sexta-feira, 4 de julho de 2014

Vida Cristã em Comunidade. Parte II.

Prosseguimos com as ponderações do escritor cristão americano Wayne Jacobsen (1953-    ) em seu texto Vida Cristã em Comunidade. "IX. Ou seja: Reunir-se em casa é a resposta? É evidente que não é a única resposta mas sejamos claros: por mais agradável que seja participar de cultos em grandes ambientes e ter mentores talentosos o autêntico prazer da vida em comunidade não pode ser partilhado em grupos excessivamente grandes pois durante seus primeiros trezentos anos a Igreja Primitiva encontrou nas casas o lugar perfeito para se reunir sendo os lares o lugar mais adequados à dinâmica familiar que é como Jesus descrevia seu corpo. Mas reunir-se em casa não é a solução pois participei de algumas reuniões caseiras bastante problemáticas e encontrei em instalações convencionais grupos que partilhavam uma genuína vida em comunidade entretanto eu pessoalmente prefiro grupos menores que se reúnem em casa e reconheço que isso não é muito comum hoje em dia pois as pessoas consideram mais fácil frequentar um culto tradicional com seus cantos e rituais e depois ir para casa sem nunca ter que se abrir a respeito da própria vida ou demonstrar interesse pela jornada de outras pessoas. O que verdadeiramente me importa não é onde ou como as pessoas se reúnem mas se elas se concentram ou não em Jesus e se de fato ajudam-se umas as outras para se tornarem como Ele pois a questão aqui é sobretudo a qualidade do relacionamento. Estou sempre em busca de pessoas assim e me regozijo quando as encontro. Em nossa nova casa na cidade de Moorpark - Califórnia - USA nós conhecemos alguns companheiros e temos esperança de encontrar outros mais sendo assim importante que nossos filhos experimentem a verdadeira  comunhão entre fiéis do que a badalação de um programa para crianças bem comportadas. X. Você está reagindo a alguma dor? Talvez sim só o tempo dirá mas honestamente não acredito pois qualquer que se envolva com a autêntica vida em comunidade poderá eventualmente se machucar pois há duas espécies de ferida sendo causada uma por problema que pode ser tratado com os cuidados corretos - como um tornozelo gravemente torcido - e outra a dor que só pode ser reparada como o afastamento quando alguém põe a mão num ferro quente. Possivelmente todos nós já experimentamos alguma espécie de dor ao tentar adequar a vida de Deus às instituições sendo que durante bastante tempo muitos se mantiveram nelas na esperança de que mudando algumas coisas tudo iria melhorar entretanto apesar de termos tido algum êxito em certos momentos de renovação acabamos descobrindo que a adaptação que toda instituição exige é incompatível com a liberdade de que as pessoas necessitam para crescer em Cristo isso ocorrendo com praticamente todos os grupos que se constituíram ao longo da história do cristianismo. XI. Você está em busca da Igreja Perfeita? Não e não acredito que venha a encontrá-la neste lado da eternidade mas minha meta não é buscar a perfeição pelo contrário é encontrar gente que faça de Deus sua prioridade. Confesso que me sinto profundamente incomodado com a situação em que se encontra o cristianismo institucional pois boa parte do que hoje chamamos de igreja não passa de uma encenação bem planejada com pouquíssima ligação efetiva entre os fiéis sendo esses muito mais estimulados a depender mais do sistema ou de seus líderes do que do próprio Jesus pois gastamos mais energia adaptando nosso comportamento aquilo de que a instituição necessita do que ajudando as pessoas a se transformarem. Cansei de tentar estabelecer uma comunhão com gente que concebe a igreja apenas como um lugar onde um grupo passa duas horas por semana expiando a sua culpa enquanto vive o restante da semana com as mesmas prioridades mundanas. Cansei daqueles que exaltam as próprias obras piedosas mas que não demonstram compaixão pelos outros. Cansei de gente insegura que usa o corpo de Cristo como uma extensão de seus egos e que manipula a comunidade para satisfazer as próprias necessidades. Cansei de sermões que contêm mais regras e moralismo do que a liberdade do amor divino e nos quais os relacionamentos ficam em segundo plano perante as demandas da instituição. XII. Mas será que as nossas crianças não precisam de atividade na Igreja? Eu diria que o que elas precisam realmente é ser integradas à vida de Deus por meio da comunhão com os demais fiéis. Noventa e dois por cento das crianças que frequentam regularmente as escolas dominicais dotadas de todo tipo de entretenimento sofisticado abandonaram a igreja quando deixaram a casa dos pais mas em vez de encher nossos filhos de regras morais e regulamentos precisamos mostrar-lhes como viver juntos na vida de Deus. Os próprios sociólogos nos dizem que o principal fator que leva uma criança a florescer em sociedade é possuir amizades pessoais profundas com outros adultos além de seus parentes próximos pois nenhuma escola dominical é capaz de cumprir essa função. Conheço uma comunidade na Austrália cujas famílias após vinte anos compartilhando a vida de Deus podem dizer que nem uma única de suas crianças abandonaram a fé na idade adulta. Sei que estou remando contra a maré mas é muito mais importante que nossos filhos experimentem a verdadeira comunhão entre fiéis do que a badalação de um programa para crianças bem comportadas. XIII. Que dinâmica de vida em comunidade você persegue? Estou sempre em busca de gente que esteja tentando seguir o Cristo Vivo sendo Ele o centro das vidas, das atenções e das conversas dessas pessoas. Elas parecem autênticas e deixam as demais livres para