sexta-feira, 6 de dezembro de 2024

A RELIGIÃO DO ISLÂ. Parte VII

Islamismo. Por Jamaal Zarabozo (1960 -). A RELIGIÃO DO ISLÃ. PARTE VII. Muitas vezes as pessoas querem se afastar do mal, mas precisam de ajuda para fazê-lo. Necessitam verdadeiros amigos que cumpram a função de grupo de apoio. Algumas pessoas não têm força suficiente para se afastar das atividades as quais sabem que são más, especialmente se há pressão de seus parceiros para praticá-las. Com a ajuda de outros que entendam esse tipo de situação e que realmente queiram fazer o correto, então, é mais fácil reunir a coragem para apontar as más atividades. Da mesma forma, há quem seja preguiçoso e, por isso, falte-lhe motivação para fazer o que deve ser feito. Novamente, com a ajuda sincera ou o alento dos que a rodeiam, a pessoa encontra força para tal. Se as pessoas fossem individualistas e só se preocupassem consigo mesmas, sem ajudar os demais, seria um verdadeiro desastre social. Os que fazem mal dominariam e acossariam os outros. De fato, muitos bairros norte-americanos, por exemplo, conscientizaram-se que teriam que se unir para proporcionar coisas boas e eliminar as ruins, do contrário, suas regiões acabariam sendo destruídas por vândalos. Obviamente, ninguém está livre de pecado e, portanto, este princípio de fomentar o bem e evitar o mal não significa que a pessoa tenha que ser perfeita antes de falar aos demais sobre o comportamento deles. com certeza, fomentar o bem e proibir o mal, logicamente, deveria começar consigo próprio. A pessoa deve praticar o bem e evitar o mal. Dessa maneira, damos um exemplo aos demais e aumentamos as possibilidades de que nossos conselhos sejam levados em conta. Não obstante, mesmo que uma pessoa tenha defeitos, deve incentivar que o outros pratiquem o bem e desestimular que pratiquem o mal. Cabe destacar que existem várias condições para colocar em prática o ato de fomentar o bem e proibir o mal. Por exemplo, uma condição é que se deva conhecer o que é bom e o que é mal, segundo o Qur’an e a Sunnah. É possível que alguém, por ignorância, incentive o outro a fazer algo que na realidade não é parte da Sunnah. Para o novo muçulmano em particular, é possível que em repetidas ocasiões digam-lhe o que fazer ou não fazer. Muitas vezes estes conselhos vêm de outros muçulmanos que podem exagerar ou que não têm tato para se dirigir ao recém-convertido. Muitas vezes as dificuldades linguísticas atrapalham a compreensão de um novo muçulmano. É importante que um recém-convertido esteja atento ao fato de que, em geral, seu irmão muçulmano não tem más intenções, nem quer humilhá-lo ou causar qualquer dano. Pelo contrário, simplesmente pode estar tentando ensiná-lo o Islam e alertá-lo a fazer o que é bom. Se um novo muçulmano se sente frustrado com esses episódios, deve recordar-se que os demais atuam por amor e que apenas desejam o bem para seu novo irmão no Islam. - Honrar o ser humano Não há dúvidas que, no esquema que Allah traçou para esta criação, os seres humanos recebem muitos dons e aptidões especiais que os distingue de outras criaturas. Assim, Allah disse no Qur’an: “Enobrecemos os filhos de Adão e os conduzimos pela terra e pelo mar; agraciamo-los com todo o bem, e preferimos enormemente sobre a maior parte de tudo quanto criamos.” (17:70). Esta preferência não é resultado de uma forma aleatória de “evolução”, senão a determinação intencional do Criador. Através da orientação divina, pode-se compreender plenamente as diferentes formas nas quais os seres humanos têm sido honrados pelo Senhor. Através da revelação de Allah, descobre-se que os seres humanos não estão em guerra contra a “natureza” que necessita ser conquistada. Também, aprende-se que os seres humanos não são meramente “primos