domingo, 1 de junho de 2014

Compreendo a Lei do Dahma.

(C.018) Primeiramente introduzirei alguns pressupostos da Lei da Evolução que podemos pensar como o entendimento que cada um tem seu caminho a percorrer até alcançar a perfeição do Espírito Divino e nesse desenvolvimento a última palavra  é de cada indivíduo sendo tudo plausível de investigação e questionamento. A Lei da Evolução foi teorizada pelo cientista Charles Darwin (1809-1882) que descobriu que todos os seres vivos do mais sábio dos homens ao bacilo unicelular podem ter sua linhagem ancestral traçada até o começo da vida sobre a terra. Antes de Darwin a ciência se retorcia na crença religiosa segundo a qual todos os seres vivos tinham sido criados por Deus cabendo aos homens dar-lhes nomes. Nenhum cientista teve antes de Darwin argumento e coragem intelectual de se opor à ideia religiosa da criação. As descobertas eram adaptadas ao dogma religioso. Quando começaram a ser desenterrados os ossos de dinossauros e outros animais extintos, o sábio francês George Cuvier (1769-1823) ofereceu a mais extraordinária dessas adaptações "São ossos de animais que não conseguiram embarcar na arca de Noé e morreram no dilúvio bíblico". Darwin quebrou esse paradigma e chocou-se de frente com a hierarquia religiosa protestante e católica. Ele o fez de maneira serena mas irrefutável colocando de pé uma doutrina que se assenta sobre cinco pontos: 1. Evolução. O mundo vivo não foi criado nem se recicla perpetuamente, mas os organismo estão em um lento e constante processo de mutação. 2. O ancestral comum. Todo grupo de organismo descende de um ancestral comum sendo um exemplo os homens e os macacos atuais que divergiram de um mesmo ancestral há cerca de 4 milhões de anos. Todos os seres vivos em última instância descendem de uma forma primitiva de vida a chamada ameba original. No plano esotérico como já visto a doutrina secreta falando de forma mística e espiritual entende que a monada como a primordial substância divina germina todos os seres vivos que estão passando pelo processo da evolução atualmente. 3. Multiplicação das espécies. As espécies vivas tendem a se diferenciar com a passagem das eras. Darwin desenhou a primeira "árvore da vida" em que espécies tronco dão origem a outras que saem do veio principal com galhos. 4. Gradualismo. As populações se diferenciam gradualmente de geração em geração até que as espécies que seguiram por um galho da "árvore da vida" não mais pertençam a mesma espécie do tronco e de outros galhos. 5. Seleção natural. Os seres vivos sofrem mutação genética e podem passá-las a seus descendentes onde cada nova geração tem sua herança genética colocada a prova pelas condições ambientais em que vive. Duas importantes obras de Darwin trás o arcabouço científicos desses postulados que são A Origem das Espécies e A Descendência do Homem e Seleção em relação ao Sexo. Assim fica claro que do ponto de vista físico a lei da natureza vai elaborando seus processos evolutivos, mas pensando espiritualmente a alma e o espírito vão evoluindo do sutil para o grosseiro onde o material vai adquirindo forma consciente conhecendo melhor o ambiente e percebendo todos os níveis  de manifestação da natureza . Um exemplo seria o processo de formação do universo acontecido no pré big bang onde partículas cósmicas disforme deram lugar as variadas formas que ao se desagregarem da matéria da partícula espiritual do universo produziram modelos com mais espírito e menos matéria ou com mais matéria e menos espírito. A evolução é a manifestação da consciência identificando todas as almas com a Alma Universal sendo que essa semente originária da consciência divina evolui em cada ser orgânico desde o protozoário até uma galáxia. As manifestações evolucionárias acontecem por ondas magnéticas havendo um descompasso talvez devido as evoluções passadas pela experiência em todos os níveis e reinos onde se ligam e desligam da matéria  de uma forma consciente. No reino humano cada individualidade se torna auto consciente desgarrando e entrando na matéria assim o homem descende no nível sutil e ascende no nível denso que tem como resultado o desabrochar do Eu sou separado, mas esse fato o faz perceber também o Eu sou integrado aos demais reinos da natureza. De todas as espécies os humanos são os que tem mais faculdades mentais racionais desenvolvidas pois eles têm os aspectos bem definidos da forma expressos no corpo físico, etérico, mental concreto e emocional e o sem forma manifestado no mental abstrato, alma humana, alma divina e o Espírito Eterno. O reino mineral tem uma pré consciência elementar sem desenvolvimento de nenhuma faculdade cognitiva ou pensamentos, mas as rochas podem ter uma consciência reativa em relação a eventos que as modificam como exemplos