Catolicismo. www.universocatolico.com.br. O ÚLTIMO DISCURSO DE ZILDA ARNS. Agradeço o honroso convite que recebi. Quero manifestar minha grande alegria
por estar aqui com todos vocês em Porto Príncipe, Haiti, para participar da
assembleia de religiosos. Como irmão de 2 franciscanos e de 3 irmãs religiosas
da Congregação das Irmãs Escolares de Nossa Senhora, estou muito feliz entre
todos vocês. Agradeço a Deus por esse momento. Na realidade, todos nós estamos
aqui, nesse encontro, porque sentimos dentro de nós uma forte vontade de
divulgar ao mundo a boa notícia de Jesus. A boa notícia, transformada em ações
concretas, é luz e esperança na conquista pela paz nas famílias e nas nações. A
construção da paz começa no coração das pessoas e tem seu fundamento no amor,
que tem raízes na gestão e na primeira infância, e se transforma na fraternidade
e responsabilidade social. A paz é uma conquista coletiva. Acontece quando
incentivamos as pessoas, quando promovemos os valores culturais e éticos, as
atitudes e práticas pela busca de um bem comum, que aprendemos de nosso mestre
Jesus. "Eu vim para que todos tenham vida e tenham em abundancia"
(João 10.10). Espera-se que os agentes sociais continuem, além das referências
éticas e morais da nossa igreja, ser como Ela, mestres em orientar as famílias
e comunidades, especialmente nas áreas de saúde, educação e direitos humanos.
Deste modo, podemos formar a massa crítica nas comunidades cristãs e de outras
religiões, em favor da proteção de uma criança desde a concepção, e mais
excepcionalmente até os seis anos, e do adolescente. Devemos nos esforçar para
que nossos legisladores elaborem leis e os governos executem políticas públicas
que incentivem a qualidade na educação integral das crianças e a saúde, como
prioridade absoluta. O povo seguiu Jesus porque ele tinha palavras de
esperança. Assim, somos chamados a anunciar nossas experiências positivas e
caminhos que levem as comunidades, famílias e o país a serem mais justos e
fraternos. Como discípulos e missionários, convidados a evangelizar, sabemos
que a força propulsora da transformação social está na prática do maior de
todos os mandamentos da Lei de Deus: o amor, expressado na solidariedade
fraterna, que é capaz de mover montanhas. “Amar a Deus sobre todas as coisas e
ao próximo como a nós mesmo”, significa trabalhar pela inclusão social, fruto
da Justiça; significa não ter preconceitos, aplicar nossos melhores talentos a
favor da vida plena, prioritariamente daqueles que mais necessitam. Somar
esforços para alcançar objetivos, servir com humildade e misericórdia, sem
perder a própria identidade. Todo esse caminho precisa da comunicação constante
para iluminar, animar, fortalecer e democratizar nossa Missão de Fé e Vida.
Acreditamos que esta transformação social exige um investimento máximo de
esforços para o desenvolvimento integral das crianças. Este desenvolvimento
começa quando uma criança se encontra ainda no ventre sagrado de sua mãe. As
crianças, quando são bem cuidadas, são sementes da paz e da esperança. Não
existe ser humano mais perfeito, mais justo, mais solidário e sem preconceito que
a criança. Não é à toa que Jesus disse: "(...) se vocês não fizerem como
essas crianças, não entrarão no Reio dos Céus" (Mateus 18, 3). E
"deixem que as crianças venham a mim, pois é deles o Reino dos Céus"
(Lucas 18, 16). Hoje, vou dividir com vocês uma verdadeira história de amor e
inspiração divina, um sonho que fiz se tornar realidade. Como aconteceu aos
discípulos de Emaus (Lucas 24, 13-35), "Jesus caminhava todo o tempo com
eles. Ele foi reconhecido a partir do pão, símbolo da vida". Em outra
passagem, quando o barco no Mar da Galileia estava a ponto de afundar por causa
das ondas violentas, ali estava Jesus com eles, para tranquilizar a tormenta
(Marcos 4, 35-41). Com alegria vou contar a vocês o que "vi e o que tenho
sido testemunha" ao longo de 26 anos, desde a fundação da Pastoral da
Criança em setembro de 1983. Aquele que era uma semente, que começou na cidade
de Florestópolis, estado de Paraná, no Brasil, se converteu em Organismos de
Ação Social da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, presente em 42 mil
