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O OCEANO DA TEOSOFIA – O KAMA LOKA. Tendo passado por todo o campo da evolução
das coisas e seres de uma maneira geral, vamos considerar agora os estados do
homem após a morte do corpo e antes do nascimento. Isso nos traz de imediato as
seguintes questões: Há algum paraíso ou inferno, e onde eles ficam? Eles são
lugares ou estados? Há um ponto no espaço onde eles possam ser encontrados e
para os quais nós vamos, ou de onde nós viemos? Também devemos retomar o
assunto do quarto princípio da constituição humana, aquele princípio
chamado Kama em sânscrito, e Paixões ou Desejos nos
idiomas ocidentais. Tendo em mente o que foi dito sobre aquele princípio,
e também o ensinamento a respeito do corpo astral e da Luz Astral [1] será mais fácil entender o que é ensinado
sobre os dois estados, anterior e posterior à morte. Em ordem cronológica, nós
vamos para o kama-loka – ou o plano do
desejo – logo após a morte do corpo, e mais tarde os princípios mais elevados,
que formam o homem real, entram no estado de devachan. Depois
de tratar do kama-loka, será mais fácil estudar a questão
do devachan. O sopro deixa o corpo e dizemos que o
homem está morto, mas isso é apenas o começo da morte; ela prossegue em outros
planos. Quando a estrutura física está fria e os olhos fechados, todas as
forças do corpo e da mente se lançam através do cérebro, e através de uma série
de imagens toda a vida recém-terminada é impressa indelevelmente no homem
interior; não apenas em linhas gerais, mas até o mínimo detalhe, e mesmo no
caso de impressões minúsculas e passageiras. Nesse momento, embora todas as
indicações levem o médico a declarar o óbito, e embora do ponto de vista
prático externo a pessoa já esteja morta, o homem real está ocupado em seu
cérebro, e só depois do trabalho ali ser concluído é que a pessoa se vai.
Quando esse trabalho solene está terminado, o corpo astral se destaca do
físico, e a energia vital tendo partido, os quatro princípios
remanescentes [2] ficam no plano de kama-loka. A separação natural dos princípios, trazida
pela morte, divide o homem total em três partes: Primeiro, o corpo visível com todos os seus
elementos deixados para posterior desintegração no plano terrestre, onde tudo
que o compõe será a seu tempo dissolvido nos diferentes aspectos da
natureza. Segundo, o Kama rupa, constituído do corpo astral e das paixões e
desejos, que também começa logo a se desintegrar no plano astral. Terceiro, a tríade superior, Atma-Buddhi-Manas, o homem real. Ele não está
morto, mas agora está fora das condições terrestres, desprovido de corpo, e
começa a funcionar no devachan apenas como
mente. Ele fica então coberto por uma veste muito etérea, que irá abandonar
quando tiver chegado a hora de retornar à terra. O kama-loka ou
o lugar dos desejos é a região astral que permeia e rodeia a terra. Como lugar,
ele está acima, dentro e em volta da terra. Sua extensão vai até uma distância
mensurável da terra, mas as leis habituais que agem aqui não agem lá, e as
entidades lá não estão sob as mesmas condições de espaço e tempo em que nós
estamos. Como um estado, ele é metafísico, embora esta metafísica se
relacione com o plano astral. É chamado de plano do desejo porque se relaciona
com o quarto princípio, e nele a força dominante é o desejo destituído de
inteligência manásica e divorciado dela. É uma esfera astral intermediária
entre a vida terrena e a celeste. Sem sombra de dúvida, esta é a origem da
teoria cristã do purgatório, onde a alma passa por punições pelo mal feito, e
do qual ela pode ser liberada pela oração e outras cerimônias e oferendas. O
fato subjacente a essa superstição é que a alma pode ficar detida em kama-loka pela força de algum enorme desejo
insatisfeito, sem poder se livrar das vestimentas astrais e kâmicas até que o
desejo seja satisfeito por alguém na terra, ou pela alma em si. Mas se a pessoa
tinha a mente pura e altas aspirações, a separação dos princípios naquele plano
é completada logo, permitindo que a tríade superior siga para o devachan. Como este plano é feito apenas de
esfera astral, ele partilha da natureza da matéria astral que é essencialmente
terrestre e maldosa. Nela todas as forças agem sem a direção da alma ou da
consciência no sentido superior. Este astral é o esgoto, por assim dizer,
da grande fornalha da vida, que a natureza provê para lançamento dos elementos
que não terão lugar no devachan, e por essa
razão deve ter vários estágios, cada um dos quais foi observado pelos antigos.
