Judaísmo. www.morasha.com.br. SONHOS. Os sonhos vêm
fascinando os homens ao longo da História. Tornaram-se símbolos de esperança de
um futuro melhor, inspiraram místicos e poetas, cientistas e filósofos. E,
desde as mais remotas épocas, o homem tem procurado entender as mensagens E
significados desses fenômenos intrigantes, envoltos em mistério. Os sonhos vêm
fascinando os homens ao longo da História. Tornaram-se símbolos de esperança de
um futuro melhor, inspiraram místicos e poetas, cientistas e filósofos. E,
desde as mais remotas épocas, o homem tem procurado entender as mensagens E
significados desses fenômenos intrigantes, envoltos em mistério. O que tem
variado, ao longo do tempo, é a importância que lhes é atribuída e a
compreensão que se tem dos mesmos. No judaísmo, sempre tiveram um papel
importante. Para os profetas da Torá, prediziam o futuro, trazendo advertências
e mensagens Divinas. Para o Talmud, os sonhos são um meio de comunicação entre
o Divino e os homens. O Zohar leva este conceito mais adiante, afirmando que
num mundo onde não há mais profetas, a Sabedoria Divina pode vir a ser revelada
através dos sonhos. Numa visão mais terrena, mais concreta, são vistos como a
chave para uma auto avaliação pessoal pois, ainda segundo o Livro do Esplendor
- o Zohar, já citado, tem o potencial de nos auxiliar em nosso cotidiano. Mas,
alertam nossos sábios, nem todos os sonhos são mensagens e nem todas as
mensagens são verdadeiras. Por isso, antes de adentrar neste mundo e na riqueza
de suas interpretações, precisamos de muita cautela e uma certa desconfiança. A
própria Torá nos exorta a ficar longe de quem usa os sonhos como presságios,
bem como daqueles que afirmam ver a presença Divina em seus sonhos, usando tal
argumento como "prova" para apregoar que D'us os teria investido de
algum tipo de autoridade. NA HISTÓRIA. As culturas antigas os
consideravam portadores de importantes mensagens. Diziam que seus ancestrais e
deuses se comunicavam através dos sonhos. Mas, a partir da Era Moderna, do
cientificismo, o homem ocidental abandonou a idéia de que os sonhos podiam ter
algum significado e suas interpretações passaram a ser vistas como meras
superstições. Quando Sigmund Freud (1856-1939) começou a pesquisar a literatura
médica de sua época em busca de informações sobre os sonhos, descobriu que
pouco havia sobre o tema. Em 1899, ao publicar "A interpretação dos
sonhos", foi ridicularizado por seus pares e sua teoria de que continham
significados foi considerada absurda, durante vários anos. Hoje, a ciência
moderna, principalmente a psicologia, vê os sonhos como poderosa ferramenta
para aperfeiçoar o bem-estar emocional e físico do homem. Afinal, o sono e a
produção da mente humana durante esse período desempenham um papel vital em
nossa vida, pois passamos um terço da mesma dormindo e, durante o sono,
sonhamos em um quarto desse tempo. A ciência caminhou bastante no conhecimento
dos mecanismos do sono e seus ciclos. Sabemos que nele há duas fases: A
primeira, chamada NREM - em português, Não-REM, de Non-Rapid Eye Movement,
movimentos oculares não rápidos - que ocupa 75% do tempo que dormimos. Nesta
fase, a pressão sanguínea e o batimento cardíaco decrescem e o cansaço físico é
eliminado. A segunda, a fase REM, de movimentos rápidos dos olhos, ocupa os
restantes 25%. Esta fase é a base de nossa recuperação psíquica e é nela que
ocorrem os sonhos. Após a ciência ter estabelecido que todo homem sonha,
cientistas e psicólogos vêm tentando explicar a razão e o mecanismo que nos
fazem sonhar. Várias são as teorias sobre o assunto. Umas afirmam que sonhar
nos permite processar as experiências de nosso cotidiano; outras que os sonhos
podem, de forma simbólica e em linguagem própria, revelar questões de nossa
personalidade que precisam ser trabalhadas, além de apresentar soluções para os
problemas do cotidiano e regular emoções internas. De forma simplista, os
sonhos são "avisos" de que algo precisa ser feito. Outra linha de pensamento
os vê como uma forma de acessar nosso inconsciente coletivo. Numa visão mais
biológica, o sonhar permite ao sistema nervoso livrar-se de memórias
"desnecessárias" e, ao fazê-lo, estimula a mente. O judaísmo leva
muito a sério este assunto, sendo surpreendente a quantidade de referências que
há sobre o fenômeno, na Torá, no Talmud, noMidrash, assim
como em obras filosóficas, códigos de leis judaicas e especialmente na Cabalá e
na Chassidut. Nestas e em outras obras, os sábios discutem e tentam
responder a perguntas do tipo "como e por quê sonhamos"; "como e
quem pode interpretar um sonho"; "qual a importância que se deve
atribuir aos sonhos", se é que se deve. E, finalmente, "o que fazer
quando ficarmos perturbados por um sonho negativo". O SONO: VIAGEM
DA ALMA. De acordo aos textos sagrados do judaísmo, o sono e os sonhos
desempenham um papel importante em nossa vida. O primeiro contribui diretamente
à saúde física e mental. Por isso, o ser humano não deve negar a si próprio um
descanso adequado, pois é através deste que recuperamos energias e abrimos
nossa mente a influências superiores. Além do mais, ensina a Cabalá, o sono tem
um propósito espiritual, como também o têm outras atividades necessárias ao
corpo, tais como comer e beber. Quando dormimos, explica o Zohar, algo
extraordinário nos acontece: a alma - que pode ser comparada a um periscópio
que tudo vê, até mesmo o que os olhos não alcançam - liberta-se das limitações
e vínculos que o corpo lhe impõe enquanto acordado e se eleva em direção à sua
fonte espiritual. Lá se "recarrega" e, ao despertarmos, retorna para
começar um novo dia. Apenas uma pequena parte de nossa alma fica ligada ao
corpo enquanto dormimos. O quanto a alma consegue se elevar e atingir esferas
espirituais superiores depende das ações e conduta do homem, durante o dia.
