Confucionismo.
www.rl.art.br. OS ANALECTOS – LIVRO VI.
Texto de Confúcio (551 AC 479). 1. O Mestre disse: “A Yung pode ser dado o
assento de frente para o sul”. 2. Chung-kung perguntou sobre Tzu-sang Po-tzu. O
Mestre disse: “É sua simplicidade de estilo que o torna aceitável”. Chung-kung
disse: “Ao governar o povo, não é aceitável ser exigente consigo mesmo e
condescendente ao tomar medidas? Por outro lado, não é exagerar na simplicidade
ser condescendente consigo mesmo, assim como ao tomar medidas?”. O Mestre
disse: “Yung tem razão no que ele diz”. 3. Quando o duque Ai perguntou qual dos
seus discípulos tinha sede de aprender, Confúcio respondeu: “Havia um Yen Hui
que tinha sede de aprender. Ele não descarregava sua raiva em uma pessoa
inocente, tampouco cometia o mesmo erro duas vezes. Infelizmente, o tempo de
vida que lhe coube era curto, e ele morreu. Agora, não há ninguém. Ninguém com
sede de aprender chegou ao meu conhecimento”. 4. Jan Tzu pediu grãos para dar à
mãe de Tzu-hua, que estava fora em uma missão para Ch’i. O Mestre disse:
“Dê-lhe um fu ”. Jan Tzu pediu mais. “Dêlhe um yü”. Jan Tzu deu-lhe cinco ping
de grãos. O Mestre disse: “Ch’ih foi para Ch’i carregado por cavalos
bem-alimentados e usando finas peles. Sempre ouvi dizer que um cavalheiro dá
para ajudar os necessitados, e não para manter os ricos em uma vida farta”. 5.
Ao tornar-se seu administrador, Yüan Ssu recebeu novecentas medidas de grãos,
as quais declinou. O Mestre disse: “Os grãos não podem ser úteis para ajudar as
pessoas no teu vilarejo?”. 6. O Mestre disse de Chung-kung: “Se um touro
nascido de gado de arado tivesse cor castanha e chifres bem-formados, será que
os espíritos das montanhas e dos rios o rejeitariam, mesmo que não o achássemos
bom o suficiente para ser usado?”. 7. O Mestre disse: “Em seu coração, Hui pode
praticar a benevolência durante três meses ininterruptos. Os outros atingem a
benevolência meramente por ataques repentinos”. 8. Chi K’ang Tzu perguntou:
“Chung Yu é bom o suficiente para que lhe seja oferecido um cargo oficial?”. O
Mestre disse: “Yu é decidido. Que dificuldades ele poderia encontrar ao assumir
um cargo?”. “Ssu é bom o suficiente para que lhe seja oferecido um cargo
oficial?” “Ssu é um homem inteligente. Que dificuldades ele poderia encontrar
ao assumir um cargo?” “Ch’iu é bom o suficiente para que lhe seja oferecido um
cargo oficial?” “Ch’iu é um homem completo. Que dificuldades ele poderia
encontrar ao assumir um cargo?” 9. A família Chi queria fazer de Min Tzu-ch’ien
o administrador de Pi. Min Tzuch’ien disse: “Decline a oferta delicadamente por
mim. Se alguém tornar a vir atrás de mim, estarei do outro lado do rio Wen”.