Esses estágios são conhecidos em sânscrito como lokas ou
lugares, em um sentido metafísico. A vida humana é muito variada, e para cada
uma das suas potencialidades é dado um lugar apropriado após a morte, o que faz
de kama-loka uma esfera infinitamente variada. Na
vida, algumas das diferenças entre os homens são modificadas e algumas são
inibidas por uma similaridade de corpo e de hereditariedade, mas em kama-loka todas as paixões e desejos
ocultos são liberados em consequência da ausência de corpo, e por essa razão o
estado é imensamente mais diversificado do que no plano da vida. Não
apenas é necessário enfrentar as diferenças e variedades naturais, mas também
aquelas causadas pelo tipo de morte, sobre o que algo deve ser dito. E todas
essas divisões são apenas o resultado natural dos pensamentos durante a vida e
dos últimos pensamentos de cada pessoa que morre na terra. Está além do alcance
deste trabalho entrar na descrição de todos esses estágios, já que volumes
inteiros seriam necessários para descrevê-los, e, ainda assim, poucos
entenderiam. Lidar com o Kama-loka nos
obriga a lidar também com o quarto princípio na classificação da constituição
do homem, e cria um conflito com as ideias e a educação modernas quanto ao tema
de desejos e paixões. Em geral se supõe que os desejos e as paixões são
tendências inerentes ao indivíduo. O tema tem uma aparência irreal e nebulosa
para o estudante comum. Mas de acordo com esse sistema filosófico, elas não são
apenas inerentes ao indivíduo, nem são devidas ao corpo em si. Enquanto o
homem está vivendo no mundo, os desejos e as paixões – o princípio kama – não têm vida separada do homem astral e
interior. Eles estão, por assim dizer, distribuídos por todo o seu Ser. Mas
como eles se unem ao corpo astral depois da morte, desta maneira formando uma
entidade com seu prazo próprio de vida embora sem alma [3], questões muito importantes surgem. Durante a vida
mortal, os desejos e paixões são guiados pela mente e pela alma; após a morte
eles funcionam sem a direção do antigo mestre. Enquanto vivemos, somos
responsáveis por eles e por seus efeitos, e quando deixamos essa vida ainda
somos responsáveis, embora eles continuem a trabalhar e a provocar efeitos nos
outros enquanto durarem nas condições que descrevi, e sem o nosso comando
direto. Nisso é vista a continuidade da responsabilidade. Eles são uma parte
dos skandhas [4] – bem conhecidos
na filosofia oriental – que são os agregados formadores do homem. O corpo
inclui um conjunto de skandhas, o homem
astral outro, o princípio kama é outro
conjunto, e ainda outros se referem a outras partes. Em kama estão aqueles realmente ativos e importantes,
que controlam os renascimentos e levam a todas as variedades de vida e
circunstâncias a cada renascimento. Eles são formados no dia-a-dia de acordo
com a lei segundo a qual todo pensamento se combina instantaneamente com
uma das forças elementais da natureza, tornando-se nesta medida uma entidade
que irá durar de acordo com a força do pensamento com que deixa o cérebro, e
todos eles estão inseparavelmente conectados com o ser que os produziu. Não há
modo de escapar; tudo o que podemos fazer é ter pensamentos de boa qualidade,
pois mesmo os maiores Mestres não estão excluídos dessa lei, mas eles “povoam
sua corrente no espaço” com entidades potentes apenas para o bem. Em kama-loka, essa massa de desejos e pensamentos
existe de modo muito definido até o término de sua desintegração, e então os
remanescentes consistem da essência desses skandhas,
conectados, é claro, com o ser que os teve e que os produziu. Eles não podem
ser apagados, assim como não se pode desmanchar o universo. Então se
diz que eles permanecem até que o ser saia do devachan. Quando isso ocorre, eles são levados
imediatamente até o ser, pela lei da atração. Eles servem como base ou
germe, e a partir deles o ser constrói um novo conjunto de skandhas para a próxima vida. O kama-loka é, portanto, diferente do plano terreno
porque nele a massa de paixões e desejos está descontrolada e sem direção.