Quanto mais puro for o coração de uma pessoa e quanto mais honesta sua vida,
mais altas serão as esferas com as quais sua alma conseguirá conectar-se.
Enquanto está em sintonia com sua fonte - onde não há limitações de tempo e
espaço impostas por nosso mundo material - a alma recebe avisos ou visões de
eventos futuros. Mas, se a alma não atingir igual pureza e as ações do homem
não tiverem igual retidão, sua alma fica retida em uma esfera mais baixa, onde
forças impuras a impedem de se elevar. Estas próprias forças impuras podem
revelar à alma certos assuntos mundanos e terrenos. Muitas das
"revelações" são falsas, enquanto outras podem conter algum fundo de
verdade. Há sábios que dizem que estas forças negativas são o nosso próprio
ego. Todos esses vislumbres são, em seguida, filtrados de volta para o corpo.
E, após serem mentalmente "processados" e transformados em símbolos,
tomam a forma de sonhos. TIPOS DE SONHOS. Segundo o Talmud, um
sonho é uma forma menor de profecia (Berachot, 57b). Desta afirmação pode-se
concluir que o mesmo pode conter predições ou advertências, mas há que se fazer
a respeito importantes ressalvas. Todos os sonhos, alertam nossos Sábios, mesmo
os que vêm das esferas mais elevadas, contêm alguma coisa inverossímil, algo
que não é verdade. "Assim como é impossível encontrarem-se espigas de
milho sem palha", ensina o Talmud, "assim também não existem sonhos
sem aspectos vãos". Há que se diferenciar, também os sonhos proféticos de
outro tipo de sonhos. Mesmo em se tratando de sonhos decorrentes de alguma
conexão da alma com esferas espirituais superiores, nem todos os sonhos são
iguais. Raros são os sonhos proféticos que transmitem a Voz e a Vontade Divina.
Maimônides, em cuja obra podemos encontrar vasta análise sobre sonhos
proféticos, afirmava que muitos profetas "viram" suas profecias em
sonho. Numa categoria inferior estão os sonhos que contêm visões. Apesar destes
terem um significado básico positivo ou negativo, não têm, como os proféticos,
um significado absoluto. Podem, portanto, ser influenciados de alguma forma
pela interpretação que lhes é atribuída. Como vimos anteriormente, nem todo
sonho é de origem Divina. Alguns ocorrem quando a alma fica à mercê de forças
espirituais negativas, das quais recebe, por assim dizer,
"informações". Há uma outra categoria de sonhos, aqueles que são
simples reflexos de nossa mente. Resultam de pensamentos e acontecimentos do
cotidiano de cada um de nós. Nada mais são do que consequências naturais de
nossa constituição psicológica e física, "incrementadas" pelo pode de
nossa imaginação. Um acontecimento que deixe forte impressão, ou uma refeição
pesada, podem ser responsáveis por um sonho perturbador. A maior parte de
nossos sonhos é composta por uma mistura de imagens criadas pela mente com
algum vislumbre vivenciado pela alma. Para os místicos, deve-se atentar mesmo
para os sonhos que são reflexos de nossa mente, já que podem revelar emoções profundas
e ocultas que devem ser confrontadas. Não é correto ignorá-los ou descartá-los
como "irrelevantes". Outra característica básica dos sonhos é
seguirem uma lógica diferente da que elaboramos quando despertos, na qual podem
coexistir opostos, paradoxos e contradições. Quando estamos acordados, somos
seres racionais, realistas, ao passo que ao sonhar vivemos experiências
totalmente diferentes, sem limitações temporais ou espaciais. SONHOS
PROFÉTICOS NA TORÁ. São de nossos patriarcas os primeiros sonhos proféticos
relatados na Torá. O primeiro é de Abraão. Ao cair em sono profundo, ouviu D'us
lhe prometer que seria pai de uma grande nação e lhe mostrar o futuro de sua
descendência, assegurando-lhe que deles seria a Terra de Israel. O segundo
pertence a Jacó. Enquanto dormia, viu uma escada que se erguia do solo e cujo
