quinta-feira, 23 de março de 2023

I. O ISLAM E OS MUÇULMANOS

 

Islamismo. www.ccib.org.br. I. O ISLAM E OS MUÇULMANOS. Todas as religiões do mundo tomaram o nome do seu fundador ou da comunidade e nação na qual essa religião surgiu. Por exemplo, o Cristianismo foi buscar a sua denominação ao Profeta Jesus Cristo (que a Paz esteja com ele). O Budismo ao Seu fundador, Gautama Buda, o Zoroastrismo ao seu fundador Zoroastro. E o Judaísmo, a religião dos Judeus, do nome da tribo de Judá (do país da Judéia), onde nasceu. Semelhante é o caso de outras religiões, mas não aconteceu com o Islam, esta religião goza da peculiaridade de não ter qualquer associação com uma determinada pessoa ou povo. A palavra Islam não transporta em si qualquer relação, porque não pertence a uma pessoa, a um povo, ou a um país em especial. Nem é o produto de uma mente humana, nem está confinada a uma determinada comunidade, é uma religião universal e o seu objetivo é criar e cultivar no homem a qualidade e comportamento do Islam. A isto se impõe automaticamente a questão: o que significa Islam? E quem é o Muçulmano? Islam, palavra árabe que significa paz, pureza, aceitação, compromisso, total submissão à vontade de um único Deus. Como uma religião, o Islam pede plena aceitação dos ensinamentos e liderança de Allah. e isto significa que só se pode encontrar a paz física e mental através da submissão e obediência voluntária a Allah o Altíssimo, Tal vida e obediência traz paz ao coração e estabelece a verdadeira paz na sociedade em geral. O Islam é a mesma verdade que Allah (swt) revelou por intermédio de seus profetas para toda a humanidade. Para um quinto da população mundial, e não é só uma religião é um sistema de vida completo. Uma religião de paz, misericórdia, perdão, e a maioria nada tem a ver com os eventos extremamente graves que vieram a se juntar à sua fé. O Islam enaltece a fé na unidade e soberania de Allah (swt), que cria a conscientização da unidade e significado do universo e do papel do homem. A crença o liberta de todos os seus medos e superstição, tornando-o consciente da presença de Allah (swt) o todo poderoso e das obrigações do homem para com ele. Mas esta realização deve ser expressa e testada em ações. Tão somente a fé não é suficiente. Acreditar num único Deus leva-nos a olhar para a humanidade como uma única família sob a onipotência universal de Allah (swt) – o criador e salvador de todos. O Islam rejeita a ideia que existe “um povo escolhido”, cobrindo-se de boas intenções, fé em Allah (swt) e boas ações é o único caminho para o paraíso. Assim um relacionamento direto é estabelecido com Allah (swt), aberto a todos, sem discriminação ou intercessões. Em todas as manifestações, o tema central da Islam é o duplo movimento de fluxo do homem para Allah (swt) e de refluxo de Allah (swt) para o homem, diástole e sístole. “Em verdade pertencemos a Allah (swt) e a Ele retornaremos” (Alcorão 2;156). O Muçulmano é todo aquele que se submete a Deus, de livre e espontânea vontade, um Muçulmano vive em paz e harmonia com toda a criação. Por conseguinte, um Muçulmano é a pessoa que em qualquer parte do mundo faça com que toda a sua obediência, dedicação, e lealdade sejam exclusivamente para Deus o Senhor do Universo. Os muçulmanos não aceitam nenhuma outra definição como "Maometano" por exemplo, pois Muhammad (que a Paz e Bênção de Deus estejam sobre ele) foi apenas o Mensageiro de Deus. O Islam é a religião revelada por Deus ao Profeta e Mensageiro de Deus Muhammad (que a Paz e Bênção de Deus estejam sobre ele), entre os anos de 610 e 632, através do Anjo Gabriel. Parte da revelação ocorreu na cidade de Makkah, e uma outra parte em Medina (hoje na Arábia Saudita) e compilada na forma de um livro Sagrado denominado Alcorão, em árabe "Al Qur'an" e que significa "A Recitação". Este livro é composto de 114 capítulos (Suratas) cada qual com um número variável de versículos (Ayat) e é um tratado não só religioso como social, legislativo, econômico e político. O