Gnosticismo. www.gnosisonline.org. Texto de
Samael Aun Weor (1917-1977). Samael Aun Weor pergunta a alguém da plateia: Como
podemos sacrificar a dor? Resposta de um aluno: Não
se identificando com isso, tratar de compreender que é um acontecimento que tem
relação como o karma, e aí (…). O SACRIFÍCIO DA DOR E AS CONSEQUÊNCIAS GNÓSTICAS. SAW: resposta muito vaga. Vou
dizer a vocês uma grande verdade: só se sacrifica a dor auto explorando-se e
fazendo a dissecação. Falemos de um fato concreto: imaginemos um homem que
encontra a sua mulher conversando com demasiada intimidade com um sujeito x,
pode acontecer um estalo de ciúme, acompanhado de um certo desgosto. Pode até
acontecer uma briga com o outro homem por ciúmes, certo? Isso produz uma dor espantosa ao marido, que
é suficiente para dar origem a um divórcio, a uma dor moral horripilante… Sem
dúvida, a mente pode fazer conjecturas, e ainda que a mulher negue, a mente tem
muitos ardis, promovendo a formação de muitas conjecturas (…). O que fazer para
se salvar dessa dor, e como aproveitá-la? Como renunciar à dor que isso produz?
Há uma forma de resolver e sacrificar a dor. A Autorreflexão Evidente do Ser, a
auto exploração de si mesmo. Vocês estão seguros, por exemplo, de que nunca
tiveram relação com outra mulher? Estão seguros de que jamais dormiram com
outra mulher? Estão seguros de que jamais adulteraram, nem nesta nem em
passadas existências? Claro que não. Porque todos, no passado, fomos adúlteros
e fornicários, isso é claro. Chega-se à conclusão de que também fomos
fornicários e adúlteros, então com que autoridade julga-se a mulher? Por que
fazem isso? Ao julgá-la, faz-se sem autoridade. Jesus Cristo, na parábola da
mulher adúltera, disse: “Quem se sentir livre de pecado, que atire a primeira
pedra!” Como ninguém atirou uma pedra e como nem Jesus se atreveu a jogar,
disse para a mulher: “Mulher, onde estão aqueles que estavam te acusando? Nem
eu mesmo te acuso, vai e não peques mais”. Se nem Ele, que era perfeito, se
atreveu, quem somos nós e com que autoridade o faríamos? Então, quem é que está
provocando a dor e o sofrimento? Claro que é o demônio do Ciúme! É o Eu do
Amor-próprio, que foi ferido mortalmente, assim como o Eu da Auto importância,
ou o Eu da Intolerância. Quando se chega à conclusão de que foram esses eus que
produziram a dor, então se deve concentrar na Mãe Divina Kundalini para que Ela
desintegre esses eus. Ao serem desintegrados, a dor acaba e se liberta a
Consciência desse eu. Mediante o sacrifício da dor, vão se eliminando os Eus e
aumentando a nossa Consciência… Agora, suponhamos que não foi simplesmente
ciúme, mas houve um adultério de verdade. Então terá de pedir divórcio, porque
a Lei Divina autoriza isso. Nesse caso também se pode dizer, com absoluta
certeza, que se pode sacrificar também essa dor, e dizer para si mesmo: “Bom,
eu que já cometi adultério estarei seguro de que não vou adulterar
jamais? Claro que não, então por que condeno? Não tenho o direito de condenar
ninguém, porque aquele que se sentir livre de pecado que jogue a primeira
pedra… Então o que me proporciona a dor, se não são os eus da Intolerância, da
Auto importância, do Ciúme, do Amor-próprio?” Com esse sacrifício da dor, e com
a consequente desintegração dos eus, produz-se um aumento da Consciência,
porque aquelas energias que estavam dentro da dor ficam livres, trazendo não
somente paz no coração como também um aumento da porcentagem da Consciência
(…). Existem muitas classes de dor, como por exemplo, um insultador. O que ele
provoca? O desejo de vingança imediata por causa das palavras proferidas. Mas
se não nos identificarmos com os eus da Vingança, é claro que não responderemos
o insulto com outro insulto. Dessa forma não nos identificaremos com os eus da
Vingança, porque estes se relacionam com outros eus mais perversos, os quais,
se postos sob jugo deles contra nós, promoveriam reação bem mais agressiva.
