sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Brasil. Esperança Em Um Futuro Melhor.

Aos leitores brasileiros, uma palavra de ânimo e conciliação em relação aos eventos ocorridos antes e depois da reeleição de nossa atual Presidenta Dilma Rousseff (1947-   ). A campanha eleitoral, na reta final, quando da definição dos números de pesquisas e intenções de votos; acirraram-se o fôlego dos dois principais candidatos. Farpas de ambos os lados enfeiaram o pleito, causando um mal estar generalizado em todo o país. Lao Tsé (604 AC 531) diz: "Conhecer os outros é inteligência, conhecer a si próprio é verdadeira sabedoria. Controlar os outros é força; controlar-se a si mesmo é verdadeiro poder". Acho que essa máxima do místico filósofo determinou a vitória na eleição presidência de 2014. Lao Tsé sabia o que era o poder, pois seus pensamentos aconselhavam os governantes chineses a agirem numa linha liberal e pacifista, intervindo o mínimo possível na vida das pessoas. Depois de seu desaparecimento sua filosofia laica transformou-se em uma religião o Taoismo. 1. Conhecer os outros é inteligência. Aqui é sugerido uma necessidade; para dialogar de maneira convincente e persuasiva é  fundamental conhecer o outro, mas num aspecto argumentativo e usando a verdade de fatos como pressuposto. Assim a inteligência se manifesta não no persuadir, mas na exposição coerente deixando ao outro o posicionamento dentro de seu entendimento. 2. Conhecer a si próprio é verdadeira sabedoria. Um aspecto difícil dentro do contexto de governar. Esse aforismo é bem parecido com I Timóteo 3:5 que diz: "Porquanto, se alguém não sabe governar a sua própria família, como poderá cuidar da Igreja de Deus?".  Aqui é um exemplo generalizado, não tendo intenção de aplicar na particularidade que estamos discutindo, mas evidenciando o paralelo recorrente desse fato. Conhecer a si próprio é uma base para termos relacionamentos saudáveis, e na experiência devemos ter esse pressuposto como meta. 3. Controlar os outros é força. O controle é manifestado em aspectos de subordinação, submissão, coação e coercibilidade. Instrumentos que são usados como mecanismos de ingerência física e psicológica. Uma intervenção obrigatória ou "voluntária" do paciente (agente passivo) que se encontra como ferramenta para propósitos de terceiros. O homem desvirtuoso usa esses subterfúgios para alcançar suas intenções de dominação e egocentrismo narcisista. 4. Controlar a si mesmo é verdadeiro poder. Um dos grandes segredos para um governar bem sucedido é o controle de si mesmo. O poder não é essencialmente uma influencia exterior, mas principalmente o auto centrar-se em atitudes de desapego do ego, e uma consciência voltada para situações que atormentam e mostram as carências dos menos favorecidos, tentando supri-la através de ações virtuosas. Nessa perspectiva o poder em sua ostentação, como fator de glória ou merecimento, é obliterado, prevalecendo o iluminar do povo pela fraternidade e solidariedade. Assim na medida do possível alcançando os anseios, sonhos e realidades de todos; trazendo a ideia do engajamento e comprometimento com projetos que trarão benefício a toda a comunidade, desde as ribeirinhas, as das cidades e das zonas rurais. No debate final (24/10/2014) na TV Globo, antes da eleição em 26/10/2014), uma palavra, penso, foi decisiva quanto a direção dos votos dos eleitores; nessa performance do controle de si mesmo proposta pelo filósofo místico Lao Tsé; foi a palavra "leviana"; citada duas vezes por um dos concorrentes ao cargo eletivo mais importante do país. A carga discriminatória, desrespeitosa e inconveniente referendada pelo vocábulo, surpreendeu, corrompendo o bom senso e a moralidade dos que assistiam ao debate. Assim, votos já decididos para uma das partes, migraram, inconscientemente para o outro lado, tornando-se o fiel da balança na hora de apertar os botões da urna eletrônica. O resultado do segundo turno mostrou uma pequena diferença; pouco mais de 3 milhões de votos para a candidata governista que obteve 51,64% (54.101.518 votos) e o candidato oposicionista obteve 48,36% (51.041.155 votos); o histórico geral foi: votos apurados 112.683.879, votos válidos 105.542.273, votos brancos 1.921.818, votos nulos 5.219.787, abstenções 30.137.479 (21,10%); um altíssimo número dos que evitaram escolher declarar seu voto. Um país aparentemente divido entre os situacionistas e os oposicionistas. Num primeiro momento administrar este torvelinho; num segundo, costurar um entendimento nacional, para que as diferenças e mágoas sejam abandonadas em nome da nobre causa do bem estar, progresso e