10. Po-niu estava doente. O Mestre visitou-o e, segurando sua mão através da
janela, disse: “Vamos perdê-lo. Deve ser o Destino. Por que outra razão tal
homem seria fulminado por tal doença? Por que outra razão tal homem seria
fulminado por tal doença?”. 11. O Mestre disse: “Como Hui é admirável! Morar em
um pequeno casebre com uma tigela de arroz e uma concha de água por dia é uma
provação que a maioria dos homens acharia intolerável, mas Hui não permite que
isso atrapalhe sua alegria. Como Hui é admirável!”. 12. Jan Ch’iu disse: “Não é
que eu não esteja satisfeito com o Caminho do Mestre, mas me faltam forças”. O
Mestre disse: “Um homem a quem faltam forças entra em colapso ao longo do
trajeto. Mas você desiste antes de começar”. 13. O Mestre disse para Tzu-hsia:
“Seja um ju [67] cavalheiro, não um ju mesquinho”. 14. Tzu-y u era o governador
de Wu Ch’eng. O Mestre disse: “Você fez alguma descoberta lá?”. “Há um
T’an-t’ai Mieh-ming que nunca toma atalhos e que nunca esteve em meus
aposentos, exceto por razões oficiais”. 15. O Mestre disse: “Meng chih Fan não
era dado a vangloriar-se. Quando o exército tomou a estrada, ele ficou na
retaguarda. Mas, ao adentrar o portão, ele esporeava seu cavalo, dizendo: ‘Eu
não fiquei para trás por modéstia. Simplesmente, meu cavalo recusava-se a ir
adiante’”. 16. O Mestre disse: “Você pode ter a beleza de Sung Chao, mas será
difícil escapar ileso neste mundo se, ao mesmo tempo, não tiver a eloquência do
sacerdote T’uo”. 17. O Mestre disse: “Quem é que pode sair de uma casa sem usar
a porta? Por que, então, este Caminho não é seguido?”. 18. O Mestre disse:
“Quando a natureza de alguém prevalece sobre a educação recebida, o resultado
será uma pessoa intratável. Quando a educação prevalece sobre a natureza, o
resultado será uma pessoa pedante. Apenas uma mistura bem equilibrada das duas
resultará em cavalheirismo”. 19. O Mestre disse: “Um homem sobrevive graças à
sua retidão. Um homem que engana os outros sobrevive graças à sorte de ser
poupado”. 20. O Mestre disse: “Gostar de algo é melhor do que meramente
conhecê-lo, e encontrar alegria nesse algo é melhor do que meramente gostar
dele”. 21. O Mestre disse: “Você pode explicar àqueles que estão acima da média
sobre os melhores, mas não pode explicar àqueles que estão abaixo da média”.
22. Fan Ch’ih perguntou sobre a sabedoria. O Mestre disse: “Trabalhar pelas
coisas às quais o povo tem direito e manter-se à distância dos deuses e dos
espíritos enquanto lhes mostra reverência pode ser chamado de sabedoria”. Fan
Ch’ih perguntou sobre a benevolência. O Mestre disse: “O homem benevolente
colhe o benefício apenas após vencer as dificuldades. Isso pode ser chamado de
benevolência”. 23. O Mestre disse: “O sábio encontra alegria na água. O
benevolente encontra alegria nas montanhas. Os sábios são ativos; os
benevolentes são plácidos. Os sábios são alegres; os benevolentes são
longevos”. 24. O Mestre disse: “Com uma só reforma, Ch’i pode ser transformado
em um Lu, e Lu, com uma só reforma, pode ser levado a atingir o Caminho”. 25. O
Mestre disse: “Uma garrafa ku que não mede volume algum. Que garrafa ku
estranha! Que garrafa ku estranha!”. 26. Tsai Wo perguntou: “Se a um homem
benevolente fosse dito que havia outro homem benevolente no poço, iria ele,
ainda assim, juntar-se ao outro?”. O Mestre disse: “Por que deveria ser esse o
caso? Um cavalheiro pode ser mandado para lá, mas não pode ser atraído à
armadilha. Ele pode ser enganado, mas não pode ser feito de bobo”. 27. O Mestre
disse: “O cavalheiro que é muito culto mas que é levado às coisas essenciais
pelos ritos dificilmente vai se voltar contra aquilo que apoiou”. 28. O Mestre
foi ver Nan Tzu. Tzu-lu não gostou. O Mestre jurou: “Se fiz algo inapropriado,
que o castigo do Céu caia sobre mim! Que o castigo do Céu caia sobre mim!”. 29.
O Mestre disse: “Supremo, de fato, é o Caminho do Meio como virtude moral. Tem
sido raro entre o povo há muito tempo”. 30. Tzu-kung disse: “Se houvesse um
homem que desse generosamente ao povo e trouxesse auxílio às multidões, o que o
senhor pensaria dele? Ele poderia ser considerado benevolente?”. O Mestre
disse: “Nesse caso não se trata mais de benevolência. Se é preciso descrever
tal homem, sábio é, talvez, a palavra adequada. Mesmo Yao e Shun achariam
difícil realizar tanto. Mas, por outro lado, um homem benevolente ajuda os
outros a firmar sua atitude do mesmo modo que ele próprio deseja firmar a sua e conduz os outros a isso do mesmo modo que ele próprio deseja chegar lá.
A capacidade de tomar o que está ao alcance da mão como parâmetro pode ser
considerado o método da benevolência”. www.rl.art.br.
Abraço. Davi
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