Astrologia.
Texto de Ricardo Lindemann. www.ricardolindemann@uol.com.br.
Livro A Ciência da Astrologia e as Escolas de Mistério. Capítulo 13. AS CASAS
ASTROLÓGICAS 2 E 8, 3 E 9. Lembrando que as CASA ASTROLÓGICAS estão
relacionadas como o movimento de rotação da Terra, e que especificamente a
partir da LINHA DO HORIZONTE, temos abaixo do HORIZONTE ORIENTAL as CASAS 1,
2,3 até o NADIR, que corresponde à cúspide ou início da CASA 4, depois a 5 e a
6 até novamente chegar ao HORIZONTE OCIDENTAL em cima do qual temos a 7, a 8 e
à 9 até o ZÊNITE. Correspondendo ao Meio do Céu ou cúspide, que é onde inicia a
CASA 10, seguidas pela 11 e 12, aproximadamente, em divisões de 30º cada uma,
variando ligeiramente de um sistema de domificação para o outro. Veremos que os
PLANETAS que caem nestas regiões têm uma profunda influência no MAPA ASTRAL do
indivíduo. Podemos observar que o SOL do indivíduo cairá na CASA 1, se ele
nascer aproximadamente entre 4 e 6 horas da madrugada. A CASA 1 é a CASA do
brilho pessoal, é a CASA DO CORPO e da personalidade, e costuma caracterizar um
temperamento muito radiante, carismático, centrado em si mesmo. Pode também
estimular o desenvolvimento de atividades na área física, como por exemplo a
profissão de personal trainer, ou mesmo de atleta. Podemos também encontrar um
temperamento mais exuberante, com relação ao seu carisma, como um político, ou
até uma modelo. Basicamente, veste-se de um certo ar de comando, tem presença
radiante e um alto astral, mas é geralmente muito centrado em si mesmo e se os
ângulos forem afligidos pode apresentar um certo traço de egocentrismo. O caso
oposto, como nós vimos no capítulo anterior, apenas para revisão da ideia,
seria a CASA 7 que, por exemplo, o SOL ocupa, aproximadamente, entre as 16 e as
18 horas. E, portanto, se a pessoa nasceu nesse horário é muito provável que
ela tenha o SOL na CASA 7. Teremos um tipo mais pacificador, um tipo que sabe
criar associações, que evita constrangimentos, que sabe ser diplomático, que
tem o dom ou um certo grau de comunicação conciliatória. Estes tipos com o SOL
na CASA 1 e na CASA 7 são de alguma forma complementares, porque quando a
pessoa está centrada em si mesma, ela dá menos atenção para o outro, quando ela
está mais centrada no outro ela esquece às vezes de si mesma. Uma mulher muito
voltada para o marido pode esquecer de cuidar do seu próprio corpo, ou quando é
muito voltada para si mesma, pode esquecer do marido. Então, a dificuldade de
equilibrar os dois polos, quando a pessoa se dedica muito a si mesma, dedica-se
menos ao companheiro e vice-versa. Porém, apesar da dificuldade, a busca desse
equilíbrio é a essência do PRINCÍPIO DA POLARIDADE. Ora, evidentemente, outros
PLANETAS poderão cair também na PRIMEIRA CASA e sobre isso existe toda uma
pesquisa de Michel Gauquelin (1928-1991), tanto referente à CASA 1 e a CASA 12
quanto às CASAS 9 e 10. Tais PLANETAS são definidores, frequentemente, da
carreira profissional do indivíduo. Com relação à CASA 2, lembraríamos que se a
CASA 1 é a CASA DO EU, nós dizíamos que a CASA 2 é a CASA DO “MEU” e, por
extensão, nós temos a ideia de propriedade, de domínio, de posse, de uso como
expressão do SER. Envolve, portanto, aquele motivo que dá um sentido à posse, é
aquele aspecto de exteriorização de uma missão no SENTIDO DA VIDA que
representa o propósito do SER. Na medida em que dá sentido ao TER, em função
daquela atividade que a pessoa exerce. O exemplo que nós podemos dar é: Qual é
a necessidade de uma grande enciclopédia para quem só faz um trabalho braçal?
