Astrologia. IV.
COMO FUNCIONA A ASTROLOGIA. A Mecânica do Conhecimento. Para o homem primitivo,
os corpos celestes – principalmente o Sol – eram forças a quem prestar contas,
pois tinham o poder de intervir em suas vidas. Por outro lado, ele relutava em
acreditar que qualquer corpo externo fosse mais importante que a própria Terra,
em torno da qual via girar o resto do Universo. UMA VISÃO DO UNIVERSO COM A
TERRA NO CENTRO. A esfera celeste demonstra essas duas noções antigas. Hoje
todos nós sabemos que na verdade é o Sol, e não a Terra que fica no centro do
sistema, mas os astrólogos modernos, como seus ancestrais preocupam-se
principalmente com a posição dos planetas vistos da Terra, e, portanto, a mesma
convenção pode ser mantida até hoje. A esfera celeste mostra como devemos olhar
da Terra o Universo em torno. No céu estão o Sol, a Lua e os planetas, todos
movendo-se dentro da faixa do Zodíaco e contra um fundo luminoso. Essa faixa,
em Astrologia, é dividida em doze segmentos iguais (os signos), que servem como
pontos de referência para traçar as posições assumidas pelos planetas em suas
várias órbitas. O Sol do começo ao fim do ano. Embora seja a Terra que complete
sua em torno do Sol em um ano, para nós é como se o Sol se movesse. Além do
Sol, os signos fixos do Zodíaco – cada um ocupando um segmento de 30º da faixa
zodíacal – mudam de mês em mês. O Sol é visto, por exemplo, contra Peixes,
durante março, o terceiro mês do ano. Além do Sol, nove outros corpos
astrológicos importantes – planetas – ocupam nosso sistema solar. Exceto
Plutão, todos os outros permanecem dentro da área do Zodíaco. São mostrados com
seus antigos símbolo: da esquerda para a direita temos: Netuno, Saturno, Marte,
Vênus, o Sol, Mercúrio, a Lua (depois do Sol, a segunda em importância),
Júpiter, Urano e Plutão. A Terra é vista no centro de uma esfera côncavo,
circundada pela eclíptica – a trajetória anual aparente do Sol vista da Terra.
A eclíptica está contida dentro de uma faixa específica do céu conhecida como o
Zodíaco. OS PLANETAS. Escala, Trajetórias Orbitais e Áreas de Influência. Em seu
primeiro contato com a Astrologia, muita gente não percebe que o Sol, embora
sendo de primeira importância, não é a única força ativa no céu. Na Astrologia,
tomada seriamente, o mapa de nascimento de uma pessoa é calculado pela data,
hora e lugar de seu nascimento e interpretado conforme a posição de todos os
planetas. A propósito, quem quiser saber quais os signos do Zodíaco que cada um
dos planetas ocupava por ocasião de seu nascimento, deve consultar uma
“efeméride”, ou tábua de posições planetárias, do ano em que nasceu. Tais
posições são determinadas por fatores precisos. Apesar dos antigos babilônios
costumarem chamar os planetas de “errantes” ou “cabras”, porque pareciam
mover-se pelo céu sem direções determinadas – em contraste com as estrelas “fixas”,
que, sendo tão remotas, pareciam imóveis – na verdade os planetas são
controlados pela gravidade, dentro de uma trajetória bastante regular em torno
do Sol. O Sol é o maior corpo do sistema solar em que vivemos. É enorme em
tamanho: tem um diâmetro de 1.391.400 Km e seu volume é mais de um milhão de
vezes maior do que o da Terra. É claro que a gravidade é exercida mais pela
massa do que pelo tamanho: quanto maior a massa, maior é a atração que um corpo
exerce sobre outro. Ás vezes isso pode fazer com que um planeta influencie
fisicamente outro, gerando “perturbações” ou movimentos irregulares. Foi isso,
precisamente, o que levou à descoberta de Plutão, em 1930, com veremos abaixo.
A VISÃO DO ASTRÓLOGO. Na Astrologia, o Sol e a Lua são considerados planetas.
Além deles, oito outros corpos, no sistema sola, têm importância astrológica.
Os planetas mais próximos do Sol – Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno –
eram conhecidos em épocas antigas, e a cada um deles, muito cedo, foi atribuído
um conjunto de características humanas, além de serem associados a fenômenos
terrestres, como um metal específico, uma pedra preciosa, etc. Também, cada um
era relacionado diretamente com, pelo menos, um dos signos do Zodíaco. O Sol e
a Lua regiam um signo, cada um, e os outros planetas, dois. OS PLANETAS
MODERNOS. Quando Urano, o mais próximo dos três planetas modernos, foi
descoberto em 1781 por William Herschel (1738-1822), os astrólogos tiveram que
proceder a uma nova avaliação dos relacionamentos zodiacais. Depois de muitas
considerações – e de não menos controvérsias – concluiu-se que Urano
representava a principal mudança súbita e disruptivo (que interrompe) e foi
associado a Aquarius (que, anteriormente, era tido como correspondente de
certas características de Saturno). Seguiu-se um processo similar quando do
aparecimento de Netuno, em 1846, descoberto por John Couche Adams (1819-1892) e
Urbain le Varrier (1811-1877). O planeta foi associado a Peixes, depois de se
considerar que ambos partilhavam as características de receptividade e difusão.
