Hinduísmo. www.ptkrishna.com. Por Raja vidya Dasa. QUEM
SÃO OS SEMIDEUSES ? As escrituras Védicas representam uma concepção
consistentemente pessoal do mundo. Em outras palavras, elas assumem que todos
os eventos dentro do cosmos, todos os fenômenos naturais, todas as obras dos
elementos e dos planetas bem como todas as atividades dos seres humanos estão
sendo causadas ou supervisionadas por seres super-humanos inteligentes
específicos. Em sânscrito, esses seres são chamados "devas", e a
tradução mais apropriada para o português desse termo seria
"semideuses". O dever dos semideuses é encarregar-se de uma porção da
administração do universo e assegurar que tudo dentro da manifestação cósmica
funcione perfeitamente. Elas são os responsáveis por manter a lei e a ordem
dentro do universo. Outro de seus deveres é organizar as reações kármicas
individuais e coletivas dos humanos, i.e. sua felicidade e sofrimento de acordo
com suas próprias ações anteriores. (A ciência astrológica estuda essas reações
como elas são representadas pelas constelações planetárias no momento do
nascimento.) A esse respeito, a visão de mundo Védica corresponde à das
culturas avançadas dos antigos Egípcios, Gregos, ou Romanos, bem como às das
religiões naturais dos Índios de pele vermelha, os Africanos ou os Aborígines
Australianos. A maioria das tradições pré-Cristãs aceita o conceito de
assistentes administrativos do Senhor gerenciando os assuntos do Universo. Alguns
exemplos de diferentes semideuses famosos são os seguintes. O Senhor Brahma é o
criador do universo e o primeiro ser criado; o Senhor Shiva é o destruidor do
universo; Rei Indra é o rei dos planetas celestiais e o controlador do clima;
Vayu é o semideus encarregado do ar e dos ventos; Candra é o controlador da lua
e da vegetação; Agni é o deus do fogo; Varuna é o senhor dos oceanos e mares;
Yamaraja é o deus da morte; e por aí vai. Há milhares de semideuses que estão
controlando todas as diferentes atividades dos corpos das entidades vivas e o
funcionamento dos elementos. Há Apenas Um Deus. Mas ainda, e aqui está a
diferença crucial, ninguém pode sustentar que as escrituras Védicas contêm uma
concepção politeísta ou panteísta no sentido usual desses termos. No fim das
contas, as escrituras Védicas representam uma concepção de Deus puramente
monoteísta. Elas claramente estabelecem que acima de todas as diferentes
variedades de semideuses, há apenas um Deus supremo que é o criador e
mantenedor não apenas dos humanos, mas também dos semideuses e do cosmos
inteiro. Este único, supremo Deus é is certamente descrito e adorado não apenas
pela religião Védica ou Hindu, mas por todos os sistemas religiosos
autenticamente monoteístas do mundo. Em Sânscrito, Ele tem ilimitados nomes que
descrevem Suas incontáveis qualidades e passatempos. Os nomes Sânscritos mais
populares de Deus são Krishna, Rama, Hari, Narayana ou Vishnu. Todos eles
referem-se à mesma Suprema Personalidade. É importante entender que Deus não é
Hindu ou Cristão, ou Moslem ou Judeu. Deus não é limitado e não está preso a
nenhuma tradição religiosa. Deus é Deus, e o variados sistemas de crença são
diferentes formas de entrar em contato com esse um Deus. Elas podem diferir em
sua abordagem e em sua compreensão da realidade; elas podem também diferir em
seus métodos práticos, rituais, regras e regulações, mas na verdade elas
pretendem conectar o homem com Deus, e esse Deus é um para todas os sistemas
religiosos genuínos. Em Sânscrito, esse único Deus é chamado Krishna ou Vishnu.