Mas ao mesmo tempo a vida terrestre é também um kama-loka, já
que é largamente governada pelo princípio kama, e assim o será
até o dia distante em que no curso da evolução, as raças dos homens terão
desenvolvido o quinto e o sexto princípios, limitando desta forma kama à sua própria esfera e livrando a vida
terrestre da sua dominação. Os restos do homem astral em kama-loka são apenas uma casca desprovida de mente
e de alma, sem consciência e também incapaz de agir, a menos que seja
vivificada por forças externas. A casca tem algo que se parece com uma
consciência animal ou automática, apenas por causa da sua associação muito
recente com um Eu humano. Pois de acordo com o princípio exposto em outro
capítulo, todo átomo que vai integrar um homem tem uma memória própria, a qual
é capaz de durar um período de tempo proporcional à força dada a ele. No caso
de uma pessoa muito material e bruta, ou egoísta, a força dura mais do que em
qualquer outra, e assim nesse caso a consciência automática será mais definida
e desorientadora para alguém que, por não ter conhecimento, se envolve com
necromancia. Sua porção puramente astral contém e carrega o registro de
tudo que se passou perante a pessoa enquanto viva, pois uma das funções da
substância astral é absorver todas as cenas, quadros e impressões de todos os
pensamentos, para retê-los, e lançá-los adiante por reflexo, quando as
condições o permitirem. Essa casca astral, deixada para trás por todo homem ao
morrer, seria uma ameaça a todos os homens, não fosse desprovida, em todos os
casos − exceto em um que deverá ser mencionado − dos princípios superiores, que
são os diretores. Mas como os elementos que servem de guia já estão separados
da casca, ela tremula e flutua de um lugar ao outro sem qualquer vontade
própria, mas governada apenas pelas atrações dos campos astrais e magnéticos. É
possível ao homem real – chamado de “espírito” por alguns – comunicar-se
conosco imediatamente após a morte, por uns poucos breves instantes; mas,
quando estes passaram, a alma nada mais tem a ver com a terra até reencarnar. O
que pode influenciar e de fato influencia o médium e o sensitivo a partir dessa
esfera são as Cascas que descrevi. Sem alma e sem consciência, elas não são, em
sentido algum, os espíritos dos nossos mortos. Elas são os trajes jogados fora
pelo homem interior, a porção grosseiramente terrena descartada no voo para
o devachan, e sempre foram consideradas pelos antigos
como demônios – nossos demônios pessoais – porque são essencialmente astrais,
terrenas e passionais. Seria estranho, de fato, se uma tal Casca, depois de ser
por tanto tempo o veículo do verdadeiro homem na terra, não retivesse uma
memória e consciência automáticas. Se vemos o corpo decapitado de uma rã
ou de um galo se movendo e atuando por um tempo com uma inteligência
aparente, por que então não seria possível para a forma astral, mais fina
e sutil, agir e mover-se com um grau muito maior de aparente direcionamento
mental? Na esfera de kama-loka −
como, de fato, também em todas as partes do globo e do sistema solar − estão os
elementais, ou forças da natureza. Eles são inumeráveis e seus tipos são quase
infinitos, uma vez que são, em certo sentido, os nervos da natureza. Cada
classe tem seu próprio trabalho tal como o tem cada coisa ou elemento natural.