Profeta Muhammad (que a Paz e Bênção de Deus estejam sobre ele), nasceu no ano de 570 e ficou órfão bem cedo, sendo criado por seu tio Abu Talib (540-619). Trabalhou com o seu tio como mercador e a serviço de uma comerciante de nome Khadija. Por ser muito integro e excelente negociante acabou impressionando muito sua patroa com a qual se casou. Ela era uma viúva que contava com 40 anos e ele com 25. Foi apenas com a idade de 40 anos que o Profeta começou a receber a revelação, em seus retiros na caverna de Hira, onde costumava ir para meditar. A primeira revelação recebida pelo Profeta foi a seguinte: "Lê em nome do Teu Senhor que criou; criou o homem de algo que se agarra, Lê que Teu Senhor é Generosíssimo, Que ensinou através do calamo (pena de escrever) o que este não sabia." (Alcorão Sagrado 96:1-5). Perseguido no início ele e seus companheiros tiveram que fugir e lutar pela implantação do monoteísmo numa sociedade que adorava muitos ídolos, até que pode retornar à uma Makkah (Meca) já muçulmana. O Islam na verdade é a última revelação de Deus à humanidade, sendo uma religião universal, não é exclusivamente árabe, é o complemento de todas as revelações anteriores. Ou seja, para o Islam o Profeta Muhammad (que a Paz e Bênção de Deus estejam sobre ele), é o último dos mensageiros de Deus. Sendo que todos os mensageiros anteriores são aceitos e respeitados desde Adão passando por Abraão, Moisés e Jesus (que a Paz de Deus esteja sobre eles). São também respeitados todos os livros anteriormente revelados como a Torah (5 livros iniciais da Bíblia – Gênesis, Êxodo, Levíticos, Números e Deuteronômios – livro Sagrado dos Judeus), os Salmos de Davi, os Evangelhos de Jesus. O Alcorão Sagrado, portanto, é o fechamento de todas as revelações. O Alcorão Sagrado foi escrito em árabe, língua viva, ou seja, falada até hoje do mesmo modo e não permite nenhuma tradução. Sendo aceito apenas o original livre das deturpações ocorridas nos livros anteriores onde foram acrescentados trechos e em muitos casos mal traduzidos e mal interpretados e às vezes escritos por pessoas que não testemunharam os fatos. O Alcorão Sagrado permite apenas versões para os vários idiomas objetivando o entendimento de quem não domina o árabe. Não sendo consideradas estas versões como tendo o mesmo valor do original. Além do Alcorão Sagrado existem também os ensinamentos e tradições divulgadas pelo Profeta Muhammad (que a Paz e Bênção de Deus estejam sobre ele), e que são seguidas e observadas pelos Muçulmanos. Estes ensinamentos também foram compilados em livros que são considerados válidos através de comprovações sérias e também não permitem nenhum acréscimo ou deturpação. Os atos do Profeta são conhecidos como "Sunnah" e os ditos do Profeta são conhecidos como "Hadiss". Para uma pessoa se tornar Muçulmana não é preciso nenhum ritual como batismo, basta que a pessoa pronuncie o testemunho de fé que é: ''Ach-hadu an la iláha illa Allah wa ach-hadu an-na Muhammad Rassulullah''. "Testemunho que não existe nenhuma divindade digna de adoração a não ser Deus e testemunho que Muhammad é servo e mensageiro de Deus". Este testemunho é conhecido em árabe como "Shahada". Sempre se diz que a pessoa abraçou o Islam e não se converteu ao Islam, pois não há necessidade de se negar conceitos anteriores e sim adaptá-los aos conceitos islâmicos. Além disto Deus deu ao homem o livre arbítrio, ou seja, a capacidade de escolher qual o caminho seguir, se o caminho da retidão e da verdade ou o caminho do ilícito e da perdição. "Não há imposição quanto a religião, porque já se destacou a verdade do erro. Quem renegar o sedutor e crer em Deus, ter-se-á apegado a um firme e inquebrantável sustentáculo, porque Deus é Oniouvinte, Sapientíssimo." (Alcorão Sagrado 2:256). A partir daí o Muçulmano tem que observar certas obrigações algumas das quais formam os 5 pilares básicos do Islam: 1º) A Fé. Acreditar de que não há outra divindade digna de adoração além de Deus (Allah em árabe), e que Ele é Único. ''Vosso Deus