Plutão, o último planeta, é muito novo. Foi descoberto somente em 1930 por
Clyde Tombaugh (1906-1997), quando irregularidades ocorridas nos movimentos de
Urano e Netuno sugeriram aos cientistas que um terceiro corpo estaria influenciando
seus padrões orbitais. Hoje, muitos astrólogos concordam com a associação de
Plutão, cuja palavra-chave é “eliminação”, a Escorpião. Ao mesmo tempo, esses
astrólogos têm consciência de uma forte influência residual de Marte sobre o
mesmo signo. OS SIGNOS E SEUS PLANETAS REGENTES; Sol rege Leão; Lua rege
Câncer; Mercúrio rege Gêmeos, Virgem; Vênus rege Touro, Libra; Marte rege
Áries; Júpiter rege Sagitário; Saturno rege Capricórnio; Urano rege Aquário;
Netuno rege Peixes; Plutão rege Escorpião. OS PLANETAS E AS PESSOAS. Como os
Planetas Podem Dominar Nossas Vidas. Você provavelmente conhece seu signo
solar; sabe que tem, digamos, o Sol em Câncer (se nasceu entre 21 de junho a 22
de julho); mas, a menos que consulte um astrólogo, ou estude por você mesmo,
não saberá quais os signos do Zodíaco que os outros planetas ocupam, com
relação ao mapa de seu nascimento. Com muita frequência, os outros planetas
marcam fortemente sua presença na personalidade de um indivíduo, atribuindo-lhe
características diferentes de seu signo-solar. Eis alguns exemplos de
influências muito poderosas dos planetas sobre pessoas – influências que
deixaram marca vital sobre suas personalidades. O SOL. Palavra-chave: PODER.
Nossos dois exemplos de personalidades influenciadas pelo Sol, no caso, tinham
o Sol em Gêmeos. Quanto a Rainha Vitória, essa presença fez dela uma pessoa
“muito majestosa” – quase acrescentando um elemento de Leão a sua personalidade
(o Sol rege Leão). O segundo exemplo é Richard Wagner: o imenso conjunto de suas
óperas e toda sua expressão artística é característico do que os astrólogos
chamariam “um Sol proeminente”. Nascido em Gêmeos, era de uma dualidade
considerável – escreveu tanto os libretos quanto as músicas de suas óperas. A
LUA. Palavra-chave: RESPOSTA, FLUTUAÇÃO. O significado da Lua num mapa de
nascimento só perde em importância para o Sol; e quando ela está em seu próprio
signo (Câncer), ou em outras posições especiais, suas características podem ser
quase irresistivelmente poderosas. Lorde Byron tinha uma Lua muito poderosa em
Câncer, o que tornou muito difíceis seus relacionamentos pessoais. O famoso
regente Arturo Toscanini (1867-1957) também teve uma Lua proeminente; ela
representou para ele o público em geral, sua fama, assim como seu comportamento
com a orquestra como um todo. MERCÚRIO. Palavra-chave: COMUNICAÇÃO. Entre as
características de Aquário estão a originalidade, excentricidade e
inventividade: Júlio Verne (1828-1905) tinha Mercúrio em seu signo, numa área
de seu mapa que influenciava sua carreira. Mercúrio representa a mente,
literatura e comunicação, e todas as características de originalidade e
futurística de Aquário foram combinadas com as de Mercúrio na ficção científica
de Verne. VÊNUS. Palavra-chave: HARMONIA. A influência de Vênus no mapa de
Isadora Duncan (1877-1927) foi muito poderosa. O planeta estava em Áries, que é
um signo muito agressivo; as pessoas nascidas sob esse signo e com planetas
importas sob ele são, em geral, altamente sexuais. O lado romântico de Vênus
era muito forte em Isadora, e muitas de suas necessidades vitais eram também
influenciadas pro Vênus – sua necessidade, por exemplo, de ser amada e de dar
não só amor como afeição. SATURNO. Palavra-chave: LIMITAÇÃO. Quando George
Gershwin (1898-1937) nasceu, Saturno em seu mapa estava em Sagitário, caindo na
área de influência de saúde. Não há dúvidas de que essa posição minou sua
energia física: Gershwin morreu relativamente jovem, aos trinta e nove anos,
dois anos depois de completar a ópera Porgy and Bess. Saturno é interessante
também no mapa de Pablo Picasso (1881-1973) – está em Touro, e sua influência é
particularmente forte no trabalho do pintor na época da Guerra Civil Espanhola
(julho de 1936 a abril de 1939): sua obra Guernica é um exemplo impressionante,
assim como o são algumas de suas esculturas, tão expressivas. JÚPITER.
