SERVIÇO
DE SOLSTÍCIO DE INVERNO
por Max Heindel
MÚSICA
RITUAL
O leitor descobre o emblema e profere a
Saudação Rosacruz:
Queridas Irmãs e Irmãos - "Que As
Rosas Floresçam Em Vossa Cruz".
Todos respondem: "E na vossa
também".
Estamos agora no Solstício de Inverno,
tempo em que a luz do Sol definha para o hemisfério norte, onde o frio e a
tristeza são intensos nesta ocasião. Mas, na noite mais longa e mais escura
para aquele hemisfério, o Sol retoma o seu caminho de ascensão para o norte; a
Luz de Cristo de novo nasce na Terra e todo o mundo rejubila. A onda de vida e
luz espiritual que será a base do crescimento e do progresso do próximo ano,
atinge o máximo de sua altura e poder. A Terra está agora mais próxima do Sol e
seus raios espirituais incidem em ângulo recto sobre a superfície da Terra no
hemisfério norte, promovendo a espiritualidade, enquanto as actividades físicas
são mantidas em expectativa, devido ao fato de os raios solares incidirem em
ângulo oblíquo sobre a superfície da Terra.
É da maior importância para o estudante
esotérico conhecer e compreender as condições particularmente favoráveis que
prevalecem por ocasião do Natal, mais do que em qualquer outra ocasião, de modo
a poder dirigir todas as suas energias na direcção espiritual, de forma a poder
percorrer, com menor esforço, uma distância muito maior nessa direcção.
O apóstolo deu-nos uma maravilhosa
definição da Divindade quando disse que "Deus é Luz", por isso a
palavra Luz tem sido utilizada nos Ensinamentos Rosacruzes para ilustrar a
natureza divina, especialmente o mistério da Trindade na Unidade. É ensinado
claramente nas Sagradas Escrituras de todos os tempos, que Deus é Um e
Indivisível. Ao mesmo tempo verificamos que assim como a luz branca Una é
refratada nas três cores primárias: vermelho, amarelo e azul, assim também
Deus se apresenta em tríplice aspecto durante Sua manifestação, pelo exercício
das três funções divinas: de Criação, Preservação e de Dissolução.
Quando Deus exerce o atributo de Criação
aparece como Jeová, o Espírito Santo; Ele é então o Senhor da Lei e da Geração
e projecta a fertilidade solar directamente através dos satélites lunares de
todos os planetas onde se torna necessário fornecer corpos para os seres
evoluintes.
Quando Deus exerce o atributo de
Preservação com o propósito de conservar os corpos gerados por Jeová sob as
Leis da Natureza, Ele aparece como o Redentor, o Cristo, e irradia os
princípios do Amor e da Regeneração directamente em qualquer planeta onde as
criaturas de Jeová requeiram este auxílio para se libertarem das malhas da
mortalidade e do egoísmo a fim de alcançar o altruísmo e a vida eterna.
Quando Deus exerce o atributo divino da
Dissolução, aparece como o Pai que nos chama de volta ao nosso lar celeste para
assimilarmos os frutos da experiência e do crescimento anímico por nós
armazenado durante o Dia da Manifestação. Este solvente universal, o raio do
Pai, emana então do Sol espiritual invisível.
Estes processos divinos de criação e
nascimento, de preservação e de vida, de dissolução, morte e retorno ao Autor
do nosso ser, vemos por toda a parte à nossa volta e reconhecemos o facto de
que são actividades do Deus Tri Uno em manifestação.
Será que já imaginamos um mundo espiritual
onde não existem acontecimentos definidos, onde não há condições estáticas,
onde o princípio e o fim de todas as aventuras, de todos os tempos, estão
presentes no eterno "Aqui"e "Agora"?
Do seio do Pai há uma permanente saída das
sementes das coisas e acontecimentos que entram no reino do "tempo" e
do "espaço". Aí elas gradualmente cristalizam-se e tornam-se inertes,
sendo necessária a sua dissolução para que possam dar lugar a outras coisas e a
outros acontecimentos.
