Religião Afrodescendente.
Candomble. www.ocandomble.com. O MUNDO
DOS ORIXÁS – XANGÔ. A missão divina da Mãe Terra (Edan – Onile). Quando a
divina e poderosa mãe Edán (Onile Ogboduora) fez sua aparição nesta Terra, ela
fez isso com um propósito específico e sagrado. Sua manifestação nesta Terra
sinalizou uma nova oportunidade para a humanidade se renovar, progredir e ter
uma vida equilibrada. Sua aparição marcou um novo começo para toda a humanidade
e não apenas o povo privilegiado dos yorùbá. Seu objetivo e propósito era, e é,
de alcance universal. Èdán veio para trazer cura, ordem, harmonia, abrigando
preceitos divinos e equilíbrio para as comunidades da Terra em geral e cada ser
humano em particular. Você deve se lembrar e ter em mente que Èdán não é um ser
humano. Èdán não é yorùbá, chinês, americano, oriental ou ocidental. Èdán é uma
personagem divina de habilidades extraordinárias e poderes supra-humanos. Èdán
não é deste mundo. Ela vem de um reino glorioso e inconcebível de santidade,
beleza e poder. A inteligência, compreensão, força, atratividade e carisma da
mãe divina Èdán é extraordinária, penetrante e excepcional. Èdán pode ver a
profundidade e a realidade das coisas. Ela não pode ser enganada, manipulada ou
subornada, ela não comete erros na administração de sua dispensação (ato de
dividir). Ela está além do alcance da influência humana. Ela nunca cairá ou
balançará à mesquinhez e a inconstância, que é comum entre a humanidade. Sua
visão divina nunca é obstruída e sua atividade não pode ser prejudicada. Sua
virtude, caráter, personalidade e carisma são sem igual. Mesmo Ọrúnmìlà
reconheceu sua grandeza, eficiência, capacidade e singularidade. Foi, afinal, Ọrúnmìlà
quem invocou Èdán, sua amiga e sócia divina para apoio, soluções e alívio!
Quando Èdán desceu do reino dos Irunmọlẹ a esta Terra, ela apareceu com a
plenitude da autoridade divina, poder e comando. Todos Ajogùn interno, externo
e Elénìní fugiram diante dela. Com o poder de sua majestosa personalidade,
divinamente atraente, beleza, carisma e àşé ela foi capaz de libertar e
entregar os corações e as mentes dos pensamentos negativos, atitudes e energias
prejudiciais que oprimiam e dominavam os seres humanos. Èdán foi capaz de desarmar
as pessoas de suas preocupações, medos e inseguranças. Para aqueles que faziam,
que se deliciavam em fazer o errado, o engano, a opressão e a corrupção ela
colocava medo nos seus corações para que talvez eles pudessem mudar suas
maneiras sob sua administração do perdão, da ordem, da capacitação e da
renovação. Tais era, e é, o poder e a influência da mãe divina Èdán. Juntamente
com o inseparável, a importação do ase aos membros sensíveis da humanidade, ela
deu preceitos e injunções divinas para seus alunos-discípulos para praticar e
implementarem em todos os níveis da sociedade e da vida pessoal. Estes
seguidores obedientes e confiáveis de Èdán são os Ogboni porque só existe
sabedoria, saúde e longa vida com Èdán
se as pessoas obedecerem e praticarem seus preceitos. Do lado de fora uma
pessoa constituiria um Ogberi (ignorante) porque aparentemente tinha
conhecimento e não praticava a verdade, o que é isso, se não o maior
ignorância, infelicidade e loucura. Os princípios divinos de Èdán tornaram-se os
veículos de sua divina presença, carisma, poder, apoio e influência-retificando
a cura. Ter vivido na época do aparecimento de Èdán sobre esta Terra sagrada
foi a experiência mais extraordinária, gratificante e maravilhosa. Isto é, a
forma divinamente sancionada, a vida que ela estava revelando à humanidade e
continua revelando à humanidade. O teimoso, obstinado e beligerante que não
fizer, não vai durar muito tempo sob a administração de Èdán. Èdán é
naturalmente amável, justa e compreensiva, como a Sagrada Mãe preciosa e amável
que ela é, ela proporcionou a todos o perdão, um novo começo sem referência a
erros do passado, uma oportunidade para mudar e a bênção para fazer uso de seu