comunidades pobres em 7 mil paróquias de todos as Dioceses do Brasil. Por força
da solidariedade fraterna, uma rede de 260 mil voluntários - dos quais 141 mil
são líderes que vivem em comunidades pobres, 92% são mulheres - participam
permanentemente da construção de um mundo melhor, mais justo e mais fraterno a
serviço da vida e da esperança. Cada voluntário dedica em média 24 horas ao mês
a esta missão transformadora de educar as mães e as famílias pobres, dividir o
pão da fraternidade e gerar conhecimentos para a transformação social. O
objetivo da Pastoral da Criança é reduzir as causas da desnutrição e da
mortalidade infantil, promover o desenvolvimento integral das crianças, desde
sua concepção até os seis anos de idade. A primeira infância é uma etapa
decisiva para a saúde, educação, consolidação dos valores culturais, cultivo da
fé e da cidadania, com profundas repercussões ao longo da vida. Um pouco de
história: sou a 12ª de 13 irmãos, cinco deles são religiosos. Três irmãs
religiosas e dois sacerdotes franciscanos. Um deles é Dom Paulo Evaristo
(1921-1916), o Cardeal Arns, Arcebispo emérito de São Paulo, conhecido por sua
luta em favor dos direitos humanos, principalmente durante os vinte anos da
ditadura militar do Brasil. Em maio de 1982, ao voltar de uma reunião da
Organização das Nações Unidas (ONU), em Genebra, Dom Paulo me chamou pelo
telefone à noite. Naquela reunião, James Grant (1946- ), então diretor executivo da Unicef (Fundo
das Nações Unidas para a Infância), falou com insistência sobre o soro oral.
Considerado como o maior avanço da medicina no século passado, esse soro era
capaz de salvar da morte milhões de crianças que poderiam morrer por
desidratação devido a diarreia, uma das principais causas da mortalidade
infantil no Brasil e no mundo. James Grant conseguiu convencer a Dom Paulo para
que motivasse a Igreja Católica a ensinar as mães a preparar e administrar o
soro oral. Isto podia salvar milhares de vidas. Viúva fazia cinco anos, eu
estava, naquela noite história, reunida com os cinco filhos, entre os nove e
dezenove anos, quando recebi a chamada telefônica do meu irmão Dom Paulo. Ele
me contou o que havia passado e me pediu para refletir sobre ele. Como tornar
realidade a proposta da Igreja de ajudar a reduzir a morte das crianças? Eu me
senti feliz diante daquele novo desafio. Era o que mais desejava: educar as
mães e famílias para que soubessem cuidar melhor de seus filhos! Creio que
Deus, de certo modo, havia me preparado para esta missão. Baseada na minha
experiência como médica pediatra e especialista em saúde pública e nos muitos
anos de direção dos serviços públicos de saúde materna-infantil, entendi que,
além de melhorar a qualidade dos serviços públicos e facilitar às mães e
crianças o acesso a eles, o que mais falta fazia às mães pobres era o
conhecimento e a solidariedade fraterna, para que pudessem colocar em prática
algumas medidas básicas simples e capazes de salvar seus filhos da desnutrição
e da morte, como por exemplo a educação alimentar e nutricional para as
grávidas e seus filhos, a amamentação materna, as vacinas, o soro caseiro, o
controle nutricional, além dos conhecimentos sobre sinais e sintomas de algumas
doenças respiratórias e como as prevenir. Pensei então na metodologia que
utilizou Jesus para saciar a fome de 5 mil homens, sem contar as mulheres e as
crianças. Era noite e tinham fome. Os discípulos disseram a Jesus que o melhor
era que deixassem suas casas, mas Jesus ordenou: "Dai-lhes vós de
comer". O apóstolo Felipe disse a Jesus que não tinham dinheiro para
comprar comida para tanta gente. André, irmão de Simão, sinalou a uma criança
que tinha dois peixes e cinco pães. E Jesus mandou que se sentassem em grupos
de cinquenta a cem pessoas (em pequenas comunidades). Então pensei: Por que morrem
milhões de crianças por motivos que podem facilmente ser prevenidos? Quais são
as causas que os tornem criminosos e violentos na adolescência? Recordei o
começo da minha carreira, quando me desafiei a querer diminuir a mortalidade
infantil e a desnutrição. Vieram a minha mente milhares de mães que trocaram o