temos aquelas que são trituradas, as que fluem águas em seu interior, as transformadas em pedras preciosas que formam um nível diferenciado onde estão interagindo com outros reinos. No reino vegetal sabemos que as plantas realizam o processo de fotossíntese que é a sintetização de compostos orgânicos a partir da luz, água e gás carbônico sendo fundamental para a manutenção de todas as formas de vida no planeta onde todas precisam dessa energia para sobreviver. Assim esse reino tem características de uma consciência mais evoluída que as do reino mineral. Já o reino animal é bem mais adiantado pois aparecem traços de faculdades mentais específicas de humanos como vontades, emoções, sentimentos e escolhas onde pelo medo, raiva e coragem aprendem a administrar sua instintiva   independência. O reino humano tem suas experiências singularizadas com a interação consciente nos demais reinos da natureza, mas se percebe que a civilização indígena compreendendo pelo seu passado e os arquétipos que ainda fazem parte de suas culturas a necessidade de preservar a natureza tirando dela o mínimo possível para sua subsistência e vendo na fauna e na flora aspectos de adoração e louvor as suas próprias divindades, nesse aspecto esses grupos étnicos são mais racionais e fraternos entendendo que devem conservar a natureza pois sua espiritualidade se manifesta pelas formas e objetos que compõem seu mundo visível e invisível. Anne Besant (1847-1933) define a Lei do Dahma como sendo:  religião, dever, justiça, piedade, sabedoria, bem, propriedade essencial, doutrina, qualidade, condição. Entrando na conceituação de Besant diríamos que o Dahma é um aprendizado advindo da experiência de todos os reinos da natureza desde o vegetal até o animal onde esses reinos presumivelmente podem gerar também carma, sendo essa possibilidade ainda sujeita a uma pesquisa e investigação mais apurada para se confirmar a procedência dessa hipótese. O dahma é a natureza interna caracterizada em cada humano pelo grau de desenvolvimento adquirido nos períodos anteriores e posteriores a evolução dos seres, sendo esse processo determinante para cada estágio da reencarnação seguinte onde o Eu interno começa a dirigir o sistema evolutivo produzindo o livre arbítrio que removerá todos os níveis de matéria que envolvem o núcleo da consciência que está em nós. A Lei do Dahma é exemplificada pelo sistema de castas sociais que vigorou oficialmente na Índia até 1950 quando foi retirada da Constituição Hindu, mas infelizmente por razões culturais e religiosas ainda faz parte da vida dos indianos. Esse rígido sistema social foi veementemente combatido por Anne Besant que como feminista e intelectual  defensoras dos direitos humanos não aceitava essa humilhante situação do povo hindu dos séculos XIX e início do século XX. O sistema de castas consiste numa antiga e rígida hierarquização da sociedade indiana. Esse sistema surgiu baseado em preceitos religiosos do Vedas a Escritura Sagrada Hindu. Nesse sistema a casta determina toda a vida de uma pessoa desde o momento do seu nascimento até a morte. O local de moradia, a profissão, o casamento entre outros aspectos da vida são determinados pela casta a qual pertence. De acordo com esse sistema pessoas de castas diferentes não podem casar ou ter relacionamentos. Também não é permitida a mudança de casta, pois a crença é a de que a natureza de cada pessoa é determinada pelos deuses. Porém, como os hindus acreditam na reencarnação, a mudança de uma casta poderia acontecer numa outra vida de acordo com a evolução espiritual. Assim as principais castas da antiga organização social da Índia são 1. Brahmanês que eram os sacerdotes e possuíam o acesso exclusivo aos textos sagrados. 2. Guerreiros que participavam de cargos públicos e da defesa militar do território. 3. Mercadores praticavam o comércio e eram agricultores. 4. Sudras eram os escravos. 5. Dalits que eram os párias intocáveis não pertencendo a nenhuma casta acima e exerciam atividades desprezadas pelos indivíduos das castas sendo considerados impuros. Esse pressuposto das castas está também nos escritos de Platão (427 AC 347) quando ele classifica as almas humanas em: 1. Almas de ouro. 2. Almas de prata. 3. Almas de bronze. 4. Almas de ferro. Esse conceito é rejeitado pelas sociedades modernas, mas na prática o que lamentavelmente ainda percebemos é que esse estereótipo tem sobrevivido com roupagens novas e dissimuladas nos vários extratos sociais de nossa pós modernidade. O atual sistema de cotas  para ingresso em universidades federais e recentemente para adentrar no serviço público federal não entrando no mérito da questão, parecem ser um sinal de que as castas sociais ainda sobrevivem até hoje. Beijo. Davi.

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