apoio pessoal, garantia, inspiração e poder. Èdán está ciente de nossas fragilidades
e fraquezas como seres humanos. Ninguém precisa ter medo por causa de suas
fraquezas ou falhas. Èdán não pareceu para fazer-nos ricos e famosos. Èdán
apareceu para nos fazer participantes da verdadeira vida, saúde, paz, segurança
e prosperidade através da prática de seus ensinamentos claros. Èdán apareceu
para nos permitir descobrir a nossa nobre e bela natureza divina. Ela veio para
restaurar a dignidade, clareza, transparência, saúde moral e limpeza moral de
nossas vidas. Èdán inculca a verdade divina para seus seguidores inteligentes e
humildes, quando estamos individual e coletivamente para a direita e para
dentro, em seguida, nesta ordem interna, a saúde e a retidão serão reveladas e
expressas no mundo. As instruções de Èdán não foram e não são sugestões, mas
comandos divinamente concedidos e leis. Eles são vinculativos e obrigatórios
para toda a humanidade e especialmente para aqueles que se dedicam a Èdán. Para
ser Ogboni significa ser o melhor dos melhores. Significa ser um modelo de impecabilidade,
idoneidade e confiabilidade. Para ser Ogboni significa estar pessoalmente
convencido a perseguir e fazer o que é certo, correto e adequado
independentemente de tempos, lugares e / ou circunstâncias. Para ser Ogboni
significa ter auto iniciativa, ser responsável e fazer o que é certo para o bem
do amor da verdade e não ser visto, elogiado e aplaudido por outros. Iniciação
formal sozinha não faz de você um seguidor de Èdán. O que é importante não é
que outras pessoas te chamem de Ogboni, mas que Èdán te reconhece e o aceita
como um dos seus verdadeiros, leais e obedientes filhos. O que é importante é
que você seja Ogboni 24 horas por dia em seus pensamentos, atitudes, ações e
relacionamentos. Ogboni é uma forma global e abrangente de viver. Uma delas é
ser Ogboni o tempo todo para que Èdán, ela mesma, possa garantir que você é um
Ogboni genuíno, verdadeiro, com honra, humildade, alegria e realização digna.
Os ritos de iniciação Ogboni foram desenvolvidos mais tarde por Èdán e seus
seguidores, mas, inicialmente, a verdadeira iniciação era uma mudança
espiritual de coração, mente e vida como um resultado do encontro com Èdán, sua
personalidade, seu caráter, seu carisma, encantamento, inspiração, autoridade e
poder, tudo foi expresso e manifestado através de tudo que Èdán fez. Tudo que
Èdán fez foi cheio de graciosidade, dignidade e poder. Não foi através de ritos
e rituais que Èdán mudou o mundo, mas pela graça divina, pelas maneiras,
inteligência e conduta. Èdán por suas maneiras, caráter, personalidade e
conduta comandou o respeito, reverência, confiança e obediência de todos
aqueles com coração sincero e bom. O verdadeiro símbolo de honra e título de um
Ogboni autêntica o caráter, a virtude, a bondade e a imparcialidade que ele
pratica. Conformidade exterior e aderência superficial com o protocolo Ogboni
para o bem das pessoas não faz de você um Ogboni, não importa o seu título ou o
quanto você está velho. Èdán deu seu amor, vida e foco total e dedicação à
humanidade. Para ser Ogboni você tem que dar o seu tudo para a missão divina de
Èdán e você deve procurar com sua força, habilidade, atividade e meios
transferir o conhecimento de Èdán a todos os povos do mundo. Isto é o que é
significa ser Ogboni. Ogboni não é uma instituição humana. Ogboni não é um negócio.
Ogboni não é um clube. Ogboni é uma vocação divina e sagrada. Èdán era uma
revolucionária espiritual, divina, missionária, diplomática e embaixadora da
boa vontade e da esperança. Nós também devemos ser isso. Devemos buscar a
propagação do Ogbonismo. Não os chamados clubes Ogboni e instituições formais,
devemos propagar a verdade e a realidade que Èdán promoveu e instituiu para
toda a humanidade. A humildade e o serviço vêm antes da honra, do orgulho, da
presunção. Èdán diz que a indiferença precede a queda. Ancestral Pride Temple.
