Editor do Mosaico. O SUSPIRO DA MÃE TERRA. “E
Deus os abençoou e lhes disse: Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e
sujeitai-a. Dominai (...) pela Terra”. Gênesis 1,28. Esse versículo traduzido
da Septuaginta judaica – versão do Antigo Testamento – realizada por 72 rabinos
provavelmente na Biblioteca de Alexandria (Egito) no final do século III e
início do II antes de Cristo. Traduzido para Vulgata – Bíblia latina – efetuada
por São Jerônimo (347-420). Segundo hermeneutas e exegetas das Escrituras Sagradas
o verbo dominar, usado nesse contexto não se harmoniza com a criação no sentido
de dependência, sintonia e conexão. Vemos nos primeiros versículos do Gênesis
que no princípio Deus criou céu e Terra. A Terra não tinha forma e estava
vazia. Mas o Espírito de Deus pairava pelas águas. Esse era o caos. Com a
autoridade da Palavra, Deus fez aparecer a luz. Após separou a luz das trevas.
A primeiro virou dia e o segundo transformou em noite. A seguir separou as
águas de cima das águas de baixo. Fazendo aparecer a porção seca, os oceanos e
mares. Tudo em perfeita consonância e sinergia física e espiritual. Aí surgiram
as relvas, ervas, plantas e árvores. Após os grandes luzeiros apareceram. Sol,
lua e estrelas. Animais marinhos, peixes e outras criaturas dos oceanos vieram.
Também os bichos terrenos. Em cada um destes dias Deus disse bom, ao final deles.
Já no sexto dia, quando criou o homem a sua imagem e semelhante, exclamou:
muito bom. Parece claro no relato que, mesmo o homem tendo preeminência sobre a
criação, não é colocado na posição de supremo e absoluto ditador. Na
prerrogativa de fazer ou desfazer da ordem estabelecida por Deus. Usando e
destruindo a natureza – fauna e flora a seu bel prazer. Com fins egoístas e de
supremacia econômica e consumista. Ele deveria trabalhar em consonância com todos
os seres para o desenvolvimento e preservação das criaturas viventes. Além das
vegetações, rios, mares e oceanos. A visão de mundo do erudito católico
mantinha a supremacia e potencialidade do homem sobre todos os seres. A criação
seria subserviente aos interesses humanos podendo ser explorada a exaustão e
destruída a qualquer momento. Também uma crendice milenar dizia que ela se
restauraria periodicamente, voltando a seu estado original. Isso é falso desde
o início da Revolução Industrial a partir da segunda metade do século XVIII. O
aquecimento global está aí para confirmar esse fato. Milhões de toneladas de
monóxido de carbono, gás venenoso emitido pelas variadas indústrias mundiais.
Destruindo a camada de ozônio, proteção natural da atmosfera terrestre,
preservando animais, plantas e seres humanos dos raios ultravioletas emitidos
pelo Sol. Provocando poluição do ar nas cidades e chuvas ácidas em várias
regiões do globo. Os últimos acontecimentos ocorridos no planeta, demonstraram
claramente que a Mãe Terra clama por socorro. Nós humanos por ignorância,
propositalmente, ambição econômica - materialista e política a golpeamos
mortalmente. Agora precisamos da cooperação de todos os seus habitantes para
curá-la e restituir-lhe a beleza e formosura da criação original. Biomas
(vegetações) em todo mundo estão sendo destruídos para fins comerciais. As
fiscalizações ineficientes, multas desobrigadas de pagamento e legislações que
facilitam o conluio. Empresários do
agronegócio devastam grandes áreas para plantio de monocultura – soja, milho,
trigo e outras. Assoreando estas regiões para uma possível desertificação.