topo chegava aos Céus, pela qual anjos subiam e desciam. No alto, estava o
Eterno, que falou a Jacob (Gênese, 28: 12-13). Prometeu-lhe proteção e
assegurou-lhe que a terra pertenceria à sua descendência. Através desse sonho
extraordinário, D'us desvenda a Jacob não apenas o seu próprio destino, mas
principalmente o futuro de seus descendentes. O terceiro sonho profético
relatado na Torá é de José, que sonhou com os feixes nos campos. Chamado por
seus irmãos de "sonhador" e "mestre dos sonhos", José, que
tanto em seus sonhos como em suas interpretações via a Mão de D'us, é sem
dúvida o mais famoso interpretador de sonhos de toda a Torá. Estes têm um papel
muito importante em sua vida e, consequentemente, na história do povo judeu. Se
por causa de um sonho iniciaram-se suas atribulações, a solução do enigma
contido em vários outros sonhos funcionou como um tapete voador em seu caminho
rumo ao poder, no Egito. Outras figuras bíblicas receberam mensagens Divinas em
seus sonhos, entre os quais o Rei David, o Rei Salomão e os profetas Samuel e
Daniel. Outros ouviram a Voz de D'us através de sonhos e receberam mensagens
que sustentaram o povo judeu particularmente no exílio. Ensina o Talmud,
"Mesmo que esconda Meu rosto a Israel, comunicar-Me-ei com ele por meio de
sonhos" (Talmud Chaguigá, 5b). INTERPRETAÇÃO DE SONHOS. Se
os sonhos têm fascinado os homens através dos tempos, tentar desvendar suas
mensagens constituíram um fascínio ainda maior. O tratado Berachot, do Talmud,
que consagra muitas páginas à sua interpretação, afirma que "Um sonho não
interpretado é como uma carta não aberta" (Talmud Berachot, 55a).
Mas quem estaria habilitado a interpretá-los? Houve sábios judeus que se
dedicaram ao estudo dos sonhos e de suas interpretações. Os reis da antiga
Israel contavam com assessores que possuíam o dom e o conhecimento para
fazê-lo. Sabiam que os sonhos clarividentes só podiam ser interpretados por
alguém com espírito elevado e em conexão com a Fonte Divina. Pois que é D´s,
Ele Mesmo, em Sua Plenitude, quem provê a chave para se deslindar o segredo dos
sonhos. O Todo Poderoso, se comunica através de imagens e a solução do enigma
de cada sonho nele mesmo é contida. Mas, se a maioria deles não são proféticos,
como interpretá-los? O Talmud ensina que "o sonho segue o poder dos
lábios" - ou seja, segue a interpretação que lhe for dada, contanto que
esta seja consistente com seu conteúdo. Pois está escrito que "assim como
nos foi interpretado, assim aconteceu". Sendo assim, temos que procurar
sempre interpretar os sonhos para o bem. Somente os sonhos proféticos, que
transmitem a Voz e Mensagem Divina, têm significado absoluto. Isto quer dizer
que não podem ser mudados por diferentes interpretações, como no caso dos
sonhos dos patriarcas. Por outro lado, mesmo os que são definidos como
"visões" e que contêm avisos e um significado básico, podem ser, de
alguma forma, influenciados por diferentes interpretações. Os sonhos chamados
de "falsos" ou "comuns" são sujeitos a distintas
interpretações. Não podem ser entendidos como presságio definitivo sobre algum
evento futuro, nem como significado único. Têm uma multiplicidade de
significações plausíveis. Neste caso, lhe é atribuída uma explicação, e,
enquanto o sonho não for interpretado, oculto permanecerá o seu significado. O
Talmud relata que na época do Segundo Templo havia em Jerusalém 24 pessoas com
o dom de interpretar sonhos. Houve mesmo situações em que para um mesmo sonho
foram dadas 24 interpretações diferentes, todas consistentes - e, o que mais
impressiona - todas se realizaram (Berachot, 55b). Perguntamo-nos, por
quê? Os sábios explicam que a maioria dos sonhos contêm vários significados
possíveis, que são "acionados" por suas respectivas interpretações.