Palavra-chave: EXPANSÃO. A posição de Júpiter no mapa de nascimento de Albert
Einstein (1879-1955) era maravilhosa: o planeta estava em Aquário, o signo
humanitário. Além disso, influenciava a área do mapa que regia a mente, em sua
capacidade mais ampla e avançada. O mesmo planeta funcionou de maneira
diferente para a famosa espiã russa Mata Hari (1876-1917). Ela tinha Júpiter
nascendo no reticente e emocional signo da água, Escorpião, e o princípio de
expansão do planeta só se manifestou quando cumprimentou o comandante no
pelotão pelo seu fuzilamento. MARTE. Palavra-chave: ENERGIA, INICIATIVA.
Horácio Viscount Nelson (1758-1805) nasceu, concedendo-lhe fantásticos poderes de
resistência, energia e coragem. Vincent Van Gogh (1853-1890) tinha também Marte
em posição importante, mas em seu caso, num signo menos intenso, o de Peixes. O
sacrifício é uma influência muito característica desse signo, e o fato de Van
Gogh ter cortado a orelha foi facilmente relacionado com a influência de Marte,
um planeta muito violento. OS PLANETAS MODERNOS. Os três planetas modernos –
Urano, Netuno e Plutão – estão tão longe que viajam muito lentamente ao longo
da eclíptica. Enquanto o Sol move-se uma vez através do Zodíaco, ou 360º num
ano, Urano move-se aproximadamente 4º, Netuno 2º e Plutão 1º. Assim, Urano leva
sete anos para passar através de um signo do Zodíaco 30º, enquanto Netuno
demora 14 anos, e Plutão – devido à sua órbita excêntrica – leva de 13 a 32 anos.
Dessa forma, os planetas modernos podem ocupar posições similares em mapas de
nascimento de pessoas nascidas dentro de um período de tempo muito extenso. Por
essa razão, acredita-se que sua influência age mais sobre gerações do que sobre
indivíduos – a não ser, é claro, que um dos três planetas esteja colocado de
maneira muito sensível num mapa. Isso pode acontecer quando um deles está “em
aspecto” (tendo um relacionamento angular específico) com outro planeta ou
grupo de planetas; nesse caso, o planeta moderno deve ser examinado juntamente
com o planeta ou grupo de planetas com o qual esteja “em aspecto”, e seus
efeitos combinados pesados meticulosamente. URANO. Palavra-chave: TRANSFORMAÇÃO REPENTINA. Franklin Delano
Roosevelt (1882-1945) tinha Urano em posição acentuada em seu mapa; como o
Saturno de Gershwin, o planeta influenciava a área relacionada com a saúde.
Urano liga-se à paralisia, que atacou Roosevelt durante a maior parte de sua
carreira política. Karl Marx (1818-1883) foi também uma personalidade
“uraniana” nele, as características de Urano, de radicalismo e humanitarismo,
foram expressivas. NETUNO. Palavra-chave: MELANCOLIA. As influências de Netuno
são várias; em seu aspecto mais positivo, o planeta pode criar um verdadeiro
ator, poeta ou artista de inspiração, mas sob outras circunstâncias pode causar
tendências suicidas. Marilyn Monroe (1926-1962) possuía todos os esplêndidos
atributos de Netuno, mas o lado negativo da influência do planeta provou ser
tragicamente forte em seu caso. No mapa da atriz, Netuno colocava-se em posição
extremamente poderosa, mas era astrológicamente, “atormentado” – o que
significa que seu relacionamento com os outros planetas era difícil, fazendo
com que Marilyn fosse passível de cometer ações extremas. PLUTÃO.
Palavra-chave: ELIMINAÇÃO. A influência de Plutão é normalmente considerada
como disruptiva (rompimento) pelos astrólogos; ela pode, de muitas maneiras,
acionar a destruição no inconsciente, enquanto que, em seu melhor aspecto, pode
ajudar o indivíduo a retomar novos caminhos na vida ou a atravessar períodos
drásticos de revolta, saindo-se bem ou mal, conforme a posição do planeta em
seu mapa de nascimento e de seus relacionamentos com outros planetas. No mapa
de Marlene Dietrich (1901-1992), Plutão aparece na área relacionada com os
países estrangeiros, o que, para muitos, determinou a sua fama mundial. Outra
personalidade interessante ligada a Plutão é Greta Garbo (1905-1990). Para ela,
a influência de Plutão é inversa do casa de Marlene Dietrich, pois age na área
de seu mapa ligada à reclusão e retraimento. Garbo desapareceu para o público
em 1941, e desde então continuou retirada até sua morte. Muitos afirmam que
Plutão desempenhou um papel-chave nessa transformação drástica. Coleção
Zodíaco. Bloch Editores. Ótimo dia. Abraço. Davi.
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