Não podemos fugir desta Lei Cósmica; ela
aplica-se no reino do "tempo" e do "espaço", inclusive ao
próprio raio de Cristo. Da mesma maneira que os rios, cujas águas são lançadas
no oceano, se enchem novamente quando as águas do mar são evaporadas e a eles
retornam como chuva, para de novo correrem para o mar, num incessante fluxo e
refluxo, assim também o espírito de amor está eternamente nascendo do Pai, dia
a dia, hora a hora, fluindo interminavelmente no universo solar para nos remir
do mundo da matéria que nos prende nas suas garras de morte. Onda após onda é
assim impelida do Sol para todos os planetas, dirigindo ritmicamente as
criaturas que neles evoluem.
Dessa maneira é, no sentido mais real e
mais literal, um Cristo recém-nascido que nós saudamos em cada festa de Natal
que se aproxima, e o Natal é o acontecimento anual mais vital para toda a
humanidade, saibamo-lo ou não. Não é apenas a comemoração da data natalícia do
nosso amado Irmão Maior Jesus, mas o advento do rejuvenescedor amor-vida do
nosso Pai Celestial, por Ele enviado para livrar o mundo das garras mortais do
Inverno. Sem esta nova infusão de vida e de energia divina, cedo pereceríamos
fisicamente, e todo o nosso progresso regular teria sido inútil, pelo menos no
que se refere às nossas actuais linhas de desenvolvimento.
Infinita fonte de amor divino, o nosso Pai
Celestial ama-nos, assim como um pai ama seu filho, pois, Ele conhece a nossa
debilidade física e espiritual; Ele reconhece a nossa dependência. Por isso,
estamos agora esperando confiantemente o nascimento místico do Cristo de um
outro ano, carregado com nova vida e amor, enviados pelo Pai para nos socorrer
da fome física e espiritual que seria inevitável, não fôra essa dádiva de amor
anual.
Com tempo, todo o mundo compreenderá que
"Deus é Espírito" e que em Espírito e em Verdade deverá ser adorado.
Nada podemos fazer para que possamos retratá-lo, pois Ele não é semelhante a
nenhuma coisa existente nem no céu nem na Terra.
Podemos ver os veículos físicos de Jeová
circulando como satélites em torno de vários planetas; podemos ver o Sol, que é
o veículo visível do Cristo; mas o Sol Invisível, que é o veículo do Pai, e a
origem de tudo, aparece aos maiores videntes humanos apenas como uma oitava
superior da fotosfera do Sol, como um anel de luz azul-violeta, por trás do Sol.
Porém, não necessitamos vê-Lo; sentimos o
Seu Amor, e este sentimento nunca é tão intenso como por ocasião do Natal,
quando Ele nos dá o maior de todos os presentes: o Cristo do Ano Novo.
Toda e qualquer partícula de energia física
provém do Sol visível; e é do invisível Sol espiritual que obtemos toda a nossa
energia espiritual. No momento presente não podemos olhar directamente para o
Sol, se assim fizéssemos ficaríamos cegos. Podemos porém, olhar para a luz
solar reflectida que vem da Lua. Assim também o homem não pode resistir ao
impulso espiritual directo vindo do Sol e por isso esse impulso tem de ser
enviado por meio da Lua, pelas mãos e por intermédio de Jeová, o regente da
Lua, como religião de raça. Somente pela Iniciação é possível chegar ao
contacto directo com o impulso espiritual do Sol. Um véu pendia diante do
Templo.
Dessa forma, na Noite Santa a que chamamos
Noite de Natal, era costume entre os homens sábios (os Magos) - aqueles que
estavam muito na vanguarda da humanidade comum - chamar aqueles que também se
preparavam para se tornar sábios e conduzi-los à Iniciação, no interior dos
Templos. Levavam-se a efeito certas cerimónias e os candidatos entravam em
transe. Nesse tempo nao seria possível a Iniciação em estado de vigília; tinha
que ser cumprida em estado de transe.
Quando a percepção espiritual despertava
nos candidatos, estes podiam ver através da Terra; nao viam nenhum detalhe, mas
a Terra tornava-se transparente e eles viam o Sol do outro lado da Terra, viam
o que se chamava a "A Estrela da Meia-Noite".
Posteriormente foi possível ao homem
receber o impulso espiritual mais directamente, e quando chegou a ocasião em
que o Espírito de Cristo pôde ser admitido na Terra - através da nossa
evolução, um Raio do Cristo Cósmico veio até nós e encarnou-se no corpo do
nosso Irmão Maior Jesus. Foi assim que veio o Espírito de Cristo, o ponto de
partida do impulso espiritual directo.
Exotericamente o Sol tem sido considerado
desde tempos imemoráveis como o doador de vida, porque a multidão era incapaz
de ver a grande verdade espiritual existente por trás desse símbolo material.
