Cristianismo. www.biblia.com.br. Extraído do livro
Radiografia do Jeovismo. Autor Arnaldo B. Christianini. JESUS MORREU NUMA CRUZ
OU ESTACA? “Em fins do ano de 1970, arqueólogos israelenses encontraram o
esqueleto de um crucificado há cerca de 2000 ano. Este achado foi
minuciosamente estudado por especialistas, e trouxe muita luz sobre o suplício
da cruz”. Na verdade, deve-se dizer que originalmente a “cruz” não era o que
hoje se entende por ela, mas compunha-se de uma só peça de madeira ou poste,
terminado numa ponta. Denominava-se em hebraico ’es (pau) e
aparece na Bíblia, pela primeira vez em Gênesis 40:19. José disse ao padeiro
que ele seria pendurado num madeiro. A palavra ’es aparece
também em Josué 8:29, onde lemos que Josué mandou retirar do madeiro o cadáver
do rei de Ai. Também a forca de Mordecai (Ester 5:14) é designada como ’es. Posteriormente os
latinos ao descreverem esse madeiro, denominavam-no acuta crux. Temos essa
designação em Sêneca, Epistola XVII, 1, 10, referindo-se especificamente a esse
instrumento de suplício. Há, contudo, entre os autores latinos, referências
muito claras a outra espécie de instrumento de execução, designado simplesmente
por crux, sem o modificativo acuta. E alguns
são mais explícitos e mencionam que essa crux se compunha
de duas peças de madeira. A mais sólida prova está nas citações de Plauto
(comediógrafo e poeta cômico latino – 254-184 A C.) Portanto, dois séculos
antes de Cristo ele descreveria a cruz tendo duas peças. A maior era o stipes, o esteio, o
tronco mais longo e pesado, que se fincava no solo. A menor era o patibulum, a
travessa da cruz (também chamada antenna). Um texto de Plauto
acha-se em Mostellaria, livro I, 1, 56, que diz textualmente: “Ita
te ferabunt patibulutum pervias stimuli.” (Deste modo carregaste
teu patibulum pelas ruas sob
açoites.) Mais adiante: “Tibi
esse pereundum extra portam dispansis manibus,
patibulum quom habebis” (a ti, que hás de morrer fora da porta, de
mão estendida, depois de trazeres o patibulum). O mesmo autor
clássico Plauto em sua obra Carbonaria, fragmento 2, faz outra referência à
segunda peça da cruz. “Platibulum ferat per urben deinde adfigatur
cruci” (O patibulum era carregado através da cidade, em seguida pregado na
cruz). Estas palavras foram escritas bem mais de um século e meio antes de
Cristo. Tertuliano, em fins do século II, em Adversus Nationes, livro II,
afirma: “Tota crux impatur cum antenna scilicet
sua, et com illo sedilis excessu”. (Toda cruz, assim suspensa com sua
verga atravessada, e nela sobressai o “assento”). Temos, nas citações acima,
primeiro o testemunho de um pagão, depois o de um pai da Igreja. Ambos viveram
no tempo em que se crucificavam pessoas, e testemunharam a forma da cruz. Há
também um testemunho que reputamos valioso. Maternus Julius Firmicus, escritor
latino pagão, que viveu no tempo de Constantino, afirma na sua
Mathermatica, VI, 31: “Patíbulo
suffixus in crucen tollitur”. (O patibulum era pregado na cruz
levantada). Ainda segundo outra
descrição de Plauto (Cap. 2) o patibulum ou trave da cruz
era levado pelo réu simplesmente sobre o ombro, ou passando-o por detrás do
pescoço, segurando a trave com as mãos, uma de cada lado. Rehault de Fleury foi
talvez o mais notável pesquisador da cruz. Ele consultou obras antigas,
descrições, iconografias e viajou muito. Depois de longos anos de pesquisa,
escreveu sua famosa Mémoire sur lês Instruments de la Passion, que publicou em
Paris em 1870. Na página 73 dessa obra ele afirma que a cruz em que Cristo
morreu era feita de uma árvore conífera – espécie de pinheiro oriental – e
consistia de uma haste vertical e outra transversal. Baseando-se em testemunhos
comparativos, conclui que a cruz deveria ter o stipes (o tronco
propriamente dito) de 4,80m, e patibulum (haste transversal)
de 2,30 a 2,60m. Seu peso era de cerca de 100 quilos. Isto coincide com as
dados de outro estudioso, Busy que, em sua nota ao Evangelho de S. Mateus (p.