Ou também qual a necessidade de pás e picaretas para uma pessoa que só faz um
trabalho intelectual? Temos aí extremos de situações em que a posse do
utensílio, seja um livro ou seja uma ferramenta, deixam de ser necessárias para
um ou para outro. Assim, se algo não está sendo utilizado, a posse carece um
pouco de sentido, particularmente se consideramos que outra pessoa poderá estar
realmente necessitada desta posse, e vice-versa. Portanto, segundo Platão
(428-347), o que justifica a posse é justamente o uso, e o que justifica o uso
é a vocação, é a atividade que tem a ver com o estágio de desenvolvimento da
ALMA, como nós vamos encontrar em A República, uma das suas magnas obras. Ora,
talvez seja bom lembrar que há uma correspondência entre as DOZE CASA e os DOZE
SIGNOS. Então, ÁRIES representa o SIGNO que tem analogia com a CASA 1 e rege a
cabeça. TOURO rege o pescoço, a tireoide e a capacidade de acumular peso no
corpo, porque ela é a glândula mestra que rege o nosso metabolismo. Assim
também a CASA 2 tem a ideia de acumular uma reserva de riquezas para dias
talvez não tão prósperos, aquela ideia bíblica das sete vacas gordas ou dos
sete anos favoráveis, das quais se deve guardar para as sete vacas magras ou
para os sete anos desfavoráveis. TOURO incorpora muito essa ideia de acumular a
riqueza, como uma espécie de intenção de preservar a VIDA. E neste sentido,
fala-se que, enquanto A CASA 1 é a CASA DO EU ou do corpo, a CASA 2 é a CASA DO
“Meu” ou do dinheiro. Num sentido geral, todas as acumulações, sejam físicas ou
até psicológicas, que trazem saúde e acumulam em condições de preservar a VIDA e,
portanto, não só necessariamente a questão estritamente material está, assim,
relacionada à ideia da CASA 2. Assim com o CORPO tem necessidades básicas,
também tem posses que lhe são próprias e necessárias, roupas a gente pode
emprestar até certo ponto. Contudo nem sempre servem em todo mundo, a escova de
dente, por exemplo, é uma das posses mais difíceis de emprestar; então, pela
própria consequência da dimensão do corpo, existem algumas posses que
dificilmente são transferíveis. Neste sentido, nós encontramos na ASTROLOGIA
ressonância com a resposta clássica de Platão, ou seja, pelo sentido da genuína
posse individual como uma extensão DO EU. Por outro lado, quando a posse vira
uma prótese da personalidade, como o carro novo servindo para esconder às vezes
as condições psicológicas difíceis do seu motorista. Quando a personalidade não
está bem trabalhada e quer impressionar pelo dinheiro, aí esse substitutivo é
destruidor. Neste caso, ao invés da posse se justificar pelo uso, ela vira uma
compensação, uma espécie de pretensão, até de exaltação da personalidade e,
portanto, nós encontramos uma área conflitiva no sentido da posse. Infelizmente
na civilização globalizante do capitalismo selvagem essas deformações às vezes
acontecem e parecem até ser incentivadas, e depois, obviamente, não deveria nos
surpreender por que as pessoas ficam tão apegadas à materialidade. Por outro
lado, o oposto da CASA 2 é a CASA 8, que é a CASA DA MORTE. Sabemos que no
momento da morte nós somos obrigados a nos desapegar das nossas coisas. Dizia
Jiddu Khrisnamurti (1895-1986) que o MEDO da MORTE não é exatamente o medo do
desconhecido. Tendo em vista que muitas vezes o desconhecido é até atraente e
desperta nossa curiosidade, masque o MEDO da MORTE está associado à perda do
conhecimento, ao qual nós estamos apegados. Portanto, se houvesse DESAPEGO, não
haveria MEDO da MORTE. A CASA 8 corresponde ao SIGNO DE ESCORPIÃO, que segundo
a lenda, se não injetar o veneno no adversário, injetá-lo-á em si mesmo, por
isso todas as lutas de ESCORPIÃO são de VIDA ou MORTE. Assim, a CASA 8 também
caracteriza todas as preocupações com o além, com o post-mortem e também com
sua regeneração ou ressurreição espiritual, se eu puder assim colocar. Como a
