Islamismo. www.islamreligion.com.br.
OS CINCO PILARES DO ISLÃ. Uma introdução ao primeiro pilar do Islã: a
Profissão Islâmica de Fé, ou a shahada, de que ninguém merece
adoração exceto Deus, e Muhammad é o Mensageiro de Deus, e os vários
significados que ela contém. Todos os muçulmanos praticantes
aceitam a crença nos ‘Seis Artigos de Fé’, e são obrigados a seguir os ‘Cinco
Pilares.’ Eles são: 1. Profissão islâmica de fé ou shahada.
2. Oração ritual ou salah. 3. Caridade Obrigatória
ou zakah. 4 Jejum ou sawm. 5. Peregrinação
ou hajj. O PRIMEIRO PILAR PROFISSÃO DE FÉ (SHAHADA). Profissão
Islâmica de Fé (Shahada). A Shahada é a profissão islâmica
de fé e o primeiro dos ‘Cinco Pilares’ do Islã. A palavra shahada em
árabe significa ‘testemunho.’ A shahada é testemunhar
duas coisas: (a) Nada merece adoração exceto Deus (Allah). (b) Muhammad
é o Mensageiro de Deus (Allah). Um muçulmano é simplesmente alguém
que testemunha e testifica que “nada merece adoração exceto Deus e Muhammad é o
mensageiro de Deus.” Uma pessoa se torna muçulmana simplesmente fazendo essa
declaração. Ela deve ser recitada por todo muçulmano pelo menos uma vez na vida com
entendimento completo de seu significado e com aceitação do coração. Os
muçulmanos dizem isso quando acordam pela manhã, e antes de irem dormir à
noite. É repetida cinco vezes na chamada para a oração em toda
mesquita. Uma pessoa que pronuncia a shahada como suas
últimas palavras nessa vida tem a promessa do Paraíso. Muitas pessoas
ignorantes do Islã têm noções deturpadas sobre Allah, usado pelos
muçulmanos para denotar Deus. Allah é o nome próprio para
Deus em árabe, assim com “Elah”, ou mais freqüentemente “Elohim”,
é o nome próprio para Deus em aramaico mencionado no Velho
Testamento. Allah também é Seu nome pessoal no Islã,
assim como “YHWH” é Seu nome pessoal no Judaísmo. Entretanto,
em vez da denotação hebraica específica de “YHWH” como “Aquele
Que É”, em árabe Allah denota o aspecto de ser “A Única
Verdadeira Divindade merecedora de toda adoração”. Os judeus e cristãos
que falam árabe também se referem ao Ser Supremo como Allah.
(a) Nada merece adoração exceto Deus (Allah). A primeira parte desse
testemunho afirma que Deus tem o direito exclusivo de ser adorado interiormente
e exteriormente, com o seu coração e ações. Na doutrina islâmica, não
apenas ninguém pode ser adorado aparte Dele, mas absolutamente
ninguém pode ser adorado com Ele. Ele não tem parceiros
ou associados na adoração. Adoração, em seu sentido abrangente e em todos
os aspectos, é para Ele apenas. O direito de Deus de ser adorado é o
significado fundamental do testemunho de fé do Islã: Lā ‘ilāha ‘illā
llāh. Uma pessoa se torna muçulmana ao testemunhar o direito divino à
adoração. É o ponto central da crença islâmica em Deus, e até de todo o
Islã. Foi a mensagem central de todos os profetas e mensageiros
enviados por Deus – a mensagem de Abraão, Isaque, Ismael, Moisés, os profetas
hebreus, Jesus e Muhammad, que Deus os exalte. Por exemplo, Moisés
declarou: “Ouça, Ó Israel; O Senhor nosso Deus é o único Senhor.”
(Deuteronômio 6:4). Jesus repetiu a mesma mensagem 1.500 anos depois
quando disse: “O primeiro de todos os mandamentos é, ‘Ouça, Ó
Israel; O Senhor nosso Deus é o único Senhor.’” (Marcos 12:29). (...)
e relembrou Satanás: “Afaste-te de mim, Satanás! Porque
está escrito: Ao Senhor teu Deus adorarás e só a Ele darás culto.” (Mateus
4:10). Finalmente, o chamado de Muhammad 600 anos depois de Jesus
reverberou através dos vales de Meca: não existe deus exceto Ele.” (Alcorão
2:163). Todos eles declararam claramente: “Adorai a Deus! Não
tendes outro deus exceto Ele.” (Alcorão 7:59, 60, 73, 85; 11: 50, 61; 84;
23,32) Mas por um mero testemunho verbal apenas, ninguém se torna
um muçulmano completo. Para se tornar um muçulmano completo é necessário
executar na prática a instrução dada pelo Profeta Muhammad como ordenado por
Deus. Isso nos leva à segunda parte do testemunho. (b) Muhammad é o
Mensageiro de Deus (Allah). Muhammad nasceu em Meca, na Arábia, no ano de 570
EC. Seus ancestrais remontam a Ismael, um filho do Profeta Abraão.
