Maçonaria.
www.mrglsc.org.br. MAÇONARIA –
PRINCÍPIOS E OBJETIVOS – PARTE I. Autor Eleutério Nicolau da Conceição.
PRELIMINARES. Até meados do século passado as informações sobre Maçonaria eram
restritas aos iniciados, existindo raras publicações disponíveis no mercado
editorial. Hoje esse quadro sofreu radical transformação, sendo possível se
encontrar informações sobre Maçonaria em diversos meios, como livros revistas e
na internet. Muitas dessas informações são contraditórias, fantasiosas,
produzindo imagens que vão ampliar o já extenso folclore existente sobre a
instituição maçônica. Mesmo entre maçons circulam ideias, conceitos e supostos
dados históricos, que não resistem a um exame mais acurado, mas, ainda assim,
são continuamente repetidas e acabam sendo reunidos em um conjunto de
“conhecimentos aceitos” sobre maçonaria que, contudo, não expressam a
realidade. Essas ideias precisam do acréscimo de uma frase curta e enfática:
“Não é bem assim.” No desenvolvimento de nosso tema central, abordaremos alguns
desses aspectos. Iniciaremos nossa apresentação do tema com um breve resumo
histórico. RESUMO HISTÓRICO. Os historiadores que buscam traçar a história da
Maçonaria fundamentados nos vestígios existentes em diferentes documentos
conhecidos, são unânimes em indicar que suas raízes se mesclam com as guildas
de construtores medievais. As organizações que se dedicavam à arte/tarefa de
construção na Europa no período medieval estenderam sua atuação através dos
séculos e, com as transformações ocorridas no meio sociocultural, foram gradativamente
sendo desativadas em diferentes países, tendo suas últimas manifestações
alcançado o início o início do século XVIII. Eram componentes das Guildas ou
Corporações, responsáveis pela organização do trabalho, bem como do ensino
operativo nas diferentes profissões. Contratavam obras, zelavam pela qualidade
dos serviços prestados e proporcionavam certo tipo de atendimento social a seus
filiados. Construíam catedrais, abadias, castelos e monumentos. Nesse período,
“Loja” era um barracão ou um simples cercado onde, segundo as orientações do
Mestre e dos “Wardens” (vigilantes), se preparavam as pedras brutas vindas das
pedreiras bem como ornamentos e esculturas. Nesse espaço realizavam-se também
as iniciações – a maneira particular de admitir novos obreiros, em geral
calcadas em cerimônias religiosas adaptadas à profissão. Existiam duas
categorias de maçons, os novatos, chamados Aprendizes, e os veteranos, chamados
Companheiros. Dentre os Companheiros, o mais habilitado dirigia os trabalhos,
como Mestre da Loja. Mestre não era grau, apenas função. Um companheiro que se
considerasse preparado poderia apresentar sua requisição à junta dirigente da
guilda para que examinasse suas habilidades. Se aprovado, ganharia o título de
Mestre, o que implicava em autorização para abrir sua própria oficina, começar
a contratar obras e iniciar aprendizes. A junta dirigente definia o número
máximo de mestres em cada região em função do número de habitantes, para que a
oferta de mão de obra não superasse a procura. Na Escócia e Inglaterra essa
organização começou a sofrer mutações. Começou-se a admitir nas lojas homens
que nada tinham com a arte de construir, recebidos como maçons honorários,
chamados “maçons aceitos”. Como era título honorífico, esses homens não
trabalhariam como operários, aprendizes, mas eram iniciados diretamente como
companheiros. Podiam frequentar as reuniões de loja que definiam as
características do trabalho a realizar e foram trazendo novas ideias, novas
interpretações aos antigos símbolos dos construtores. No início do século
XVIII, esse tipo de organização já tinha sido extinto na maioria dos países
europeus. Em Londres entre as poucas lojas que subsistiam, havia quatro,
compostas quase que exclusivamente por maçons aceitos, que viam com preocupação
e lamento a decadência das corporações e a consequente perda das tradições dos
construtores operativos. Os Filiados a essas lojas tomaram uma decisão
histórica: criariam um organismo coordenador com objetivo de preservar essa
tradição que se perdia: a “Grande Loja de Londres e Westminster”. Essas lojas