Assim como o fogo queima e a água rola para baixo e não para cima de acordo com
a lei geral, assim também os elementais agem sob a lei, mas como eles estão
mais acima na escala do que a água e o fogo brutos, suas ações parecem guiadas
por uma mente. Alguns deles têm uma relação especial com as operações mentais e
com as ações dos órgãos astrais, quer estejam ligados ou não a um corpo. Quando
um médium forma o canal, e também por outros processos, esses elementais
fazem uma conexão artificial com a casca da pessoa morta, ajudados pelo fluido
nervoso do médium e dos outros que estão por perto. Assim a casca é galvanizada
para que tenha uma vida artificial. Através do médium, é feita uma conexão com
as forças físicas e psíquicas de todos os presentes. As impressões
antigas do corpo astral projetam suas imagens sobre a mente do médium, e as
antigas paixões são atiçadas. Várias mensagens e relatos são então obtidos daí,
mas nenhum deles é original, nenhum é do espírito. Por sua estranheza, e em
consequência da ignorância daqueles que se envolvem nesse campo, isso é
encarado como obra do espírito, mas tudo vem dos vivos, quando não é uma mera
coleta, na luz astral, de imagens do que aconteceu no passado. Em certos casos
a serem mencionados, há uma inteligência trabalhando que é total e intensamente
ruim, à qual todo médium está sujeito, e isso explica por que tantos deles sucumbiram
ao mal, como têm confessado. Uma classificação simples dessas cascas que
visitam os médiuns será como se segue: (1) As cascas de pessoas recentemente
falecidas, cujo local de sepultamento não está muito longe. As cascas desse
tipo são bem coesas e correspondem à vida e ao pensamento do antigo dono. Uma
pessoa boa, não-materialista e espiritualizada deixa uma casca que logo se
desintegrará. A casca de uma pessoa bruta, má, egoísta e materialista será
pesada, consistente e duradoura, e isso ocorre com todas as variedades.
(2) As cascas de pessoas que morreram longe do lugar onde o médium está.
O lapso de tempo permite que escapem das cercanias de seus antigos corpos, e ao
mesmo tempo traz um grau maior de desintegração, que corresponde no plano astral
ao que é a putrefação no físico. Estas cascas são vagas, sombrias, incoerentes;
respondem apenas brevemente a estímulos psíquicos, e são dispersas por qualquer
corrente magnética. Elas são galvanizadas momentaneamente pelas correntes
astrais do médium e daquelas pessoas presentes que eram relacionadas com o
falecido. (3) Remanescentes puramente sombrios, aos quais mal se pode atribuir
um local. Não há uma palavra nos idiomas ocidentais para descrevê-los, embora
sejam fatos reais nessa esfera. Pode-se dizer que são o mero molde ou impressão
deixada na substância astral pela casca anteriormente coesa e há muito
desintegrada. Tais cascas estão, por conseguinte, tão próximas de serem
fictícias que quase merecem essa designação. Como fotografias sombrias, elas
são ampliadas, embelezadas e lhes é dada uma vida imaginária pelos pensamentos,
desejos, esperanças e ideações do médium e dos assistentes da sessão. (4)
Entidades definidas, consistentes, almas humanas desprovidas de vínculo
espiritual, tendendo agora ao pior estado de todos, avitchi, onde a aniquilação da personalidade é o
fim. Tais seres são conhecidos como magos negros. Tendo concentrado a
consciência no princípio kama, preservaram o
intelecto, divorciaram-se do espírito, e são os únicos seres condenados que
conhecemos. Em vida, tiveram corpos humanos e alcançaram seu estado terrível
através de vidas em que persistiram na maldade pela maldade. Alguns seres, já
condenados a se tornarem o que é descrito aqui, estão hoje entre nós na terra.
Estas não são cascas comuns, pois centraram toda a sua força em kama, jogaram fora qualquer fagulha de bom pensamento
ou aspiração e têm completo domínio da esfera astral. Eu coloco tais seres na
classificação de Cascas porque o são, no sentido de que estão condenados à
desintegração consciente, enquanto as outras terão o mesmo fim apenas
mecanicamente. Estas cascas podem durar, e duram de fato ao longo de muitos
séculos, satisfazendo seus apetites através de qualquer sensitivo de quem
possam se apoderar, e onde o mau pensamento lhes abra uma brecha.
Eles presidem quase todas as sessões espíritas, adotando nomes importantes e
assumindo o comando de modo a manter o controle e continuar a ilusão do médium,
assim se habilitando a ter um canal conveniente para seus próprios objetivos
maldosos. De fato, usando as cascas dos suicidas, ou daqueles pobres coitados
que morrem sob as penas da lei, ou dos bêbados e dos glutões, esses magos
negros que vivem no mundo astral se apoderam do campo da mediunidade e são
capazes de invadir a esfera de qualquer médium, por melhor que ele seja. A
porta, uma vez aberta, está aberta para todos. Esse tipo de Casca perdeu
o manas superior, e não só na luta após a morte, mas
também na vida. A porção inferior de manas, que
deveria ter sido elevada a uma excelência divina, foi arrancada do seu
senhor e agora dá inteligência a essa entidade, que é desprovida de espírito
mas tem a possibilidade de sofrer, e o fará quando seu dia final chegar. No
estado de kama-loka, os suicidas e aqueles
que são subitamente expulsos da vida por acidente ou assassinato, legal ou
ilegal, passam um período quase igual à duração da vida que teriam se não
tivesse ocorrido a sua interrupção súbita. Estes não estão realmente mortos.