371) afirma que as cruzes pesavam geralmente 100 quilos, sendo que 70Kg era o
peso do stipes. Nesse caso, o patibulum deveria
pesar cerca de 30 Kg. Outro paciente pesquisador da cruz foi Holzmeister. Em
seu livro Christus Dominus Spinis Coronatur, p. 17 diz que a
cruz constava de dois travessões: um vertical, chamado stipes ou palus, e outro horizontal,
chamado patibulum. O stipes estava
ordinariamente cravado no solo, no lugar do suplício. A Enciclopédia
Católica diz: “O stipes da cruz era erguido
no local do suplício, fixado no solo antes da execução. Nenhum texto diz que a
cruz era carregada inteira. Isto não seria possível no caso de Jesus, pois a
cruz teria mais de 4 m e um peso tal que, não apenas um homem enfraquecido pela
flagelação seria incapaz de levar, mas mesmo um homem são e robusto. Além do
mais alto exigia muito trabalho, esforço e tempo sem nenhuma utilidade. O réu,
na verdade, levava às costas somente o patibulum (…) A fixação do
condenado na cruz era feita na cruz já montada. O condenado era fixado
primeiramente no patibulum estendido no solo.
A seguir era o condenado erguido pelos executores, o patibulum era encaixado ou
pregado no stipes, e concluía-se com a
cravação dos pés do condenado.” Outros testemunhos variam, afirmando que,
outras vezes, o stipes já se achava
fincado no chão. Com o auxílio de escadas os executores erguiam o réu já
cravado no patibulum, e completavam o
trabalho da execução. Esse pormenor, entretanto, é irrelevante. O que é fora de
dúvida é que a cruz, desde antes da era cristã, compunha-se de duas peças, e
assim o era a cruz latina. E o “Staurós”? Bem, os escritores
gregos usam geralmente a palavra staurós para designar a
cruz. Segundo a autorizada International Standard Bible Encyclopaedia, a palavra cruz tem
duas designações no grego: stauroós, “uma cruz”, e skólps, “uma estaca”, “um
poste”. Esta última indica especificamente uma estaca. A outra, ocasionalmente.
Perto de dez dos melhores léxicos gregos são unânimes em definir staurós como: 1. pau; 2.
paliçada; 3. estaca; 4. patíbulo; 5. instrumento de suplício; 6. cruz. Ora, é
um contra-senso pretender que a palavra tenha apenas UM desses significados. Da
mesma forma, o verbo stauroô, significa levantar
uma paliçada, proteger com paus, empalar, crucificar. Tau é a designação
grega da letra T. E o T assemelha-se à cruz. Há até um tipo de cruz exatamente
com essa forma. A forma de um T ou, no grego, de um TAU. O
verbo stauroô, etimogicamente significa “colocar num TAU” (isto é, num T). A
palavra “tau” está dentro de staurós e stauroô. Daí o sentido de
crucificar. A cruz, pois, evoluiu da simples estaca para o instrumento de
suplício com duas peças. O fato de Constantino ter exaltado a cruz a ponto de
tornar-se objeto de veneração, o fato de a cruz, entre os antigos povos pagãos,
ter sido símbolo de fertilidade, dos órgãos de reprodução, e também das coisas
ignóbeis, não invalida a veracidade histórica da forma da cruz. Prova apenas
que Cristo sofreu a maior humilhação. Primeiro
Testemunho Arqueológico da Cruz. O mundo todo ficou emocionado com a
notícia amplamente divulgada pelos meios de comunicação de massa. Em fins do
ano de 1970, arqueólogos israelenses encontraram o esqueleto de um crucificado
há cerca de dois mil anos. Esse achado foi minuciosamente estudado por
especialistas, e trouxe muita luz sobre o suplício da cruz. Nas escavações que
se faziam para uma construção civil, encontrou-se um túmulo muito antigo. O Dr.