e Um só. Não há mais divindade além d'Ele, o Clemente, o Misericordiosíssimo.'' (Alcorão Sagrado 2:163). "Dize: Ele é Deus, Único! Deus! O Absoluto! Jamais gerou ou foi gerado. E ninguém é comparável a Ele." (Alcorão Sagrado 112:1-4). ''Deus! Não há mais divindade além d'Ele, Vivente, Subsistente, a Quem jamais alcança a inatividade ou o sono; d'Ele é tudo quanto existe nos céus e na terra. Quem poderá interceder junto a Ele, sem a Sua anuência? Ele conhece tanto o passado como o futuro, e eles (humanos) nada conhecem a Sua ciência, senão o que Ele permite. O Seu Trono abrange os céus e a terra, cuja preservação não O abate, porque é o Ingente, o Altíssimo.'' (Alcorão Sagrado 2:255). ''Deus é a Luz dos céus e da terra. O exemplo da Sua Luz é como o de um nicho em que há uma candeia; este está num recipiente; e este é como uma estrela brilhante, alimentada pelo azeite de uma árvore bendita, a oliveira, que não é oriental nem ocidental, cujo azeite brilha, ainda que não o toque o fogo. É luz sobre luz! Deus conduz a Sua Luz até quem Lhe apraz. Deus dá exemplos aos humanos, porque é Onisciente. (Semelhante luz brilha) nos templos que Deus tem consentido sejam erigidos, para que neles seja celebrado o Seu nome e neles O glorifiquem de manhã e à tarde.'' (Alcorão Sagrado 24:35-36). 2º) Orar 5 vezes. Ao dia (ao nascer do sol, ao meio-dia, à tarde, ao pôr do sol e à noite) de maneira correta como nos ensina a tradição do Profeta Muhammad (que a Paz e Bênção de Deus estejam sobre ele). ''Observai as orações, especialmente as intermediárias, e consagrai-vos fervorosamente a Deus.'' (Alcorão Sagrado 2:238). ''Observai a oração, pagai o zakat e sabei que todo o bem que apresentardes para vós mesmo, encontrareis em Deus, porque Ele bem vê tudo quando fazeis.'' (Alcorão Sagrado 2:110). ''Somente a Ele (Deus) são dirigidas as súplicas verdadeiras, e os que invocam (deuses), em vez d'Ele, em nada os atenderão; são semelhantes a quem estende a mão até à água, para que a mesma lhe suba à boca, coisa que jamais acontecerá. Sabei que a súplica dos incrédulos é improfícua. A Deus se prostra aqueles que estão nos céus e na terra, de bom ou mau grado, tal como acontece com as suas sombras, ao amanhece e ao entardecer. Pergunta-lhes: Quem é o Senhor dos céus e da terra? E afirma-lhes: Deus! E dize-lhes: Adotareis, acaso, em vez d'Ele, ídolos, que não podem beneficiar-se sem defender-se? Poderão equiparar-se as trevas e a luz? Atribuem, acaso, a Deus parceiros, que criaram algo como a Sua criação, de tal modo que a criação lhes pareça similar? Dize: Deus é o Criador de todas as coisas, porque Ele é o Único, o Irresistibilíssimo.'' (Alcorão Sagrado 13:14 ao 16). 3º) Aquele que tem boa situação. Deve ajudar aos necessitados, parentes ou membros da comunidade com o "Zakat", que é a doação aos mais pobres e não deve ultrapassar a 2,5 % da renda de quem doa. Além disso essa doação deve ser feita de maneira discreta, sem se vangloriar deste feito. ''A virtude não consiste só em que orientais vossos rostos até ao levante ou ao poente. A verdadeira virtude é a de quem crê em Deus, no Dia do Juízo Final, nos anjos, no Livro e nos profetas; de quem distribuiu seus bens em caridade por amor a Deus, entre parentes, órfãos, necessitados, viajantes, mendigos e em resgate de cativos (escravos). Aqueles que observam a oração, pagam o zakat, cumprem os compromissos contraídos, são pacientes na miséria e na adversidade, ou durante os combates, esses são os verazes, e esses são os tementes (a Deus).'' (Alcorão Sagrado 2:177). 4º) Jejuar desde o nascer ao pôr do sol durante o mês do Ramadan. Este jejum além de purificar nosso corpo, nos faz ter a verdadeira consciência das pessoas que realmente têm falta de alimento e água, sendo uma maneira de purificação espiritual. ''Ó fiéis, está-vos prescrito o jejum, tal como foi prescrito a vossos antepassados, para que temais a Deus.'' (Alcorão Sagrado 2:183). www.ccib.org.br. Abraço. Davi

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