Templo Orgulho Ancestral. ORIXÁ XANGÔ. Os
orixás são deuses africanos que correspondem a pontos de força da Natureza e os
seus arquétipos estão relacionados às manifestações dessas forças. As
características de cada Orixá, aproxima-os dos seres humanos, pois eles
manifestam-se através de emoções como nós. Sentem raiva, ciúmes, amam em
excesso, são passionais. Cada orixá tem ainda o seu sistema simbólico
particular, composto de cores, comidas, cantigas, rezas, ambientes, espaços
físicos e até horários. Como resultado do sincretismo que se
deu durante o período da escravatura, cada orixá foi também associado a um
santo católico, devido à imposição do catolicismo aos negros. Para manterem os
seus deuses vivos, viram-se obrigados a disfarçá-los na roupagem dos santos
católicos, aos quais cultuavam apenas aparentemente. Estes deuses da Natureza
são divididos em 4 elementos – Água, Terra, Fogo e Ar. Alguns estudiosos ainda
vão mais longe e afirmam que são 400 o número de Orixás básicos divididos em
100 do Fogo, 100 da Terra, 100 do Ar e 100 da Água, enquanto que, na
Astrologia, são 3 do Fogo, 3 da Terra, 3 do Ar e 3 da Água. Porém os tipos mais
conhecidos entre nós formam um grupo de 16 deuses. Eles também estão associados
à corrente energética de alguma força da natureza. Assim, Iansã é a dona dos
ventos, Oxum é a mãe da água doce, Xangô domina raios e trovões, e outras
analogias. No Candomblé cultuam-se muitos outros orixás, desconhecidos por
leigos, por serem menos populares do que Xangô, Iansã, Oxossi e outros, mas com
um significado muito forte para os adeptos dos cultos afro-brasileiros. Alguns
são necessariamente cultuados, devido à ligação com trabalhos específicos que
regem, para a saúde, morte, prosperidade e diversos assuntos que afligem o
dia-a-dia das pessoas. Estes deuses africanos são considerados intermediários
entre os homens e Deus, e por possuírem emoções tão próximas dos seres humanos,
conseguem reconhecer os nossos caprichos, os nossos amores, os nossos desejos.
É muito frequente dizer-se que as personalidades dos seus filhos são
consequência dos orixás que regem as suas cabeças, desenvolvendo
características iguais às destes deuses africanos. Apresento a seguir as
descrições dos 16 Orixás mais cultuados. Recordo, no entanto, que existem diversas
correntes no Candomblé e por essa razão as informações poderão ser diferentes
de acordo com a tradição ou região. ORIXÁ XANGÔ. DIA: Quarta-Feira CORES: Vermelho
(ou marrom) e branco. COMIDA: Amalá. SÍMBOLOS: Oxés
(machados duplos), Edún-Àrá, xerê. ELEMENTOS: Fogo
(grandes chamas, raios), formações rochosas. DOMÍNOS: Poder
estatal, justiça, questões jurídicas. SAUDAÇÃO: Kawó Kabiesilé! Nem
seria preciso falar do poder de Xangô (Sòngó), porque o poder é a sua síntese.
Xangô nasce do poder morre em nome do poder. Rei absoluto, forte, imbatível. O
prazer de Xangô é o poder. Xangô manda nos poderosos, manda em seu reino e nos
reinos vizinhos. Xangô é rei entre todos os reis. Não existe uma hierarquia
entre os orixás, nenhum possui mais axé que o outro, apenas Oxalá, que
representa o patriarca da religião e é o orixá mais velho, goza de certa
primazia. Contudo, se preciso fosse escolher um orixá todo-poderoso, quem,
senão Xangô para assumir esse papel? Xangô gosta dos desafios, que não raras
vezes aparecem nas saudações que lhe fazem seus devotos na África. Porém o
desafio é feito sempre para ratificar o poder de Xangô. A maneira como todos
devem se referir a Xangô já expressa o seu poder. Procure imaginar um elefante,
mas um Elefante-de-olhos-tão-grandes-quanto-potes-de-boca-larga: esse é Xangô
e, se o corpo do animal segue a proporção dos olhos, Xangô realmente é o
Elefante-que-manda-na-savana, imponente, poderoso. Percebe-se que a imagem de
poder está sempre associada a Xangô. O poder real, por exemplo, lhe é devido
por ter se tornado o quarto alafim de Òyó, que era considerada a capital
política dos iorubas, a cidade mais importante da Nigéria. Xangô destronou o
próprio meio-irmão Dadá-Ajaká com um golpe militar. A personalidade paciente e
tolerante do irmão irritavam Xangô e, certamente, o povo de Òyó, que o apoiou
para que ele se tornasse o seu grande rei, até hoje lembrado. O trono de Òyó já
pertencia a Xangô por direito, pois seu pai, Oranian, foi fundador da cidade e
de sua dinastia. Ele só fez apressar a sua ascensão. Xangô é o rei que não
aceita contestação, todos sabem de seus méritos e reconhecem que seu poder,