A segunda parte da confissão de fé afirma que ele não é apenas um profeta, mas
também um mensageiro de Deus, um papel mais elevado também desempenhado por
Moisés e Jesus antes dele. Como todos os profetas antes dele, ele
foi um ser humano, mas escolhido por Deus para transmitir Sua mensagem para
toda a humanidade ao invés de uma tribo ou nação dentre muitas que
existem. Para os muçulmanos, Muhammad trouxe a última, a revelação
final. Ao aceitar Muhammad como o “último dos profetas,” eles acreditam
que sua profecia confirma e completa todas as mensagens reveladas, começando
com a de Adão. Além disso, Muhammad serve como modelo proeminente através
do exemplo de sua vida. O esforço do crente para seguir o exemplo de
Muhammad reflete a ênfase do Islã na prática e ação. O SEGUNDO PILAR A ORAÇÃO
RITUAL (SALAH). A Oração Ritual, suas dimensões espirituais, o Adhan (a ‘Chamada
para Oração’), e a Oração de Sexta-Feira (Jumuah). Salah é a oração ritual
diária ordenada a todos os muçulmanos como um dos cinco Pilares do Islã.
É realizada cinco vezes por dia por todos os muçulmanos. Salah é
uma adoração precisa, diferente de orar sobre a inspiração do momento.
Os muçulmanos oram ou, talvez mais corretamente, adoram cinco vezes ao longo do
dia: · Entre a primeira luz do dia e o nascer do sol. · Após o
sol ter passado da metade do céu. · Entre o meio da tarde e o
pôr do sol. · Entre o pôr do sol e a
última luz do dia. · Entre a escuridão e a
meia-noite. Cada oração pode levar pelo menos 5 minutos, mas pode ser estendida
como a pessoa desejar. Os muçulmanos podem orar em qualquer ambiente
limpo, sozinhos ou juntos, em uma mesquita ou em casa, no trabalho ou na
estrada, em locais fechados ou abertos. Sob circunstâncias especiais,
como doença, viagem, ou guerra, são feitas certas concessões nas orações para
facilitar o seu cumprimento. Ter horários específicos todos os dias para
estarem próximos de Deus ajuda os muçulmanos a se manterem conscientes da
importância de sua fé, e o papel que ela desempenha em cada parte da
vida. Os muçulmanos começam o seu dia se lavando e então se apresentam
perante o seu Senhor em oração. As orações consistem de recitações do
Alcorão em árabe e uma sequência de movimentos: ficar de pé, curvar, prostrar e
sentar. Todas as recitações e movimentos expressam submissão, humildade e
reverência a Deus. As várias posturas que os muçulmanos assumem durante
suas orações capturam o espírito da submissão; as palavras relembram de seus
compromissos com Deus. A oração também relembra da crença no Dia do Juízo
e do fato de que ninguém comparecerá perante seu Criador sem prestar contas de
sua vida inteira. Assim é como um muçulmano começa o seu dia. No
curso do dia, os muçulmanos se desassociam dos seus envolvimentos mundanos por
uns poucos momentos e comparecem perante Deus. Isso traz à mente mais uma
vez o propósito real da vida. Essas orações servem como um lembrete constante
ao longo do dia para ajudar os crentes a estarem conscientes de Deus em seu
esforço de trabalho diário, familiar e nas distrações da vida. A oração
fortalece a fé, a dependência em Deus e coloca a vida diária dentro da
perspectiva de vida que virá depois da morte e do último julgamento.