questionar, duvidar, discordar e para seguirem a voz do Senhor. Busco gente que não desperdice seu dinheiro em construções extravagantes ou em programas feitos para impressionar. Procuro pessoas que se sintam em comunhão mesmo quando estão ao lado de estranhos. Vou à busca de grupos em que todos participam ativamente e não são meros assistentes passivos colocados a uma distância segura do chamado líder. XIV. Desse modo você não estará dando às pessoas um pretexto para que fiquem em casa sem fazer nada? Espero que não mesmo sabendo que esse risco existe e compreendo que algumas pessoas que abandonam as congregações tradicionais acabam se acomodando e se omitindo de qualquer vida eclesial mas também não sou a favor de quem fica por ai pulando de igreja em igreja atrás da última moda ou da melhor oportunidade para satisfazer seus desejos mais egoístas. A maior parte das pessoas que encontro e com quem falo porém não estão fora do sistema por ter perdido a paixão por Jesus ou por Seu povo e sim porque as congregações tradicionais mais próximas não foram capazes de lhes satisfazerem a fome de relacionamentos estando em busca de expressões autênticas de vida em comunidade e pagam um preço altíssimo para alcançá-las. Pode acreditar em mim pois todos nós depois de experimentarmos a comunhão viva entre os fiéis fervorosos é impossível nos conformarmos com menos. XV. Essa concepção de Igreja não criaria uma divisão? Não acho pois as pessoas criam a divisão ao exigir que as demais se adaptem à sua própria revelação da verdade assim muitos de nós na jornada somos acusados de promover a divisão porque a liberdade pode ser ameaçadora para quem encontra segurança num sistema religioso fechado mas a maioria de nós não está tentando convencer outras pessoas a abandonar suas congregações assim consideramos a comunidade cristã grande o bastante para acolher o povo de Deus seja qual for a maneira pela qual Ele o reúna. XVI. Onde se pode encontrar essa espécie de comunhão? Não há uma resposta fácil para essa pergunta pois essa comunhão pode estar bem à sua frente vivida com companheiros com quem você partilha livremente a vida. Pode estar na sua rua ou na mesa ao lado da sua no ambiente de trabalho. Você também pode se engajar em atividades assistenciais que beneficiam os mais necessitados e carentes do seu bairro como forma de colocar em prática a vida de Deus em você e ai encontrar outras pessoas com fome semelhante à sua. Não espere que essa espécie de comunhão se dê facilmente dentro de uma organização. Olhe em torno e talvez você descubra que Jesus já o guiou até onde há comunhão. Acredite nisso e Ele reunirá meia dúzia de companheiros com os quais você possa compartilhar a jornada. Talvez eles não pertençam à sua congregação mas serão vizinhos ou colegas de trabalho que estão seguindo Deus. Não espere que isso seja fácil ou que ocorra tranquilamente pois ser obediente a Jesus demanda certas decisões específicas de sua parte. Descartar velhos hábitos e ser livre para permitir que Ele erga sua comunidade em torno de você exigirá alguma preparação mas certamente valerá a pena. Sei que incomoda certas pessoas o fato de eu não tomar meu assento num banco de igreja todo domingo de manhã mas posso lhe garantir com absoluta certeza que meus piores momentos fora da religião institucional são ainda assim melhores do que meus melhores dias dentro dela pois para mim a diferença é como ficar escutando alguém lhe falar de golfe ou juntar alguns tacos e sair para jogar golfe. Estar na igreja em torno da vida de Jesus é sair para jogar e hoje não precisamos mais ficar falando sobre a Igreja mas precisamos sim é de gente preparada para viver a realidade dela. Ultimamente as pessoas no mundo inteiro vêm redescobrindo como fazer isso e você pode ser uma delas se permitir que Jesus o integre à sua comunidade tal como Ele deseja". Essa é uma experiência que eu e um grupo de amigos passamos recentemente aqui em Brasília - Brasil - uns três anos atrás - pois saímos da cobertura da organização religiosa passando a viver essa liberdade transcendente em encontros fraternos e convivenciais desprovidos de dogmas exclusivistas e rituais estreitantes e todos estamos vivos e evoluindo em nossa espiritualidade individual superior buscando a integração com nosso cosmo interior e reagindo no macro cosmo exterior onde os reinos mineral, vegetal e animal como nossos constituintes primários evoluem para futuras formas de vidas humanas manifestadas nas encarnações vindoura mais aprimoradas e aperfeiçoadas pelo processo da aprendizagem do dahma - a missão pedagógica que cada monada aprende em suas rondas encarnadas e desencarnadas mas nessa atual encarnação ainda temos que conviver com os percalços da nossa personalidade que nos empurra para as coisas mundanas mas o esforço é compensado quando procuramos pela contemplação e meditação o auto conhecimento praticando as virtudes humanas e procurando pela fraternidade e filantropia ajudar nosso próximo física e espiritualmente a também desenvolver sua centelha divina para que todos cheguemos a entrar no nível astral de Homens Perfeitos sendo uma outra interpretação do que diz São Paulo em Efésios 4: 13-15 "Até que todos cheguemos à unidade da fé e ao conhecimento do Filho de Deus a Homem Perfeito à medida da estatura completa de Cristo. Para que não mais sejamos meninos inconstantes levado em roda por todos os ventos de doutrina pelo engano dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente. Antes segundo a verdade em amor cresçamos em tudo naquele que é a cabeça Cristo".  Abraço. Davi.

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