não tinham título distintivo, eram conhecidas pelo local onde se reuniam, em
geral salões, porões ou adegas de tabernas. Assim, em 24 de junho de 1717, na
taberna “Ao Ganso e a Grelha (At The goose and The Gridiron), reuniu-se a loja
que tinha esse local como ponto de reunião, com as três outras vindas das
tabernas “A Macieira” (The Apple Tree Tavern), “Coroa” (The Crown) e “O Copo e
as Uvas”(The Rummer and The Grapes). Elegeram Antony Sayer como Grão Mestre e
definiram o restabelecimento de reuniões trimestrais. A nova instituição que se
formava a partir do substrato dos maçons operativos logo se expandiu. Em
setembro de 1720, quando foi dado a James Anderson a incumbência de reunir as
tradições documentais maçônicas em uma única obra, a organização contava já com
16 lojas, e em 27 de dezembro do ano seguinte, Anderson apresenta sua obra para
exame por representantes de 24 lojas. De Londres a novidade se espalhou por
toda Europa, com a criação de Grandes Lojas em vários países: Grande Loja da
Irlanda – 1725; Grande Oriente da França – 1733; Grande Loja da Escócia – 1736;
Grande Loja da França- 1738, alcançando toda a Europa, espalhando-se depois
para as Américas e outros continentes. Um jornal francês de 1737 nos da conta
do impacto da novidade: “Em maio de 1737, Barbier, advogado no Parlamento de
Paris, que dirigia o seu jornal segundo a moda, sublinhava na sua Chronique de
la Régence et du Règne de Louis XIV: Os nossos senhores da corte inventaram
recentemente uma ordem chamada Pedreiros Livres, imitando a Inglaterra, onde
existem diversas ordens particulares, e nós não tardamos a imitar essas
impertinências do estrangeiro. Nesta ordem estavam inscritos alguns dos nossos
secretários de Estado e muitos duques e fidalgos. Nada se sabe sobre os
estatutos, regras e objetivo dessa nova ordem. Eles reúnem-se, recebem os novos
cavaleiros, e a primeira regra é um segredo inviolável relativamente a tudo o
que nela se passa. Como tais assembleias secretas são perigosas para o Estado,
dado que são integradas por fidalgos e sobretudo nas circunstâncias
relacionadas com a mudança do ministério, o senhor Cardeal Fleury entendeu ser
seu dever eliminar esta ordem de cavalaria à nascença e proibiu a todos esses
senhores de se reunir e de organizar tais assembleias. 1. A nova instituição
não surgiu pronta, completa. A princípio tratava-se ainda das tradições
operativas, embora não mais exercendo atividades de construção. Na página 26 de
sua obra, “As Constituições”, Anderson registra o que se entendia por “Maçom”
em sua época: “ Não se deve esquecer que os Pintores, igualmente, assim como os
Escultores, foram sempre considerados bons Maçons, como o foram os
construtores, Talhadores de pedras, os Pedreiros, os Carpinteiros, os Marceneiros,
os Tapeceiros ou os Fabricantes de tendas, da mesma forma que um grande número
de outros artesãos que se poderia indicar, e que trabalhavam segundo a
geometria e as regras da Construção”. (grifo meu). A Maçonaria passava por uma
época de transição. Não mais uma guilda de construtores operativos, porém ainda
não tinha definido princípios, objetivos e atuação que conhecemos hoje. Em 1725
surge o grau de Mestre Maçom. Nos anos que se seguiram, princípios, normas,
ritos, rituais, graus e foram sendo criados e desenvolvidos gradativamente. Na
medida em que a Maçonaria se estabelecia em diferentes países, a maneira de
desenvolver as reuniões foi adquirindo características particulares, dando
origem aos diferentes ritos, e nova interpretação se foi definindo. É comum
cometer-se o equívoco de olhar para esse período do passado projetando nele o
que a maçonaria se tornou no presente. Essa atitude distorce a realidade
histórica e leva a conclusões erradas. O maçom antigo, operativo, desbastava a
pedra bruta vinda das pedreiras e com elas construía catedrais; o novo maçom
visava mais longe e mais alto: ele mesmo era a pedra, a princípio bruta, que
precisava ser desbastada e polida para ser inserida no edifício social. Assim
como o antigo maçom construíra catedrais, o novo maçom se propunha contribuir
na construção da sociedade humana. Rituais foram escritos e construíram-se
edifícios destinados especificamente às reuniões maçônicas - os Templos. Para
