quinta-feira, 18 de maio de 2023

OS ORIXÁS - EXÚ

 

Religião Afro-brasileira. www.brasilescola.uol.com.br. Por Rainer Sousa. OS ORIXÁS – EXÚ. "A chegada dos escravos africanos ao Brasil foi responsável pela consolidação de uma nova experiência religiosa em nosso território. Contudo, ao contrário do que muitos chegam a imaginar, não podemos supor que esse movimento simplesmente instalou a mesma lógica e as mesmas divindades cultuadas no território africano. Ao mesmo tempo em que alguns deuses ficaram para trás, outros foram criados para compor uma experiência singular. Desse vasto panteão de divindades, os orixás se tornaram os mais conhecidos entre os praticantes e não praticantes das religiões de origem e influência africana. Segundo os ensinamentos do candomblé, todas as pessoas são filhas de orixás. Para que seja possível determinar a quais orixás um indivíduo pertence, ele precisa recorrer aos saberes oferecidos pelo jogo de búzios. O jogo de búzios consiste basicamente no lançamento de dezesseis conchas, também conhecidas como cauris, em uma peneira. O pai de santo é o único capaz de realizar o lançamento das conchas e realizar a correta leitura da posição de cada búzio. Além do jogo, os praticantes do candomblé também associam a pessoa ao seu orixá através das características físicas e psicológicas do praticante. Segundo a crença, cada pessoa recebe a influência de dois orixás principais. O primeiro é conhecido como o “orixá da frente” e o segundo como o “orixá de trás”, “segundo santo” ou “jutó”. Esse casal de divindades promove a proteção de seu seguidor e são reverenciados pelo pai de santo quando, este, toca a testa, para o orixá da frente, e a nuca para o orixá de trás. Além dessas duas divindades, uma pessoa pode incorporar a proteção de outros deuses, completando o número máximo de sete orixás." "No conjunto das religiões afro-brasileiras, os orixás podem assumir diferentes nomenclaturas segundo a crença que o adota. Na umbanda, os orixás não são diretamente incorporados pelas pessoas com aptidões mediúnicas. Geralmente, o orixá envia um representante, o falangeiro, que tem a função de repassar as ordens e orientações do orixá que o domina. Entre os mais conhecidos orixás podemos destacar as figuras de Exu, orixá mensageiro sem o qual nenhuma transformação acontece: Ogum, divindade que está correntemente associada às guerras e à agricultura. Oxossi, reconhecido como irmão de Ogum e associado à caça e proteção. Além disso, podemos destacar Omulu, poderosa divindade responsável pelos poderes de cura e doença. Xangô, senhor dos raios e trovões, Iemanjá, a mãe de todos os orixás. E Oxalá, o grande orixá da criação”.

 

 

"EXÚ. O orixá Exu é uma das entidades da religiosidade afro-brasileira cercada por um acalorado debate teológico. Para alguns, ele é compreendido como uma entidade desprovida de valores morais que pode fazer o bem ou o mal desde que seja previamente recompensado. Além disso, outros realizam uma interpretação rasa do seu significado, dizendo que Exu equivaleria a uma entidade de natureza diabólica.

 

Na observação de sua mitologia, Exu seria uma entidade mensageira responsável pela relação dos homens com os orixás e dos próprios orixás entre si. Dessa forma, a sua importância ganha uma ampla dimensão ao estabelecer o diálogo entre os deuses e viabilizar a proteção de seus adoradores contra outros seres espirituais inferiores e mal-intencionados. De fato, várias religiões compreendem que nenhuma ação pode ser executada sem a ciência e a permissão desta espécie de guardião.

 

Sendo intermediário dos acontecimentos, Exu é sistematicamente associado aos sentidos, à força de viver, à virilidade e ao sexo. Não por acaso, o ogó – instrumento de formato fálico e adornado com cabaços e búzios, que representam os testículos – é empregado na representação da entidade. Paralelamente, apesar de ser descrito como brincalhão, Exu também surge como um disciplinador e portador de um grande senso de justiça"

 

"É justamente nesse último ponto que Exu acaba despertando uma grande polêmica em torno de sua figura. Por conta de sua função articuladora, Exu não aceita que ninguém peça a sua ajuda sem que receba algo em troca. Quando alguém ignora a promoção da oferenda a essa divindade pode responder com terríveis punições. No pensamento religioso das crenças afro-brasileiras, esse comportamento vingativo acaba estreitando os laços entre Exu e os homens, pois também apresentam esse mesmo traço.

 

O papel mensageiro dessa divindade também possibilita a sua associação ao trânsito entre o mundo dos vivos e o mundo dos mortos. Por esta razão, é comum encontrar oferendas de farofa, galos e cachaça a Exu nos cemitérios e encruzilhadas. No rito angola, Exu parece com o nome de Aluviá. Já entre os praticantes da influência ritual jeje, este deus é nomeado como Bará, Elegbará e Legba." www.brasilescola.com.br. Abraço. Davi

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