Enquanto se preparam para orar, os muçulmanos se voltam para Meca, a cidade
sagrada onde fica a Caaba (o antigo local de adoração construído por Abraão e
seu filho Ismael). No final da oração, a shahada (testemunho
de fé) é recitada, e a saudação de paz, “Que a Paz e as Bênçãos de Deus estejam
sobre todos vocês,” é repetida duas vezes. Embora a realização individual
do salah seja permitida, a adoração coletiva na mesquita tem
mérito especial e os muçulmanos são encorajados a realizar certos salah com
outros. Com suas faces voltadas na direção da Caaba em Meca, os adoradores
se alinham em fileiras paralelas atrás do imame, ou líder da
oração, que os direciona enquanto eles executam as posturas físicas associadas
com as recitações corânicas. Em muitos países islâmicos, a “chamada
para oração,” ou ‘Adhan,’ ecoa sobre os tetos das construções. Auxiliado
por um auto-falante o muezzin chama: Allahu Akbar (Deus é o
maior). Allahu Akbar (Deus é o maior). Allahu Akbar (Deus
é o maior). Allahu Akbar (Deus é o maior). Ash-hadu
an-laa ilaaha ill-Allah (Eu testemunho que ninguém merece adoração
exceto Deus). Ash-hadu an-laa ilaaha ill-Allah (Eu testemunho
que ninguém merece adoração exceto Deus). Ash-hadu anna
Muhammad-ar-Rasool-ullah (Eu testemunho que Muhammad é o mensageiro de
Deus). Ash-hadu anna Muhammad-ar-Rasool-ullah (Eu testemunho
que Muhammad é o mensageiro de Deus). Hayya ‘alas-Salah (Venha
para a oração!). Hayya ‘alas-Salah (Venha para a
oração!). Hayya ‘alal-Falah (Venha para a
prosperidade!). Hayya ‘alal-Falah (Venha para a
prosperidade!). Allahu Akbar (Deus é o maior). Allahu
Akbar (Deus é o maior). La ilaaha ill-Allah (Ninguém
merece adoração exceto Deus). Sexta-feira é o dia da semana para adoração
comunitária no Islã. A Oração de Sexta-Feira em congregação é o serviço
mais importante. A Oração de Sexta-Feira é marcada pelas seguintes
características: · Coincide com o mesmo horário da
oração do meio-dia que substitui. · Deve ser realizada em uma
congregação que tem um líder para a oração, um ‘Imame.’ Não pode ser oferecida
individualmente. Os muçulmanos no Ocidente tentam organizar seus horários
para terem tempo de comparecer à oração. · Ao contrário de um dia de
descanso como o Sabbath, a Sexta-Feira é um dia de devoção e adoração
extra. É permitido ao muçulmano trabalhar normalmente na Sexta-Feira como
em qualquer outro dia da semana. Eles podem seguir com suas atividades
habituais, mas devem interrompê-las para a oração de Sexta-Feira. Depois
que a adoração termina, eles podem retomar suas atividades mundanas. · Tipicamente,
a Oração de Sexta-Feira é realizada em uma mesquita, se disponível.
Eventualmente, devido à ausência de uma mesquita, ela pode ser oferecida em um
local alugado, parque, etc. · Quando o horário da
oração começa, o Adhan é pronunciado. O imame se levanta voltado para a
audiência e faz o seu sermão (conhecido em árabe como khutba), uma
parte essencial do serviço do qual o comparecimento é
requerido. Enquanto o imame fala, todos os presentes ouvem o sermão
em silêncio até o fim. A maioria dos imames no Ocidente faz o sermão
no idioma local, mas alguns o fazem em árabe. Aqueles que o fazem em árabe
geralmente fazem um breve discurso no idioma local antes do serviço. · Existem
dois sermões, um que se distingue do outro por uma breve sentada do
imame. O sermão é iniciado com palavras de louvor a Deus e orações por
bênçãos para o Profeta Muhammad, que Deus o exalte. · Após o
sermão, a oração é oferecida sob a liderança do imame que recita a Fatiha e
outra passagem corânica em voz audível. Quando isso é feito, a oração
está completa. Orações congregacionais especiais, maiores, que incluem um
sermão, também são oferecidas no fim da manhã em dois dias de festa. Um
delas é imediatamente após o mês de jejum, Ramadã, e o outro após a
peregrinação, ou hajj. Embora não seja obrigatório, orações devocionais
individuais, especialmente durante a noite, são enfatizadas e constituem uma
prática comum entre os muçulmanos devotos. O TERCEIRO PILAR A CARIDADE
COMPULSÓRIA (ZAKAH). A caridade compulsória ou zakat, as
dimensões espirituais do zakat e caridade, e como o Islã vê o
dinheiro em geral. A caridade não é apenas recomendada pelo Islã, mas
é requerida de todo muçulmano financeiramente estável. Dar caridade
àqueles que a merecem é parte do caráter do muçulmano e um dos Cinco Pilares da
prática islâmica. O Zakat é visto como “caridade
compulsória”; é uma obrigação daqueles que receberam sua riqueza de Deus
responder aos membros necessitados da comunidade. Desprovidas de