sua arquitetura foram sendo transportados elementos simbólicos adotados por
diferentes ritos. Com o surgimento de diferentes graus, tamanho, forma,
decoração e cor dos aventais foram normatizados, até se alcançar as diferentes
configurações existentes no presente. Para o desenvolvimento dos novos graus se
buscou inspiração em pensadores e instituições do passado, agregando-se aos
instrumentos dos operativos, símbolos e conceitos de antigas filosofias e
escolas de pensamento. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS. Imersa no meio sócio/cultural
que via surgir as novas visões de mundo trazidas pelas descobertas científicas
e pelas propostas filosóficas dos iluministas, a maçonaria assimilou e adaptou
princípios e conceitos para veicular seus objetivos. Podemos listar três
princípios como fundamentais: O primeiro, a prática da fraternidade. O sonho de
consonâncias utópicas, de um dia motivar os homens a utilizar como base para as
decisões, princípio maior e primeiro, a fraternidade, com fundamento na
condição humana comum a todos, antes de divisões promovidas por diferentes
religiões ou partidos políticos. Em segundo lugar, a liberdade de pensar e
expressar o pensamento, princípio desenvolvido alegoricamente em diferentes
graus; e em terceiro, a liberdade de culto. No século anterior ao surgimento
das Grandes Lojas e Grandes Orientes, a Europa viveu ainda guerras com
motivação religiosa. Católicos matavam protestantes acusando-os de Hereges;
protestantes matavam católicos acusando-os de idólatras papistas, e todos
pretendiam agradar a Deus. No início do século XVIII se tinha alcançado um
estado de não beligerância e uma tolerância indefinida sobre o tema. No
documento publicado por Anderson existe um título: De Deus e da Religião, que
declara: Um Maçom é obrigado, por dever de ofício, a obedecer a Lei Moral; e se
ele compreende corretamente a Arte, nunca será um estúpido ateu nem um
libertino irreligioso. Muito embora em tempos antigos os Maçons fossem
obrigados em cada país a adotar a religião daquele país ou nação, qualquer que
ela fosse, hoje se pensa mais acertado somente obrigá-los a adotar aquela
religião com a qual todos os homens concordam, guardando suas opiniões
particulares para si próprios, isto é, serem homens bons e leais, ou homens de
honra e honestidade, qualquer que seja a denominação ou convicção que os possam
distinguir; por isso a Maçonaria se torna um centro da união e um meio de
conciliar uma verdadeira amizade entre pessoas que de outra forma permaneceriam
em perpétua distância. 2. A Maçonaria está aberta à participação de homens de
todas as religiões aceitas como tal. Isso significa que um homem iniciado maçom
pode continuar praticando fielmente sua religião, sem com isso entrar em
qualquer conflito com os ensinos maçônicos. Ora, para que isso seja possível, é
necessário que a instituição maçônica nunca se alinhe a qualquer escola de
pensamento filosófico/religioso, pois se assim o fizesse, conflitaria
inevitavelmente com outras das existentes. A “Religião” da Maçonaria resume-se
na expressão no texto acima – a “Religião com a qual todos os homens
concordam”: serem homens bons, leais, ou homens de honra e honestidade. Esse
princípio de liberdade de crença já foi alvo de condenação pelo papa Bento IV
em 18 de maio de 1751, na bula onde condenava a participação de católicos na
Maçonaria: “ Entre os motivos mais graves de proibição e de condenação
enumerados na referida constituição o primeiro é que nas mencionadas
associações e conventículos3 convergem homens de todas as seitas e religiões:
já se vê quão grande ruína isto pode causar à pureza da fé católica.” A
Maçonaria é neutra em matéria de religião, mas seus membros não o são. Os
maçons praticam, livremente, qualquer das religiões existentes. Em uma mesma
loja podemos ter católicos, membros de qualquer culto evangélico, espíritas
etc. Estes só devem ter o cuidado de não apresentar os conceitos da religião de
sua opção como se fossem doutrinas maçônicas, o que, infelizmente, alguns
fazem. OBJETIVOS. Os objetivos da instituição maçônica estão registrados em
documentos oficiais das obediências existentes, bem como no texto dos rituais.