Para haver uma morte normal, deve estar presente um fator não reconhecido pela
ciência médica. Os princípios do ser, conforme descritos nos capítulos
anteriores, têm seus próprios prazos de coesão. Quando chega o seu final
natural, eles se separam uns dos outros de acordo com suas próprias leis. Isso
envolve o grande tema das forças coesivas no indivíduo humano, o que
necessitaria um livro à parte. Devo me contentar, portanto, com a
afirmação de que essa lei de coesão atua nos princípios humanos. Antes
daquele fim natural, os princípios são incapazes de se separar. Obviamente, a
destruição normal das forças coesivas não pode ser conseguida por processos
mecânicos, exceto no que diz respeito ao corpo físico. Assim, um suicida, ou um
indivíduo morto por acidente ou assassinado por outro homem − ou por
imposição da lei humana − não chegou ao término natural das forças de coesão
que unem os seus outros elementos constituintes, e é lançado ao estado de kama-loka apenas parcialmente morto. Lá os
princípios remanescentes têm que esperar até que o fim natural da vida seja
alcançado, seja isso um mês ou sessenta anos. Mas os graus de kama-loka atendem as muitas variedades de cascas
mencionadas acima. Algumas passam o período em grande sofrimento; outras, em um
tipo de sono com sonhos, cada uma de acordo com a responsabilidade moral. Os
criminosos executados são em geral lançados para fora da vida cheios de ódio e
vingança, sofrendo uma penalidade na qual eles não reconhecem justiça. Eles
ficam sempre reencenando no kama-loka o seu
crime, seu julgamento, sua execução e sua vingança. E sempre que podem ter
contato com uma pessoa viva sensitiva, médium ou não, tentam injetar
pensamentos de assassinato e outros crimes no cérebro do infeliz. O fato de que
eles obtêm sucesso em tais tentativas é conhecido pelos estudantes mais
sérios de Teosofia. Agora nos aproximamos do tema do devachan. Depois de certo tempo no kama-loka, o indivíduo saudável alcança um estado
de inconsciência que precede a mudança para o próximo estado. É como o
nascimento para a vida, após um período de escuridão e sono pesado. Ele então
acorda para a felicidade do devachan. [5] NOTAS: [1] Veja os
capítulos anteriores da presente obra. (NT) [2] “Quatro
princípios remanescentes”. Esta é a
correção de um erro. No original em inglês, lemos, certamente por um erro de
revisão, “cinco princípios remanescentes”. Ocorre que há sete princípios, e o
terceiro princípio, linga-sharira, é
inseparável do segundo princípio, prana, morrendo
junto com ele e com o corpo físico. Nas Cartas dos Mahatmas, lemos: “Quando o homem morre os seus segundo e terceiro princípios morrem
com ele; a tríade inferior desaparece, e o quarto, o quinto, o sexto e o sétimo
princípios formam o quaternário sobrevivente.” A afirmação está na
resposta 5 da Carta 68, em “Cartas dos Mahatmas para Alfred Percy
Sinnett (1840-1921)”, Ed. Teosófica, Brasília, vol. 1, primeiras linhas da p.
302. Confirmando este fato, nas próximas frases W. Q. Judge não menciona
como sobrevivente o terceiro princípio, linga-sharira.
(NT) [3] A “ausência de alma” ocorre porque o foco
central de consciência elevou-se em direção ao Devachan. Esta Casca abandonada
pode ser chamada de “Elementário”. Ela vagueia algum tempo antes de
desfazer-se. Veja a resposta 5, na Carta 68, de “Cartas dos Mahatmas”, obra
citada. (NT) [4] Skandhas –
registros cármicos. (NT) [5] O próximo
capítulo de “O Oceano da Teosofia” é dedicado ao Devachan – o
“plano sagrado” em que a alma vive entre uma encarnação e outra.
(NT). www.verdademundial.com.br. Abraço. Davi
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