Pouco apoio, os governos dão, à cooperativas familiares de alimentos que
produzem sem agrotóxico. Essas preservam o ambiente de cultivo e suas matas
ciliares. Ano passado foi terrível para o Planeta. No Brasil tivemos as
queimadas na Floresta Amazônica. O “pulmão do mundo” ardeu em chamas. Quase 30
por cento da atual área foram destruídas. Um clamor mundial foi levantado por
alguns países à que se tomasse providência. Infelizmente a política atual do
Brasil quanto a diminuição do efeito estufa – concentração de gases tóxicos que
permitem a passagem de raios solares e absorção de calor – vai na contramão do mundo. O país não
participou da cúpula do clima organizado pela ONU em 2019, simplesmente por não
mostrar interesse quanto ao tema – aquecimento global. O governo brasileiro
despreza as mudanças que estão ocorrendo quanto à matriz energética. Em poucos
anos, os combustíveis fósseis – carvão mineral, gás natural e petróleo – serão
substituídos pelas fontes alternativas de energia – vento, álcool, elétrica e
outras. O chamado crédito de carbono será usado como moeda. Representa a não
emissão de tonelada de carbono na atmosfera. Os bônus serão emitidos pelo
Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL). O Pantanal Mato-grossense também foi
severamente afetado pelas chamas em nossos país. Milhares de hectares de florestas foram consumidas pelo fogo. A Mata Atlântica e o Cerrado
igualmente foram atingidos, mas felizmente em menores proporções. Nos Estados
Unidos da América as queimadas afetaram o estado da Califórnia. Grande parte da
Floresta estadual foi destruída pelas chamas. Milhares de casas foram queimadas
e mortos foram encontrados devido ao fogo. Lembrando que nesses desastres ambientais
muitos animais são mortos, além de plantas, arvores raras centenárias e
nascentes de água desaparecem. A Austrália passou pelo maior desastre ambiental
de sua história. Sua Floresta Tropical Gondwana, centena de anos mais antiga
que a brasileira, foi terrivelmente afetada por queimadas ano passado. Esses
incêndios diferem em relação ao do Brasil, pois foram causados por ventos
fortes, temperaturas elevadas e vegetação seca. Três milhões de hectares de
florestas foram queimados – quase 30 por cento do que existia. O pior incêndio
florestal dos últimos anos no “continente australiano”. As temperaturas
chegaram aos incríveis 46 graus. Diretamente ocasionado pelo aquecimento
global. Na Índia as geleiras do monte Himalaia estão se desfazendo rapidamente.
A consequência são as grandes inundações provocadas. Mais perigoso ainda são
que milhares de nascente desaparecerão. Os principais rios do país Hindu e
Ganges terão seu fluxo de água fortemente comprometidos. Os dois rios são o
coração da Índia. Se nada for feito, milhões de indianos, terão dificuldades
quanto a água potável em curto espaço de tempo além, claro, da fome extrema.
Inacreditável imaginar que esse rio sagrado, para a milenar religião indiana,
corre sério risco de desaparecer. Países inteiros poderão ser engolidos por
mares e oceanos. Exemplos: Ilhas Maldivas, Seychelles, Polinésia Francesa,
Tuvalu, Kiribati, Holanda e Bélgica. As atuais atividades vulcânicas na
Islândia – no Oceano Atlântico Norte –
têm correspondência com fatos que mencionamos. Oito mil abalos sísmico
foram sentidos nos últimos meses na ilha. A grande quantidade de vulcões
preocupa os cientistas, que alertaram para provável perigo em relação a
península de Reykjanes. Pior cenário fluxo de larva em direção a Grindavik.
Chance de inúmeros problemas no aeroporto e na região metropolitana da capital
Reyjavik a capital islandesa. Nesse cenário preocupante se acrescenta a
pandemia global. Os números de casos do covid-19 no mundo são impressionantes
chegando a marca de 121.882.440. Igualmente o número de mortes é assustador
sendo de 2.692.608. Atualmente o Brasil é o segundo país com mais mortes no
mundo com a assustadora cifra de 290.314 mortes e 2.815 óbitos diários. Foram
11.871.390 pessoas contaminadas pelo covid-19. Enfrentamos o segundo ano da
Pandemia e seu pior instante até aqui. Nosso país vive, após as eleições de 2018, uma sociedade dividida entre extremistas e continuístas. Essa polarização política, impede o diálogo, fazendo aparecer cicatrizes antigas não curadas. Problemas refletidos na Pandemia. A falta de gestão e coordenação diminui o fluxo de resultados práticos na vacinação, contratação de novos imunizantes e combate efetivo ao coronavírus e suas variantes. O Brasil demorou em fazer as tratativas com laboratórios e indústrias de insumo para adquirir vacinas. O negacionismo científico entre membros do governo federal, disseminou-se entre apoiadores e população em geral. Aumentando o descumprimento das medidas para conter a infecção. As evidências científicas são desprezadas por autoridades ligadas ao governo central. Governadores dos estados e Prefeitos municipais tem si mobilizado em consorcio para adquirir mais vacinas e insumos à acelerar o número de vacinados no país. O mandatário da nação foi visto, várias vezes, em eventos públicos sem