Existe em nós uma Cidade Psicológica onde vivem muitas pessoas, que são os eus
psicológicos, com os seus clãs, colônias de eus muito perversos, assim como há
eus mais ou menos seletos.Caso se identifique com os eus da Vingança, estes por
sua vez se identificam com outros eus de outras “turmas”, onde vivem os
assassinos, ladrões etc. E ao se relacionarem com eles, estes controlam o eu da
Vingança, controlam o cérebro e acabam realizando barbaridades. Por
conseguinte, e por último, iremos para a cadeia (…). Mas como podemos evitar
para não cair em semelhantes absurdos? Não se identificando com quem nos
insulta! Pode ser que aquele que nos insulta nos deixe ofendidos, causando-nos
dor profunda. Então, vamos sacrificar a dor por meio da meditação. E com o
auxílio da nossa Divina Mãe Kundalini, desintegraremos o eu do Orgulho e, desta
forma, ao sacrificarmos a dor, nascerá em nós mais uma virtude, a da
Serenidade. Aprender a sacrificar as suas dores é necessário para o despertar
da Consciência. Claro que não é coisa fácil, é trabalho duro, ir contra si
mesmo é algo muito duro, não é doce, mas vale a pena ir contra si mesmo, porque
o resultado é o despertar (…). É importante ver que a capacidade de análise que
possuímos não advém senão da dissolução constante do Ego. Quando temos um Ego
muito torpe e quando desintegramos um eu desse Ego, a Essência que estava presa
nesse eu fica livre, aumentando, assim, a nossa inteligência. Mas aquele que
tem Ego e acredita que é inteligente, não é inteligente. Pensa que é, mas não o
é. Poderá ser um intelectual ilustrado, com inúmeros diplomas, mas a
inteligência é outra coisa. Temos de fazer uma diferenciação entre intelectual
e inteligente. Eu, quando tinha Ego, pensava que possuía grande capacidade de
análise, mas depois que destruí o Ego vim a compreender que naquela época a
minha capacidade de análise era incipiente e eu acreditava que era gigantesca
por ter lido muito. Só o tempo veio me demonstrar que não era tão grande como
eu pensava. O mais importante na vida é ter essa capacidade de Autorreflexão
Evidente do Ser, que aflora com a aniquilação do Ego (…) só assim poderemos ver
as coisas mais claramente. Por isso é que existem nove classes de Razão
Objetiva, que se fundamentam na Consciência. Como poderemos saber ou conhecer o
grau de desenvolvimento da Razão Objetiva ou Mente Interior das pessoas?
Através dos cornos, ou chifres. Se aparecer um tridente na testa, trata-se de
um Liberado da Razão objetiva de primeiro grau; se aparecerem dois tridentes,
essa pessoa estaria no Segundo Grau da Razão Objetiva; três tridentes, Terceiro
Grau; quatro tridentes, quarto grau; cinco tridentes, já é venerável em todo o
Megalo cosmo; se aparecerem seis tridentes, terá alcançado o grau, como
disse Gurdjieff, de
“Sagrado Anklad”. Só possui os seis Tridentes quem realizou a Grande Obra,
ninguém mais, porque este sexto grau é até onde a Razão Objetiva pode chegar,
que é o Eterno Pai Cósmico Comum, mas ainda existem três graus a mais. Quando
se chega ao Nono Grau de desenvolvimento da Mente Interior, atingiu-se toda a
plenitude e pode-se submergir no seio do Eterno Pai Cósmico Comum. Dessa forma,
conhece-se o grau de desenvolvimento da Razão Objetiva pelos “Tridentes dos
Chifres”. Alguém poderia dizer que os demônios também os possuem. Em todos os
casos existem os prós e os contras. Assim como a eletricidade pode servir para
o bem, como também para matar (…). Hoje em dia, as pessoas estão convertidas em
diabos, que, vistas interiormente, com o Sentido da Auto Observação
psicologicamente desenvolvida, pode-se ver um verdadeiro diabo nessas pessoas
(…). Mas quando começamos a desintegrar o Ego, ele começa a ficar branco.