dos símios”, sem ter nenhum propósito ou mérito nesta vida. Aprende-se também que esta criação não é “inteiramente maligna”, nem que se nasce com o “pecado original” que não pode ser eliminado a não ser pelo sacrifício de outro ser. Inicia-se com pontos como estes e não há que se surpreender ao perceber que o valor dos seres humanos se reduz a praticamente nada. Também não é surpresa que os seres humanos são utilizados como simples ferramentas para o benefício econômico. De fato, nem sequer há de se surpreender ao constatar que milhares de seres humanos são mortos para a obtenção de benefícios econômicos e recursos naturais. Depois disso tudo, vendo por esta perspectiva, por que os seres humanos deveriam ser tratados de uma maneira diferentes dos animais que são explorados, assassinados e destruídos? Na verdade, é através da revelação de Allah que se atinge a plenitude do valor humano. Na realidade, Allah dotou os seres humanos de grande responsabilidade, através da qual podem alcançar a maior de todas as recompensas. Allah honrou os seres humanos revelando livros específicos com o intuito de guiá-los. Allah escolheu mensageiros e profetas entre os seres humanos, conferindo-lhes a nobre tarefa de transmitir a orientação de Allah a toda a humanidade. Allah também há submetido tudo o que existe nos céus e na terra às necessidades dos seres humanos: “E vos submeteu tudo quanto existe nos céus e na terra, pois tudo d’Ele emana. Em verdade, nisto há sinais para os que meditam.” (45:13). Alem disso, também proporcionou os seres humanos a oportunidade de se converterem em Seus servos devotos, mártires de Sua causa e estudiosos de Sua religião, dando-lhes uma nobreza e honra especiais. Estas grandes conquistas estão disponíveis a homens e mulheres, por igual. Assim, Allah diz no Qur’an, como exemplo: e foram mortos, absolvê-los-ei dos seus pecados e os introduzirei em jardins, abaixo dos quais correm os rios, como recompensa de Deus. Sabei que Deus possui a melhor das recompensas.” (3:195). “A quem praticar o bem, seja homem ou mulher, e for fiel, concederemos uma vida agradável e premiaremos com uma recompensa, de acordo com a melhor das ações.” (16:97). De fato, a única diferença real entre as pessoas não tem relação com o sexo, etnia, raça, riqueza, beleza ou classe social. Todos esses elementos são falsas maneiras de se avaliar os seres humanos. Ditos paradigmas, com certeza, não fazem mais que denegrir a essência do ser humano. O único estandarte real que mensura o valor do ser humano é a sua relação com seu Senhor. Assim, Allah disse: “Ó humanos, em verdade, Nós vos criamos de macho e fêmea e vos dividimos em povos e tribos, para reconhecerdes uns aos outros. Sabei que o mais honrado, dentre vós, ante Deus, é o mais temente. Sabei que Deus é Sapientíssimo e está bem inteirado.” (49:13). Hoje em dia, ouve-se falar muito sobre os direitos humanos. Parece ser uma tentativa de tratar os seres humanos de uma maneira mais digna e respeitável. Sem dúvidas, o maior problema dos direitos humanos é que não se dá a Allah o papel apropriado na relação humana. Pelo contrário, os seres humanos se convertem praticamente no objeto máximo de adoração – e os “direitos” destes adquirem preponderância sobre todo o resto, inclusive os direitos de Allah. De fato, muito do que se diz sobre os direitos humanos não é mais que isentá-los da adoração a Allah. Essa não é a forma mais adequada de honrar os seres humanos. Obviamente, é um tipo de extremismo. Toda vez que algo se torna magnífico e aumenta de proporção e são dados responsabilidades ou direitos que estão acima do que se pode tolerar, então, o resultado é prejudicial e doloroso. Os seres humanos não podem atuar num papel em que se lhes dá opção de escolher