É um fato que em diferentes tradições religiosas, Deus é chamado por diferentes
nomes (como Yahweh, Allah, Jehovah, Adonai, etc.), e Ele é compreendido e
adorado em muitos aspectos diferentes. Mas isso não significa que Ele é
inconsistente ou que os vários sistemas de crença contradizem ou excluem uns
aos outros. Na verdade, esses fatos não são nada exceto evidência da diversidade
e grandiosidade ilimitada de Deus. A Trimurti: Brahma, Vishnu e Shiva. Quando
falamos sobre a religião Védica e seu conceito de Deus, nós às vezes ouvimos a
expressão "trimurti".
Literalmente, o termo "trimurti" significa "possuindo
três formas", e refere-se às três principais personalidades dentro da
manifestação cósmica: Brahma, Vishnu e Shiva. Desses três, Brahma é responsável
pela criação do mundo, Vishnu por sua manutenção, e Shiva por sua destruição no
final de cada ciclo cósmico. É importante, no entanto, notar que dentre esses
três, Brahma e Shiva são considerados os principais semideuses, ao passo que
Vishnu é considerado como o próprio Deus. As partes esotéricas das escrituras
Védicas claramente explicam que a Suprema Personalidade de Deus, que reside em
Sua própria morada no mundo espiritual, muito além desta criação material, é
chamado Krishna. A forma de Krishna tem dois braços, e para o propósito de
criar o mundo material, Ele Se expande na forma de Vishnu, com quatro braços.
Esta forma de Deus como Vishnu é responsável pela manutenção da ordem cósmica,
e é sob Sua supervisão que as outras duas principais deidades, Brahma e Shiva,
realizam suas respectivas obrigações. O Senhor é descrito como tendo quatro
cabeças, e ele é a primeira entidade viva criada dentro de cada ciclo
universal. Ele é diretamente nascido do Senhor Vishnu. Sua responsabilidade é
criar os vários planetas do universo inteiro, bem como todas as formas de vida
específicas nesses planetas. Para esse propósito, ele antes de tudo cria os
principais semideuses que, por sua vez, criam mais uma prole para popular o
universo. Brahma é assim considerado o pai e criador de todas as criaturas
vivas e o chefe de todos os semideuses. O Senhor Shiva é, além do Senhor
Vishnu, provavelmente a deidade mais popular no Hinduísmo. Ele aparece como um
filho direto do Senhor Brahma, e ele tem uma variedade de funções e obrigações,
e então também uma variedade de nomes. Por exemplo, ele é chamado: Nataraja,
"o senhor da dança" (porque, no momento da devastação universal, ele
he executa sua dança cósmica para destruir os planetas); Rudra, "o
furioso", ou Bhutanatha, "o senhor dos fantasmas e espíritos".
Na Índia, ele é freqüentemente adorado em sua forma como Shiva-linga, o símbolo
combinado do agente gerador de Shiva, o pai da natureza material, e sua esposa,
Parvati, a mãe. Como com todas as deidades, Brahma, Vishnu e Shiva têm cada um
sua própria consorte feminina, em Sânscrito chamada "shakti", ou
"energia". Eles também têm seu próprio veículo pessoal ou animal de
tração (chamado "vahana") assim como algumas características ou
símbolos específicos.
Deidade
Consorte (shakti)
Veículo (vahana)
Vishnu (mantenedor do universo)
Lakshmi (deusa da fortuna)
Garuda (águia)
Brahma (criador do universo)
Saraswati (deusa da sabedoria, do aprendizado e da música)
Hamsa (cisne)
Shiva (destruidor do universo)
Parvati, também chamada Durga ou Kali (personificação do mundo material)
Nandi (touro)
Na Índia atual, além de Vishnu e
Shiva, são adoradas como as principais deidades principalmente Lakshmi e Durga,
bem como o filho de Shiva e Parvati chamado Ganesha (um auspicioso semideus com
a cabeça de um elefante). Demais Semideuses. Como mencionado previamente, as
escrituras Védicas descrevem não apenas as três deidades da "trimurti" e
suas respectivas consortes e veículos pessoais, mas também um grande número de
várias outras personalidades que são responsáveis pela administração universal.