máscara, aglomerando pessoas em sua volta. Claro incentivo a desobediência sanitária básica. A área da saúde de seu governo indicou protocolo médico do hidroxicloroquina, ivermectina, cloroquina e azitromicina no combate a covid-19. Remédios esses não recomendados por especialista da OMS. Sem comprovação científica de cura do coronavirus. O contágio aumentou assustadoramente. O Sistema de Saúde entrou em colapso em quase todos os estados da Federação. Não há mais leitos de UTIs disponíveis. A fila de espera por esses só aumenta nos hospitais públicos e privados. Os insumos de intubação começam a faltar de norte a sul do país. Situação extremamente difícil a que enfrentamos nesse momento da Pandemia. Não fosse a misericórdia e graça divina a coisa estaria bem pior. Por que O Suspiro da Mãe Terra ? Os
antecedentes desse suspiro foram relatados acima. O decorrente dessa respiração
é a Pandemia. Não tinha como frear o descontrole do capitalismo selvagem e o
progresso desordenado e extenuante do consumismo materialista senão desgastando
a matriz humana. Principal causadora do desastre ecológico. Explicamos o nosso
descaso perante a natureza e todos os elementos que a compõem. Causamos tanto
sofrimento aos seres e entes minerais, vegetais, animais e humanos. Esgotamos
recursos que não serão mais reparados. A Pandemia global é o preço que a
humanidade está pagando. Devemos perceber, que apesar de tanto sofrimento e
morte, ainda estamos na misericórdia do Pai Eterno. A natureza nos corrige pela
bondade divina na obediência dos preceitos eternos. Ela foi forçada a tomar
essa posição para manter vivo o planeta Terra. Do contrário, existiríamos,
infelizmente, mais que algumas centenas de anos nesse tão belo recanto de Deus
criou ao bem-estar de todos os seres vivos. Devemos, hoje, ter um coração de
gratidão e reconhecimento pela Providência Divina ter vindo no exato momento em
que precisávamos. Como dito na Bíblia Sagrada: “Não retarda o Senhor a sua
vinda, como muitos a julgam demorada. Pelo contrário, ele é longânimo não
querendo que ninguém pereça. Mas que todos cheguem ao arrependimento”. A Mãe
Terra tomou esses dois anos (2020, 2021 e talvez o próximo) para tomar ar ou fôlego. Ela tem
passado o mesmo procedimento de cura quando alguém é acometido da infecção pelo
covid-19. Sintoma, enfermaria, internação, unidade de terapia intensiva, intubação e alta ou morte. Arrisco a dizer que nossa querida irmã Mãe Terra já
estava intubada, respirando artificialmente (aparelho) para continuar
sobrevivendo. Nós a sufocamos com nosso egoísmo, arrogância, autoritarismo,
covardia, desequilibrado, deslealdade, desumano, individualismo, ganancia,
imprudência, interesses, intolerância etc. A física quântica compartilha a
ideia de ser humano no âmbito do planeta Terra. O homem tem órgãos físicos
principais e outros secundários. Exemplo: coração, cérebro, pulmão, rins,
intestino e outros. A Terra também tem sua composição química: crosta
terrestre, manto, núcleo, litosfera, mesosfera. Esses e outros elementos
periféricos do planeta têm sua correspondência com órgãos humanos. Assim a
Terra é mais um ser vivente entre os bilhões e trilhões de milhares em nossa
Galáxia. Costumamos pensar na Terra como independente e tendo vida própria.
Isso é falso. Ela e nós somos um mesmo ente. O Gênesis confirma esse conceito
ao se referir a criação do homem. Enfatiza que Deus formou o homem do pó da
Terra. Soprou em suas narinas o fôlego da vida. Dessa maneira, o homem passou a
ser alma vivente. Assim nossa constituição tem origem na Terra. Nossa formação
é basicamente oxigênio, carbono, hidrogênio e nitrogênio. Além de cálcio,
fósforo, potássio, enxofre, sódio, cloro, magnésio e outros. Somos barro, pó,
poeira, chão, cisco. Nascemos da Mãe Terra e seus filhos nos tornamos. A Bíblia
diz em seu terceiro capítulo inicial que “do suor do teu rosto comerás o teu
pão, até que tornes à Terra, porque dela fostes tomado. Porquanto és pó e ao pó
tornaras”. Nosso destino é a Terra, foi e sempre será. Cooperemos com nossa Mãe
nesse momento difícil que enfrentamos. A Pandemia traz a lição desses aspectos
compartilhados acima. Precisamos urgentemente reconhecer nossa importância no
processo de cura e restabelecimento da saúde humana e da Terra. Nosso
sentimento deve estar voltado à esses dois lados. Um origina do outro e não
existe vida fora da interação mútua. O cuidado com nossa saúde nessa pandemia. Não aglomeração social. Distanciamento social. Uso de máscara, cobrindo nariz e boca ao sair. Higiene das mãos
com álcool ou água. E principalmente tomando a vacina conforme os protocolos
estabelecidos. Serão importantíssimo para eliminar o contágio e a propagação do
vírus em nosso planeta. Estas mudanças e transformações que vivemos, ensinam-nos a
refletir mais sobre a importância do meio ambiente sua sustentabilidade e nosso envolvimento na solidariedade. Importantíssimo à ajuda e suprimento dos menos favorecidos. Assim
preservaremos vivos a Mãe Terra e seus filhos que somos nós. Abraço. Davi.
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