leite materno pela mamadeira diluída em água suja. Outras mães que não vacinam
seus filhos, quando não havia ainda cesta básica no Centro de Saúde. Outras
mães que limpavam o nariz de todos os seus filhos com o mesmo pano, ou pegavam
seus filhos e os humilhavam quando faziam xixi na cama. E ainda mais triste,
quando o pai chegava em casa bêbado. Ao ouvir o grito de fome e carinho de seus
filhos, os venciam mesmo quando eram muito pequenos. Sabe-se, segundo
resultados de pesquisas da OMS (Organização Mundial da Saúde), cuja publicação
acompanhei em 1994, que as crianças maltratadas antes de um ano de idade têm
uma tendência significativa para violência, e com frequência fazem crimes antes
dos 25 anos. A
Igreja, que somos todos nós, que devíamos fazer? Tive a
seguridade de seguir a metodologia de Jesus: organizar as pessoas em pequenas
comunidades; identificar líderes, famílias com grávidas e crianças menores de
seis anos. Os líderes que se dispusessem a trabalhar voluntariamente nessa
missão de salvar vidas, seriam capacitados, no espírito da fé e vida, e
preparados técnica e cientificamente, em ações básicas de saúde, nutrição,
educação e cidadania. Seriam acompanhados em seu trabalho para que não se desanimassem.
Teriam a missão de compartilhar com as famílias a solidariedade fraterna, o
amor, os conhecimentos sobre os cuidados com as grávidas e as crianças, para
que estes sejam saudáveis e felizes. Assim como Jesus ordenou que considerassem
se todos estavam saciados, tínhamos que implantar um sistema de informações,
com alguns indicadores de fácil compressão, inclusive para líderes analfabetos
ou de baixa escolaridade. E vi diante de mim muitos gestos de sabedoria e amor
apreendidos com o povo. Senti que ali estava a metodologia comunitária, pois
podia se desenvolver em grande escala pelas dioceses, paróquias e comunidades.
Não somente para salvar vidas de crianças, mas também para construir um mundo
mais justo e fraterno. Seria a missão do "Bom Pastor", que estão
atentos a todas as ovelhas, mas dando prioridade àquelas que mais necessitam.
Os pobres e os excluídos. Naquela maravilhosa noite, desenhei no papel uma
comunidade pobre, onde identifique famílias com grávidas e filhos menores de
seis anos e líderes comunitários, tanto católicos como de outras confissões e
culturas, para levar adiante ações de maneira ecumênica, pois Jesus veio par
que "todos tenham vida e vida em abundância" (João 10,10). Isto é o
que precisa ser feito aqui no Haiti: fazer um mapa das comunidades pobres,
identificar as crianças menores de 6 anos e suas famílias e líderes
comunitários que desejam trabalhar voluntariamente. Desde a primeira
experiência, a Pastoral da Criança cultivou a metodologia de Jesus, que é
aplicada em grande escala. No Brasil, em mais de 40 mil comunidades, de 7 mil
paróquias de todas as 272 dioceses e preladias. Está se estendendo a 20 países.
São eles: América Latina e no Caribe: Argentina, Bolívia, Colômbia, Paraguai,
Uruguai, Peru, Venezuela, Guatemala, Panamá, República Dominicana, Haiti,
Honduras, Costa Rica e México; na África: Angola, Guiné-Bissau, Guiné Conakry e
Moçambique e na Ásia: Filipinas e Timor Leste. Para organizar melhor e dividir
as informações e a solidariedade fraterna entre as mães e famílias vizinhas, as
ações se baseiam em três estratégias de educação e comunicação: individual, de
grupo e de massas. A Pastoral da Criança utiliza simultaneamente as três formas
de comunicação para reforçar a mensagem, motivar e promover mudanças de conduta,
fortalecendo as famílias com informações sobre como cuidar dos filhos,
promovendo a solidariedade fraterna. A educação e comunicação individual se
fazem através da "Visita Domiciliar Mensal nas Famílias" com grávidas
e filhos. Os líderes acompanham as famílias vizinhas nas comunidades mais
pobres, nas áreas urbanas e rurais, nas aldeias indígenas e nos quilombos, e
nas áreas ribeirinhas do Amazonas. Atravessam rios e mares, sobem e descem
montes de encostas íngremes, caminham léguas, para ouvir os clamores das mães e
famílias, para educar e fortalecer a paz, a fé e os conhecimentos. Trocam
ideias sobre saúde e educação das crianças e das grávidas; ensinam e aprendem.