necessidades do povo brasileiro; principalmente no atual cenário internacional de incertezas econômicas, inflação crescente na Europa, USA e América Latina. As dificuldades em acessar créditos internacionais aumentando na proporção do desgaste econômico dos países; desemprego generalizado e instabilidade social e política em várias nações, formam um quadro que requer cuidado e ponderação, antes de se tomar qualquer decisão que envolva o comprometimento de receitas ou despesas sem um lastro consolidado. Ecoou semanas atrás vozes dos oposicionistas, mesmo que não unânimes, mas com respaldo considerável, numa possível "hetacombe" da economia brasileira. Um pessimismo apocalíptico lembrando hiper inflamação, suposto confisco de poupança, hipotética movimentação militar para tomar o poder, imaginário impeachment e situações similares. O cenário internacional resumido acima, faz com que alguns analistas confiáveis opinem, que não existe na atual circunstância evidências plausível, que nenhum desses eventos tenham possibilidade de se realizarem a curto, médio ou longo prazo. Em termos de crescimento econômico o mundo se arrasta com número irrelevantes e preocupantes para os economista. Parece que o capitalismo mundial entrou em um declive parabólico, começando a perder forças em seus principais fundamentos como: oferta e procura, receita e despesa, capitalização e descapitalização, créditos e subvenções; mercados globalizados precisam ser revistos, mudando sua metodologia e legislação para uma melhor adequação aos mercados de capitais; bolsa de valores, commodities, mercadorias e capitais futuros. Desse modo, o jogo político econômico empurra as nações para a concentração das riquezas monetárias, bens, serviços e matéria prima; destacando-se nesse cenário os USA, Alemanha, Japão e os Brincs (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), cada qual com suas características próprias. Mas sejamos, os americanos comemoram 3% de crescimento em 2014, os alemães ficaram com 2%, os chineses depois de um forte crescimento em anos anteriores, esse ano estimaram 7%. Os russos foram avisados pelo seu Presidente Vladimir Putin (1952-    ) que o país terá provavelmente em 2015 e 2016, 0% de crescimento; conclamando os cidadãos a cooperarem e tendo confiança que essa desaceleração será superada brevemente. Eles sofrem com o embargo econômico imposto pela União Europeia e os USA. Os japoneses cresceram 1,5 % esse ano achando bom; nós brasileiros tivemos um crescimento econômico em 2014 de 0,3% segundo pesquisas oficiais otimistas. Os hindus foram a grande surpresa da economia mundial com crescimento superando 5%, mas entre os Brincs, é o mais injusto em distribuição de renda; também o que tem o maior números de pessoas abaixo da linha de pobreza, os denominados miseráveis. O recente entendimento bilateral (Cuba e USA) para que o embargo econômico impostos pelos americanos à ilha cubana seja cancelado, pois já vêm desde 1961, é um fato que mudará substancialmente, segundo analistas políticos, o rumo das democracias principalmente na América Latina. A intervenção direta do Papa Francisco, o argentino Jorge Mário Bergoglio (1936-    ) liderando a diplomacia do Vaticano, foi fundamental para que esse processo tivesse êxito. Ele desde o início de seu pontificado, tem usado um tom conciliador e tolerante em suas opiniões; agindo com firmeza em direção a fraternidade e solidariedade entre os povos. Em uma recente declaração, desvinculou o extremismo fundamentalista muçulmano da religião Islâmica. Sendo ambos completamente opostos; isso tem base no Alcorão, pois não existe registro nesse Livro Sagrado que Aláh deseja desagregar as nações; impondo uma ideologia religiosa radical à custa (morte) de pessoas humanas. Em uma frase dita meses atrás "Deus não é um mágico com uma varinha mágica"; o Papa escandalizou alguns cristão, sugerindo que os dois primeiros capítulos do livro de Gênesis deveriam ser entendidos como uma metáfora ou alegoria e não no sentido literal. Isso foge a rigidez ortodoxa teológica dando margem à uma interpretação flexível e contextualizada; compreendendo leituras de outras tradições espirituais quanto a criação do mundo. Mostrou tolerância e amor quanto aos homoafetivos, recomendando a liberdade para que participem dos sacramentos, acenando moderadamente à união homossexual. sugerindo que o assunto seja estudado pelos teólogos católicos. O fim do embargo econômico a ilha cubana, foi saudado com alegria e alívio por muitos cubanos, mas alguns são contrários dizendo que o Presidente americano deveria pensar melhor, pois a ilha tem uma forte estrutura socialista que demorará anos para ser desmontada; também um grande contingente de presos políticos estão encarcerados sem esperança de soltura. Assim as negociações entre os dois países se centrarão em aspectos políticos e econômicos, com vantagens evidentemente para os americanos. Os milhares de dólares chegarão no momento certo; a ilha definha com um PIB de US$ 116 bilhões, menor do que o do Estado do Rio de Janeiro que é de US$ 177 bilhões; em comparação aos mais de US$ 2 trilhões do Brasil e o PIB dos USA que é de aproximadamente US$ 15,5 trilhões.  