viam também os antigos egípcios, que ao invés de usar exatamente o ESCORPIÃO
como símbolo do OITAVA SOGNO, usavam a águia que voa mais alto olhando
diretamente para o SOL. Então, a CASA 8 tem sido chamada a CASA DA MORTE e da
REGENERAÇAO e representa o uso das posses coletivas. Portanto, também apresenta
as heranças, porque o que não fica conosco tampouco deveria ser desperdiçado, e
terá que passar para alguma outra pessoa. No momento DA MORTE, as posses que
eram minhas necessariamente serão repassadas para outra pessoa. A ideia de
HERANÇA está também associada a administração do coletivo. Por isso se a CASA 7
é a CASA DO “TU”, ou do CASAMENTO e das associações, a CASA 8 seria a CASA DO
“NOSSO”, porque é a posse coletiva, é a posse da associação. Ela está,
portanto, caracterizada por conceder às pessoas que nascem sob sua influência,
por exemplo, com o SOL na CASA 8, certos dons administrativos. Tal posição
corresponderá, pelo HORÁRIO DE NASCIMENTO, ao intervalo entre as 14 e as 16
horas, aproximadamente. A CASA 8 está relacionada ao interesse pela tradição ou
herança cultural, mas de alguma forma com o saber administrar, saber lidar com
as heranças e com as posses coletivas. Além disso, é preciso saber lidar com as
proibições da CASA 8, que está ligada à morte e às proibições dos tabus, bem
como às limitações que muitas vezes surgem até por superstição do que
acontecerá após a MORTE, isso ou aquilo. Relacionado à CASA 8 temos também as
oportunidades coletivas, que o rito social das heranças culturais oferece, uma
herança de costumes, e não apenas a herança financeira. Frequentemente, filhos
que têm o SOL na CASA 8 são, de alguma forma, uma herança viva das culturas
daquela família, ou puxam mais alguma tradição dos pais ou sua profissão. Por
outro lado, é muito comum o SOL na CASA 8 favorecer as pessoas que querem levar
alguma luz sobre o ambiente da MORTE, levar o SOL à CASA DA MORTE. E, portanto,
não é incomum ver essas pessoas ligadas a profissões que lidam com situações
terminais, como por exemplo um médico. Também as pessoas que lidam com os tabus
e as limitações da mente humana, e aí nós encontramos os psiquiatras, os
psicólogos. Além disso, as atividades da CASA 8 podem ser de natureza
religiosa, ética ou assumem a administração do rito social e da herança
cultural nessa área. A CASA 8 pode ainda estar relacionada à ideia da passagem
de um certo tipo de poder, seja de natureza sexual, seja de natureza
financeira, pois o ESCORPIÃO rege esses dois assuntos no ZODÍACO. AS CASAS são,
eu volto a lembrar, a materialização do conceito abstrato dos DOZE TEMPERAMENTOS
HUMANOS SIDERAIS, ou mesmo tropicais nos DOZE SIGNOS DO ZODÍACO, quando
correspondem nas regiões da Terra, a partir da Linha do Horizonte e da Vertical
do Lugar, elas se materializam nas CASA que correspondem as áreas da vida
humana. É importante perceber que todo o processo da MORTE é um processo de
renascimento num outro plano, numa outra dimensão, que os antigos alquimistas
chamavam de ASTRAL ou BRILHANTE, porque, para os que tem a clarividência, tudo
ali era radiante como uma estrela. As pessoas que têm o SOL na CASA 8, são
geralmente muito interessadas pelo além-túmulo, pela questão parapsicológica,
pela questão do post-mortem, e não é incomum que elas dediquem grande parte da
sua VIDA a isso. Nós vamos encontrar também advogados e outros, que trabalham
na questão das heranças e do encaminhamento dos bens. Todas essas áreas de
atividade estão, de alguma forma, associadas à CASA 8, e estão relacionadas
como OITAVO SIGNO, mas é pelo ângulo que o PLANETA faz com a Linha do Horizonte
e, portanto, não pelo MÊS DO NASCIMENTO, mas pela HORA, que essa influência se
faz sentir. Eu costumo insistir neste ponto porque as pessoas nem sempre
percebem a importância da HORA NO HORÓSCOPO. A palavra HORÓSCOPO vem de HORA.
