segunda-feira, 6 de setembro de 2021

O TERCEIRO REICH

 

História. www.encyclopedia.ushmm.org. O TERCEIRO REICH: Visão Geral. A chegada dos nazistas ao poder colocou fim à República de Weimar, uma democracia parlamentar estabelecida na Alemanha após a Primeira Guerra Mundial (28 de julho de 1914 a 11 de novembro de 1918). Com a nomeação de Adolf Hitler (1889-1945) como chanceler, em 30 de janeiro de 1933, a Alemanha nazista (também chamada de Terceiro Reich) rapidamente tornou-se um regime no qual os alemães não possuíam direitos básicos garantidos. Após um incêndio suspeito no Reichstag, o parlamento alemão, em 28 de fevereiro de 1933, o governo criou um decreto que suspendia os direitos civis constitucionais e declarou estado de emergência, durante o qual os decretos governamentais podiam ser executados sem aprovação parlamentar. Nos primeiros meses da chancelaria de Hitler, os nazistas instituíram uma política de "coordenação"—o alinhamento dos indivíduos e instituições com os objetivos nazistas. A cultura, a economia, a educação, e as leis passaram ao controle nazista. O regime nazista também tentou "coordenar" as igrejas alemãs e, apesar de não obter sucesso total ganhou apoio da maioria dos clérigos católicos e protestante – igreja luterana. Em 1933, Joseph Goebbels (1897-1945), Ministro de Propaganda e Esclarecimento Popular, deu início a um processo de sincronização cultural, através do qual as artes foram moldadas de forma a atender aos objetivos do Partido Nazista. O governo aboliu não só as organizações culturais judaicas, como também as de outros grupos [étnicos, políticos e religiosos] sob a alegação de serem política ou artisticamente suspeitas. As obras de escritores alemães de renome, tais como Bertolt Brecht (1898-1956), Lion Feuchtwanger (1884-1958) e Alfred Kerr (1867-1948), foram lançadas ao fogo durante uma cerimônia de queima de livros (10 de maio de 1933) realizada em Berlim – Alemanha. A partir de setembro de 1933, a Câmara de Cultura do Reich (composta pelas Câmaras de Filmes, de Música, de Teatro, de Imprensa, de Literatura, de Belas Artes e de Rádio do Reich) passou a supervisionar e a controlar todas as facetas da cultura alemã. A estética (1) nazista enfatizava o valor propagandístico da arte e glorificava os camponeses, o "ariano (2)" e o heroísmo bélico. Essa ideologia foi instituída em nítido contraste à arte moderna e inovadora, tais como as pinturas abstratas, classificada como "arte degenerada", assim como a "arte bolchevique" e a "cultura bolchevique" [OBS: Bolsheviques = membros do Partido Comunista russo]. A arquitetura nazista era a de edifícios monumentais, de formas clássicas e estéreis, que tinham por finalidade transmitir no espaço a "grandiosidade" daquele movimento político. Na literatura, foram promovidos os trabalhos de escritores tais como Adolf Bartels (1905-1968) e o poeta Hans Baumann (1914-1944), da juventude hitlerista, e foi elaborada uma "lista negra" de obras consideradas nocivas ao regime, para facilitar a remoção de livros "inaceitáveis" das bibliotecas públicas. Além da literatura camponesa e dos romances históricos focados no Volk (povo alemão), as autoridades culturais nazistas promoviam romances bélicos como forma de preparar a população para a guerra. O "cultivo da arte alemã” (conjunto de medidas destinadas a promover artes e artistas específicos) também se estendia à indústria cinematográfica. Amplamente subsidiada pelo estado nazista, ela era uma importante ferramenta de propaganda. Filmes como "O Triunfo da Vontade" (Triumph of the Will), de Leni Riefenstahl (1902-2003), e "Der Hitlerjunge Quex" glorificavam o Partido Nazista e a Juventude Hitlerista. Outros filmes, tais como "Ich Klage an" (Eu Acuso), justificavam o Programa de Eutanásia (3), enquanto "Jud Suess" (o Judeu Suess) e "Der Ewige Jude" (O Judeu Eterno) perpetuavam estereótipos antissemitas (4). Na música, os nazistas promoviam os trabalhos dos compositores alemães Johann Sebastian Bach (1685-1750), Ludwig van Beethoven (1770-1827), Anton Bruckner (1824-1896) e Richard (5) Wagner (1813-1883), enquanto proibiam a apresentação de obras de alemães "não arianos", como Felix Mendelssohn (1809-1847) e Gustav Mahler (1860-1911). Adolf Hitler assistia, com frequência, a óperas do Festival de Bayreuth, organizado em homenagem ao compositor Richard Wagner. Os nazistas disseminavam canções e marchas de cunho nacionalista para incentivar a doutrinação ideológica da população. As companhias de teatro encenavam peças de grandes escritores alemães, tais como Goethe (1749-1832) e Schiller (1759-1805), além de dramas de cunho nacional- socialistas [o nazismo se auto intitulava “nacional-socialismo”]. Para criar um sentido maior de pertinência ao conceito germânico de Volk e de comunidade nacional (Volkgemeinschaft), os nazistas ordenaram a construção de enormes anfiteatros ao ar livre onde tais espetáculos eram realizados. A promoção da cultura "ariana" e a supressão de outras formas de produção artística eram parte do esforço nazista para sua ideia de "purificar" a Alemanha. Em janeiro de 1933, quando os nazistas assumiram o poder, muitos policiais sentiam-se céticos em relação ao Partido e às suas intenções. O movimento nazista, especialmente nos últimos anos da República de Weimar, havia sido subversivo e violento e a polícia os investigava, assim como aos comunistas, com vigor. No entanto, Hitler passou a disseminar a imagem de defensor da lei e da ordem, alegando que preservaria os valores alemães tradicionais. A polícia, e muitos outros grupos conservadores que ansiavam pela ampliação da autoridade policial através de um estado forte e centralizado. Receberam de braços abertos o fim da faccionalidade – segregação, separação – política partidária e concordaram com a extinção da democracia. Na verdade, o estado nazista solucionou muitas das frustrações experimentadas pela polícia durante o período da República de Weimar. Os nazistas protegeram a polícia da crítica pública através de censura à imprensa, e deram um fim aos embates de rua ao eliminar o comunismo alemão. A força policial foi reforçada através da incorporação de membros de organizações para militares nazistas como policiais auxiliares. Os nazistas centralizaram e proveram o financiamento total daquela instituição. Para que a polícia pudesse melhor combater as gangues criminosas e promover a segurança do estado. O estado nazista aumentou o número de policiais e melhorou seu treinamento, além de modernizar seus equipamentos. Os nazistas proporcionaram liberdade total aos policiais no que diz respeito a prisões, confinamento e tratamento dos prisioneiros. A polícia passou a realizar "ações preventivas", ou seja, a realizar prisões sem quaisquer autorizações e sem provas que pudessem justificar um eventual julgamento nos tribunais, e também passaram a poder agir sem qualquer tipo de supervisão do sistema judiciário. Inicialmente, os policiais conservadores ficaram satisfeitos com os resultados de sua cooperação com o estado nazista. Os crimes haviam diminuído e as ações de gangues criminosas haviam terminado. A ordem fora restaurada, mas havia um preço. O estado nazista não era a restauração da tradição imperial, sua base era completamente racista. Os nazistas assumiram o controle e transformaram as forças policiais tradicionais da República de Weimar em um instrumento de repressão, prisões arbitrárias e eventualmente de genocídio (extermínio deliberado – parcial ou total – de uma comunidade, grupo étnico, racial ou religioso). Tudo promovido pelo estado. O estado nazista uniu a Polícia às SS [Schutzstaffel, i.e. Esquadrão de Proteção] e ao SD (Sicherheitsdienst/SD, i.e. Serviço de Inteligência do Partido Nazista), duas das organizações nazistas mais radicais, extremistas e ideologicamente engajadas. Heinrich Himmler (1900-1945), chefe das SS, também se tornou o chefe de todas as forças policiais alemãs – um verdadeiro carrasco em pessoa. Seu colaborador, Reinhard Heydrich (1904-1942), do SD, tornou-se naquela mesma época o líder da Polícia de Segurança, encarregada de proteger o regime nazista. A ideologia nazista era parte de todas as atividades policiais. A polícia desempenhava um papel importante não somente na manutenção da ordem pública, mas também no combate aos “supostos inimigos” raciais designados pelo estado nazista. Foi nesse contexto que as "ações policiais preventivas" geraram consequências terríveis. Os membros das SS, do SD, e da Polícia foram os principais perpetradores (praticavam ação criminosa – ódio, violência, incitamento) dos horrores do Holocausto. Onde mais de seis milhões de judeus, excetuando ciganos, deficientes físicos, negros, velhos e outros foram esmagados, trucidados, nos Campos de Concetração. www.encyclopedia.ushmm.org. Abraço. Davi.

