemos toda uma ordenação que aqui se inicia. Os leitores
terão acesso ao processo científico de identificação dos Sagrados Orixás que,
se assumem nomes, é mais para nos satisfazer na nossa limitada capacidade de
compreensão do mundo invisível aos nossos olhos materiais. Aquietem seus
conhecimentos e abram um espaço para o que agora começarão a absorver e verão
que muitas lacunas existentes começarão a ser preenchidas. Coisas ainda
incompreensíveis assumirão uma lógica irrefutável, pois serão calcadas nos
conhecimentos dos mistérios da “Ciência dos Orixás” e muito no bom senso
humano. Muitos são os níveis pelos quais fluem os mistérios, mas a Ciência
Superior dos Orixás só e acessível aos espíritos que alcançam a 5ª esfera
ascendente. É justamente dos mestres da Luz que temos recebido nossos
ensinamentos, ainda que via psicografia ou transmissão mental. Que todos os
médiuns que possuam como seus mentores espíritos nesse grau os inquiram acerca
do que aqui está sendo fixado no papel e no plano material, e com certeza
ouvirão isto: “Finalmente, um pouco de luz do saber no meio de tantas trevas da
ignorância humana!”. Rubens Saraceni. Abraço. Davi
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