Eles são chamados semideuses, e eles vivem em sistemas planetários acima da
Terra (os chamados "planetas celestiais"). Todos eles se consideram
servos de Vishnu que, em Seu nome, executam tarefas gerenciais pelo bem-estar
dos seres vivos do universo. Nas escrituras Védicas, nós encontramos a
informação de que há 33 semideuses principais e milhões de semideuses e
sub-semideuses subordinados, ambos masculinos e femininos. Nós podemos analisar
esse panteão Védico nas seguintes categorias: — Senhores dos elementos (p.ex.
Varuna, o senhor dos mares de das águas; Agni, o deus do fogo; Vayu, o senhor dos
ventos e do ar). — Senhores dos planetas (p.ex. Bhumi, a deusa da Terra; Surya,
o deus sol; Candra, o deus da lua; Brihaspati, o senhor de Jupiter, que também
é o mestre espiritual dos semideuses; Shukra, o senhor de Venus). — Sábios
entre os semideuses (p.ex. Narada, os Kumaras, os Maruts, os Sapta-rishis;
Vyasadeva, o compilador dos Vedas). — Semideuses com funções específicas nos
planetas celestiais (p.ex. Indra, o rei dos semideuses, que também é
responsável pelas nuvens e pelo clima na Terra; Kuvera, o tesoureiro dos
semideuses; os Ashvini-kumaras, os deuses dos tratamentos médicos; Vishvakarma,
o arquiteto dos semideuses). — Semideuses com funções específicas no
relacionamento com os seres humanos (p.ex. Yamaraja, o deus da morte e da
justiça; Skanda ou Karttikeya, o deus da guerra; Kama, o deus da luxúria). —
Semideuses subordinados (como anjos, centauros etc.). — Deuses e deusas de
montanhas e rios e outros fenômenos naturais. A maioria desses semideuses tem
sua respectiva consorte a seu lado e seu próprio veículo pessoal. Nós não
podemos nomear a todos, já que isso iria muito além do escopo deste ensaio. Uma
palavra final no relacionamento entre semideuses e os seres humanos: Os
semideuses são nutridos pelas oferendas derramadas no fogo de sacrifício pelos
humanos e, então, quando eles estão satisfeitos, eles irão retribuir concedendo
todas as coisas desejadas ou necessitadas para a sociedade humana. Dessa
maneira, os humanos são completamente dependentes dos semideuses com relação a
sua saúde, bem-estar, prosperidade e paz. Claro, todas essas bênçãos também
podem ser obtidas diretamente por aproximar-se do "Deus dos deuses",
a Suprema Personalidade de Deus. Se alguém se empenha na adoração de Deus, os
semideuses, que são eles mesmos totalmente dependentes de Deus, ficam
automaticamente satisfeitos e bem-dispostos com relação à humanidade. No
Bhagavad-gita, Krishna explica que aqueles que adoram os semideuses recebem
frutos que são temporários e limitados. As pessoas na verdade deveriam buscar
adorar a Suprema fonte de todos os semideuses, Krishna, mas por serem
influenciados por desejos luxuriosos por ganhos materiais, eles adoram os
semideuses sem verdadeiro conhecimento. Portanto, os humanos são geralmente
aconselhados por todas as tradições religiosas a respeitar essas personalidades
poderosas, os semideuses, e a satisfaze-los engajando-se no serviço à Suprema
Personalidade de Deus, Vishnu ou Krishna. Se alguém satisfaz Krishna, a raiz de
toda a criação, então todos os semideuses são também automaticamente
satisfeitos e fornecem generosamente todas as coisas necessárias à humanidade.
Quando a raiz de uma árvore está satisfeita por água, então as folhas e galhos
também estão satisfeitos ao receber água da raiz. Similarmente, quando Krishna
está satisfeito então Suas partes, os semideuses, também estão satisfeitas.
Assim, não há necessidade de adorar os semideuses. Se alguém adorar apenas
Krishna, sua vida será perfeita. www.ptkrishna.com.
Abraço. Davi
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