Niqu Hás, Diretor da Seção de Anatomia da Faculdade de Medicina da Universidade
Hebraica (uma das mais famosas do mundo) fez acurados estudos sobre o achado,
concluindo que era de “considerável importância antropológica e histórica”.
Segundo esses estudos, o crucificado tinha a estatura de 1,67m, e idade
variável de 24 a 28 anos. No ossário havia inscrito o nome Iehohanan, forma hebraica do
nome João. Outro cientista, o Professor Vassilios Tzaferis, arqueólogo do
Departamento de Antiguidades, da mesma Universidade, conclui que a execução
ocorrera no primeiro século da Era Cristã. E isto é muito importante, porque se
pode estabelecer um paralelo entre esta crucificação e a de Cristo. A cruz ora
descoberta tinha um minúsculo assento, ou sedicula, onde a vítima podia
apoiar uma única nádega. Sua finalidade era evitar que o crucificado morresse
mais rapidamente e, portanto, prolongar o suplício. As observações anatômicas
indicavam que o homem fora pregado na cruz na posição mais antinatural
possível. Seus pés foram superpostos e pregados com um único cravo, ficando as
pernas quase paralelas. Um cravo foi pregado em cada pulso, o que contraria a
suposição de alguns, de que as mãos receberam um só cravo, acima da cabeça,
juntas, como se em vez de cruz fosse uma simples estaca ou poste, sem a
travessa à altura da cabeça. Os joelhos foram dobrados, com o direito sobre o
esquerdo, “os braços estendidos em sentido horizontal” e o tronco estava
contorcido. Estas palavras são reproduzidas de extenso artigo intitulado
“Achado Esclarece o Suplício da Cruz”, publicado no jornal O Estado de São Paulo,
edição de 05-01-1971. Ambas as tíbias do réu haviam sido fraturadas. Niqu Hás
concluiu que as pernas foram quebradas por algozes, talvez como um golpe de
misericórdia. O grande arqueólogo Siegfried S. Horn também escreveu a respeito.
Foi a descoberta arqueológica do século igual em importância à do achado dos
papiros do Mar Morto. Diz Horn, num trabalho sobre o acontecimento, intitulado
O Primeiro Testemunho Arqueológico da Crucificação, reproduzido em várias
revistas especializadas: “Verificou-se, depois de detido exame, que os cravos
perfuraram não as palmas das mãos, mas sim os braços. Neste caso, o peso do
corpo teria dilacerado os ligamentos de cada mão. A descoberta deste
crucificado demonstrou que os braços e não as mãos foram perfuradas cada um por
um cravo.” Minucioso estudo dos vestígios das perfurações em ambos os
antebraços da vítima, perto do pulso, revelou que ambos apresentavam o mesmo
sinal de um cravo para cada antebraço. Fosse o caso de um só cravo para pregar
os dois pulsos, o primeiro teria perfuração mais larga, e o segundo mais
estreita, devido à forma afunilada e pontiaguda do cravo, o qual tinha 18
centímetros. Parece que, em casos de muita robustez do réu, perfuravam-se os
pulsos ou o antebraço, no geral, porém, perfuravam-se as palmas das mãos. Como
ocorreu com Cristo.1
Equipe
Biblia.com.br. 1Extraído do livro “Radiografia do Jeovismo” p.
190-196 – Autor Arnaldo B. Christianini – Casa Publicadora Brasileira.
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