por si mesmos, incluindo os direitos que devem ter uns sobre os outros. Esse tipo de assunto só pode ser decidido pelo Criador, que conhece todos os detalhes mais profundos de Sua criação e das interações com o resto desta. Na Lei de Allah, pela Sua misericórdia, Ele deu aos seres humanos todos os direitos que necessitam e merecem, que apenas Ele poderia determinar, baseado em Seu conhecimento e justiça. Os seres humanos recebem de Allah os direitos que necessitam para viver uma vida próspera e feliz. Sem dúvidas, ao mesmo tempo, também recebem responsabilidades. Direitos e responsabilidades são combinados para que os seres humanos interajam entre si de maneira adequada nesta criação. Não obstante, o maior inconveniente dos defensores dos direitos humanos é que só podem tratar dos direitos relativos a este mundo. Desta forma, esquecem do direito mais importante porque está além do âmbito da experiência humana. É o direito que o Islam ensina, seu direito especial sobre Allah. Este direito é mencionado no seguinte hadith: O Mensageiro de Allah (que a paz e as bênçãos de Allah estejam com ele) disse: “Ó Muaadh!” Muaadh respondeu: “Às tuas ordens, Ó Mensageiro de Allah.” O Profeta perguntou: “Sabes qual o direito que Allah tem sobre Seus servos?” Muaadh respondeu: “Allah e Seu Mensageiro sabem melhor.” O Profeta disse: “O direito de Allah sobre seus servos é que devem adorá-Lo [somente a Ele] e não associá-Lo a nenhum companheiro.” Depois de um tempo, o Profeta disse: “Ó Muaadh Ibn Jabal!” Ele respondeu: “Às tuas ordens, Ó Mensageiro de Allah!” O Profeta (que a paz e as bênçãos de Allah estejam com ele) perguntou: “Sabes qual é o direito que os servos têm sobre Allah, se assim o cumprem [cumprem com o mandamento de Allah]?” Ele respondeu: “Allah e Seu Mensageiro sabem melhor.” O Profeta disse: “O direito dos servos sobre Allah é que Ele não os castigará (Bukhari e Muslim). Converter-se Muçulmano Pela graça de Allah, Ele abriu Sua religião a todos os que queiram entrar nela. Praticamente não existem obstáculos para se converter muçulmano. Para adotar o Islam, não há necessidade de clero, batismos nem cerimônias especiais. De fato, o ato de se converter ao Islam é uma simples declaração de fé. Assim, basta que se diga: “Atesto que não existe nada digno de louvor exceto Allah e atesto que Muhammad é mensageiro de Allah.” Ao pronunciar essas palavras, a pessoa entra na bela irmandade islâmica, uma irmandade que inclui todos os tempos, desde Adão até os últimos dias deste mundo. Neste capítulo, haverá uma discussão sobre alguns dos detalhes do testemunho da fé. Ademais, analisarei também outros atos que são mencionados em relação à conversão do muçulmano. Logo, seguirão algumas leis relacionadas com o estado da pessoa antes de se converter muçulmano. O testemunho de fé: Não existe nada digno de louvor exceto Allah Um indivíduo se converte muçulmano testemunhando sobre a verdade de duas afirmações: Não existe nada digno de louvor afora Allah e Muhammad é o mensageiro de Allah. Dado que é um testemunho sobre a verdade de algo, deve ser uma “proclamação pública” (em outras palavras, não algo oculto dentro de si que não se anuncie aos demais). O sábio Ibn Abu al Izz escreveu o seguinte: “[O Profeta] Deixou totalmente claro que uma pessoa não é um crente se diz crer no Profeta (que a paz e as bênçãos de Allah estejam com ele), mas não expressa com suas palavras, quando o possa...” Esta expressão verbal tem uma tripla função. Primeiro, é uma afirmação enfática. Testemunha-se a veracidade dessa afirmação da fé. Isto seria comparável à pessoa que presta testemunho ante uma corte. Aqueles que o afirmam são os que crêem que aquilo é o certo. Em segundo lugar, trata-se de uma expressão de compromisso a este