Mas, como é possível que a palavra tenha o poder de definir o significado de um
sonho? Esta pergunta foi amplamente discutida. Segundo o Zohar e o Talmud, sua
interpretação tem um papel decisivo em seu significado porque o sonho é uma
"profecia menor" - ou, para sermos mais exatos, o sonho é o nível
mais baixo da Revelação Divina. Sua mensagem resulta de uma mistura de
"revelações" com os produtos de nossa imaginação. É sobre este último
aspecto do sonho que o poder da palavra exerce influência determinante. A palavra,
arma potente que pode ser usada pelo homem tanto para o bem como para o mal,
tem o poder de influenciar o aspecto espiritual da realidade. No caso dos
sonhos, a palavra os concretiza, dá-lhes forma e "direção". É como se
fosse o primeiro passo para sua materialização. Isto posto, não é difícil
entender por que nossos sábios nos alertam sobre com quem devemos
compartilhá-los. Não devemos fazê-lo com qualquer pessoa, pois, como vimos, sua
importância depende não só da compreensão de quem os sonhou, como também da
interpretação que outros lhe possam acrescentar. O Zohar nos exorta a revelar
nossos sonhos apenas ao amigo mais próximo, a alguém que zele por nosso bem.
Tamanha cautela decorre do medo de que o ouvinte perverta seu significado. Um
sonho ruim pode transformar-se em bom, desde que seja interpretado para o bem -
e vice-versa. A preocupação com a inveja, o charlatanismo e o "comércio da
espiritualidade" está presente nessas advertências. Ao ler as páginas do
Talmud, podemos observar que a interpretação dos sonhos sempre foi "um bom
negócio", como na história de Bar Hedia (Berachot, 56a).
Especializado em interpretar sonhos, ele o fazia de uma forma bem peculiar:
quanto melhor o pagamento, mais favorável a revelação do sonho (...). TRANSFORMANDO
SONHOS. Uma das perguntas mais frequentes é o que se deve fazer ao ter
um sonho bom. E quando for ruim? Ensina o Zohar que se o sonho é bom, devemos
lembrá-lo para que se realize, pois "um sonho esquecido nunca se
cumpre". Mas, nunca se cumprirá em sua totalidade, pois como Rav Chisda (217-309) afirmava, "um sonho positivo não se destina a se realizar em toda a sua
plenitude, assim como um negativo tampouco se cumprirá em sua totalidade (Berachot,
55a)". E os sonhos ruins? Como vimos acima, há sonhos que nada significam,
são simples fruto de nossa imaginação ou de algum mal-estar físico. Aliás, os
sábios alertam que, se durante o dia tivermos sérias preocupações ou motivos
para angústia, não devemos preocupar-nos com um eventual sonho negativo. Além
do mais, até que seja interpretado, o sonho não é nem positivo nem negativo.
Relata o Talmud: quando Samuel tinha um sonho ruim, recitava o seguinte verso
"Os sonhos contam-nos mentiras". E, com isso, desmistificava a noção
de que tinham um significado. Por outro lado, quando se via diante de um sonho
positivo, dizia: (...). "Mas será que mentem os sonhos? Pois que está
escrito que 'Em um sonho Eu falarei a ele (...)” - o que implícita que os
sonhos podem conter mensagens verdadeiras". Há, também, inúmeros exemplos
no Talmud do que dissemos acima, que um sonho negativo pode ser transformado em
positivo pela interpretação que recebe, e vice-versa. Por exemplo, há uma
passagem em que Bar Kapará disse ao Rebi: "Em sonhos, vi que minhas mãos
haviam sido cortadas". E Rebi lhe respondeu que "isto significa que
você não mais precisará do trabalho de suas mãos". Em outras palavras, ele
ia prosperar e, no futuro, não precisaria executar trabalho manual para
garantir seu sustento. Mesmo os sonhos negativos têm, na literatura rabínica, o
seu lado positivo. Podem levar-nos a uma autoanálise, a rever nossas ações.
Consta, também, que a tristeza ou o sofrimento mental que sentimos no decorrer
do sonho serve como forma de expiação de nossas falhas. Mas, se apesar de todas
essas explicações - de certa forma "aliviadas" - a pessoa continua
impressionada com algum sonho, há várias formas de se despreocupar. Entre
outras, a oração e a tzedaká, pois ambas têm o poder de afastar "decretos
negativos". Há também uma oração descrita no Talmud para "remediar"
os supostos maus desígnios contidos em um sonho. Durante a oração
intitulada Hatavat Chalom - o "aperfeiçoamento do
sonho" - aquele que teve um sonho ruim apresenta-se diante de três amigos
que, por meio de fórmulas rabínicas e combinações dos Salmos, simbolicamente
"revertem" o aspecto negativo do sonho, restaurando a confiança na
pessoa angustiada. www.morasha.com.br. Abraço. Davi.
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