sentimentos de amor universal, algumas pessoas só sabem acumular fortuna e
aumentá-la emprestando com juros. Os ensinamentos do Islã são a
verdadeira antítese dessa atitude. O Islã encoraja o compartilhamento da
riqueza com outros e ajuda as pessoas a se estabelecerem e serem membros
produtivos da sociedade. Em árabe é conhecido como zakat, que
literalmente significa “purificação”, porque se considera que o zakat purifica
o coração da ganância. O amor pela riqueza é natural e é preciso uma
crença firme em Deus para uma pessoa se desfazer de parte de sua riqueza. O Zakat deve
ser pago sobre categorias diferentes de propriedade – ouro, prata, dinheiro;
gado, produção agrícola; e mercadorias – é pagável a cada ano após um ano de
posse (dos bens). Requer uma contribuição anual de 2,5% dos bens e
fortuna do indivíduo. Como a oração, que é tanto uma responsabilidade
individual quanto comunitária, o zakatexpressa a adoração e
agradecimento do muçulmano a Deus, ao ajudar os necessitados. No Islã, o
verdadeiro proprietário das coisas não é o homem, mas Deus. A aquisição
de riquezas como um fim, ou para aumentar o valor de um homem, é condenada.
A mera aquisição de riqueza não conta nada aos olhos de Deus.
Não dá ao homem qualquer mérito nessa vida ou na vida futura. O Islã
ensina que as pessoas devem adquirir riqueza com a intenção de gastá-la em suas
próprias necessidades e nas necessidades de outros. “O homem’, disse
o Profeta, ‘diz: Minha riqueza! Minha riqueza!” Vocês não têm mais
riqueza, exceto a que dão como caridade e, assim, preserva, gasta e destroça,
come e consome?” Todo o conceito de riqueza é considerado como um
presente de Deus no Islã. Deus, que a provê para a pessoa, destinou uma
porção dela para o pobre, e assim o pobre tem direito sobre essa riqueza.
O Zakat relembra os muçulmanos que tudo que eles têm pertence
a Deus. As pessoas recebem suas fortunas como uma custódia de Deus, e
o zakat tem a finalidade de livrar os muçulmanos do amor pelo
dinheiro. O dinheiro pago no zakat não é algo que Deus
precise ou receba. Ele está acima de qualquer tipo de dependência.
Deus, em Sua misericórdia infinita, promete recompensas pela ajuda aos
necessitados com a condição básica de que o zakat seja pago em
nome de Deus; ninguém deve esperar ou exigir ganhos mundanos dos beneficiários
nem ter como objetivo fazer nome como filantropo. Os sentimentos de um
beneficiário não devem ser feridos fazendo-o se sentir inferior ou
relembrando-o da ajuda. O dinheiro dado como zakat só pode ser
usado em certas coisas específicas. A Lei Islâmica estipula que a
caridade seja usada para ajudar os pobres, órfãos e viúvas, para libertar
escravos e devedores, e outros necessitados, como mencionado especificamente no
Alcorão (9:60). O Zakat, que se desenvolveu há quatorze séculos,
funciona como uma forma de seguridade social na sociedade muçulmana. As escrituras
judaica e cristã não louvam a libertação de escravos equiparando-a a adoração.
De fato, o Islã é único nas religiões mundiais ao exigir dos crentes que
ajudem financeiramente os escravos a obterem sua liberdade e elevou a
libertação de um escravo a um ato de adoração – se é feito para agradar a Deus.
Sob os califados, a coleta e dispêndio do zakat era uma função
do estado. No mundo islâmico contemporâneo, isso foi deixado por conta do
indivíduo, exceto em alguns países nos quais o estado cumpre esse papel até
certo ponto. A maioria dos muçulmanos no Ocidente dispersa o zakat através
de entidades de caridade islâmicas, mesquitas, ou dando diretamente aos
pobres. O dinheiro não é coletado durante serviços religiosos ou via
pratos de coleta, mas algumas mesquitas mantêm uma caixa de coleta para aqueles
que desejam que elas distribuam o zakah tem seu nome. Ao contrário
do zakat, fazer outras formas de caridade em particular, até mesmo
em segredo, é considerado melhor, de modo a manter a intenção puramente por
Deus. Além do zakat, o Alcorão e Hadith (ditos e atos do Profeta
Muhammad, que Deus exalte a sua menção) também enfatizam a sadaqah,
ou caridade voluntária, para os necessitados. O Alcorão enfatiza
alimentar o faminto, vestir o despido, ajudar o necessitado, e que quanto mais
alguém ajuda, mais Deus ajuda a essa pessoa, e que quanto mais se dá, mais Deus
dá à pessoa. A pessoa sente que está cuidando dos outros e que Deus
está cuidando dela. QUARTO PILAR O JEJUM DO RAMADÃ (SAWM). Jejuar não é exclusivo
dos muçulmanos. Tem sido praticado por séculos em conexão com cerimônias
religiosas por cristãos, judeus, confucionistas, hindus, taoístas e janistas.