Em grego HORÓSCOPO é a observação da HORA, como telescópio é a observação do
distante, microscópio é observação do pequeno, do radical SCOPEIN que quer
dizer observar. Assim, nó temos justamente uma sucessão natural, sendo as CASA
2 e a CASA 8 chamadas de SUCEDENTES. Passaremos agora a uma análise de DUAS
CASAS CADENTES, que são a CASA 3 e a CASA 9. A CASA 3 está associada
basicamente ao SIGNO DE GÊMEOS, é uma CASA de teste, bem como a CASA 9, por
isso elas são chamadas CADENTES, porque o seu teste pode produzir uma queda. A
CASA 3 representa o primeiro limite na expansão da personalidade. Se a
personalidade, de alguma maneira, está assim associada ao EU do CORPO FÍSICO
por identificação, e depois ao sentido de MEU na CASA das posses, quando chega
a CASA 3, que é a chamada DOS IRMÃOS e do convívio com a vizinhança e com o
meio ambiente. Então, é evidente que ela terá que enfrentar o desafio de
aprender a dividir ou compartilhar com os irmãos as suas posses, como, por
exemplo, um brinquedo. Lembro-me aqui da minha esposa que nasceu numa família
de quatro irmãos. Ela era a mais velha e tinha que dividir a bicicleta que era
um só. Então, seja a bola, a bicicleta, a boneca, de alguma forma a pessoa é
obrigada a ter um limite. Refiro-me, portanto, a esse sentido de que a
vizinhança e o meio ambiente trazem limitações ou desafios e que exigem uma
adaptação por meio de um conhecimento empírico (que se baseia na experiência ou
dela resulta). A CASA 3 está associada, dessa forma, a aprender a caminhar, a
aprender a lei da gravidade, a aprender a lidar com as limitações do meio
ambiente, no sentido até de subir numa árvore sem cair. No início da VIDA, esse
conhecimento da TERCEIRA CASA é totalmente prático, e é por isso associado à
ideia do ensino primário, menos abstrato. As pessoas que têm o SOL na CASA 3,
por exemplo, são as que nasceram aproximadamente entre a meia-noite e as duas
horas da madrugada. São pessoas que, normalmente, têm uma capacidade de
ensinar, de comunicar, e não é incomum que se tornem professores. Gostam de
conhecer as regras do jogo no desafio da VIDA e desenvolvem rapidamente o
sistema nervoso e uma inteligência rápida. No convívio com o meio ambiente,
adaptam-se facilmente às leis da natureza, no seu sentido mais empírico no
início, e depois, às regras sociais de comunicação e, portanto, a todo um
sentido mais pragmático de convívio com a vizinhança. A CASA 3 é por isso
relacionada também com as leis do meio ambiente, com o ensino e a aprendizagem
dessas leis, seja na escola propriamente dita, seja na ESCOLA DA VIDA com uma
percepção de limites da expressão do CORPO no meio ambiente. A CASA 3 está
ainda de certa forma relacionada àquele processo de desenvolvimento que começa
com o impulso original do ideal do SER na CASA 1, que se expressa como “TER” na
CASA 2. Mas precisa se ajustar e adaptar-se às leis da NATUREZA, do meio
ambiente e do relacionamento com os irmãos e a vizinhança, temas próprios da
CASA 3. Esta CASA 3 é uma CASA de relacionamento e contato pessoal direto, de
experiências de cooperação com os outros, como o exemplo de uma criança, que
assim pela primeira vez enfrenta o desafio de sair da esfera de sua casa e vai
almoçar na casa do vizinho. Ou de conhecer os costumes da casa do primo, ainda
esteja num pequeno círculo social. Não é um grande círculo de relacionamento
social, como nós vamos encontrar na CASA 7 e principalmente na 11, e as CASA
que correspondem aos SIGNOS DE AR são CASAS DE relacionamentos. A CASA 3, a 7 e
a 9 correspondem aos SIGNOS DE GÊMEOS, LIBRA e AQUÁRIO, respectivamente.