fato. É um reconhecimento por parte da pessoa de que pretende apegar-se aos requisitos e orientação daquele pelo qual testemunhou. Em terceiro lugar, é uma proclamação pública de que o indivíduo já se somou às fileiras do Islam, aceitando todos os direitos e responsabilidades que isso implica. Os muçulmanos sabem que a chave para entrar no Paraíso é a frase “Não há nada digno de adoração afora Allah”. Mas, muitos muçulmanos crêem, erroneamente, que uma vez que afirmado, nada os poderá prejudicar. Crêem que por haverem realizado este testemunho verbal de fé, o Paraíso lhes será concedido. Sem dúvidas, a expressão verbal deste testemunho, por si só, não é suficiente para obter a salvação. De fato, os hipócritas diziam: “Testemunho que nada é digno de adoração exceto Allah...”, e, ainda assim, Allah os descreve como mentirosos e afirma que viverão no nível mais baixo do Fogo do Inferno. Obviamente, existem algumas condições para qualquer testemunho, mas em particular para que este testemunho seja aceito por Allah há duas condições especiais - e todos deveriam se preocupar se seu testemunho de fé é ou não aceitável para Allah. O famoso sábio Wahb Ibn Munabbih foi consultado uma vez: “Acaso a frase ‘não existe nada digno de ser adorado afora Allah’ não é a chave para o Paraíso? Ele respondeu: “Sim, mas todas as chaves têm formatos diferentes. Se tu não vens com uma chave que tenha o formato certo, a porta não se abrirá.” O formato da chave equivale às condições que diferencia os muçulmanos que se beneficiarão desse testemunho daqueles que não se beneficiarão, não importando quantas vezes eles o pronunciaram. Um estudo dos versículos do Qur’an e dos ahaadith do Profeta (que a paz e as bênçãos de Allah estejam com ele) mostrará que existem várias condições para que o testemunho de fé seja válido. Novamente é importante que todo muçulmano se certifique que cumpre com todas as condições em sua vida, no que diz respeito ao testemunho de fé. O novo convertido deve considerar estas condições que dizem respeito ao testemunho de fé. É preferível (não obrigatório) que se saiba dessas condições antes que se realize a declaração de fé. A primeira condição é o conhecimento. Há que se ter a compreensão básica do que significa a declaração de fé. Deve-se compreender o que está sendo afirmado e o que está sendo negado nesta declaração. Isso é assim para qualquer tipo de testemunho. Obviamente, um testemunho de algo que se desconhece não é aceito. Allah disse no Qur’an: “Quanto àqueles que invocam, em vez d’Ele, não possuem o poder da intercessão; só o possuem aqueles que testemunham a verdade e a reconhecem.” (43:86). Portanto, a pessoa que testemunha deve compreender os pontos básicos de seu testemunho. Se não compreende, por exemplo, que Allah é o único digno de adoração e que todos os outros deuses são falsos deuses, então, não terá nem sequer a compreensão mais elementar do que está testemunhando. Dito testemunho não pode ser considerado aceitável diante Allah. A segunda condição é a certeza. É o oposto da dúvida e da incerteza. De fato, no Islam qualquer tipo de dúvida com respeito a algo no Qur’an ou Sunnah equivale à incredulidade. Deve-se ter a certeza absoluta no coração sobre a veracidade do testemunho de fé. O coração não deve vacilar de nenhuma maneira quando se testemunha a verdade que “não existe nada digno de adoração exceto Allah”. Allah descreve os verdadeiros crentes como aqueles que têm fé em Allah e cujos corações não vacilam. Disse Allah: “Somente são fiéis aqueles que crêem em Deus e em Seu Mensageiro e não duvidam, mas sacrificam os seus bens e as suas pessoas pela causa de Deus. Estes são os verazes!” (49:15). Página 73. Abraço. Davi

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