Os automóveis da ilha são da década de 60 e 70; um carro popular novo custa algo em torno de R$ 200 mil reais, sendo impossível um médico que ganha R$ 140 reais por mês adquiri-lo. O que tudo isso tem haver conosco brasileiros. As implicações quanto a América Latina são muitas, mas vou abordar apenas um ponto. Os americanos terão mais influência nas economias desses países, e consequentemente, nas políticas internas e externas. Pondero ser isso positivo, pois traz uma estabilidade social e civil; evidente que os ônus dessa subordinação existem em algum grau, mas os dividendo aparentemente são maiores. Num mundo em crise; com forte concentração de riquezas (matéria prima, água potável e energia), sendo comandado por potências econômicas capitalista como: USA, Alemanha, China, Japão, mas a Rússia numa influência (diferenciada) psicológica devido a sua história e cultura de tradição imperialista. Principalmente por ter sido um dos protagonistas da Guerra Fria (1945-1991) juntamente com os americanos. Desse modo, não haverá uma saída senão a negociação, sempre com prevalência do economicamente mais forte. Portanto, as nações Sul Americanas, que tradicionalmente são desalinhadas com a política econômica americana como Equador, Argentina, Bolívia e Venezuela deverão se render a futuros acordos comerciais com os americanos. O socorro financeiro à ilha dos Castros (Fidel e Raul) trará bônus políticos à Terra do Tio Sam, pois a ideologia comunista que era um produto de exportação, sairá de linha, ficando apenas como retórica nas academias universitárias. Chegando em boa hora pois a ilha agoniza a décadas, sobrevivendo de doações dos históricos parceiro: Rússia, Brasil, Venezuela e outras nações, que nessa crise mundial ficaram praticamente impedidos de enviar as subvenções ao povo cubano. O Brasil caminhará, penso, num alinhamento político e econômico com os americanos. O Presidente Barak Obama (1961-    ) e sua equipe, sabem como agir, sem pressionar ou constranger os seus parceiros comerciais, mas oferecendo trocas ou permuta com reciprocidade de ganhos onde sutilmente a vantagem aparece imperceptível para o lado vigoroso. O candidato derrotado na recente eleição presidencial do Brasil, Senador Aércio Neves (1960-   ), agiu nobremente, quando inquirido se assumiria um postura à favor de um possível impeachment da Presidente reeleita Dilma Rousseff; respondeu ser desfavorável a suposição, alegando que sua condição de democrata o impossibilitava de assumir um radicalismo inconveniente. Acho que, de sua parte, foi um gesto digno de alguém que olha pro futuro, vislumbrando uma provável candidatura daqui a quatro anos (2018), com plausível chance de ser eleito, pois os analistas políticos repercutem vozes que esse será o último mandato presidencial do Partido dos Trabalhadores; as evidências são razoáveis nessa direção, o desgaste com a corrupção (desvio de bilhões de reais) lesionando os cofres públicos, das empresas estatais (Petrobras, BNDES, BB, Eletrobras), será o preço carmico corporativo que irão pagar. E talvez (segundo prognóstico) não elegerão nenhum representante nos poderes executivos (Governadores) estaduais, e pouquíssimos representantes no Senado e na Câmara dos Deputados, nas próximas eleições majoritárias. Engrosso o coro, da candidata reeleita que em seu discurso após a vitória em 26/10/2014, conclamou o povo brasileiro à união em torno de ideais comuns para o avanço e progresso de nossa nação. O esquecimento das diferenças e mágoas; através do diálogo construtivo e responsável para formar laços de fraternidade e solidariedade, preservando as conquistas sociais e econômicas já consolidadas; para que nos comprometamos com a parte que nos cabe; juntos, (cooperando com as lideranças governamentais municipais, estaduais e federais) fazermos do Brasil uma pátria cheia de esperança, trabalhando individualmente para um futuro melhor à favor de nossos filhos, netos e bisnetos. O Brasil merece nossa atitude virtuosa baseada no altruísmo e abnegação. Abraço. Davi.

Nenhum comentário:

Postar um comentário