Portanto, a CASA 3 ser refere a relacionamentos com um ambiente relativamente
mais restrito e está associada à ideia de pequenas viagens ou pequenos
deslocamento. Observemos, também, as condições da CASA 9, que é oposta da 3. O
SOL, por exemplo, ocuparia a CASA 9 se a pessoa nascesse aproximadamente entre
o meio-dia e as 14 horas. A posição dos outros PLANETAS nós teríamos que
calcular personalizadamente. O MAPA ASTRAL NATAL ou o HORÓSCOPO é calculado a
partir da HORA DO NASCIMENTO DO INDIVÍDUO, considerando também a DATA COMPLETA,
a cidade em que a pessoa nasceu. Pois nós precisamos da coordenada da Linha do
Horizonte, e esse é um trabalho até certo ponto artesanal, um jornal, por
exemplo, não poderia fazê-lo, porque tem que ser feito individualmente,
principalmente a sua interpretação. Dessa forma, a interpretação da CASA 9 está
associada a um conhecimento do coletivo, ela vai além daqueles tabus da CASA 8,
ela vai além daquelas preocupações com o que se pode ou não fazer em VIDA e
suas consequências após a MORTE. A CASA 9 vai questionar a busca do significado
na VIDA, na filosofia, na religião, portanto ela busca o significado e a
abstração das coisas. Ela está relacionada com o meio ambiente coletivo e o seu
conhecimento enquanto tradição e no auto confronto com outras culturas e por
isso associada às grandes viagens. Desta forma, as pessoas que têm o SOL ou
outros PLANETAS importantes na NONA CASA gostam de viajar, seja fisicamente
para confrontar outras culturas realmente distantes. E portanto, estamos
falando em viagens de grandes distâncias, seja mentalmente pelo estudo das
características e pensamento de outras culturas. A CASA 9 leva o indivíduo a
fazer uma reavaliação do escopo mental, ele terá que abstrair os costumes de
uma cultura e de outra e fazer uma reavaliação dos valores da relação com o
ambiente coletivo. Assim, esta CASA está relacionada a longas viagens ou
contatos com outras culturas, e à síntese de diversos dados em relação ao
significado da VIDA e do COSMO. É a CASA que vem depois da CASA DA MORTE, e
então CASA 9 é chamada de a CASA DA
RELIGIÃO e da FILOSOFIA, porque ela tenta investigar o significado da VIDA e o
que está além, de um ponto de vista racional e filosófico, como é próprio do
NONO SIGNO que é chamado SAGITÁRIO. SAGITÁRIO é o arqueiro e, no seu
simbolismo, é um CENTAURO, um quadrúpede da cintura para baixo. Ele é o animal
humano que busca o divino, que com a flecha tenta transcender a sua própria
condição humana, embora da cintura para baixo ainda seja um animal quadrúpede.
Ele é assim projetado a buscar o que está além. O SAGITÁRIO aponta para o
centro da galáxia, e nesse sentido caracteriza essa busca do significado, do
sentido de atingir o alvo num nível mais abstrato e filosófico. Assim, a CASA 9
que corresponde ao SAGITÁRIO se contrapõe a CASA 3, onde a busca do
conhecimento é mais restrita à percepção de limites empíricos. Então, nós vamos
verificar que a CASA 9 está associada a busca de um significado mais
transcendente, está associada, portanto, à Universidade, ao conhecimento
abstrato, ao conhecimento da mente superior, ou do ensino superior. Portanto,
ela preocupa-se com a preparação de um código ideal de ética, de um código de
costumes associado a uma compreensão do sentido da vida. Assim, Immanuel Kant
(1724-1804), por exemplo, definiu o imperativo categórico, que nós somente
deveríamos fazer as coisas que fôssemos capazes de aceitar que todos os outros
também fizessem. Pode=se notar, na CASA 9, essa ideia de abstrair de uma
cultura específica e buscar fazer uma LEI UNIVERSAL, é uma característica
legislativa, por assim dizer, do idealismo desta CASA. A CASA que busca o
significado da VIDA, chamada, assim, de CASA DA FILOSOFIA, da RELIGIÃO, ou das
grandes viagens. Se a pessoa tiver diversos PLANETAS nesta CASA, ou que seja
pelo menos o SOL, ela será mais focada nessa vocação específica do pensamento
abstrato, filosófico, ou de organização de grandes estruturas. Por outro lado,
a CASA 3 oportuniza um contato mais pessoal e aquela comunicação mais imediata,
que favorece mais o professor, talvez, do ensino mais simples. Enquanto na CASA
9 nós temos o ensino mais rebuscado, mais relacionado a uma pesquisa mais
intelectualizada na abstração. Os interesses
da CASA 3 que são empíricos (baseado na experiência e observação) e locais,
são o conhecimento pelo nível de expressão da personalidade na sua infância, na
relação com os irmãos, com o meio ambiente e a vizinhança. Outro conhecimento,
vamos dizer, intercultural de diferentes tradições culturais e religiosas, e
mesmo de outros continentes, representa a CASA 9. Esses dois conhecimentos, o
empírico e o abstrato filosófico, são complementares, e o indivíduo precisa
também encontrar o seu ponto de equilíbrio e convergência entre esses dois
extremos. Livro A Ciência da Astrologia e as Escolas de Mistérios. Abraço. Davi
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