Ainda que diferentes organizações e ritos apresentem diferentes formulações
literárias, seu conteúdo reflete idêntico pensamento. Existe um texto formal,
conhecido por todos, no qual, com perguntas e respostas, se verifica a condição
de um Aprendiz Maçom. Em seu desenvolvimento, chega-se à pergunta: Que vindes
fazer aqui? Cuja resposta esclarece a finalidade da presença do maçom em Loja:
Vencer minhas paixões, Submeter minha vontade, Fazer novos progressos na
Maçonaria, Estreitando os laços de fraternidade Que nos unem como verdadeiros
irmãos. Vamos comentar cada uma dessas proposições, que definem as razões que
devem nos conduzir aos trabalhos em uma loja maçônica. “Vencer minhas paixões”.
As paixões movimentam enorme energia interior, que nos levam à ação. Já foi
dito que paixões são péssimas senhoras, mas ótimas servas. O homem dominado
pelas paixões é semelhante a um rio, cujas águas revoltas ultrapassam o limite
de suas margens, tudo invadindo, promovendo caos e destruição. As mesmas águas,
domadas em uma hidroelétrica, produzem energia que traz luz e vida para muitas
cidades. Gêmea dessa ideia é a proposição de “Submeter minha vontade”. O
princípio em pauta aqui, não é de submeter nossa vontade pessoal à de outrem,
mas refere-se ao outro sentido da verbo “Submeter”, entendido como subjugar,
dominar, controlar. Assim como ocorre com as paixões, cada maçom deve aprender
a subjugar sua vontade, e assim fazer novos progressos na Maçonaria. A proposta
é sim autodisciplina, autocontrole, o que parece ir contra a atual filosofia
popular, que tende a associar qualquer forma de disciplina com repressão, e
como tal, execrada. A maçonaria não se preocupa em legislar detalhando normas
de comportamento a serem seguidas por seus filiados, mas enfatiza princípios gerais
de comportamento ético, orientados pela ideia da prática da fraternidade. A
práxis moderna tem valorizado as manifestações individuais de personalidade,
mesmo exacerbadas, como características do Eu, entendendo deverem estas ser
exteriorizadas no processo de crescimento pessoal. Contestar, opor-se a normas
vigentes, tem sido interpretado como romper grilhões de repressão. Por isso,
uma instituição que enfatiza ideais de ordem, autodisciplina, consciência
social, valores humanos, cidadania, produz ressonâncias que não se harmonizam
inteiramente com a prática vigente, parecendo deslocada no tempo,
desatualizada. Pelo que se pode observar, parece que a ideia orientadora da
prática social moderna herdou certo grau dos princípios de Rosseau4 , do “bom
selvagem”, do homem cujo interior é puro e bom, sendo corrompido pelas normas
sociais. Defende-se a livre manifestação de conteúdos interiores como se fossem
intrinsecamente bons, contrariando o que Freud5 já informava a respeito da
natureza humana, quando esclarece que o ser humano é espontânea e naturalmente
egocêntrico, egoísta, tendendo a buscar seus interesses pessoais como primeiro
e mais forte impulso. O homem comum procura impor sua vontade, segundo suas
paixões. O maçom, vence, suas paixões e submete sua vontade, atuando de modo
lúcido e harmônico. Sempre que ocorrem problemas no âmbito de uma loja, se
formos examinar as causas de perto, verificaremos, invariavelmente a inversão
do ideal maçônico. Seguindo esse ideal, o maçom assimila e pratica os princípios
maçônicos em loja e os leva para a prática no mundo profano. Todas as vezes que
esse procedimento é invertido, surgem problemas, isto é, maçons trazem práticas
do mundo profano e as utilizam dentro de loja. Já ouvi comentários de maçons,
aludindo à transformação sofrida pelos princípios no momento de sua aplicação.