Com muita confiança e ternura, fortalecem o tecido social das comunidades, o
que leva a inclusão social. Motivados pela Campanha Mundial patrocinadas pela
ONU (Organização das Nações Unidas), em 1999, com o tema "Uma vida sem
violência é um direito nosso", a Pastoral da Criança incorporou uma ação
permanente de prevenção da violência com o lema "A Paz começa em
casa". Utilizou como uma das estratégias de comunicação a distribuição de
seis milhões de folhetos com "10 Mandamentos para alcançar a paz na
família", debatíamos nas comunidades e nas escolas, do norte ao sul do país.
As visitas, entre tantas outras ações, servem para promover a amamentação
materna, uma escola de diálogo e compartilhar, principalmente quando se dá como
alimento exclusivo até os seis meses e se continua dando como alimento
preferencial além do um ano, inclusive além dos dois anos, complementarmente
com outros alimentos saudáveis. A sucção adapta os músculos e ossos para uma
boa dicção, uma melhor respiração e uma arcada dentária mais saudável. O
carinho da mãe acariciando a cabeça do bebe melhora a conexão dos neurônios. A psicomotricidade
da criança que mama no peito é mais avançada. Tanto é assim que se senta, anda
e fala mais rápido, aprende melhor na escola. É fator essencial para o
desenvolvimento afetivo e proteção da saúde dos bebês, para toda a vida. A
solidariedade desponta, promovida pelas horas de contato direto com a mãe.
Durante a visita domiciliar, a educação das mulheres e de seus familiares eleva
a autoestima, estimula os cuidados pessoais e os cuidados com as crianças. Com
esta educação das famílias se promove a inclusão social. A educação e a
comunicação de um grupo têm lugar cada em cada mês em milhares de comunidades.
Esse é o Dia da Celebração da Vida. Momento dedicado ao fortalecimento da fé e
da amizade entre famílias. Além do controle nutricional, estão os brinquedos e
as brincadeiras com as crianças e a orientação sobre a cidadania. Neste dia as
mães compartilham práticas de aproveitamento adequado de alimentos da região de
baixo custo e alto valor nutritivo. As frutas, folhas verdes, sementes e talos,
que muitas vezes não são valorizados pelas famílias. Outra oportunidade de
formação de grupo é a Reunião Mensal de Reflexão e Evolução dos líderes da
comunidade. O objetivo principal desta reunião é discutir e estabelecer
soluções para os problemas encontrados. Essas ações integram o sistema de
informação da Pastoral da Criança para poder acompanhar os esforços realizados
e seus resultados através de indicadores. A desnutrição foi controlada. De mais
de 50% de desnutridos no começo, hoje está em 3,1%. A mortalidade infantil foi
drasticamente reduzida e hoje está em 13 mortos por mil nascidos vivos nas
comunidades com Pastoral da Criança. O índice nacional é 2,33, mas se sabe que
as mortes em comunidades pobres, onde estão a Pastoral da Criança, é maior que
é na média geral. Em 1982, a mortalidade infantil no Brasil foi 82,8 mil
nascidos vivos. Estes resultados têm servido de base para conquistar entidades,
como o Ministério da Saúde, Unicef, Banco HSBC, e outras empresas. Elas nos
apoiam nas capacitações e em todas as atividades básicas de saúde, nutrição,
educação e cidadania. O custo criança/mês é de menos de US$ 1. Em relação à
educação e à comunicação de massas apresentará três experiências concretas de
como a comunicação é um instrumento de defesa dos direitos da infância. Materiais Impressos. O
material impresso foi concebido especificamente para ajudar a formação do líder
da Pastoral da Criança. Os instrutores e os multiplicadores servem como
ferramenta de trabalho na tarefa de guiar as famílias e comunidades sobre
questões de saúde, nutrição, educação e cidadania. Além do Guia da Pastoral da
Criança, se colocou em marcha publicações como o Manual do Facilitador,
Brinquedos e Jogos, Comida e as Hortas Familiares, alfabetização de jovens e
adultos e mobilização social. O jornal da Pastoral da Criança, com tiragem
