domingo, 1 de junho de 2014

Filme O Mágico de Oz. Parte I.

Lyman Frank Baum (1856-1919)  autor do livro O Mágico de Oz foi membro da Sociedade Teosófica Americana e seu  livro tem muitos simbolismo e uma relação com os conceitos teosóficos. Uma de suas incentivadoras para escrever essa obra foi sua sogra dona Matilda. Frank Baum escrevia artigos para jornais em Londres falando sobre os pressupostos da teosofia mencionando que a Sociedade Teosófica tinha quatro grandes objetos de estudos e pesquisa que eram: 1. A fraternidade universal baseada no compromisso da tolerância e entendimento dos povos. 2. O dialogo  entre as principais religiões ocidentais e orientais para uma harmonia e civilidade de pensamentos e opiniões. 3.  A importância da Lei da Reencarnação e da lei do Carma para o processo evolutivo universal. 4. A pesquisa e investigação dos poderes mentais humanos bem como dos mistérios que estão ocultos na natureza para uso do bem da humanidade. O livro publicado em 1900 é diferente do filme que foi visto pela primeira vez em 1939. No livro se percebe que a vida de todos os seres viventes incluindo os insetos são importantes e significativos, pois Dorothy a protagonista teve sua casa sugada por um ciclone e seus familiares foram salvos ao esconderem-se em um porão e o homem de lata chora ao ter matado um escaravelho e também quando o leão quis matar um animal para que eles comessem foi impedido pelos amigos. A Terra de Oz é um tipifico  mundo da fantasia, da magia e dos duendes e nesse contexto Dorotthy como uma menina do Kansas (um dos Estados do EUA) se comporta fraternalmente procurando entender a situação dos seus amigos. O filme surgiu quando Baum contava a história para um grupo de crianças e percebeu que na mesa onde estavam haviam duas pastas que evidenciavam as letras O e Z assim quando elas perguntaram como se chamava a história ele disse que era O Mágico de Oz. O filme é permeado por conceitos da mitologia que é a história de personagens sobrenaturais cercados de simbologias e venerados sob a forma de deuses, semideuses e heróis que governam as forças da natureza comandando raios, ventos, rios, céu, terra, sol e lua. É o conjunto de fábulas que explicam a origem dos mitos, das divindades mitológicas que tinham nas mãos o destino dos homens e regiam o mundo. Oz é um conto de fada sendo que a religião como hoje a entendemos é segundo a filosofia um produto acabado da mitologia. Os mitos tem sua classificação assim verificada: o chamado, a recusa, o mérito para o dever, a aprovação no teste, a recompensa, o caminho de volta, a ressurreição e a glória. Interessante que o Mestre Jesus e muitos outros como Buda e Khrisna passaram por esse processo. No início o mundo é cinza, pois Dorothy foge de casa motivada por uma senhora da sociedade local que deseja matar seu cachorrinho Totó, sendo que na fuga ela atravessa uma ponte assim começando a aventura tendo um encontro com o Mágico de Oz (o instrutor) que diz ter os segredos do antigo Egito dos tempos de Isis e Osíris. Voltando pra sua casa se depara com um ciclone onde batendo a cabeça em uma janela é levada no redemoinho entrando no mundo mágico agora totalmente colorido. Nesse mundo de fantasia encontra uma raça de anões e quando aterrissa na Terra de Oz esmaga uma das bruxa má, sendo que esse foi o motivo pelo qual foi recebida com alegria é beijada pela bruxa boa ficando em sua testa uma marca que fora feita pela fada como representação  do simbolismo da intuição que permite uma visão diferenciada. As quatro bruxas do filme tipificam os quatro pontos cardeais da rosa dos ventos onde sul e norte eram as bruxas boas e leste e oeste as bruxas más sendo a bruxa má do oeste a mais terrível pois era donde o sol se põe (as trevas). Dorothy deseja voltar pra casa no Kansas é o simbolismo da alma no plano material que deseja retornar ao ponto de onde iniciou sua jornada evolutiva pelos reinos da vida orgânica alcançando pelos vários estágios de desenvolvimento a completude no Logos Divino. Assim ela e seus amigos segue estrada pelo caminho dos tijolos amarelos que tem  forma espiralada lembrando uma galáxia e um broto de samambaia tipos da evolução cósmica. Dorothy como uma menina trás a ideia da evolução da alma que percorrerá as várias fases no reino da natureza mineral, vegetal, animal, humana e divina. A experiência onde Dorothy está dentro do furação representa  na mitologia o momento em que o profeta Jonas é engolido pela baleia antes de chegar a cidade de Nínive em Jonas 1: 17 "Preparou pois o Senhor um grande peixe para que tragasse a Jonas, e esteve Jonas três dias e três noites nas entranhas do peixe". Dorothy viaja com três personagens o espantalho que não tem cérebro, precisando assim tomar cuidado com o que faz, o homem de lata que não tem coração sendo antes  um lenhador, mas foi perseguido por uma bruxa e perdeu as partes de seu corpo humano tendo que as substituir por metal e o leão como o rei dos animais tinha o demérito da covardia e do medo, assim  cada personagem tinha uma necessidade que precisava ser solucionada. Eles vão em direção a Cidade das Esmeralda que fica além do arco íris isso é significativo pois todos as tradições falam de um centro sagrado exemplo são as cidades de Jerusalém, Meca, Roma e outras. Quando os quatro se aproximam da cidade devem atravessar um campo de papoula que é o simbolismo do sono onde Jesus experimentou esse fato em Mateus 8: 24 "E eis que no mar se levantou uma tempestade, tão grande que o barco era coberto pelas ondas, ele (Jesus) porém estava dormindo" e temos o exemplo também de Sansão que por dormir perdeu sua cabeleira que tipificava sua força Juízes 16: 19 "Então ela (Dalila) o fez dormir sobre os seus joelhos, e chamou a um homem e rapou-lhe as sete tranças do cabelo de sua cabeça, e começou a angustiá-lo e retirou-se dele a sua força". Assim sempre que o herói dorme acaba surgindo um problema. Quando chegam  na Cidade das Esmeraldas Dorothy tem que usar um óculos de lente verde pois num lugar sagrado devemos mudar nossa visão e na mitologia não se pode olhar os deuses face a face foi assim com Moisés em Êxodo 33: 20 "E disse (Deus) mais: Não poderás ver a minha face, porquanto homem nenhum verá a minha face e viverá". Os cinco personagens são recebidos pelo grande mago que aparece para eles de um modo diferente e não era um mago mas um mágico de circo na verdade um ilusionista, um farsante  e não fazia nenhum milagre ou cura, tinha conhecimentos apenas técnicos algo natural e não sobrenatural, assim falou palavras de sabedoria para todos mostrando que eles tinham condições de solucionar seus próprios problemas a luz do auto conhecimento que penetra a profundeza de nosso ser, trazendo para a superfície aquilo que constitui a essência primeira da nossa busca pelo Ser Supremo que em sintonia com o universo conhece cada uma de nossas partículas tendo o caminho para o retorno da evolução individual. Continuamos as ponderações sobre esse filme na parte II.  Beijo. Davi

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