quarta-feira, 5 de outubro de 2022

OS ANALECTOS - LIVRO I

 

Confucionismo. www.rl.art.br. OS ANALECTOS – LIVRO I. Texto de Confúcio (551 AC 479). 1. O Mestre disse: “Não é um prazer, uma vez que se aprendeu algo, colocá-lo em prática nas horas certas? Não é uma alegria ter amigos que vêm de longe? Não é cavalheiresco não se ofender quando os outros falham em apreciar suas habilidades”? 2. Yu Tzu disse: “É raro um homem que é bom como filho e obediente como jovem ter a inclinação de transgredir contra seus superiores; não se sabe de alguém que, não tendo tal tendência, tenha iniciado uma rebelião. O cavalheiro dedica seus esforços às raízes, pois, uma vez que as raízes estão estabelecidas, o Caminho daí brotará. Ser um filho bom e um jovem obediente é, talvez, a raiz do caráter de um homem”. 3. O Mestre disse: “É raro, de fato, que um homem com palavras ardilosas e um rosto bajulador seja benevolente”. 4. Tseng Tzu disse: “Todos os dias, examino a mim mesmo sob três aspectos. Naquilo que fiz pelo bem-estar do outro, falhei em fazer o meu melhor? Ao tratar com meus amigos, falhei em ser fiel às minhas palavras? Ensinei aos outros algo que eu próprio não tenha experimentado”? 5. O Mestre disse: “Ao governar um reino com mil carruagens, trate dos negócios com reverência e seja coerente com aquilo que fala; evite gastos excessivos e ame os seus semelhantes; empregue o trabalho do povo apenas nas épocas certas”. 6. O Mestre disse: “Um rapaz deveria ser um bom filho em casa e um jovem obediente fora de casa, parcimonioso com a fala, mas coerente com o que diz, e deveria amar todo o povo, mas cultivar a amizade dos seus semelhantes. Se lhe sobrar alguma energia dessas ações, que ele a dedique a tornar-se um homem culto”. 7. Tzu-hsia disse: “Eu diria que recebeu instrução aquele que aprecia homens de excelência enquanto outros homens apreciam belas mulheres; que se dedica ao máximo ao servir os seus pais e oferece a sua pessoa a serviço do seu senhor: e que, nas relações com seus amigos, é coerente àquilo que diz, mesmo que afirme que nunca recebeu educação”. 8. O Mestre disse: “Um homem a quem falta seriedade não inspira admiração. Um cavalheiro que estuda não costuma ser inflexível. “Estabeleça como princípio fazer o melhor pelos outros e ser coerente com o que diz. Não aceite como amigo ninguém que não seja tão bom quanto você. “Quando cometer um erro, não tenha medo de corrigi-lo”. 9. Tseng Tzu disse: “Conduza os funerais dos seus pais com esmero e não deixe que sacrifícios aos seus remotos ancestrais sejam esquecidos, e a virtude do povo penderá para a perfeição”. 10. Tzu-ch’in perguntou a Tzu-kung: “Quando o Mestre chega em um reino, ele invariavelmente fica sabendo sobre o governo do lugar. Ele busca tais informações? Ou elas lhe são fornecidas”? Tzu-kung disse: “O Mestre conquista-as sendo cordial, bom, respeitador, moderado e deferente. O modo com que o Mestre busca informação é, talvez, diferente do modo com que outros homens as buscam”. 11. O Mestre disse: “Observe o que um homem, enquanto seu pai está vivo, planeja fazer e então observe o que ele faz quando seu pai falece. Se, durante três anos, ele não se desviar do caminho do pai, ele pode ser chamado de um bom filho”. 12. Yu Tzu disse: “Das coisas proporcionadas pelos ritos, a harmonia é a mais valiosa. Dos Caminhos dos antigos reis, este é o mais belo e é seguido igualmente em questões grandes ou pequenas, embora nem sempre funcione: buscar sempre a harmonia sem regulá-la pelos ritos, simplesmente pela harmonia, na verdade não funcionará”. 13. Yu Tzu disse: “Ser coerente com as próprias palavras é ter moral, no sentido de que isso faz com que as palavras dessa pessoa possam ser repetidas. Ser respeitoso significa ser observador dos ritos, no sentido de que isso possibilita que se fique longe da desgraça e do insulto. Se, ao promover as boas relações com parentes da sua esposa, um homem consegue não perder a boa vontade de seus próprios parentes, então ele merece ser considerado o chefe do clã”. 14. O Mestre disse: “O cavalheiro não almeja nem uma barriga cheia nem uma casa confortável. Ele é rápido na ação, mas cauteloso com o que diz. Ele se dirige a homens virtuosos para receber orientação. Tal homem pode ser descrito como alguém ávido por aprender”. 15. Tzu-kung disse: “‘Pobre sem ser servil, rico sem ser arrogante’. O que o senhor pensa desse provérbio”? O Mestre disse: “É bom, mas melhor ainda é: ‘Pobre, mas alegre no Caminho; rico, porém observador dos ritos’”. Tzu-kung disse: “As Odes dizem Cortado como osso, polido como chifre Esculpido como jade, moído como pedra. O que o senhor disse não é um caso semelhante”? 16. O Mestre disse: “Ssu, apenas com um homem como você pode outro homem discutir as Odes. Diga algo a este homem, e ele poderá ver sua relevância em relação ao que não foi dito”. Não é quando os outros falham em apreciar as suas habilidades que você deveria ficar incomodado, mas, antes, quando você falha em apreciar as habilidades dos outros. www.rl.art.br. Abraço. Davi

Nenhum comentário:

Postar um comentário