mensal de cerca de 280 mil, ou seja 3 milhões e 300 mil exemplares por ano,
chega a todos os líderes da Pastoral da Criança. É uma ferramenta para a
formação continua. O Boletim Dicas abarca questões relacionadas com a saúde e a
educação para cidadania. Este especialmente concebido para os coordenadores e
capacitadores da Pastoral da Criança. Cada publicação chega a 7.000
coordenadores. Para ajudar na vigilância das mulheres grávidas, a Pastoral da Criança
criou os laços de amor, cartões com conselhos sobre a gravidez e um parto
saudável. Outros materiais impressos de grande impacto social é o folheto com
os 10 mandamentos para a Paz na Família, 12 milhões de folhetos foram
distribuídos nos últimos anos. Além desses materiais impressos, se envia para
as comunidades da Pastoral da Criança material para o trabalho de pesagem das
crianças, objetos como balanças e também colheres de medir para a reidratarão
oral e sacos de brinquedos para as crianças brincarem no dia da celebração da
vida. Material
de som e vídeo. Outra área em que a Pastoral da Criança produz materiais é de
som e a produção de filmes educativos. O Show ao vivo da Rádio da Vida,
produzido e gravado no estúdio da Pastoral da Criança, chega a milhões de
ouvintes em todo Brasil. Com os temas de saúde, de educação na primeira
infância e a transformação social, o programa de rádio Viva a Vida se transmite
semanalmente 3.740 vezes. Estamos "no ar", de 2.310 horas semanais em
todo Brasil. Além disso, o Programa Viva a Vida também se executa em vários
tipos de sistemas de som de CD e aparados nas reuniões de grupo. A Pastoral da
Criança também produz filmes educativos para melhorar e dar conhecimento de seu
trabalho nas bases. Atualmente há 12 títulos produzidos que sem ocupam na
prevenção da violência contra as crianças, comida saudável, na gravidez, e na
participação dos Conselhos Municipais de Saúde, na preservação da AIDS e
outros. Campanhas.
A Pastoral da Infância realiza e colabora em várias campanhas
para melhorar a qualidade de vida das mulheres grávidas, famílias e crianças.
Estes são alguns exemplos: # Campanhas de sais de reidratação oral. # Campanha
de Certidão de Nascimento: a falta de informação, a distância dos cartórios e a
burocracia fazem com que as pessoas fiquem sem certidões de nascimentos. #
Campanha de Certidão de Nascimento: a falta de informação, a distância dos
escritórios e a burocracia fazem com que as pessoas fiquem sem uma certidão de
nascimento. A mobilização nacional para o registro civil de nascimento, que une
o Estado brasileiro e a sociedade, busca garantir a cada cidadão de pleno
direito o nome e os direitos. # Campanha para promover o aleitamento materno: o
leite materno é um alimento perfeito que Deus colocou à disposição nos
primeiros anos de vida. Permanentemente, a Pastoral da Criança promove o
aleitamento materno exclusivo até os seis meses e, em seguida, continuar, com
outros alimentos. Isso protege contra doenças, desenvolve melhor e fortalece a
criança. # Campanha de prevenção da tuberculose, pneumonia e hanseníase: as
três doenças continuam a afetar muitas crianças e adultos em nosso país. A
Pastoral da Criança prepara materiais específicos de comunicação para educar o
público sobre sintomas, tratamento e meios de prevenção destas doenças. #
Campanha de Saneamento: o acesso à água potável e o tratamento de águas
residuais contribuem para a redução da mortalidade infantil. A Pastoral da
Criança, em colaboração com outros organismos, mobiliza a comunidade para a demanda
por tais serviços a governos locais e usa os meios ao seu dispor para divulgar
informações relacionadas ao saneamento. # Campanha de HIV/aids e Sífilis: o
teste do HIV/Aids e sífilis durante o pré-natal permite a redução de 25% para
1% do risco de transmissão para o bebê. A Pastoral da Criança apoia a campanha
nacional para o diagnóstico precoce destas doenças. # Campanha para a Prevenção
da morte súbita de bebês "Dormir de barriga para cima é mais seguro":
Com a finalidade de alertar sobre os riscos e evitar até 70% das mortes súbitas