Deus menciona esse fato no Alcorão: “Ó vós que credes! O jejum está
prescrito para vós, como foi prescrito àqueles antes de vós, para serdes
piedosos.” (Alcorão 2:183). Algumas sociedades nativas
americanas jejuaram para evitar catástrofe ou para servir como penitência para
o pecado. Nativos norte-americanos mantêm jejuns tribais para evitar
desastres ameaçadores. Os nativos americanos do México e os incas do Peru
observavam jejuns penitenciais para satisfazer seus deuses. Nações
passadas do Velho Mundo, como os assírios e os babilônicos, observavam o jejum
como uma forma de penitência. Os judeus observam o jejum como uma forma
de penitência e purificação anualmente no Dia do Perdão ou Yom Kippur.
Nesse dia não é permitido comer e beber. Os cristãos primitivos associavam o
jejum com penitência e purificação. Durante os dois primeiros séculos de
sua existência, a igreja cristã estabeleceu o jejum como uma preparação
voluntária para receber os sacramentos da Eucaristia e batismo e para a
ordenação de sacerdotes. Posteriormente, esses jejuns se tornaram
obrigatórios, quando outros dias foram subsequentemente acrescentados. No
século 6, o jejum da Quaresma foi expandido para 40 dias, onde apenas uma
refeição por dia era permitida. Após a Reforma, o jejum foi mantido pela
maioria das igrejas protestantes e se tornou opcional em alguns casos.
Protestantes mais estritos, entretanto, condenam não apenas as festas da
igreja, mas seus jejuns tradicionais também. Na Igreja Católica Romana, o jejum
pode envolver abstinência parcial ou total de comida e bebida. Os dias de
jejum da Igreja Católica Romana são a quarta-feira de cinzas e a Sexta-feira
Santa. Nos Estados Unidos, o jejum é observado principalmente pelos
episcopalianos e luteranos entre os protestantes, pelos judeus ortodoxos e
conservadores e pelos católicos romanos. O jejum assumiu uma outra forma no
Ocidente: a greve de fome, uma forma de jejum, que em tempos modernos se tornou
uma arma política após ser popularizado por Mohandas Gandhi, líder do esforço
pela liberdade da Índia, que fez jejuns para compelir seus seguidores a
obedecerem ao seu preceito de não-violência. O Islã é a única religião que
reteve a dimensão espiritual e a dimensão externa do jejum através dos
séculos. Motivos egoístas e desejos básicos alienam o homem de seu
Criador. As emoções humanas mais ingovernáveis são orgulho, avareza,
gula, luxúria, inveja e raiva. Essas emoções por sua natureza não são
fáceis de controlar, portanto uma pessoa deve se empenhar muito para
discipliná-las. Os muçulmanos jejuam para purificar sua alma, e isso
coloca um freio na maioria das emoções humanas selvagens, incontroláveis.