No entanto, para além daqueles que adoravam o corpo celeste que viam com os
olhos físicos, havia também, e ainda hoje há, uma pequena, porém crescente
minoria, um sacerdócio consagrado mais pelas acções rectas do que pelo ritual,
que via e vê as verdades espirituais, essas verdades sob a forma de cerimonial,
cerimonial esse que mudava de acordo com o tempo e com o povo a que era
destinado. Para esses, a lendária Estrela de Belém brilha todos os anos como o
Sol Místico da Meia-Noite que penetra nosso planeta no Solstício de Dezembro e
logo começa a irradiar, do centro do nosso globo, a Vida, a Luz e o Amor, os
três atributos divinos. Estes raios de força e de esplendor espiritual enchem
nosso globo com luz celestial que envolve todas as criaturas sobre a Terra, da
menor à maior, indistintamente.
Nesta Noite Santa da qual acabamos de
falar, quando o Cristo nasce, como um Sol, para iluminar a nossa escuridão, a
influência espiritual é mais forte e pode ser atingida com muito maior
facilidade. Esta é a grande verdade encoberta pela Estrela da Noite Santa, que
iluminava a noite mais escura e comprida do ano - para o hemisfério norte.
(Esta noite mais escura e mais longa simboliza também o desesperado estado de
alma daquele que procura a Iniciação).
Quando o Cristo aqui chegou, alterou as
vibrações da Terra e desde então continua a alterá-las constantemente. Cristo
rasgou o "Véu do Templo". Ele tornou o Santo dos Santos - o lugar da
Iniciação - acessível a "todo aquele que quiser".
Desde então, não houve mais necessidade de
transe; não é mais necessário provocar estados subjectivos com o propósito de
conseguir a Iniciação. Todo aquele que quiser penetrar no Templo para se
iniciar, fá-lo-á em estado consciente.
Na Ordem Rosacruz, os nove mistérios
menores, ou Iniciações Menores, referem-se somente à evolução da humanidade
durante o Período Terrestre; o quinto grau desses Mistérios conduz o candidato
ao final do Período Terrestre quando a humanidade gloriosa estará assimilando
os frutos desse Período, retirando-os dos sete globos nos quais evoluímos
durante cada dia de Manifestação, para transportá-los ao primeiro dos cinco
globos obscuros que constituem nossa vivenda durante a Noite Cósmica. Depois de
ter visto o fim, no quinto grau, o candidato é informado sobre os meios pelos
quais este final será atingido no decorrer das três revoluções e meia que
faltam para completar-se o Período Terrestre; os quatro graus restantes são
dedicados à iluminação do candidato a esse respeito. O nono ou último desses
graus é atingido nos solstícios de verão e de inverno, tendo o candidato, por
essa ocasião, obtido acesso a todas as camadas ou estratos da Terra.
Este é o grande destino que está reservado
a cada um de nós. Disse o Cristo aos Seus discípulos: "Aquele que crer em
Mim, fará as coisas que eu faço... e ainda maiores". É um facto sublime
nós sermos Cristos em formação; quanto mais cedo nos convencermos que devemos
dar nascimento ao Cristo Interno antes de podermos ver o Cristo exterior, mais
depressa chegará o dia da nossa iluminação espiritual. Cada um de nós será,
oportunamente, conduzido pela Estrela até ao Cristo, mas é necessário acentuar,
que não seremos conduzidos a um Cristo exterior, mas ao Cristo que está no
Interior.
"Embora Cristo possa nascer mil vezes
em Belém, Se não nascer dentro de ti, tua alma continuará extraviada".
CONCENTRAÇAO (10 minutos)
MÚSICA
Hino Rosacruz de Encerramento.
O leitor cobre o emblema e profere a
seguinte exortaçao de despedida:
"E agora, queridas Irmãs e Irmãos, que
vamos partir de volta ao mundo material, levemos a firme resolução de
expressar, em nossas vidas diárias, os elevados ideais de espiritualidades que
aqui recebemos, para que, dia a dia, nos tornemos melhores homens e mulheres, e
mais dignos de sermos utilizados como colaboradores conscientes, na obra
benfeitora dos Irmãos Maiores, em Serviço da Humanidade"
www.fraternidaderosacruz.net. Abraço. Davi
Nenhum comentário:
Postar um comentário