na infância, a Pastoral da Criança lançou esta grande campanha dirigida às
famílias para que coloquem seus bebês para dormir de barriga para cima. #
Campanha de Prevenção do Abuso Infantil: Com esta campanha, a Pastoral da
Criança esclarece as famílias e a sociedade sobre a importância da prevenção da
violência, espancamentos e abuso sexual. Esta campanha inclui a distribuição de
folheto com os dez mandamentos para a paz na família, como um incentivo para
manter as crianças em uma atmosfera de paz e harmonia. # Campanha - 20 de
novembro, dia de oração e de ação para as crianças: A Pastoral da Criança
participa dos esforços globais para a assistência integral e proteção a
crianças e adolescentes, em colaboração com a Rede Mundial de Religiões para a
Infância (GNRC). Em dezembro de 2009, completei 50 anos como médica e, antes de
2002, confesso que nunca tinha ouvido falar em qualquer programa da Unicef ou
da Organização Mundial de Saúde (OMS), ou de outra agência da Organização das
Nações Unidas (ONU), que estimulasse a espiritualidade como um componente do
desenvolvimento pessoal. Como um dos membros da delegação do Brasil na
Assembleia das Nações Unidas em 2002, que reuniu 186 países, em favor da
infância, tive a satisfação de ouvir a definição final sobre o desenvolvimento
da criança, que inclui o seu "desenvolvimento físico, social, mental,
espiritual e cognitivo". Este foi um avanço, e vem ao encontro do processo
de formação e comunicação que fazemos na Pastoral da Criança. Neste processo,
vê-se a pessoa de maneira completa e integrada em sua relação pessoal com o
próximo, com o ambiente e com Deus. Estou convencida de que a solução da
maioria dos problemas sociais está relacionada com a redução urgente das
desigualdades sociais, com a eliminação da corrupção, a promoção da justiça
social, o acesso à saúde e à educação de qualidade, ajuda mútua financeira e
técnica entre as nações, para a preservação e restauração do meio ambiente.
Como destaca o recente documento do papa Bento 16, "Caritas in
veritate" (Caridade na verdade), "a natureza é um dom de Deus, e
precisa ser usada com responsabilidade." O mundo está despertando para os
sinais do aquecimento global, que se manifesta nos desastres naturais, mais
intensos e frequentes. A grande crise econômica demonstrou a inter-relação
entre os países. Para não sucumbir, exige-se uma solidariedade entre as nações.
É a solidariedade e a fraternidade aquilo de que o mundo precisa mais para
sobreviver e encontrar o caminho da paz. Final. Desde a
sua fundação, a Pastoral da Criança investe na formação dos voluntários e no
acompanhamento de crianças e mulheres grávidas, na família e na comunidade.
Atualmente, existem 1.985.347 crianças, 108.342 mulheres grávidas de 1.553.717
famílias. Sua metodologia comunitária e seus resultados, assim como sua
participação na promoção de políticas públicas com a presença em Conselhos de
Saúde, Direitos da Criança e do Adolescente e em outros conselhos levaram a
mudanças profundas no país, melhorando os indicadores sociais e econômicos. Os
resultados do trabalho voluntário, com a mística do amor a Deus e ao próximo,
em linha com nossa mãe terra, que a todos deve alimentar, nossos irmãos, os
frutos e as flores, nossos rios, lagos, mares, florestas e animais. Tudo isso
nos mostra como a sociedade organizada pode ser protagonista de sua
transformação. Neste espírito, ao fortalecer os laços que ligam a comunidade,
podemos encontrar as soluções para os graves problemas sociais que afetam as
famílias pobres. Como os pássaros, que cuidam de seus filhos ao fazer um ninho
no alto das árvores e nas montanhas, longe de predadores, ameaças e perigos, e
mais perto de Deus, deveríamos cuidar de nossos filhos como um bem sagrado,
promover o respeito a seus direitos e protegê-los. Muito obrigada! Que Deus
acompanhe a todos! Doutora Zilda Arns Neumann (1934-2010). www.universocatolico.com.br.
Abraço. Davi
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