Judaísmo. www.pt.chabad.org. Por
Ivette Miller. CINCO MANEIRAS BÁSICAS DE TRAZER ESPIRITUALIDADE À VIDA DE SEUS
FILHOS. Não fazemos nada religioso”. Na maioria dos anos em minha escola
hebraica os alunos me dizem algumas variações disso Às vezes, as lições que
estamos estudando na classe sobre festas e costumes judaicos não combinam com a
vida familiar de meus alunos. Mas eu sempre digo a essas crianças que há muitas
coisas que eles fazem que são “religiosas”, e juntos, trabalhamos para
reconhecer as muitas maneiras de ser espiritual e conectado judaicamente numa
base diária. Como educadores e pais, há muito que podemos fazer para ajudar as
crianças a desenvolverem seu senso natural de reverência. Aqui estão cinco
maneiras práticas de incorporar santidade em nossas vidas e ajudar as crianças
(e os maiores, também) a entrar em seu potencial espiritual. 1. Fazer contato
com os doentes. Não estou certa sobre quantas músicas, habilidades ou lições meus filhos
lembram da pré-escola. Porém uma prática deixou uma impressão duradoura: sempre
que um colega de classe estava doente, os alunos se reuniam perto de um
telefone e ligavam para o amigo, desejando uma rápida recuperação. É chamado de
bikur cholim, explicou o professor deles – o mandamento de visitar os doentes. Ainda
me lembro como meus filhos estavam orgulhosos quando me contaram sobre esses
telefonemas, e como ficaram contentes quando eles próprios estavam ausentes da
escola e se tornaram os recebedores desses bons votos. Sentiram-se importantes
não apenas aprenderam que têm o poder de ajudar as pessoas a se sentirem
melhor, mas amaram o fato de que ligar e consolar os doentes era uma mitsvá. Esses
telefonemas estabeleceram um padrão que continua até hoje: meus filhos ainda
ligam para os amigos que estão doentes, consolando-os e oferecendo ajuda. Para
entrar nessa poderosa mitsvá, pense em remoldurar suas ações quando as pessoas
estão doentes. Tome uma decisão consciente de ligar ou visitar, ou tão importante
quanto, marcar uma hora num hospital local ou um asilo. 2. Alimentar
animais de estimação. Quando meu filho se tornou o orgulhoso dono de um hamster, eu soube que
ele iria ganhar algumas lições valiosas sobre responsabilidade. O que eu não
antecipei é como cuidar de um animal o ajudaria a sentir-se conectado com a
tradição judaica e também com a espiritualidade. A Torá ensina que antes de
comer, primeiro temos de assegurar que os animais sob nosso cuidado estão
alimentados e não estão com sede. Além de garantir que nossos animais são bem
cuidados, essa ordem nos ajuda a desenvolver empatia, perguntando-nos se os
outros estão em necessidade. Gosto do fato de que antes de nos sentarmos para
jantar, meu filho primeiro corre para alimentar o hamster (e se ele não o
fizer, então um dos seus irmãos, ciente dessa mitsvá, vai lembrá-lo). Ver a
tarefa de alimentar nossos animais como uma chance de cumprir essa mitsvá é uma
ótima maneira de dar às crianças uma oportunidade de se conectar com a tradição
judaica numa maneira nova, diferente e pessoal. 3. Abençoar Trovão e Arco íris. “Rápido, qual é a
bênção?” Meus filhos muitas vezes perguntam isso quando vemos fenômenos como
arco íris, o oceano ou uma multidão de pessoas juntas. A tradição judaica está
repleta de bênçãos para serem pronunciadas em diferentes ocasiões. Por exemplo,
quando ouvimos um trovão, é tradicional dizer “Bendito sejas, Eterno nosso
D'us, Rei do universo, Sua força e Seu poder preenchem o universo.” O trovão,
meus filhos aprenderam, é visto no judaísmo como um chamado – como o shofar em
Rosh Hashaná. É um lembrete para endireitar-se e fazer a coisa certa. Arco
íris, também, tem um significado mais profundo: a Torá explica que são um sinal
que D'us enviou ao mundo depois que Ele o destruiu num enorme dilúvio,
prometendo que nunca mais enviaria tamanha devastação. Remoldurar a maneira de
testemunhar esses fenômenos oferece uma chance de lembrar e louvar o Divino, e
serve como um lembrete para crescer. Acrescenta ao momento, trazendo uma dose
extra de beleza e significado. 4. Devolver itens perdidos. Quando eu era
criança, “quem acha guarda” era a regra entre as crianças em nosso bairro. Foi
uma surpresa, então, quando comecei a me tornar mais envolvido no Judaísmo,
aprender que hashovas aveida – devolver objetos perdidos – é uma importante
mitsvá que é levada bastante a sério por muitos judeus. Não é incomum, por
exemplo, ver itens na sinagoga com avisos e jornais judaicos anunciando objetos
que as pessoas acharam e cujos donos estão tentando encontrar. Como mãe,
descobri que essa mitsvá capta a imaginação das crianças. Seja porque podemos
todos nos identificar com a angústia de perder um objeto de estima, ou porque é
engraçado tentar resolver um mistério, devolver objetos perdidos pode ser um
desafio satisfatório. Da próxima vez que você encontrar um molho de chaves, uma
jaqueta que um visitante deixou para trás ou algo de valor, tente usar isso
como uma chance de cumprir uma mitsvá. A tentativa de fazer a coisa certa
procurando o dono, no processo vai chegar a descoberta de crescer para uma
melhor versão de nós mesmos. 5. Acompanhando os convidados na saída. Essa mitsvá
é uma das mais fáceis de cumprir. Todos sabemos nos despedir dos convidados
quando eles saem, mas a Torá nos desafia a fazê-lo numa maneira sensível. Entreter
convidados é um importante mandamento no Judaísmo, e a Torá tem muito a dizer
sobre a maneira como tratamos aqueles que convidamos à nossa casa. Devemos
oferecer comida e bebida a eles, e tratá-los bem. E quando chegar a hora de
eles saírem, devemos levá-los até a porta [conforme fazia o patriarca Avraham
Avinu] – e acompanhá-los até lá fora por alguns passos – expressando assim
nossa relutância em deixá-los partir e nosso desejo de simbolicamente
acompanhá-los em seu caminho. Vi a maneira que essa tradição atrai as crianças
em primeira mão na minha própria família. É divertido dar alguns passos com os
convidados que estão saindo, sendo algo simples que até crianças pequenas podem
entender. Isso traz algo a mais para os visitantes; ajuda a comunicar aos
convidados como são bem vindos e importantes em nossa casa. Acompanhá-los é
também uma maneira de remoldurar um evento comum e imbuí-lo de espiritualidade.
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