Referencias: (1) A estética é conhecida por ser a ciência do belo. Filosofia da arte que estuda aquilo que é belo nas manifestações da natureza e artísticas. Também estuda a ausência do belo, o comumente chamado de feio. (2) Ariana. No ideário nazista a raça ariana serviria para designar a raça branca ou caucasoide. Descendentes das antigas tribos que se originaram na região sul da Rússia. Isso acerca de 8 mil anos atrás e se espalharam pela Europa. Seriam mais inteligentes com um cérebro maior. Havia esse "mito" de superioridade da respectiva raça. (3) Eutanásia. Forma de tratamento de pacientes portadores de doenças incuráveis, Tendo o objetivo de garantir a essa pessoa uma morte mais humanizada com menos sofrimento. Esse tema é bastante controverso envolvendo aspectos jurídicos, religiosos e familiares. Ainda sem legislação específica na maioria dos países. O regime nazista usava aleatória, e até, compulsoriamente este instrumento em indivíduos não terminais em termos médicos. (4) Antissemitismo. É o ódio e preconceito contra o povo judeu e sua cultura. Uma forma de xenofobismo. Repugnância a pessoas ou coisas proveniente de países estrangeiros. Paralelamente esse projeto excludente, perseguiu no regime nazista, negros, ciganos, etnias tribais e todos que discordassem, minimamente dos postulados do Reich. (5) Richard Wagner. A música desse importante compositor alemão era ouvida nos Campos de Extermínio. Uma afronta a poética artística e ao sofrimento desses milhares de agonizantes e desfalecidos que caminhavam para a morte. 

Redator do Mosaico. Para pensarmos o atual momento político brasileiro. Nossa independência celebrada em 7 de setembro de 2021.  O futuro que queremos construir a partir das eleições majoritárias de outubro de 2022. A República de Weimar e o Terceiro Reich alemão representam dois aspectos. O primeiro a harmonia e bom senso advindos da liberdade de expressão sócio política. O segundo o extremismo casuístico e escravista, potencial máquina de exclusão, destruição da liberdade, perseguição política e morte. 

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