Quando se sacrificam os próprios sofrimentos, ele começa a branquear, e quando
desintegramos completamente o Ego, ele resplandece gloriosamente e se integra
ao Iniciado, transformando-se num Arcanjo. Mas isso não se consegue da noite
para o dia, mas sim, mediante um trabalho consciente para o desenvolvimento da
Razão Objetiva, através da desintegração dos agregados psíquicos, despertando
assim as Partes da nossa Consciência. Já lhes disse anteriormente que possuímos
Três Mentes: a Sensual, que elabora os seus conceitos com os dados vindos do exterior,
entrando pelos nossos sentidos. Desta maneira, ela não sabe nada da Verdade,
nem de Deus, nem do Universo, aí está a verdadeira razão subjetiva. A Mente
Intermediária é onde estão depositadas todas as crenças e que por sua vez
também nada saber sobre o Real. E, por último, a Mente Interior, que é o
veículo da Consciência, e conforme esta vai despertando, a Mente Interior vai
se desenvolvendo nos seus processos analíticos objetivos de uma forma
extraordinária. De maneira que se chegar ao desenvolvimento total do Nono Grau,
ou seja, chegar a possuir os Nove Tridentes dos Chifres de seu Lúcifer
Particular e Individual, indubitavelmente tornar-se-á absolutamente consciente
do Real e da Verdade, um Deus (…). Conforme vamos acrescentando as porcentagens
da Consciência, vamos “matando” o karma. Eliminamos o karma, por exemplo, de
nos tornarmos conscientes da dor que um negócio malfeito produziu,
descobriremos que o eu do Egoísmo estava ativo. Então, se o desintegramos,
“mata-se” o karma relativo a ele. Por exemplo, roubaram o seu dinheiro? Logo
vem a angústia, um espantoso sofrimento, ficou-se sem dinheiro, e agora o que
eu faço? Vejamos quem produziu a dor: o ladrão, vocês dirão; mas se nos auto
explorarmos, descobriremos que dentro de nós está o eu do Apego, como também,
por detrás dele está o eu do Temor, pois exclamamos: “E agora, o que farei sem
o meu dinheiro?” De maneira que os eus do Apego e do Temor produzem angústias,
mas se praticarmos a meditação para sacrificar a dor, compreenderemos que o dinheiro
é passageiro, que as coisas materiais são vãs e ilusórias. E dessa forma
tornamo-nos conscientes dessa verdade, e essa verdade não fica no intelecto mas
sim na Consciência, pois compreendemos que estávamos apegados ao dinheiro e
tínhamos o medo de nos ver sem o dinheiro diante dos problemas da vida. Ao nos
propormos a acabar com os eus do Temor e o Apego, sacrificando esses eus,
desaparece a dor e acumulamos mais uma parcela porcentual na nossa Consciência (…). Não foi o ladrão quem produziu a dor, ele só foi um veículo, a dor foi
produzida pelos eus do temor e do apego. Se não sacrificarmos as nossas dores,
jamais seremos felizes. A grande verdade é que somente os Tridentes de Lúcifer
podem nos indicar com exatidão o Caminho, porque é Ele, Lúcifer, que nos dá o
impulso e o material para a Grande Obra (…). Cristo-Lúcifer desce até os nossos
Infernos Atômicos parar servir de escada para subirmos aos Mundos Superiores do
Ser (…). Paz Inverencial! www.gnosisonline.org. Abraço. Davi
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