As pessoas foram a dois extremos com relação a elas. Algumas deixam essas
emoções comandarem suas vidas o que levou à barbárie entre os antigos, e ao
puro materialismo das culturas consumistas em tempos modernos. Outras
tentam se privar completamente dessas características humanas, o que por sua
vez leva ao monasticismo. O quarto Pilar do Islã, o Jejum de Ramadã, ocorre uma
vez por ano durante o nono mês lunar, o mês de Ramadã, o nono mês do calendário
islâmico no qual: “(...) o Alcorão foi revelado como orientação para
a humanidade.” (Alcorão 2:185)
Deus em Sua
infinita misericórdia isentou os doentes, os viajantes e outros que são
incapazes de jejuar no Ramadã. Jejuar ajuda os muçulmanos a desenvolverem o
autocontrole, obter melhor entendimento das dádivas de Deus e maior compaixão
em relação aos desprovidos. Jejuar no Islã envolve abster-se de todos os
prazeres do corpo entre a alvorada e o pôr do sol. Não apenas a comida é
proibida, mas também qualquer atividade sexual. Todas as coisas que são
consideradas como proibidas são ainda mais nesse mês, devido a sua
sacralidade. A cada momento durante o jejum, a pessoa suprime suas
paixões e desejos em amorosa obediência a Deus. Essa consciência de dever
e espírito de paciência ajudam no fortalecimento de nossa fé. Jejuar
ajuda a pessoa a obter autocontrole. Uma pessoa que se abstém de coisas
permissíveis como comida e bebida está mais inclinada a ser consciente de seus
pecados. Um senso de espiritualidade elevado ajuda a quebrar os hábitos
da mentira, de olhar com desejo para o sexo oposto, de fofocar e de perder
tempo. Ficar com fome e sede por apenas uma parte do dia permite sentir a
miséria de 800 milhões que passam fome ou de uma em cada dez moradias nos Estados
Unidos, por exemplo, que estão vivendo com fome ou sob o risco de passarem
fome. Afinal de contas, por que alguém se preocuparia com a fome se nunca
a tivesse sentido? Pode-se ver por que o Ramadã também é um mês de
caridade e doação. No pôr do sol, o jejum é quebrado com uma refeição leve
popularmente chamada de iftaar. Familiares e amigos
compartilham uma refeição tardia especial juntos, frequentemente incluindo
alimentos e doces especiais servidos apenas nessa época do ano. Muitos vão para
a mesquita para a oração da noite, seguida de orações especiais recitadas
somente durante o Ramadã. Alguns recitarão o Alcorão inteiro como um ato
especial de devoção, e recitações públicas do Alcorão podem ser ouvidas durante
toda a noite. As famílias se levantam antes do nascer do sol para fazer
sua primeira refeição do dia, que os sustentará até o pôr do sol. Próximo
do fim do Ramadã os muçulmanos comemoram a “Noite do Poder” quando o Alcorão
foi revelado. O mês de Ramadã termina com uma das duas maiores celebrações
islâmicas, a Festa da Quebra do Jejum, chamada de Eid al-Fitr. Nesse dia, os
muçulmanos celebram alegremente a conclusão do Ramadã e é costume distribuir
presentes para as crianças. Os muçulmanos também são obrigados a ajudar os
pobres a desfrutarem do espírito de relaxamento e alegria distribuindo o
zakat-ul-fitr, um ato especial e obrigatório de caridade na forma de algum
alimento básico, de modo que todos possam desfrutar da euforia geral do
dia. QUINTO PILAR A PEREGRINAÇÃO (HAJI). Os méritos e vários rituais
realizados no Hajj, a quinta das cinco práticas islâmicas obrigatórias
fundamentais. Pelo menos uma vez na vida, todo muçulmano adulto que é física e
financeiramente capaz deve sacrificar tempo, fortuna, status, e confortos
habituais da vida para fazer a peregrinação, se colocando totalmente a serviço
de Deus. Todo ano mais de dois milhões de crentes de uma diversidade de
culturas e línguas viajam de todo o mundo para a cidade sagrada de Meca, para
responder ao chamado de Deus. QUEM SÃO OS MUÇULMANOS? A palavra árabe
“muçulmano” significa literalmente “alguém que está em estado de Islã
(submissão à vontade e lei de Deus)”. A mensagem do Islã é para o mundo
inteiro, e qualquer um que aceite essa mensagem se torna um muçulmano.
Existem mais de um bilhão de muçulmanos no mundo todo. Os muçulmanos
representam a maioria da população em cinqüenta e seis países. Muitas pessoas
ficam surpresas em saber que a maioria dos muçulmanos não é árabe. Embora
a maioria dos árabes seja muçulmana, existem árabes que são cristãos, judeus e
ateus. Apenas 20% dos 1,2 bilhões de muçulmanos do mundo vêm de países
árabes. Existem populações muçulmanas significativas na Índia, China,
Repúblicas da Ásia Central, Rússia, Europa e América. Se alguém der uma
olhada nos vários povos que vivem no Mundo Muçulmano - da Nigéria a Bósnia e do
Marrocos a Indonésia - é fácil ver que os muçulmanos vêm de raças, grupos
étnicos, culturas e nacionalidades diferentes. O Islã sempre foi uma
mensagem universal para todos os povos. O Islã é a segunda maior religião
no mundo e em breve será a segunda maior religião na América. Ainda
assim, poucas pessoas sabem o que é o Islã. www.islamreligion.com.br.
Abraço. Davi
Nenhum comentário:
Postar um comentário