antes de ser conquistado pela opressão, pela força, é merecido. Xangô foi o
grande alafim de Òyo porque soube inspirar credibilidade aos seus súbditos,
tomou as decisões mais acertadas e sábias e, sobretudo, demonstrou a sua
capacidade para o comando, persuadindo a todos não só por seu poder repressivo
como por seu senso de justiça muito apurado. Não erram, como se viu, os que
dizem que Xangô exerce o poder de uma forma ditatorial, que faz uso da força e
da repressão para manter a autoridade. Sabe-se, no entanto, que nenhuma
ditadura ou regime despótico mantém-se por muito tempo se não houver respaldo
popular. Em outros termos, o déspota reflete a imagem de seu povo, e este ama o
seu senhor, seja porque nos momentos de tensão responde com eficiência, seja
por assumir a postura de um pai. No caso de Xangô, sua retidão e honestidade
superam o seu caráter arbitrário; suas medidas, embora impostas, são sempre
justas e por isso ele é, acima de tudo, um rei amado, pois é repressor por seu
estilo, não por maldade. Fato é que não se pode falar de Xangô sem falar de
poder. Ele expressa autoridade dos grandes governantes, mas também detém o
poder mágico, já que domina o mais perigoso de todos os elementos da natureza:
o fogo. O poder mágico de Xangô reside no raio, no fogo que corta o céu, que
destrói na Terra, mas que transforma, que protege, que ilumina o caminho. O
fogo é a grande arma de Xangô, com a qual castiga aqueles que não honram seu
nome. Por meio do raio ele atinge a casa do próprio malfeitor. Xangô é bastante
cultuado na região de Tapá ou Nupê, que, segundo algumas versões históricas,
seria terra de origem de sua família materna. Tudo que se relaciona com Xangô
lembra realeza, as suas vestes, a sua riqueza, a sua forma de gerir o poder. A
cor vermelha, por exemplo, sempre esteve ligada à nobreza, só os grandes reis
pisavam sobre o tapete vermelho, e Xangô pisa sobre o fogo, o vermelho
original, o seu tapete. Xangô sempre foi um homem bonito extremamente vaidoso,
por isso conquistou todas a mulheres que quis, e, afinal, o que seria um ‘olhar
de fogo’ senão um olhar de desejo ardente? Quem resiste ao olhar de “flirt” de
Xangô? Xangô era um amante irresistível e por isso foi disputado por três
mulheres. Iansã foi sua primeira esposa e a única que o acompanhou em sua saída
estratégica da vida. É com ela que divide o domínio sobre o fogo. Oxum foi à
segunda esposa de Xangô e a mais amada. Apenas por Oxum, Xangô perdeu a cabeça,
só por ela chorou. A terceira esposa de Xangô foi Oba, que amou e não foi
amada. Oba abdicou de sua vida para viver por Xangô, foi capaz de mutilar o seu
corpo por amor o seu rei. Xangô decide sobre a vida de todos, mas sobre a sua vida
(e sua morte) só ele tem o direito de decidir. Ele é mais poderoso que a morte,
razão pela qual passou a ser o seu anti símbolo. Características dos filhos
de Xangô. É muito fácil reconhecer um filho de Xangô apenas por sua
estrutura física, pois seu corpo é quase sempre muito forte, com uma quantidade
razoável de gordura, apontando a sua tendência à obesidade; mas a sua boa
constituição óssea suporta o seu físico avantajado. Há também os magros e muito
elegantes. Com forte dose de energia e autoestima, os filhos de Xangô têm
consciência de que são importantes e respeitáveis, portanto quando emitem sua
opinião é para encerrar definitivamente o assunto. Sua postura é sempre nobre,
com a dignidade de um rei. Sempre andam acompanhados de grandes comitivas; embora
nunca estejam sós, a solidão é um de seus estigmas. Conscientemente são
incapazes de ser injustos com alguém, mas um certo egoísmo faz parte de seu
arquétipo. São extremamente austeros (para não dizer sovinas), portanto não é
por acaso que Xangô dança alujá com a mão fechada. Gostam do poder e do saber,
que são os grandes objetos de sua vaidade. São amantes vigorosos, em seu lado
negativo, pobre das mulheres cujos maridos são de Xangô. Um filho de Xangô está
sempre cercado por amigos, auxiliares, no caso de governantes, empresários, mas
a tendência é que aqueles que decidem ao seu lado sejam sempre homens. Os
filhos de Xangô são obstinados, agem com estratégia e conseguem o que querem.
Tudo que fazem marca de alguma forma sua presença; fazem questão de viver ao
lado de muita gente e têm pavor de ser esquecido, pois, sempre presentes na
memória de todos, sabem que continuarão vivos após a sua ‘retirada
estratégica’. www.ocandomble.com.
Abraço. Davi
Nenhum comentário:
Postar um comentário