Lao Tse. Tao Te Ching. O Livro que Revela Deus. Por Huberto Rohden (1893-1981). O DIAGRAMA CHINÊ - TEI-GI. A bipolaridade complementar do Cosmos, que permeia toda a filosofia de Lao Tse, é maravilhosamente simbolizada pelo antiquíssimo diagrama chinês chamado Tei-Gi. Analisando a gênese deste símbolo, podemos dizer: o círculo incolor e vácuo representa a Tese do Absoluto, Brahman, a Divindade, como o puro Ser. Este círculo incolor e indefinido do Absoluto evolve rumo aos Relativos do Devir. Aparecendo como positivo e negativo, yang e yin, masculino e feminino, céu e terra. O simples Ser de Brahman tornou-se o Criador Brahma, iniciando o drama da evolução. Essas duas antíteses amadurecem na Síntese, rumo a Tese inicial, integrando-se nela sem se diluir. De maneira que a Tese Cósmica, passando pelas Antíteses Telúricas, culmina na Síntese Cosmificada. E o que se dá, automaticamente, no Cosmos Sideral pode acontecer espontaneamente no Cosmos Hominal, pelo poder criador do livre-arbítrio humano. O Tei-Gi simboliza a quintessência da filosofia de Lao Tse. O alfa e o ômega do Tao e da mentalidade chinesa. Coincidindo, basicamente, com a nossa Filosofia Univérsica.
Poema I
O Uno e o Verso do Universo
O Insondável (Tao) que se pode sondar
O inconcebível que se pode conceber
Não indica o Inconcebível
No inominável está a origem do Universo
O Nomeável constitui a mãe de todos os seres
O Ser indigita a Fonte Incognoscível
Ser e Existir são a Realidade total
A diferença entre Ser e Existir
É apenas de nomes
Misterioso é o fundo
Eis em que consiste a sabedoria suprema
Explicação Filosófica: Tao é a Realidade Insondável, o Brahman Absoluto, a Divindade Transcendente. Como tal, não é acessível ao nosso conhecimento lógico. Só conhecemos a Divindade Transcendente na forma do Deus Imanente. O nosso conhecer finito finitiza o Ser Infinito. Tao é em si mesmo anônimo, inominável. Quando o nominamos, reduzimos a um plano finito o Infinito, relativizamos o Absoluto. Parcializamos o Todo, colorimos o Incolor, personalizamos o Impessoal. O que se pode dizer e pensar não é a Realidade Absoluta, que é indizível e impensável. Através dos óculos da nossa finitude humana enxergamos a Infinitude Divina. Visualizando-a assim como nós somos, mas não assim como ela é. O Ser e o Existir, a Essência e a Existência, o Uno e o Verso constituem o Universo. A Unidade do Real na Diversidade dos Realizados, que é a Realidade Total. A Plenitude do Todo nos afeta como sendo a Vacuidade do Nada. Quem olha diretamente para a pleniluz solar não enxerga nada - por excesso de luz. A Essência do Ser é para o nosso conhecer como se fosse o Nada. Para nós, somente o Algo Existencial é objeto de conhecimento. O Todo Essencial é totalmente incognoscível, como se fosse o puro Nada. Toda a sabedoria consiste em evacuarmos essa Vacuidade, em nulificarmos essa Nulidade. Não para enxergarmos o Todo da Essência, mas para sermos invadidos pelo Todo. Em linguagem matemática diríamos: 1 representa o Todo da Essência Infinita. O 0 simboliza o Nada da não Essência. Mas, se colocarmos o Nada da não essencial do lado direito do Todo da Essência, resulta o Algo da Existência: 10, 100,1000 etc. O infinito gera do seio do Nada o Finito ou o Algo. O Algo Existencial é filho do Todo Essencial gerado no seio do Nada. Brahman, o Pai Infinito, gera os mundos, pelo seio de Maya, Mãe de Todos os Finitos: 1.000.000. Os nossos algarismos, que costumamos chamar arábicos, tiveram origem na Índia. O 1 simboliza o masculino, o 0 representa o feminino, e da união desses dois nascem todas Existencialidades. intuir essa Verdade é Sabedoria suprema, diz Lao Tse. Sabedoria ou Sapiência não é inteligência. Saber é saborear experiencialmente, intuitivamente, não é pensar analiticamente. A ciência é o produto da inteligência - a sapiência é dádiva da razão. A ciência vem do pequeno ego - a sapiência brota da Fonte do grande Cosmos. No homem se revela como o Eu e flui pelos canais humanos, se esses estiverem devidamente desegoficados e firmemente ligados à Fonte Cósmica. A cosmo plenitude plenifica a ego vacuidade. Abraço. Davi
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