Ora, se os princípios defendidos pela Maçonaria não puderem ser postos em
prática na sua integralidade em um âmbito reduzido como uma loja maçônica, como
esperar que um dia possam ser assimilados e praticados por toda a sociedade?
Vencer as paixões e submeter a vontade constituem o cerne do processo de
desbaste e polimento da Pedra Bruta. Alguém poderia ser iniciado formalmente em
todos os graus e ocupar sequencialmente todos os cargos. Se durante esse
processo não dedicar qualquer tempo para aprender, por um pouco que seja, a
vencer paixões e submeter a vontade, não terá feito qualquer progresso na
maçonaria. Sendo feito adequadamente, esse processo tem como resultado o
estreitamento dos laços de fraternidade. A maçonaria coloca seu ideal em nível
elevadíssimo. Com pequenas variações de termos, os rituais esclarecem o
objetivo dos trabalhos maçônicos dizendo6 : “E (O vício) é também tudo o que
avilta o homem. É o hábito desgraçado que nos arrasta para o mal. Para impormos
um freio salutar a essa impetuosa propensão, para elevarmo-nos acima dos vis
interesses que atormentam o vulgo profano e acalmarmos o ardor de nossas
paixões, é que nos reunimos neste Templo. E continuam descrevendo o maçom ideal:
“O que em um profano seria uma qualidade rara, não passa no maçom, do
cumprimento elementar de um dever. Toda ocasião que perder de ser útil é uma
infidelidade; todo socorro que recusar é perjúrio”. “Conheceis o Templo
simbólico e sabeis perfeitamente que ele não se constrói com pedras e madeiras,
porém com virtude, sabedoria, força, prudência, glória e beleza. Enfim, com
todos os elementos morais que devem ser o ornamento dos maçons.” A comparação
sincera desse nível ideal de comportamento com a atuação comum, por certo
levará a seguinte conclusão: Cada maçom encontra-se a diferentes distâncias do
ideal. Mas é natural que seja assim. Os ideais devem estar, necessariamente, em
nível superior ao comum, para inspirar e induzir aprimoramento continuado. Ser maçom
implica em uma admissão implícita de imperfeição, pois só se busca o que ainda
não se alcançou. Um dos óbices encontrados no processo de autoaperfeiçoamento
característico do trabalho maçônico, é a facilidade de se aceitar generalidades
e a dificuldade de assimilar particularidades pessoais. Todos concordam
facilmente com a máxima que diz: “Todos tem seus defeitos, e eu também tenho os
meus”. Mas, somos capazes de identificar nossos principais defeitos? Não
“Defeitos” genéricos, mas um comportamento específico que precise ser
controlado ou eliminado? É possível superar uma deficiência que não seja
reconhecida como tal? Somente uma decisão pessoal, consciente, livremente
tomada, decorrente da constatação da existência da necessidade de superação de
um óbice, poderá levar o indivíduo a tomar o maço e o cinzel e se empenhar na
eliminação daquela excrescência. O trabalho maçônico de “desbaste e polimento
da pedra bruta” tem, além da eliminação das deficiências, um aspecto positivo.
O princípio do aperfeiçoamento pessoal é muito mais amplo, profundo e positivo
do que uma simples busca de defeitos pessoais a serem extirpados. Cada um deve
se questionar a respeito de quais as áreas de sua personalidade, atividade
pessoal e profissional, sobre as quais já tenha alcançado maestria, que sejam
executadas com pleno domínio e perfeição. Se existirem, essas áreas não
poderiam ser alvo de aperfeiçoamento, pois já teriam alcançado seu nível
superior, ideal, e não se pode melhorar o que já é perfeito. Entretanto,
examinando-se com objetividade, percebe-se que todas as esferas de atuação
humana reúnem elementos que comportam melhoramentos. É sempre possível melhorar
o que já está bom. Esta é a perspectiva correta, não se trata apenas de
eliminar o mal, mas sim, com toda a consciência e diligência, produzir e
aperfeiçoar o bom. www.mrglsc.org.br.
Abraço. Davi
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