sexta-feira, 14 de julho de 2023

OS ORIXAS - OBÁ

 

Religião Afro-brasileira. Candomblé. www.brasilescola.uol.com.br. Por Rainer Sousa. OS ORIXÁS. "A chegada dos escravos africanos ao Brasil foi responsável pela consolidação de uma nova experiência religiosa em nosso território. Contudo, ao contrário do que muitos chegam a imaginar, não podemos supor que esse movimento simplesmente instalou a mesma lógica e as mesmas divindades cultuadas no território africano. Ao mesmo tempo em que alguns deuses ficaram para trás, outros foram criados para compor uma experiência singular. Desse vasto panteão de divindades, os orixás se tornaram os mais conhecidos entre os praticantes e não praticantes das religiões de origem e influência africana. Segundo os ensinamentos do candomblé, todas as pessoas são filhas de orixás. Para que seja possível determinar a quais orixás um indivíduo pertence, ele precisa recorrer aos saberes oferecidos pelo jogo de búzios. O jogo de búzios consiste basicamente no lançamento de dezesseis conchas, também conhecidas como cauris, em uma peneira. O pai de santo é o único capaz de realizar o lançamento das conchas e realizar a correta leitura da posição de cada búzio. Além do jogo, os praticantes do candomblé também associam a pessoa ao seu orixá através das características físicas e psicológicas do praticante. Segundo a crença, cada pessoa recebe a influência de dois orixás principais. O primeiro é conhecido como o “orixá da frente” e o segundo como o “orixá de trás”, “segundo santo” ou “jutó”. Esse casal de divindades promove a proteção de seu seguidor e são reverenciados pelo pai de santo quando, este, toca a testa, para o orixá da frente, e a nuca para o orixá de trás. Além dessas duas divindades, uma pessoa pode incorporar a proteção de outros deuses, completando o número máximo de sete orixás." "No conjunto das religiões afro-brasileiras, os orixás podem assumir diferentes nomenclaturas segundo a crença que o adota. Na umbanda, os orixás não são diretamente incorporados pelas pessoas com aptidões mediúnicas. Geralmente, o orixá envia um representante, o falangeiro, que tem a função de repassar as ordens e orientações do orixá que o domina. Entre os mais conhecidos orixás podemos destacar as figuras de Exu, orixá mensageiro sem o qual nenhuma transformação acontece: Ogum, divindade que está correntemente associada às guerras e à agricultura. Oxossi, reconhecido como irmão de Ogum e associado à caça e proteção. Além disso, podemos destacar Omulu, poderosa divindade responsável pelos poderes de cura e doença. Xangô, senhor dos raios e trovões, Iemanjá, a mãe de todos os orixás. E Oxalá, o grande orixá da criação”.

 

OBÁ. "Na sua mitologia de origem, Obá pode ser vista como um interessante orixá que se alterna entre a força de uma guerreira e a ingenuidade de uma apaixonada. Isso porque vemos que sua trajetória é marcada por essas duas situações curiosamente distintas. Em suma, Obá é conhecida como um orixá muito poderoso e que, mesmo sendo feminina, tinha força suficiente para vencer vários orixás masculinos durante uma luta. Contrastando com sua força, Obá vivia uma imensa angústia por sentir que Xangô, seu marido, tinha maior predileção pelas suas outras duas esposas: Iansã e Oxum. Por muito tempo, ela se esforçou em chamar a atenção do marido preparando deliciosos pratos que pudessem aumentar seu apreço. Entretanto, Xangô era mais próximo a Iansã durante as guerras e não resistia aos mimos de Oxum. Um dia, cansada de se sentir em condição subalterna, Obá resolveu perguntar a Oxum qual era o segredo que mantinha o poderoso rei encantado por ela. Percebendo a fraqueza da esposa rival, Oxum inventou que ela preparara um amalá (prato bastante apreciado por Xangô) e que nele misturara a sua orelha em prova de devoção e profundo afeto ao esposo. Ansiosa, ela preparou o amalá e decepou a própria orelha na esperança de enfeitiçar Xangô. Contudo, ao oferecer o prato, Xangô ficou muito furioso e enojado quando percebeu que a orelha de Obá se encontrava misturada ao amalá. Desesperada com a reação do marido, Obá percebeu que tinha sido vítima de uma tramoia ao ver que Oxum havia tirado o seu turbante e ostentava as suas orelhas completamente intactas." "Mesmo tendo sido enganada, a insensatez de Obá despertou a ira de Xangô. Expulsas do reino de Oyó, Obá e Oxum se transformaram nos dois rios que levam os seus nomes. Dessa forma, Obá é uma divindade sempre associada à força de transformação das águas revoltas. No continente africano, o encontro entre os rios Obá e Oxum simboliza a verificação do mito que explica a rivalidade entre essas duas divindades. Nos terreiros em que Obá se manifesta, suas devotas dançam com uma das mãos ou um pano encobrindo uma das orelhas. Em sua arquetipia, as pessoas pertencentes a esse orixá são muito zelosas e se determinam em alcançar os seus ideais. Entretanto, a sua determinação acaba sendo prejudicada pelo ciúme excessivo, a agressividade, a frustração e a ingenuidade." www.brasilescola.uol.com.br. Abraço. Davi

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